O LIVRO DE HABACUQUE
Habacuque ou Habacuc é
o livro bíblico cuja autoria é atribuída ao profeta de mesmo
nome.
Se discute a
data em que o livro foi escrito, havendo duas hipóteses:
O livro foi
escrito pouco antes da queda de Nínive em 612 AC , nessa hipótese os
opressores seriam os Assírios;
Olivro foi
escrito entre a Batalha de Carquemis em 605 AC e o primeiro cerco
a Jerusalém em 597 AC, nessa hipótese os opressores seriam
os caldeus.
Habacuque
significa "abraço", e está incluso na subdivisão da Bíblia chamada
de Profetas Menores, sendo um livro de apenas três
capítulos. Provavelmente tenha sido escrito no século V a.C..
Habacuque
nos sugere que observava a sociedade judaica a partir do Templo, onde
possivelmente servia como levita, isto é cantor, ornamentador,
prontificador do templo ver Nm 3. 6-10, podemos notar o capítulo três de seu
livro é uma canção, sendo que os últimos versos são considerados uma das
maiores expressões de fé do Antigo Testamento.
O livro de
Habacuque é diferente dos demais livros dos profetas em seu estilo literário,
pois em momento algum há profecias contra esta ou
aquela nação ou pessoa em particular, porém o que se pode ver é
um diálogo entre o profeta e Deus. Entre seu texto há no capítulo
dois a expressão: "O justo viverá da fé", que mais tarde inspiraria o
apóstolo Paulo a escrever a mais teológica de suas cartas, a Carta
aos Romanos, que posteriormente inspirou também Martinho Lutero na
elaboração das 95 Teses "gatilho" da Reforma Protestante.
O profeta
Habacuc inicia o livro interrogando a Deus e pedindo socorro, pois está cansado
de ver o seu país sofrer opressão violenta, onde a Lei enfraquece e o direito
está distorcido (1:2-4). A resposta de Deus é a intervenção de um grande
império, que deveria corrigir os desmandos (1:5-10). Isso, porém, não satisfaz
o profeta, pois o invasor não vem para fazer justiça, mas para substituir uma
opressão por outra pior (1:12-17).
Habacuc
continua esperando uma resposta satisfatória de Deus. A resposta definitiva é
dada, agora, com uma proposta diferente, mais difícil, que exige paciência, mas
que não falha: "O justo viverá por sua fidelidade" (2:4). Com isso,
os que sofrem as consequências da violência são chamados a ser agentes na
história, opondo-se firmemente aos que não são corretos. Tal acontecerá somente
se esse grupo for fiel ao projeto de Deus; se estiver permanentemente vigilante
na realização da justiça.
No momento
em que os injustiçados se descobrem não só como vítimas, mas principalmente
como agentes de uma transformação na história, surgem a possibilidade e a
coragem de desmascarar os opressores. Esse desmascaramento se realiza através
da desmistificação de sua potência, até chegar ao cerne de sua fraqueza: são
adoradores de ídolos mudos e inertes, que não podem vir socorrê-los no momento
crucial.
A segunda
profecia (2:5-20) contém cinco imprecações contra a opressão iníqua.
Descobrindo
a fraqueza do opressor, é possível celebrar a sua queda e o surgimento de uma
nova era, de um mundo novo. É a celebração do justo, em tom de lamentação,
cheia de estremecimentos e temores, porém com uma certeza: a justiça um dia se
tornará realidade, porque o Deus dos justos é o Deus vivo que age na história
(3:1-19).
No quadro da
doutrina Habacuque inova ao questionar por que Deus escolhe os bárbaros caldeus para
exercer sua vingança.
INTRODUÇÃO AO LIVRO
Não nos é
revelado nada no texto sobre o profeta Habacuque. Seu livro, ao invés de
guardar seus oráculos, serve como um diário de suas crises teológicas e
existenciais. Seu livro é distinto dos demais escritos proféticos por assumir
um tom mais filosófico e de diálogo com Deus. O tema deste diálogo filosófico
se concentra em torno da justiça divina.
O vácuo de
informações a respeito de Habacuque gerou uma grande gama de especulações sobre
a data de seus escritos e a própria pessoa do profeta. O consenso geral é que
Habacuque tenha pertencido à época do rei Jeoaquim (609 – 598 a.C.). Em virtude
disso, seus questionamentos teológicos podem ser datados entre a ascensão de
Jeoaquim ao trono de Judá e a Batalha de Carquêmis em 605 a.C.
Este período
é escolhido em razão de:
O caos ético
e social que o texto de 1:2-4 apresenta combina com a decadência moral com os
dias de reinado de Jeoaquim, conforme Jeremias denunciou.
A
proximidade da realização dos eventos descritos em 1:6-11, conforme a expressão
“nos dias de vocês” no verso 5. Javé havia prometido a Josias que seu reinado
não terminara com a invasão e cativeiro (2 Rs. 22:18-20). Talvez os oráculos de
Habacuque se refiram aos últimos 20 anos de independência de Judá.
A ascensão
da Babilônia como superpotência mundial no século VII a.C. acontece no período
previsto em Habacuque, embora isso não sirva como prova irrefutável.
O verso 5
ainda nos ajuda a definir esse período, pois, tendo o Egito como aliado, Judá
dificilmente acreditaria que seriam vencidos pela Babilônia; o que de fato
aconteceu quando Nabucodonosor derrotou o faraó Neco em Carquêmis (Jeremias
46:2,6,10; II Reis 24:7).
Alguns
argumentam que as denúncias de injustiça de Habacuque não se encaixam no
período de governo do rei Josias (pai de Jeoaquim), uma vez que este recebe uma
avaliação tão boa. Entretanto, a reforma que o rei Josias fez, abrangeu apenas
a parte litúrgica da sociedade hebraica, sem atingir a parte social. Por isso a
reclamação de Habacuque acerca da injustiça não se choca com os relatos do
governo de Josias, embora tenha tido uma boa apreciação. Além disso, os efeitos
negativos dos cinquenta anos do reinado catastrófico de Manassés (avô de
Josias) demorariam a desaparecer.
Habacuque
baseou seus questionamentos em sua experiência com os eventos históricos de seu
tempo. Tal qual Jeremias (Jr. 22:13-23), Habacuque também se indignou com a
situação de injustiça, violência e opressão gritantes em Judá; por isso reclama
para Deus pedindo o castigo para os maus e a defesa dos justos. A crise
teológica de Habacuque começa justamente com o atraso do julgamento dos líderes
injustos.
Habacuque
fica espantado e confuso diante da revelação de Deus sobre a vinda dos
babilônios como instrumento de Deus para o julgamento de Judá, ao invés de um
discurso sobre a salvação ou livramento. O questionamento de Habacuque foi:
poderia um Deus justo e bom usar meios perversos para executar sua justiça?
(Hc. 1:12-17).
ESTRUTURA DO LIVRO
O livro de
Habacuque pode ser dividido em diálogos da seguinte maneira:
Diálogo 1 –
Habacuque questiona a justiça divina – 1:1-11
Diálogo 2 –
Habacuque questiona a coerência divina – 1:12 – 2:20
Diálogo 3 –
Habacuque louva a Deus por suas intervenções na história – 3:1-19
O diálogo 1
começa com a reclamação de Habacuque a Deus sobre as injustiças que estavam à
sua volta, e porque os perversos não eram julgados. Judá ainda não havia sido
julgada por sua impiedade, e o primeiro alvo da queixa de Habacuque não é o
povo, mas Deus (1:2-4). Deus então responde a Habacuque (1:5-11) dizendo que
essa situação de opressão e injustiça não duraria muito tempo mais, pois, ainda
nessa geração, os ímpios seriam castigados. Deus usaria a nação da Babilônia
para aplicar o seu julgamento. Até este momento, as nações vizinhas eram alvo
do castigo divino, e a surpresa de Habacuque reside no fato de Deus escolher
uma das nações mais agressivas daquele tempo para executar seu julgamento
contra Judá. Em vez de anunciar o livramento e restauração em forma de
promessa, o livramento e a salvação viriam por meio do ataque de uma nação
inimiga. Aqui, Deus não responde apenas ao profeta, mas a toda nação, conforme
percebemos pelo emprego do plural.
O segundo
diálogo propõe um problema lógico. Além de não resolver o problema da
injustiça, as pessoas corretas seriam prejudicadas; e, ademais, um inimigo
impiedoso seria vitorioso a despeito de ser castigado. Habacuque afirma a Deus
que essa medida de julgamento não se ajusta com o caráter santo de Deus (1:12).
Habacuque, embora soubesse das injustiças de Judá, achava que a perversidade dos babilônios era muito pior. Por
isso se horroriza ao imaginar a destruição que os babilônios fariam em Judá.
Habacuque os compara com um pescador inescrupuloso que pesca pelo simples
prazer de matar os peixes. Outro problema de lógica levantado por Habacuque é
em relação à soberania de Deus, que não interviria para proteger o seu povo.
Habacuque não faz essa declaração de maneira leviana ou desrespeitosa,
entretanto buscava sinceramente uma resposta. Deus responde que o julgamento se
cumpriria e não procura defender sua justiça, mas afirma que o justo seria
preservado (2:4). No NT Paulo usa este versículo para ressaltar a fé do
cristão, contudo, no contexto de Habacuque, indica a integridade na vida do
servo de Deus, mesmo que não consiga entender todo o processo. Deus prossegue
em sua resposta apontando para a sua justiça, na qual o perverso é castigado.
Habacuque
abre o terceiro diálogo expondo sua confiança em Deus, que a seu tempo
castigaria o ímpio; e apelou à sua misericórdia na execução do julgamento de
Judá. A consciência do verdadeiro relacionamento com Deus produziu o salmo de
louvor registrado em 3:3-15, que descreve os feitos poderosos de Deus, não
somente para julgar, mas também para livrar (3:13). Habacuque recorre à
história de Israel comprovando sua obra redentora contra os inimigos do seu
povo, fazendo um contraponto literário com a ameaça babilônica no capítulo 1. O
livro termina com a confiança de Habacuque na justiça de Deus. Mesmo com tantas
desgraças que viriam acontecer, a fé inabalável de Habacuque permitiu-lhe ter a
alegria que não dependia mais das circunstâncias externas, mas do seu
relacionamento verdadeiro com Deus.
PROPÓSITO E CONTEÚDO
Habacuque
trata sobre os seguintes temas principais:
A justiça de
Deus ao lidar com as nações
A confiança
em Deus a despeito das circunstâncias históricas
O castigo de
Judá por meio dos babilônios e o castigo da Babilônia
O império
Assírio estava no domínio do Antigo Oriente Médio há mais de um século.
Entretanto, começou a entrar em declínio, e Judá ainda não havia sido punida
pela quebra de Aliança, conforme anúncio dos profetas. Esta foi a razão da
queixa inicial de Habacuque. A resposta de Deus revelou que os babilônios
seriam o instrumento do julgamento de Deus.
O problema,
para Habacuque, estava na teodiceia, isto é, a justificação dos atos de Deus
quando a humanidade sofre. Em nenhum momento Habacuque questiona o merecimento
da punição de Judá; mas, se preocupa com a vitória dos babilônios em detrimento
da ruína de Judá. De certa forma pareceria que Deus estava aprovando os métodos
genocidas da Babilônia. Como Deus, sendo justo, poderia permitir que uma nação
perversa prosperasse?
O problema
em Habacuque gira basicamente em torno do mesmo tema de Jó. No final do livro
que narra seu drama, Deus aparece para mostrar que a finitude humana não
consegue dar respostas para todas as questões da vida; mas, Deus está presente
em todos os momentos de dúvidas e aflição pelos quais a humanidade passa. Em
Habacuque, a teofania do capítulo três tem a mesma função. Muito embora
Habacuque não tivesse todas as respostas, a presença de Deus era suficiente
para dar toda a confiança que o profeta precisava para aquele momento.
Contudo, em
Habacuque, Deus revelou algumas respostas que serviram como eixo do livro. A
primeira delas está em 2:4-5 e trata sobre a responsabilidade individual que
não é descartada mesmo em caso de tempos sombrios. Nessas circunstâncias a
confiança em Deus torna-se mais difícil e a fidelidade do justo adquire
destaque.
A segunda
resposta, encontrada em 2:6-20, Deus anuncia que castigaria os babilônios em
virtude dos seus crimes contra a humanidade, mas ainda não havia chegado o
momento. O fato dos babilônios serem o instrumento de Deus para o julgamento de
Judá não significava que Deus aprovasse seus métodos. A certeza que Habacuque teve
é que eles também seriam julgados, tanto por seus crimes de guerra, quanto pela
impotência de seus deuses. O Habacuque entendeu naquele momento é que Deus
governava o mundo e sua história a partir do templo; por isso, em virtude de
sua soberania, todos deveriam calar-se diante dele (2:20).
O AGIR DE DEUS COM AS NAÇÕES
No Antigo
Testamento, as ações boas e más de todas as nações são pesadas. Quando o lado
com as ações más atinge um determinado limite o julgamento de Deus é acionado.
Cada geração contribui com as ações boas e más contrapostas umas às outras e
retardam ou adiantam a execução do juízo de Deus. O arrependimento era uma
forma de se retardar o julgamento, como se as ações boas fossem somadas
diminuindo o limite das ações más (Jn. 3:10; 2 Rs. 22:19-20). A nação voltaria
a enfrentar o risco de julgamento somente se voltasse a realizar ações más. O
texto de Jeremias 18:7-10 exemplifica esse tratamento que Deus dava às nações.
Além desse
aspecto do “peso” das boas e más ações a misericórdia de Deus tem um efeito
mais prolongado do que seu castigo, de acordo com Deuteronômio 5:9-10. Outra
característica de Deus em seu agir com as nações é que sua misericórdia,
aplicada sobre o lado das boas ações retarda o julgamento pelas más ações,
entretanto o peso das más ações não é eliminado até que o castigo seja
aplicado. O texto de Êxodo 32:34 mostra como este princípio de aplica. Deus não
puniu o povo naquele momento, por terem feito o bezerro de ouro em virtude de
sua misericórdia. Contudo, chegaria a hora de serem punidos também por isso
futuramente.
Ainda mais
um princípio pode ser entendido. Os povos que contavam com a revelação de Deus,
tal qual os hebreus, eram punidos com mais severidade em detrimento daqueles
que não conheciam acerca de sua revelação indicando que a tolerância de Deus
com os pagãos é maior. O Novo Testamento aplica esse princípio em Lc. 12:48.
Esse
princípio pode ser aplicado a Judá. Embora os babilônios fossem realmente muito
mais cruéis os israelitas deveriam ter sido mais obedientes em virtude da
revelação da Lei e do aviso constante dos profetas sobre sua apostasia. Agora o
momento da execução do castigo havia chegado.
Esse esquema
só é atribuído às nações, não a indivíduos e não se trata de salvação. Por isso
não há a preocupação de uma salvação baseada em boas obras.
A VIDA DE FIDELIDADE
Deus
mostrara a Habacuque que, embora o castigo fosse severo, isso não seria o fim
de Judá, mas haveria um remanescente preservado. O fundamento da preservação
seria a fidelidade. No Novo Testamento, o apóstolo Paulo usa o conceito de
Habacuque 2:4 para fundamentar a doutrina da justificação pela fé. Paulo cria
uma ponte entre ‘emûnâ, que significa fidelidade e pistis, fé.
Em Habacuque
a fidelidade, ou o posicionamento correto diante das circunstâncias adversas
foi percebido por Paulo como o elemento universal de salvação, expresso mais
claramente por Paulo em Romanos 8.
RESUMINDO...
· Autor: Habacuque 1:1 identifica
o livro de Habacuque como sendo um oráculo do profeta Habacuque.
· Quando foi escrito: O livro de
Habacuque foi provavelmente escrito entre 610 e 605 aC.
· Propósito: Habacuque estava se
perguntando por que Deus estava permitindo que seu povo escolhido sofresse nas
mãos de seus inimigos. Deus responde e a fé de Habacuque é restaurada.
· Versículos-chave:
Habacuque 1:2: “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me
escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?.”
Habacuque 1:5: “Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.”
Habacuque 1:12: “Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos.”
Habacuque 2:2-4: “O SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará. Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.”
Habacuque 2:20: “O SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.”
Habacuque 3:2: “Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia.“
Habacuque 3:19: “O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.”
O livro de Habacuque começa com Habacuque clamando a Deus por uma resposta a por que o Seu povo escolhido tem sofrido em cativeiro (Habacuque 1:1-4). O Senhor dá a sua resposta a Habacuque, essencialmente afirmando: "você não acreditaria se eu lhe dissesse" (Habacuque 1: 5-11). Habacuque diz em seguida: "Ok, tu és Deus, mas ainda me conte mais sobre por que isso está acontecendo" (Habacuque 1:17-2:1). Deus então responde-lhe novamente e dá-lhe mais informações, dizendo então que a Terra é para estar silenciosa diante dEle (Habacuque 2:2-20). Então Habacuque escreve uma oração expressando sua forte fé em Deus, mesmo passando por estas tribulações (Habacuque 3:1-19).
O apóstolo Paulo cita Habacuque 2:4 em duas ocasiões diferentes (Romanos 1:17, Gálatas 3:11) para reiterar a doutrina da justificação pela fé. A fé que é dom de Deus e disponível através de Cristo é ao mesmo tempo uma fé que salva (Efésios 2:8-9) e sustenta por toda a vida. Alcançamos a vida eterna pela fé e vivemos a vida cristã por essa mesma fé. Ao contrário dos "orgulhosos" no início do verso, a sua alma não está reta dentro dele e seus desejos não estão corretos. Entretanto, nós, os que somos feitos justos pela fé em Cristo, somos assim declarados porque Ele trocou a Sua justiça perfeita pelo nosso pecado (2 Coríntios 5:21) e tem nos capacitado a viver pela fé.
APLICAÇÃO PRÁTICA
Habacuque 1:5: “Vede entre as nações, olhai, maravilhai-vos e desvanecei, porque realizo, em vossos dias, obra tal, que vós não crereis, quando vos for contada.”
Habacuque 1:12: “Não és tu desde a eternidade, ó SENHOR, meu Deus, ó meu Santo? Não morreremos.”
Habacuque 2:2-4: “O SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão, grava-a sobre tábuas, para que a possa ler até quem passa correndo. Porque a visão ainda está para cumprir-se no tempo determinado, mas se apressa para o fim e não falhará; se tardar, espera-o, porque, certamente, virá, não tardará. Eis o soberbo! Sua alma não é reta nele; mas o justo viverá pela sua fé.”
Habacuque 2:20: “O SENHOR, porém, está no seu santo templo; cale-se diante dele toda a terra.”
Habacuque 3:2: “Tenho ouvido, ó SENHOR, as tuas declarações, e me sinto alarmado; aviva a tua obra, ó SENHOR, no decorrer dos anos, e, no decurso dos anos, faze-a conhecida; na tua ira, lembra-te da misericórdia.“
Habacuque 3:19: “O SENHOR Deus é a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar altaneiramente.”
O livro de Habacuque começa com Habacuque clamando a Deus por uma resposta a por que o Seu povo escolhido tem sofrido em cativeiro (Habacuque 1:1-4). O Senhor dá a sua resposta a Habacuque, essencialmente afirmando: "você não acreditaria se eu lhe dissesse" (Habacuque 1: 5-11). Habacuque diz em seguida: "Ok, tu és Deus, mas ainda me conte mais sobre por que isso está acontecendo" (Habacuque 1:17-2:1). Deus então responde-lhe novamente e dá-lhe mais informações, dizendo então que a Terra é para estar silenciosa diante dEle (Habacuque 2:2-20). Então Habacuque escreve uma oração expressando sua forte fé em Deus, mesmo passando por estas tribulações (Habacuque 3:1-19).
O apóstolo Paulo cita Habacuque 2:4 em duas ocasiões diferentes (Romanos 1:17, Gálatas 3:11) para reiterar a doutrina da justificação pela fé. A fé que é dom de Deus e disponível através de Cristo é ao mesmo tempo uma fé que salva (Efésios 2:8-9) e sustenta por toda a vida. Alcançamos a vida eterna pela fé e vivemos a vida cristã por essa mesma fé. Ao contrário dos "orgulhosos" no início do verso, a sua alma não está reta dentro dele e seus desejos não estão corretos. Entretanto, nós, os que somos feitos justos pela fé em Cristo, somos assim declarados porque Ele trocou a Sua justiça perfeita pelo nosso pecado (2 Coríntios 5:21) e tem nos capacitado a viver pela fé.
APLICAÇÃO PRÁTICA
A lição para o leitor de Habacuque é que é admissível
questionar o que Deus está fazendo, embora isso deva ser feito com respeito e
reverência. Às vezes não é evidente para nós o que está acontecendo, especialmente
quando somos lançados em sofrimento por um período de tempo ou se parece que
nossos inimigos estão prosperando enquanto estamos apenas sobrevivendo. O livro
de Habacuque, entretanto, afirma que Deus é um Deus soberano e onipotente, que
tem todas as coisas sob controle. Precisamos apenas nos aquietar e confiar que
Ele está trabalhando. Ele é quem afirma ser e sempre cumpre Suas promessas. Ele
punirá os perversos. Mesmo quando não podemos ver, Ele ainda está no trono do
universo. Precisamos manter a seguinte realidade em foco: "O SENHOR Deus é
a minha fortaleza, e faz os meus pés como os da corça, e me faz andar
altaneiramente" (Habacuque 3:19). Permitir-nos andar altaneiramente é
levar-nos aos mais altos lugares com Ele, onde nos distanciamos do mundo. Às
vezes o caminho que temos que percorrer para chegar lá é através do sofrimento
e da tristeza, mas se descansarmos e confiarmos Nele, alcançaremos o Seu
objetivo para nós.
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