quarta-feira, 2 de dezembro de 2020

A P O C A L I P S E / SÉTIMA PARTE - O MILÊNIO PARTE 2

 

SATANÁS É SOLTO – Apocalipse 20:7-10

Satanás é solto e depois vencido para sempre

Apocalipse 20:7-10 E, acabando-se os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá a enganar as nações que estão sobre os quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, cujo número é como a areia do mar, para as ajuntar em batalha. E subiram sobre a largura da terra e cercaram o arraial dos santos e a cidade amada; mas desceu fogo do céu e os devorou. 10 E o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o sempre.

Quando se completar os mil anos Satanás será solto da prisão do Abismo. Ele vai sair e seduzir as nações dos quatro cantos da terra. Gog e Magog reunindo-os para o combate. O número deles é como a areia do mar. Eles se espalharão por toda a terra e cercarão o acampamento dos santos  e a Cidade amada. Mas descerá fogo do céu e eles serão devorados. O diabo que tinha seduzido a todos, será jogado no lago de fogo e enxofre juntamente com o Anticristo e o Falso Profeta.

O povo de Deus (acampamento dos Santos e a Cidade Amada) continuam na luta contra as foras do mal (Satanás), mas são protegidos por Deus (fogo do céu). Gog e Magog são nomes que representam os poderes da idolatria, inimigos de Deus e do seu povo. Mas o poder do mal será completamente destruído (lago de fogo).

I N F E R N O     E     O     L A G O    D E    F O G O

O QUE É INFERNO

O Novo Testamento considera o inferno como um lugar de habitação final dos condenados à punição eterna, depois do Juízo Final, conforme descrito em Mat. 15.41-46, Apoc. 20.11-15. O inferno é descrito como um lugar de tormento, lugar de trevas, de choro e ranger de dentes, lugar de destruição, etc... Esses termos são provavelmente simbólicos ao invés de literais, porém de qualquer modo, a realidade será ainda mais terrível do que estas cenas. Estas são as consequências de todo àquele que pratica o mal, e que precisa ser realisticamente enfrentadas.

O inferno não é tanto a ausência de Deus, mas sim a consequência de Sua ira contra o pecado. O inferno é a justa condenação daqueles que O desafiaram apegando-se ao pecado, pois os que forem condenados compreenderão que, se condenaram a si próprios, pois amaram mais as trevas do que a luz, e como base de escolha humana do livre arbítrio.

O LAGO DE FOGO – APOC. 20.13-15

Injustiças e sofrimento, nunca fogem aos olhos de Deus. Aqueles que perseguem e praticam a injustiça não podem vencer no fim. Deus julgará a toda obra. A expectativa do Juízo Final deve ser um terror para os inimigos de Deus, pois Deus é o Juiz de todas as coisas, e o “lago de fogo” é a sentença final de todo aquele que pratica a iniquidade do pecado.

Estar nas mãos de Deus, mostra que Deus é soberano, e é Ele quem determina o nosso destino, para o bem ou para o mal.

HORRÍVEL COISA É CAIR NAS MÃOS DE DEUS – HEBREUS 10.31

Deus julgará seu povo discriminado entre aqueles que, verdadeiramente são Dele e os apóstatas, conforme descrito em Deut. 32.35-36 e I Pedro 4.17. O Apóstolo Paulo escreve para advertir e prevenir o povo que vive deliberadamente em pecado, Heb.10.26, deixando sem efeito o sacrifício de Jesus Cristo, visto que tudo o que fizermos sem arrependimento leva-nos a expectativa do Juízo de Deus sobre nós, pois todos estaremos nas mãos de Deus, e prestaremos conta individual diante de Deus, e Deus através de Cristo retribuirá a cada um segundo o seu procedimento. Rom. 2.6, Mat. 16.27, Apoc. 22.12. Portanto todos estão nas mãos de Deus e Dele receberemos a recompensa, e para os ímpios “horrenda coisa é estar nas mãos de Deus”, pois Dele receberão a condenação.

CONCLUSÃO:

O propósito do Ensino Bíblico sobre o inferno é fazer-nos aceitar a gratidão de Deus em Cristo, que nos livra da punição do pecado, pois Deus não tem prazer na morte do ímpio. (Ez. 33.11).

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 21 de novembro de 2020

A P O C A L I P S E / O MILÊNIO - PARTE 1

 JULGAMENTO FINAL – Apocalipse 20:1-6

Satanás é amarrado por mil anos. Os fiéis reinam com Cristo

Apocalipse 20:1-3 E vi descer do céu um anjo que tinha a chave do abismo e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que mais não engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo.

Pela morte na cruz e ressurreição, Jesus conquistou a vitória sobre o mal (Dragão), que já não tem mais plena liberdade para agir. A ação do Dragão será passageira e fraca (pouco tempo). O povo de Deus participa da realeza de Jesus e do seu julgamento.

 Apocalipse 20:4-6 E vi tronos; e assentaram-se sobre eles aqueles a quem foi dado o poder de julgar. E vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Mas os outros mortos não reviveram, até que os mil anos se acabaram. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo aquele que tem parte na primeira ressurreição; sobre estes não tem poder a segunda morte, mas serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele mil anos.

O plural “TRONOS”é usado somente quatro vezes em apocalipse (4:4, 11:16), e aqueles sentados são os 24 anciãos (a quem foi dado o poder de julgar) como representantes da igreja no céu e na terra. As “Almas daqueles que foram degolados” simboliza todos os mártires (os mortos da época do V.T, os santos mortos da igreja, e aqueles que foram martirizados por seu testemunho durante a grande tribulação. Eles não sofrerão a segunda morte, pois deram suas vidas, e não recusaram a salvação em Cristo.

O    J U Í Z O    F I N A L

A certeza do Juízo Final é o contexto da graça salvática do Novo Testamento, “ I Tess.1.10”. No “dia da ira” e da revelação do Justo Juízo Divino, conforme descrito em “João 3.16-18 e Romanos 5.8-9”. Por toda a parte das escrituras, a indignação e a ira de Deus são judiciais, e isto aponta o Santo Criador como ativo Juiz do pecado e que, Jesus completará a obra de Seu Reino e mediador em nome do Pai. Mat.13.40-43; 25.41,34; Jo 5.22-24; II Tim.4.1.

Quando Cristo voltar e a história for completa, todas as pessoas de todos os tempos ressurgirão para o “julgamento divino”, e tomarão  seu lugar diante do Trono de Cristo. Este acontecimento supera a imaginação humana.  Mas a imaginação humana não é a medida daquilo que Deus fará.  No “dia do juízo” cada pessoa prestará conta individual diante de Deus, através de Cristo, e Cristo retribuíra a cada um segundo o seu procedimento. Rom. 2.6-7; Salmo 62.12, Mat. 16.27. Os regenerados que, como servos de Cristo aprenderam a amar, e desejam a glória do céu, serão reconhecidos a base do mérito de Cristo a seu favor, e serão recompensados com a justiça que buscam. Os demais seguirão o destino apropriado pelo modo ímpio de vida que escolheram um lugar para o qual irão com base no seu próprio demérito. Rom. 2.8-12.

Haverá juízo para aqueles que professam pertencer a Cristo, ao exame de suas palavras e de suas obras, Mat. 12.36-37, os quais mostrarão então, se suas palavras são palavras de fé e fruto de um coração puro, ou se falam hipocrisia e mentira. Mat. 12.33, 7.21-23. Tudo será desmascarado no dia do juízo, e cada um receberá o que lhe pertence. Deus é justiça e trará todos à sua justiça, portanto um julgamento justo. I Cor. 4.5.

Não há justiça sem julgamento, contudo, Deus anunciou o “dia do juízo” em tempo hábil, e tem ordenando a cada um que se arrependa e ame a vida ao invés da morte. Det. 30.19 e Lucas 13.24.

 

 

domingo, 4 de outubro de 2020

A P O C A L I P S E / SEXTA PARTE - O FIM DE TUDO 3

 O FIM DE TUDO 3

APOCALIPSE 20 

PRISÃO DE SATANÁS E O MILÊNIO - Apocalipse 20:1-6

Satanás é amarrado por mil anos. Os fiéis reinam com Cristo

Há basicamente duas interpretações amplas relacionas a este capítulo principalmente em relação ao “Reino de Mil Anos, ou Milênio”. A visão Premilenista sustenta que após a vitória do Cap.19, Cristo estabelecerá o Reino precoce e reinará com os santos ressuscitados com paz e justiça por Mil Anos ao que pode ser um período literal ou simbólico.

A visão Amilenista também chamada de Milenar Atual sustenta que os Mil Anos, simbolizam o período dos dois adventos de Cristo sendo realizado completo ou progressivamente, um Reino “espiritual” na terra ou no céu.

Qualquer que seja a interpretação sobre o Milênio, a verdade central da derrota de Satanás em estágios continua a mesma. O objetivo da “prisão de Satanás” é para que não mais engane as nações.

Outras interpretações sustentam que o escritor do Apocalipse prediz não apenas o banimento de Satanás, mas a condição de caos e desolação a que a Terra deve ser reduzida. Tal interpretação declara que esta condição existirá durante mil anos. Depois de apresentar as cenas da segunda vinda do Senhor e da destruição dos ímpios. A expressão “abismo” representa a Terra em estado de confusão e trevas que é evidente em outras passagens. Aqui deverá ser a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito a Terra, não terá acesso a outros mundos para tentar e molestar os que jamais caíram. É nesse sentido que ele está amarrado: não restou ninguém sobre quem ele possa exercer seu poder. Está inteiramente separado da obra de engano e ruína que, durante tantos séculos, em que foi seu único prazer.

Durante seis mil anos, a obra de rebelião de Satanás tem feito “estremecer a Terra” (Is 14:16). Ele tornou “o mundo como um deserto” e destruiu “suas cidades”. “A seus cativos não deixava ir soltos” (v. 17). Durante seis mil anos, seu cárcere (o sepulcro) recebeu o povo de Deus, e ele queria conservá-los cativos para sempre. Entretanto, Cristo quebrou os seus laços, pondo em liberdade os prisioneiros.

Durante mil anos, Satanás vagueará de um lugar para outro na Terra desolada, para contemplar os resultados de sua rebelião contra a lei de Deus. Durante esse tempo, seus sofrimentos serão intensos. Agora, porém, ele está despojado de seu poder e entregue a si mesmo não apenas para contemplar a parte que desempenhou desde que se rebelou contra o governo do Céu, mas para aguardar, com temor e tremor, o futuro terrível... A sua derrota final.

O REINO MILENAR

O reino milenar de Cristo é literal ou simbólico? Acontecerá no céu, ou será na terra? Os crentes que julgarão com Cristo são apenas os mártires ou todos os crentes?

Numa primeira leitura, despreocupada e descompromissada, aparentemente, o texto descreve um período de tempo em que Cristo exercerá um governo terreno de Mil Anos. Durante esses mil anos, Satanás será preso, e alguns crentes – os quais não sabemos quem são – se assentarão em tronos, tendo autoridade para julgar. Se os crentes decapitados por causa do testemunho de Cristo não são os mesmo que se assentarão em tronos, então temos dois grupos que reinarão com Cristo durante o milênio. Além disso, é dito que, após o milênio será necessário soltar Satanás; felizes e santos são os que tem parte na primeira ressurreição, além de que não estarão mais submissos à morte.

Diferentes posições sobre o milênio

Neste artigo veremos as quatro posições milenistas – a saber, Premilenismo Histórico, Premilenismo Dispensacionalista, Pós-milenismo e Amilenismo – e como cada uma delas responde perguntas como as que fizemos.

Premilenismo Histórico

A primeira posição sobre o milênio que iremos analisar é o Premilenismo Histórico. Na concepção de Irineu, um dos pais da igreja, o mundo atual durará seis mil anos, referentes aos seis primeiros dias da criação, enquanto que o milênio do governo de Cristo será referente ao dia do descanso, o sétimo dia. Nesse período (O Milênio), Cristo reinará, Jerusalém será restaurada, a terra dará seu fruto com rica abundância, seguindo-se então o juízo final. 

O Premilenismo Histórico crê num reino milenar de Cristo e seus crentes aqui na terra. Isso ocorrerá antes da era vindoura, daí o nome Premilenismo. Os fiéis que tiverem sido mortos ressuscitarão por ocasião da volta de Cristo, e os vivos receberão corpo glorificado. Os Premilenistas Históricos creem que os sinais da volta de Cristo irão precedê-la, e que por ocasião dessa volta os crentes vivos serão arrebatados para um encontro com Cristo nos ares. Para eles, durante o reino milenar terreno a morte e o pecado ainda existirão, mas com seu grau de influência mínimo sobre os homens pois a vida continuará com seu ritmo normal e as pessoas que nascerem durante o milênio ainda estarão sujeitas ao pecado e por consequência disso a morte ainda existirá.

Embora, diferente dos Premilenistas Dispensacionalistas, os Premilenistas Históricos creem na volta de Cristo como evento único, ainda assim, creem também em uma dupla ressurreição, onde os salvos ressuscitarão na vinda de Cristo, para participarem do reino milenar, enquanto que os infiéis ressuscitarão ao final do milênio, para seguirem ao juízo final. Anthony A. Hoekema, teólogo reformado, em seu livro “A Bíblia e o futuro”, mostra como George Eldon Ladd, um dos proponentes do Premilenismo Histórico, defende a dupla ressurreição com base na 1ª carta de Paulo aos coríntios:

Ladd encontra mais apoio para seu ensino em 1 Coríntios 15.23-26, embora ele admita que esta passagem não fornece prova conclusiva para um milênio terreno. Ele apela especialmente para os versos 23 e 24: “Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias, depois (epeita) os que são de Cristo, na sua vinda. E então (eita) virá o fim (telos), quando ele entregar o Reino ao Deus e Pai…” De acordo com Ladd, Paulo retrata aqui o triunfo do Reino de Cristo realizado em três etapas. A primeira etapa e a ressurreição de Cristo. A segunda etapa ocorre na Parousia, quando os crentes são ressuscitados. Então vem o fim, quando Cristo entrega o Reino a Deus Pai; esta é a terceira etapa. Uma vez que há um intervalo significativo entre a primeira e a segunda etapa, não parece improvável que haja também um intervalo significativo entre a segunda e a terceira etapa. 

Assim, algumas das características básicas do Premilenismo é sua defesa de uma dupla, às vezes até tripla ressurreição, e do Reino Milenar (literal ou não) sobre a terra. Para seus defensores, Cristo inaugurará um período de reinado, cujo o tempo será marcado por uma significativa paz e prosperidade.

Premilenismo Dispensacionalista

O Premilenismo Dispensacionalista é relativamente uma posição recente e teve seu início na época de John Nelson Darby (1800-1882). Basicamente, ambos Premilenismos – Histórico e Dispensacionalista – adotam linhas semelhantes de interpretação, entretanto, algumas diferenças são marcantes. Conforme observa George Eldon Ladd, teólogo Premilenista Histórico conforme vimos, “A primeira condição sine qua non do Dispensacionalismo é a distinção entre Israel e a Igreja”. 

Tal método de interpretação se dá à luz da abordagem bíblica, uma mistura de alianças e dispensações, conforme observa Louis Berkhof, teólogo reformado do séc. XX:

Deus trata o mundo da humanidade no transcurso da História com base em diversas alianças e conforme os princípios de sete dispensações diferentes. Cada dispensação é distinta, e cada uma delas representa uma diferente prova para o homem natural; e desde que o homem não consegue vencer nas sucessivas provas, cada dispensação acaba num juízo. […] (a teocracia em Israel) se seguisse o caminho da obediência poderia ter crescido em poder e glória, mas, em resultado da infidelidade do povo, foi finalmente derrotada, e o povo foi levado para o exílio. Os profetas predisseram essa derrota, mas também trouxeram mensagens de esperança e inspiraram a expectativa de que nos dias do Messias Israel tornaria ao Senhor com vero arrependimento, o trono de Davi seria restabelecido com inexcedível glória, e até os gentios participariam das bem-aventuranças do reino futuro. Mas quando o Messias veio e se ofereceu para estabelecer o Reino, os judeus deixaram de mostrar o requerido arrependimento. O resultado foi que o Rei não estabeleceu o Reino, mas se retirou de Israel e foi para um país distante, pospondo o estabelecimento do reino, até o seu regresso (Mt.25). Contudo, antes de deixar a terra, fundou a igreja, que nada tem em comum com o Reino, e da qual os profetas nunca falaram… desta igreja, Cristo não é Rei, mas a Cabeça divina”.  – (Grifos meus).

Assim, uma vez que o homem é incapaz de responder satisfatoriamente a cada aliança que Deus fez com ele, dá-se início a uma nova aliança, e, portanto, uma nova dispensação começa. É desse ponto de vista que advém a distinção entre igreja e Israel. De tal distinção, portanto, que não ocorre no Dispensacionalismo Histórico, surge um método de interpretação cuja escatologia difere em alguns pontos. Mais uma vez podemos evocar as palavras de Berkhof:

A volta de Cristo agora é iminente, isto é, ela pode vir a qualquer momento, pois não há eventos preditos que devam precedê-la. Contudo, sua vinda consiste de dois eventos distintos, separados um do outro por um período de sete anos. O primeiro deles será a “parousia”, quando Cristo aparecerá nos ares para encontrar-se com os santos… No fim do período de sete anos, dar-se-á a “revelação”, isto é, a vinda do Senhor, agora não para os seus santos, mas com eles. As nações existentes serão julgadas (Mt 25.31), e as ovelhas serão apartadas dos cabritos; os ímpios serão destruídos; e Satanás será preso por mil anos […]. Após o milênio, Satanás será solto por breve lapso de tempo, e as hordas de Gogue e Magogue juntarão forças contra a Cidade Santa. Todavia os inimigos serão devorados pelo fogo do céu, e Satanás será lançado numa cova sem fundo, precedido pelas duas bestas ( o Anticristo e o Falso Profeta. Depois desse curto período de tempo, os ímpios ressuscitarão e comparecerão a juízo, perante o grande trono branco, Ap 20.11-15. E então haverá novos céus e nova terra.” – (Grifos meus).

Portanto, a interpretação feita pelos Dispensacionalistas crê que a “primeira parte” da segunda volta de Cristo não precisará ser antecedida pelos eventos descritos nas Escrituras como sinais do tempo da sua vinda (Mt 24.1-55), ela pode acontecer a qualquer momento. Nessa ocasião, ainda na primeira parte de sua segunda vinda, Cristo arrebatará a igreja, que não passará pelos sete anos de tribulação. Durante esse tempo de tribulação e após, durante o milênio, Israel se converterá, e o relacionamento de Deus com seu povo do Antigo Testamento será restaurado. Cristo regerá as nações com mãos de ferro a partir do Monte Santo. Ao final do Milênio, quando Satanás, enfim, for solto, tentará contra Cristo e seu povo, mas será definitivamente derrotado, dando início assim, a aquilo que chamamos de era vindoura.

Pós-milenismo

Se as duas primeiras posições se assemelham, e ao mesmo tempo se diferem uma da outra, o mesmo pode ser dito entre as duas próximas. Na maioria das vezes, os Premilenistas – Históricos e Dispensacionalistas – tendem a se comunicar melhor entre si, assim como os Pós-milenistas e Amilenistas.

Em geral, o Pós-milenismo afirma que o retorno de Cristo será depois do Milénio.  Geralmente os Pós-milenistas creem que o Reino Milenar não se trata de um período de tempo literal, mas de um reinado literal não-terreno, quando, por meio da disseminação do evangelho, adentraremos uma era dourada, que ocorrerá progressivamente. Também podemos dividir o Pós-milenismo sob duas perspectivas, uma antiga e outra mais recente. Berkhof observa que, em relação ao:

Pós-milenismo Antigo

Embora suas exposições diferissem nalguns pormenores, a ideia predominante era que o Evangelho, que se propagará gradativamente pelo mundo todo, no fim se tornará imensuravelmente mais eficiente do que no presente e introduzirá um período de ricas bênçãos espirituais para a igreja de Jesus Cristo, uma idade de ouro em que os judeus também compartirão as bênçãos do Evangelho de maneira sem precedentes […], a idade de ouro da igreja, segundo se diz, será seguida por um breve período de apostasia, um terrível conflito entre as forças do bem e do mal, e pela ocorrência simultânea do advento de Cristo, da ressurreição geral e do juízo final. 

O Pós-milenismo Moderno

O Pós-milenismo chamado Moderno, aparentemente, é mais audacioso, pois acredita que a era dourada da igreja, também ocorrerá por meio da propagação do evangelho, entretanto, diante do empenho dos crentes em proclamá-lo, o que demanda certo esforço (e por que não crédito?) dos homens. Essa declaração de Shirley Jackson Case nos ajuda a entender como pensa um Pós-milenista Moderno: Continuaremos buscando a Deus para introduzir uma nova ordem por meios catastróficos, ou assumiremos a responsabilidade de produzir o nosso próprio milênio, crendo que Deus está operando em nós e em nosso mundo o querer e o fazer para o seu beneplácito?  – (Grifos meus).

O curso da História exibe um longo processo de luta de evolução pelo qual a humanidade como um todo eleva-se cada vez mais na escala da civilização e da consecução, melhorando sua condição de quando em quando mediante sua maior habilidade e evangelho. Vista segundo a longa perspectiva das eras, a carreira do homem tem sido de real ascensão. Em vez de piorar, vê-se que o mundo melhora constantemente. […] desde que a História e a ciência mostram que o melhoramento é sempre resultado de esforços de realização, o homem acaba imaginando que os males ainda não vencidos haverão de ser eliminados por estrênuos esforços e reforma gradual, e não pela intervenção catastrófica da Divindade. […] as moléstias devem ser curadas ou evitadas pela habilidade do médico, os males da sociedade devem ser remediados pela educação e pela legislação, e as desgraças internacionais devem ser impedidas pelo estabelecimento de novos padrões e novos métodos de tratamento medicinal, e não por uma aniquilação repentina.  – (Grifos meus).

Além disso, também há divergências entre os Pós-milenistas acerca de como será o reino milenar, e quem serão os que reinarão com Cristo. Sobre isso, Hoekema diz:

Benjamim B. Warfield, geralmente alistado entre os Pós-milenistas, afirma que Apocalipse 20.1-6 descreve o aprisionamento de Satanás durante a era atual da Igreja, e o Reino das almas dos crentes mortos com Cristo nos céus durante a presente era. Em sua obra mais recente sobre o assunto, Loraine Boettner concorda com a interpretação de Warfield sobre esta passagem. Portanto, estes dois Pós-milenistas adotaram a interpretação Amilenista comum acerca dos seis primeiros versos de Apocalipse 20. J. Marcellus Kik, entretanto, mesmo concordando que o aprisionamento de Satanás esteja acontecendo no tempo presente, afirma que a expressão – “e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” – se refere aos crentes que vivem agora sobre a terra. De acordo com Kik, a “primeira ressurreição” (v.6) significa a regeneração destes crentes enquanto eles estão vivendo na terra, e os tronos do verso 4 são interpretados como um modo figurativo de descrever o reinado do povo de Cristo com ele agora sobre a terra. Normm Shepherd, também um Pós-milenista, sustenta, que o aprisionamento de Satanás ainda é futuro. No entanto, ele concorda com Kik ao interpretar a “primeira ressurreição” como se referindo à regeneração. Ele também interpreta o “viver e reinar com Cristo” como descrevendo a vida presente dos crentes sobre a terra”  – (Grifos meus).

Para finalizarmos, podemos perceber também que, para os Pós-milenistas a prisão de Satanás será simbólica, mas que para alguns ela já aconteceu, e para outros, essa prisão ainda vai acontecer, gradualmente, à medida que o evangelho progredir. Assim, a influência de Satanás não será totalmente anulada, mas diminuirá potencialmente. Muitos Pós-milenistas também creem que, em relação aos sinais do tempo, pelo menos a tribulação e apostasia já passaram, e os outros sinais ocorrerão gradativamente. Ao contrário dos Dispensacionalistas, creem que a volta de Cristo será um evento único, a ressurreição será geral, seguindo então o Juízo final, e a era vindoura, Céu e Inferno.

Amilenismo

Inicialmente precisamos dar a devida atenção ao termo Amilenismo. Hoekema observa que o termo pode não ser o ideal:

O termo Amilenismo não é muito feliz. Ele sugere que os Amilenistas ou os que não creem em nenhum milênio ou, simplesmente, ignoram os primeiros seis versos de Apocalipse 20, que falam de um reinado milenar. Embora seja verdadeiro que os Amilenistas não crêem em um reinado terreno literal de Mil Anos, que se seguiria à volta de Cristo, o termo Amilenismo não é uma descrição acurada de sua posição.  – (Grifos meus).

Hoekema diz isso, pois, na concepção dele, todo Amilenista crê em um reino milenar de Cristo, entretanto, não literal e não terreno. Contudo, ao lermos Berkhof, teólogo também Amilenista, em sua Teologia Sistemática, podemos perceber que este não tem nenhum problema com o uso do termo, e nem mesmo, pelo que parece, se constrange de ser acusado de não crer em um milênio:

Alguns que esperam um milênio no futuro afirmam que o Senhor voltará antes do milênio e, portanto, são chamados de Premilenistas; ao passo que outros acreditam que a sua segunda vinda ocorrerá após o milênio, e daí, são conhecidos como Pós-milenista. Numerosos são, porém, os que não creem que a Bíblia autoriza a expectativa de um milênio, sendo costume falar deles como Amilenistas.

Como o nome indica, o conceito Amilenista é puramente negativo, afirma que não há base suficiente para a expectação de um milênio e está firmemente convencido de que a Bíblia favorece a ideia de que a presente dispensação do Reino de Deus seguir-se-á imediatamente o Reino de Deus em sua forma consumada e Eterna.  – (Grifos meus).

Isto posto, adotaremos a linha de Amilenismo apresentada por Hoekema e seus pares, que parece ser a mais comum, crendo sim num reino milenar não literal nem terreno, não desprezando, todavia, a erudição de Berkhof.

O Amilenismo, assim observado, é a posição teológica que crê que o milênio de Apocalipse 20, é vivido por todos os crentes desde que Cristo derrotou Satanás no deserto. Nesse sentido, como já faz quase “dois milênios” que isso aconteceu, obviamente, os Amilenistas não interpretam tal milênio como literal, mas simbólico.

Uma vez que o número “dez” significa totalidade, e uma vez que “mil é dez elevado à terceira potência”, podemos considerar a expressão “mil anos” como indicando um período completo, um período muito longo de duração indeterminada.

Interessante observar é que os Amilenistas creem que os crentes que reinarão com Cristo não são os que estão vivos atualmente, mas os mártires que deram suas vidas pela fé que tinham em Cristo. O Reino Milenar, então, não ocorre na terra, como pensam os Pós-milenistas, mas no céu, com os tronos dos mártires. Isso significa que aqueles que morreram em Cristo já estão experimentando bênçãos espirituais nas regiões celestiais.

Em relação à prisão de Satanás, os Amilenistas igualmente a interpretam como simbólica, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, essa prisão não anula toda a ação de satanás, mas restringe a sua atuação como o “enganador das nações”. 

Para o Amilenismo os sinais da vinda de Cristo aumentarão à medida que tal vinda se aproxima, e tal vinda se dará em um evento único, pensamento alinhado ao Premilenismo Histórico e Pós-milenismo.

Entre tais sinais estão a manifestação do iníquo, a perseguição cada vez maior à igreja, o evangelho aos gentios, além de sinais da natureza.

 A ressurreição será geral; o arrebatamento será um cortejo da igreja com Cristo nos ares, de onde retornarão à terra para darem início ao juízo final, e assim, à era vindoura, seguindo-se céu para os salvos e inferno para os não-eleitos.

Por tudo o que sabemos, o apóstolo Paulo foi para a glória sem saber que o reino eterno do Messias começaria com um período de 1.000 anos que antecede as eras sem fim que seguirão.

As Escrituras hebraicas são explícitas e inequívocas: o reino messiânico escatológico é eterno (Dn 2.44; Dn 7.27). Apenas nas páginas finais do Novo Testamento, dadas ao apóstolo João três décadas depois do martírio de Paulo, foi que Deus introduziu o conceito de um Reino Milenar, revelando que o drama do final dos tempos terá início com um período de 1.000 anos.

Esse segmento do Reino do Messias será diferente do segmento eterno por, pelo menos, dois relatos importantes. Primeiro, seres humanos mortais entrarão no Reino Milenar e terão filhos que precisarão ser evangelizados. Segundo, muitos daqueles que nascerem no reino rejeitarão a Cristo, se ajuntarão em um exército contra Ele, e se rebelarão no final dos 1.000 anos, quando Satanás for solto “por pouco tempo” (Ap 20.3). Claramente, o reino de 1.000 anos de Apocalipse 20 deve ser entendido como o estágio inicial do reino eterno a ser governado pelo Messias Jesus.

No estágio milenar do Reino, o Diabo será preso; ele ficará incapacitado de perturbar os mortais que estarão vivendo na terra. O mundo estará sob o governo perfeito do Rei Jesus, com paz, igualdade, justiça e suficiência em todo o globo.

Depois de mil anos Satanás será solto; e, como um raio, o tentador juntará um vasto exército de entre aqueles que aproveitaram da vida idílica que o Rei Jesus lhes proporcionou. O exército se levantará em uma rebelião insana e fútil contra Ele.

O Reino Milenar demonstrará infalivelmente ao universo moral inteiro que o problema do homem é ele mesmo – sua própria rebelião; seu orgulho e seu egoísmo sem fim; e, sobretudo, seu ódio pelo Deus que merece sua devoção e fidelidade.

Na verdade, o Reino Milenar é mais bem concebido como a conclusão do processo que o Criador move contra uma raça rebelde. Deus moldou e moldará toda a história humana de maneira que mostre a Sua glória o mais perfeitamente possível; e é apenas contra a demonstração da total depravação e rebeldia da humanidade, como está descrito em Apocalipse 20, que podemos entender as profundidades da misericórdia e da graça de Deus (1Co 1.21). 

 

 


domingo, 13 de setembro de 2020

A P O C A L I P S E / SEXTA PARTE - O FIM DE TUDO 2

 O FIM DE TUDO 2

APOCALIPSE 19 – A VITÓRIA DO SENHOR

Neste momento, João relata que viu o céu se abrir para dar passagem para um cavalo branco cujo cavaleiro chamava-se "Fiel e Verdadeiro". Seu nome verdadeiro é conhecido apenas por ele próprio e era o "Verbo de Deus". Seus exércitos o seguiam, todos em cavalos brancos e vestido de linho.

Depois da derrota da Prostituta da Babilônia, João relata o júbilo no céu pela vitória. Primeiro de uma grande multidão, depois dos vinte e quatro anciãos e das quatro criaturas viventes (Visão de João do Filho do Homem) e finalmente de uma voz "como a voz de uma grande multidão, e como a voz de muitas águas, e como a voz de fortes trovões". Esta última anuncia a chegada da hora das "bodas do Cordeiro", que vestiu um linho finíssimo "que são os atos da justiça dos santos". Esta voz então se dirigiu ao próprio João reafirmando que apenas os bem-aventurados foram chamados às bodas e que estas são as palavras de Deus. Maravilhado, João prostrou-se para adorar o Cordeiro, mas foi repreendido e orientado a adorar apenas a Deus "pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia" (Apocalipse 19:1-10).

Neste momento, João relata que viu o céu se abrir para dar passagem para um cavalo branco e que de sua boca saía uma espada com a qual irá ferir as nações e julgá-las; ele é o que pisa o lagar da ira de Deus ( Apocalipse 14). Sua capa o identifica como "rei dos reis e senhor dos senhores" (Apocalipse 19:11-16).

João então descreve a batalha final, anunciada por um "anjo em pé no sol" que chamou os pássaros para que se refestelassem na carne dos derrotados, homens e cavalos, ricos e pobres, livres ou escravos. A besta e todos os reis da terra reuniram seu exército para enfrentarem o exército do que estava no cavalo branco (veja a sexta taça em Apocalipse 16), mas ela foi presa juntamente com o falso profeta que a tantos havia enganado com a marca da besta. Os dois foram lançados no lago de fogo "que arde com enxofre". Os demais foram derrotados pela espada do cavaleiro no cavalo branco (Apocalipse 19:17-21).

“…[Em Apoc. 19,] os livros de Daniel e Apocalipse, com seus numerosos aspectos proféticos, atingem o clímax. As esperanças do povo de Deus, que às vezes têm sido débeis, serão recompensadas. Por exemplo, a promessa de Daniel 2:44: ‘Nos dias destes reis, o Deus do Céu suscitará um reino que não será jamais destruído’, cumprir-se-á finalmente. O reino será dado ‘ao povo dos santos do Altíssimo; o Seu reino será reino eterno’ (Dan. 7:27). Quando Cristo vier estabelecer esse reino, ‘todo olho O verá… E todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele’ (Apoc. 1:7).

“Apocalipse 19 fala de júbilo e de lamentação onde será destruída toda apostasia e todos os apóstatas dos últimos dias. Deus será vindicado ao executar suas decisões finais, com base nas escolhas que as pessoas fizeram no tocante à lealdade e adoração. Ele realizou tudo que era possível para salvar toda pessoa que já viveu neste mundo. Enviou Seu Filho – o Cordeiro de Deus – que então voltará como REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.

“As duas ceias de que fala Apocalipse 19 representam o destino final das duas classes de pessoas que vivem sobre a Terra. Todo ser humano tem nesta vida a escolha de cear com Cristo ou de ser rejeitado eternamente. Se se fala de duas ceias: uma é a grande ceia de Deus, que se refere ao castigo dos ímpios, e a outra é a ceia do Cordeiro, que se refere à recompensa dos fiéis. Fala também do destino para os habitantes da terra. Destino severo dos perdidos eles mesmo o escolheram. A oposição a Deus não poderá prosseguir indefinidamente. O dilúvio do tempo de Noé nos diz isto. Em Seu amor Deus salva; em Seu amor Ele destrói”.

Apocalipse 19:1 Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma imensa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e o poder pertencem ao nosso Deus;  

Depois destas coisas – O capítulo 19 começa com as palavras: ‘Depois destas coisas.’ Após a visão relatada nos dois capítulos anteriores, João ouviu cânticos de regozijo no Céu depois do julgamento da meretriz e dos que haviam participado nos seus enganos e aceito suas falsas doutrinas. A primeira parte do capítulo é o clímax do que o apóstolo acabara de ver. Aleluia! (versos 1, 3, 4 e 6) – “Aleluia” provém do hebraico halelu-Yah – uma combinação de duas palavras. A primeira significa ‘louvar’, e a segunda é uma forma abreviada de ‘Yaweh’. Este é o único lugar em que essa palavra aparece no Novo Testamento. O Universo inteiro se une em aclamar o direito de Deus à soberania universal. Cada vez que pronunciamos esta palavra, falamos o nome de Deus e, por isso, deve ser falada com toda reverência e respeito. Não é uma palavra comum ou uma mera interjeição,. E sim, uma expressão de adoração ao Senhor. As outras palavras usadas aqui são expressões comuns do louvor dado ao Senhor no Apocalipse (como também em outros livros): salvação (7:10; 12:10), glória (1:6; 4:9,11; 5:12,13; 7:12; 11:13; 14:7; 16:9; 19:7; 21:26), poder (4:11; 5:12; 7:12; 11:17; 12:10).

Apocalipse 19:2 porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.

Verdadeiros e justo são os Seus juízos – Por ocasião da Segunda Vinda, os verdadeiros e justos juízos de Deus serão vistos claramente por todo o Universo. Por toda a eternidade serão cantadas antífonas ”melodia curta” de louvor a Deus. Todos estarão plenamente convictos de que Deus é tudo que Sua Palavra declara que Ele é. “Querendo ou não, farão parte do reino de Deus”. Alguns em estado de rebelião, outros são cooperadores de Deus.

Fim do julgamento – “O figurado clamor dos mártires era o seguinte: ‘Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra? (Apoc. 6:10,11). O seu julgamento ocorreu então no Céu. Enquanto ainda se achavam na sepultura, a cada um deles foi dada uma vestidura branca. A segunda parte da oração dos mártires só será atendida quando Deus vingar a morte deles. Ao julgar e punir ‘Babilônia’ (Apocalipse 17 e 18), o Senhor vingará a morte dos mártires. Por esta razão, o júbilo relatado em Apocalipse 19:2 menciona o completo cumprimento da oração dos mártires

Pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos: No julgamento da Babilônia, Deus se mostrou justo e respondeu à petição das almas debaixo do altar, no quinto selo, que esperavam a vingança contra seus perseguidores (6:9-11).

Apocalipse 19:3 E outra vez disseram: Aleluia. E a fumaça dela sobe pelos séculos dos séculos.

Segunda vez disseram: Aleluia!: A multidão repete sua palavra de adoração, dando honra a Deus.

Fumaça…pelos séculos dos séculos – A expressão de que ‘a sua fumaça sobre pelos séculos dos séculos’ (Apoc. 19:3) é extraída da profecia de Isaías sobre a destruição de Edom (Isaias 34:10). Indica o total extermínio dos ímpios. Isto é confirmado pelo fato de que os elementos que compõem a ‘cidade’ da Grande Babilônia são punidos e destruídos aqui na Terra, a mesma Terra que Deus irá recriar (II S. Ped. 3:12 e 13). Ver também Apoc. 20:14 e 15; Prov. 11:31; S. Judas 7; Apoc. 21:1 e 5.). A fumaça acompanha várias figuras do castigo divino (cf. 9:18; 14:11). Subiu de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:28). Deus respondeu à oração de Davi quando este pediu livramento das mãos de Saul. Davi descreveu a justiça divina, dizendo: “Das suas narinas, subiu fumaça, e da sua boca, fogo devorador” (2 Samuel 22:9; cf. Salmo 18:8; 37:20). Isaías falou de “espessas nuvens de fumaça” para descrever o castigo de Israel (Isaías 9:18).

Apocalipse 19:4 – Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia!

Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono: Semelhante às “ondas de louvor” dos capítulos 4 e 5, mas aqui a adoração começa com a grande multidão e continua com os 24 anciãos e os quatro seres viventes. Deus permanece no trono. Imperadores vêm e vão, mas o Todo-Poderoso continua governando o seu reino universal e eterno.

Dizendo: Amém! Aleluia!: Que seja assim! Louve a Deus!

Apocalipse 19:5 – Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes.

Saiu uma voz do trono, exclamando: Esta voz não é de Deus, pois chama os servos para louvar ao “nosso Deus”. Quem poderá estar junto ao trono de Deus? Há algumas possibilidades: 1. Os quatro seres viventes ficam “no meio do trono e à volta do trono” (4:6); 2. Os vencedores recebem a promessa de sentar com Jesus no seu trono (3:21) para reinar com ele (2:26-27). Eles entram na presença de Deus e ele estende sobre eles o seu tabernáculo (7:14-15). São colunas permanentes no santuário de Deus (3:12).

Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes: Toda criatura, da menor ao maior, deve honra ao Senhor (5:8-14). Temer significa respeitar e reverenciar. Deus merece o temor de todas as suas criaturas (I Pedro 2:17).

Apocalipse 19:6 – Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso.

Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão: Voltamos ao início de uma nova “onda de louvor” no ponto de partida, a numerosa multidão (19:1).

Como de muitas águas e como de fortes trovões: Estas descrições identificam, em outros versículos, a forte voz de Jesus (1:15), dos sons que vêm do trono (4:5; 8:5; 11:19; 16:17-18), ou de um grande número de adoradores (14:2). Aqui, é a voz coletiva da grande multidão.

Dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso: O dragão queria reinar, mas não conseguiu. A besta se achava única, mas sua autoridade duraria pouco tempo (13:4-5). A meretriz dominava os reis do mundo, mas ela caiu (17:18; 18:2). Das dez vezes que a palavra traduzida aqui por “Todo-Poderoso” que aparece no Novo Testamento, nove estão no Apocalipse (1:8; 4:8; 11:17; 15:3; 16:7,14; 19:6,15; 21:22).

Apocalipse 19:7 – Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou

Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro: Anunciam o motivo da celebração: é uma festa de casamento! O Cordeiro receberá a sua noiva! A figura do casamento para representar a relação de Deus com o seu povo é usada no Velho Testamento para falar sobre o povo judeu. Deus tomou Israel (ou Judá) como sua esposa, mas ela foi infiel, cometendo adultério espiritual (Ezequiel 16; Oséias 2 e 3). No Novo Testamento, Cristo se entregou por sua noiva, e quer que ela seja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:25-27).

Cuja esposa a si mesma já se ataviou: Ela se preparou para o casamento, como uma noiva se prepara para se apresentar ao noivo. A ideia da noiva nas Escrituras exige o esforço da igreja para se apresentar pura e sem mancha. Paulo disse: “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2 Coríntios 11:2).          

Louvor – “Os versos 1 a 7 constituem um arranjo coral composto de duas antífonas e dois responsos: Nos versos 1 a 3, uma grande voz no Céu introduz o tema do cântico, atribuindo honra e justiça a Deus por haver punido Babilônia. No verso 4, os ‘seres viventes’ e os ‘anciãos’ respondem de modo afirmativo. No verso 5 uma voz procedente do trono convida todos os súditos leais, por todo o Universo, a reconhecerem em conjunto a verdade do tema.  Nos versos 6 e 7, o Universo inteiro se une em aclamar o direito de Deus à soberania universal. Este hino de louvor está em acentuado contraste com o canto fúnebre no capítulo 18, versos 10-19.” . Os primeiros oito versículos do cap. 19 de Apocalipse transcrevem um gozo sublime e uma alegria espetacular com aleluias e louvores  ao Cordeiro, que venceu e recuperou todos os poderes usurpados pelo inimigo; acabou com as artimanhas e instrumentos de Satanás e, havendo reivindicado a Deus perante o Universo, vem ao encontro de Sua igreja, com quem haverá de unir-Se para sempre.

Então nos levará à casa do Pai, onde terá lugar a grande ceia das bodas do Cordeiro. Sem dúvida será a maior e mais emocionante festa havida no Universo. Pensando neste dia Jesus declarou: ‘E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Meu Pai’ (Mateus 26:29)”.                

Noiva – “Declara-se que a noiva é a cidade santa”, A Nova Jerusalém, porque essa cidade constitui o lar dos remidos. A ideia de uma ‘cidade’ ou ‘igreja’ só pode ser significativa se levarmos em consideração as pessoas de que ela se compõe. A ‘esposa’ do Cordeiro (Apoc. 19:7) são os ‘santos’ que recebem o ‘linho finíssimo’ (verso 8.)

“Nas Escrituras, o símbolo da noiva ou esposa” é usado em mais de um sentido. Comumente, esse símbolo representa a Igreja de Deus. Em Apocalipse 21, a cidade é apresentada como sendo a noiva para possibilitar a figura de um casamento em que os convidados são o povo de Deus. Noutra parte é declarado que os santos constituem a esposa do Cordeiro (Apoc. 19:7 e 8; Isaias 52:1).

O casamento – “A proclamação: ‘Aí vem o Esposo!”, Os seguidores de Cristo devem esperar ‘o seu Senhor. mas devem compreender o trabalho de Cristo e segui-Lo, pela fé, ao ir Ele perante Deus.

O duplo significado de “Casamento” – “A palavra grega usada em Mateus 25:10 (gamos) pode significar ‘cerimônia de casamento’ ou ‘festa de casamento’. As pessoas representadas pelas cinco virgens prudentes entrarão com Cristo, pela fé, na cerimônia de casamento. A mesma parábola se aplica à Segunda Vinda de Jesus, quando os que estiverem preparados (as cinco virgens prudentes) serão levados ao lar do Noivo para a ceia das bodas do Cordeiro.

Apocalipse 19:8 – pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.

Pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro: A meretriz, a grande cidade mundana, estava vestida de linho finíssimo, mas sua posição como rainha durou pouco tempo. Linho fino é a roupa adequada para um servo na presença de um rei (Gênesis 41:2). Foi usado nas vestes sacerdotais no Velho Testamento (Êxodo 28:5,6,8,15,39,42; 1 Samuel 2:18; 22:18). Deus vestiu sua esposa em linho fino (Ezequiel 16:10,13). Em outros trechos do Apocalipse, linho finíssimo mostra a pureza dos servos de Deus. É vestido pelos anjos que saem do santuário com os sete flagelos (15:6; Ezequiel 10:2-7). A noiva que se apresenta a Cristo é vestida de linho fino.

Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos: O significado do linho, como já deduzimos das citações acima, é a pureza dos servos obedientes. Este versículo não nega a importância da graça divina na nossa salvação, como vários outros versículos deste livro enfatizam (7:14; 12:11; etc.). Ele frisa a necessidade da fé obediente (14:12; cf. Tiago 1:25; 2:24).

A dádiva do ‘linho finíssimo’ ocorre como resultado do processo de preparação. Pureza de caráter no fim do processo de preparação é o significado da passagem.

O linho puro representa as boas ações do dedicado povo de Deus. Isto significa que é o caráter que constitui a vestimenta que adorna a Noiva de Cristo. Em todo o Apocalipse os redimidos são descritos como vestidos de branco. Os vinte e quatro anciãos estão ‘vestidos de branco’ (4:4). Os que fazem parte da multidão que se achava ante o trono de Deus estavam ‘vestidos de vestiduras brancas’ (7:9). E nas bodas do Cordeiro, à igreja ‘lhe foi dado o vestir-se de finíssimo linho, resplandecente e branco’ “Conquanto a veste nupcial seja uma dádiva divina, isto não é algo arbitrário e formal, mas dinâmico. Os santos que são convidados para a festa do Cordeiro são os que manifestaram firme persistência, guardaram os mandamentos de Deus e perseveraram em sua fé em Jesus (Apoc. 14:12).”

“O povo de Deus constitui a glória da Nova Jerusalém”. O simbolismo em Apoc. 19:7 e 8 parece ter sido extraído de Isaías 52:1, onde Deus exorta os cativos judeus em Babilônia a deixarem a terra do exílio e retornarem à Palestina. Neste caso, a figura das ‘roupagens formosas’ designa as pessoas justas que se tornaram humildes e penitentes pela disciplina do cativeiro e que se haviam unido a Deus por meio de arrependimento e confissão de seus pecados.”

Apocalipse 19:9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. Disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.

Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus: Uma afirmação importante, cuja veracidade é frisada de várias maneiras: 1. O anjo mandou que João escrevesse estas palavras (assim reforçando a ordem geral de 1:19); 2-Ele enfatizou que as palavras são verdadeiras. Obviamente, tudo que Deus fala é a verdade, mas esta palavra destaca mais ainda a importância desta afirmação; 3. Disse que são palavras de Deus, a fonte de altíssima autoridade.

Bem-aventurados os chamados – “Primeiro Cristo provê a veste nupcial para todos; e então ela precisa ser usada por toda pessoa convidada. (Ver Isaias 61:10; Zac. 3:3 e 4; Apoc. 3:5 e 18.)

“Pelas bodas é representada a união da humanidade com a divindade; a veste nupcial simboliza o caráter que precisa possuir todo aquele que há de ser considerado hóspede digno para as bodas.” Sendo que haverá uma ressurreição dos justos (S. João 5:29) por ocasião da volta de Jesus, e os justos vivos serão ‘arrebatados juntamente com eles, …para o encontro do Senhor’ (I Tess. 4:16 e 17), os convidados para a ceia das bodas do Cordeiro virão de todas as épocas, desde o tempo de Adão e Eva.”

A mensagem é a quarta das sete bem-aventuranças. Quem são estas pessoas abençoadas? Os vencedores, os obedientes, os santos, os que não amaram a própria vida e se ofereceram totalmente ao Senhor. Neste contexto, a aplicação primária deve ser feita aos vencedores no contexto da perseguição romana. A figura do casamento de Cristo com a sua igreja, porém, estende-se aos outros fiéis (1 Coríntios 11:2; Efésios 5:27). Os mártires da época de João acham a sua vindicação na derrota da meretriz e, logo em seguida, na queda das bestas e do dragão. A igreja de todos os lugares e de todas as épocas realiza a sua vitória em chegar à presença do Senhor – ou pela morte dos fiéis (2 Timóteo 4:6-8) ou pela segunda vinda de Jesus (1 Tessalonicenses 4:16-18).

Apocalipse 19:10 – Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.

Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo: A primeira de duas vezes que João prepara-se para adorar um anjo. Alguns sugerem que fosse o mesmo episódio relatado duas vezes. Há várias explicações deste ato do apóstolo: 1. Alguns comentaristas dizem que não foi um ato do próprio João, mas que ele se viu nas visões agindo desta maneira. Assim, o ato dele faz parte da cena e serve como advertência sobre o perigo da idolatria, sem sugerir qualquer erro real cometido pelo apóstolo; 2. Outros sugerem que João se confundiu, achando que o anjo fosse o próprio Jesus e, assim, merecedor de adoração; 3. Uma outra explicação é que João ficou tão maravilhado com a cena das bodas que caiu impulsivamente para dar homenagem ao anjo que lhe mostrou as coisas da visão; 4. A outra possibilidade é que João errou e, agindo sem refletir, começou a dar louvor impróprio ao anjo.

Todas estas explicações parecem plausíveis,...  parece-me que a última – que João falhou e foi repreendido – seja a mais natural e menos complicada. Seria inteiramente natural, nas Escrituras, revelar as falhas de um bom homem. Noé, Abraão, Moisés, Gideão, Davi, Pedro e outros heróis bíblicos cometeram erros graves, e os relatos nas Escrituras não escondem estas falhas. Não esperaríamos um erro desta gravidade do apóstolo velho e fiel, mas não é fora de cogitação.

Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus: Independente do motivo ou da explicação dada às ações de João, a resposta do anjo reforça um fato importante. A adoração pertence exclusivamente a Deus (Mateus 4:10; Atos 10:25-26; 14:11-18). O problema fundamental no Apocalipse é a tentação de adorar falsos deuses, especificamente a besta. Historicamente, os romanos aceitavam bem as diversas religiões dos povos sujeitos, pois estes meramente acrescentaram mais alguns deuses aos seus sistemas politeístas. Os judeus e os cristãos, porém, foram perseguidos, em alguns períodos da história, porque, como adoradores de um só Deus, rejeitaram os deuses dos romanos. Quando recusaram a louvar os deuses, foram vistos erroneamente como ateístas. Esse ato de João em se prostrar diante do anjo ilustra o perigo de qualquer um cair na idolatria de dar honra indevida a criaturas, e não ao Criador. Todos, até o próprio apóstolo, precisam da admoestação do final de sua primeira carta: “Guardai-vos dos ídolos”.

O anjo se viu como conservo. Ele é uma criatura, mais próximo, em natureza, do homem do que do Criador.

O testemunho de Jesus deve ser guardado. O evangelho não é apenas uma história interessante. É uma mensagem que exige uma reação. O evangelho deve ser obedecido (Romanos 10:16; 2 Tessalonicenses 1:8; 1 Pedro 4:17).

Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia: Jesus é a essência de profecia, pois ela olha para o Senhor dos senhores e Rei dos reis. A importância não deve ser dada ao anjo ou a qualquer outro mensageiro. Jesus é o personagem principal da revelação do mistério de Deus. Ele, e não os anjos merece a adoração. A aceitação de adoração por parte de Jesus e a ordem do Pai que ele fosse adorado (Hebreus 1:6) são algumas das provas da divindade dele. As palavras verdadeiras e as profecias que vêm de Deus nos levam a honrar e adorar a Jesus. Adoração de qualquer criatura, mesmo de um anjo, seria errado, uma forma de idolatria.

Veremos nos próximos versículos o destino da besta – o objeto de louvor dos ímpios – e do falso profeta que induz os homens a adorá-la. 

A BESTA QUE SOBE DO MAR

Apocalipse 19:11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça.

E vi o céu aberto  – Céu aberto “Na sequência profética que começa em Apoc. 4:1, João viu uma ‘porta aberta’ no próprio Céu. Agora, em Apoc. 19:11, ele vê ‘o Céu aberto’. Começa a sequência final dos acontecimentos, à medida que Deus vai agindo para libertar Sua Igreja militante. Cristo e os exércitos do Céu se dispõem para a batalha. A partir daí, podem ser delineados sete eventos na visão: 1) A Volta Triunfal de Cristo; 2) A derrota da besta e seus partidários; 3) a prisão de Satanás; 4) O milênio; 5) A fase executiva do julgamento final; 6) a destruição de Satanás e dos pecadores impenitentes; 7) a Nova Terra e a Nova Jerusalém.”

O Guerreiro e o Armagedom – “João vê o Céu aberto. Jesus vem, e ocorre a batalha do Armagedom. Este é o ‘grande dia do Deus Todo-poderoso’ (Apoc. 16:14; comparar com o verso 19; 14:17-20). “’A providência Divina para desempenhar na batalha do Armagedom. “Em breve travar-se-á a batalha do Armagedom. Aquele em cujo manto está inscrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores, em breve irá à frente dos exércitos do Céu montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro”.

Apocalipse19:12 Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.

Ele tem a ciência divina (olhar de fogo) e poder universal (muitos diademas). “Conhecer o nome” significa “ter poder sobre alguém” ora ninguém tem poder sobre Jesus.

Apocalipse 19:13 Estava vestido de um manto salpicado de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus.

Estava vestido com um manto salpicado de sangue – “Cristo nos liberta para sempre”. Na cruz do Calvário pagou completamente o preço de nosso resgate, com a qual nos liberta da culpa de nossos pecados, e quando se derramar a última tormenta do conflito dos séculos, virá buscar-nos para nos libertar completa e definitivamente, pois destruirá Satanás e seu sistema de rebelião.

“As duas representações de Cristo no Apocalipse têm algumas semelhanças e várias diferenças”. Em vez das suntuosas vestes sacerdotais, o Rei-Guerreiro usa ‘um manto tinto de sangue’; está montado num cavalo branco, à frente de um conjunto de cavalarianos. Em Apoc. 1 a 3, Cristo, como Sacerdote, defronta Suas igrejas; ao passo que em Apoc. 19, como Guerreiro, Ele enfrenta Seus inimigos.

Apocalipse 19:14 Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.

Cristo, Sacerdote e Cristo, Rei-Guerreiro – “Compare o simbolismo de Cristo como Sacerdote (Apoc. 1:12-20) e o simbolismo de Cristo como Rei-Guerreiro (Apoc. 19:11-16). “Cristo enfrenta Seus inimigos. Em geral, admite-se que as figuras de Apoc. 19:11-16 são extraídas de Isaías 63:1-6, que apresenta o Messias como ‘poderoso para salvar’ Seu povo e vitorioso sobre os Seus inimigos.

Apocalipse 19:15 Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.

 “Em ambos os lugares, o caráter de Cristo é retratado como ‘fiel e verdadeiro’ (Apoc. 1:5; 3:14; 19:11). Seus olhos são ‘como chama de fogo’ (Apoc. 1:14; 19:12) e ‘da boca saía-Lhe uma espada afiada (Apoc. 1:16; 19:15), o que provavelmente constitui uma referência à autorizada palavra proferida por Ele, que pode significar vida ou morte. (Comparar com Isa. 11:4; II Tess. 2:8.)

Da sua boca saía uma espada afiada - Cristo fere as nações com a espada de Sua boca – “Em Sua Vinda, Cristo fere as nações com a espada que tem na boca. Esta figura é explicada noutras partes da Bíblia: ‘Com o sopro dos Seus lábios matará o perverso.’ Isa. 11:4. ‘Então será de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca. (I Tess. 2:8).

Ele as regerá com vara de ferro – “Nesse contexto, a figura de um pastor regendo com ‘vara de ferro’ significa que ele destrói tudo o que ataca o Seu rebanho. (Comparar com Apoc. 2:27; 12:5; Sal. 2:8 e 9.). “’O antigo cajado do pastor tinha dupla função. A parte arqueada servia para ajudar e guiar as ovelhas, ao passo que a pesada ponteira de ferro na extremidade também fazia dele uma arma de ataque. Esta era usada para proteção do rebanho, a fim de repelir e matar animais selvagens que quisessem dispersa-lo e destruí-lo. Chegou o tempo de o Bom Pastor usar a ‘vara de ferro’ contra as nações, para o livramento de Seu assediado rebanho na Terra. O ato de reger ou ferir as nações com vara de ferro resulta no seu extermínio, e não no seu governo durante o milênio, segundo afirmam alguns.’”

Apocalipse 19:16 No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Rei dos reis e Senhor dos senhores – “Nosso Rei vindouro merece todo nome e homenagem nessa passagem. Homens pecaminosos e até dirigentes de igreja blasfemaram dEle.  “Em suma, o livro do Apocalipse transmite a mensagem de esperança e certeza de que Cristo virá como Messias real para livrar Seu povo na última guerra do mundo [Armagedom] contra Deus”.

Apocalipse 19:17 E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus,

A ceia das aves – “A grande ceia das aves (Apoc. 19:17, 18 e 21) também simboliza a destruição dos inimigos do Céu quando Cristo voltar. (Comparar com Sal. 79:2; I Sam. 17:44 e 46; Ezeq. 39:17-20.)”

“Esta ‘ceia das aves’ afeta o mesmo grupo descrito em Apocalipse 6:15-17, o qual não pode resistir à presença do Senhor por não haver aceito a salvação em Cristo e consequentemente não haver-se preparado para recebe-Lo. No final do milênio, serão destruídos definitivamente pela segunda morte.

Apocalipse19:18 para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.

Deus manifesta sua glória poder e salvação: ao destruir aquele que destruía a terra. A carnificina mostra que a justiça de Deus é implacável e atinge a todos aqueles que não temeram a Deus, derrotando as forças idólatras e suas ideologias.

Apocalipse 19:19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército.

A Vitória vem do Céu: A Besta o falso Profeta, agentes do mal, se reúnem com seu exército contra Cristo mas a vitória vem do céu que derrota a mentira e conduz ao Deus vivo a verdadeira vida que é a comunhão na justiça e no amor.

Apocalipse 19:20  E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.

Lago de fogo – “Recapitule tais passagens como II Tessalonicenses 1:7-10; 2:8; II S. Ped. 3:10, bem como Apocalipse 19:20. Haverá ‘dois lagos de fogo’ um por ocasião da Segunda Vinda, e o outro no fim do Milênio. Na Segunda Vinda serão consumidas as forças terrestres do mal. No fim do Milênio, Satanás e seus anjos também serão incluídos (Apoc. 20:20).”

“A confederação” político-religiosa que é simbolizada pela besta, o falso profeta e os reis da terra ‘com seus exércitos’ será lançada no lago de fogo (Apoc. 19:19 e 20). Essa linguagem simbólica torna evidente que o A Volta Triunfal de Cristo trará livramento aos remidos, seguido de regozijo na grande ceia das bodas do Cordeiro, mas causará a destruição mundial de todos os inimigos de Deus e Seu povo.  Apoc. 19:20 e 20:9 e 14 demonstram que haverá duas ocorrências chamadas ‘lagos de fogo’: uma no começo e outra no fim do milênio.”

“Por ocasião da vinda de Cristo”  os ímpios serão eliminados da face de toda a Terra: consumidos pelo espírito de Sua boca, e destruídos pelo resplendor de Sua glória. Cristo leva o Seu povo para a cidade de Deus, e a Terra é esvaziada de seus moradores.”

Apocalipse 19:21 E os demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.

Os demais foram mortos – “Os incrédulos serão destruídos por ocasião da volta de Jesus. A ênfase dessa cena de guerra (Apoc. 19:11-21) é a destruição total dos inimigos de Deus. 1) a espada que sai da boca de Cristo destrói as nações (Apoc. 19:15 e 21; comparar com Isaias 11:4; II Tess. 2:8); 2) Ele as despedaça com ‘vara de ferro’ (Apoc. 19:15; comparar com Sal. 2:9; Apoc. 2:27) 3) Os poderes organizados que se levantam contra Cristo (‘a besta’ e ‘o falso profeta’) são lançados no lago de fogo (Apoc. 19:19 e 20); 4) as aves do firmamento são convidadas a banquetear-se com ‘as carnes’ de todos os que foram mortos, ‘quer livres, quer escravos, assim pequenos como grandes’ (Apoc. 19:17, 18 e 21).”

Volta de Jesus: Destino dos homens e anjos caídos – “Quando Jesus vier, com Suas hostes de anjos, permanecerá no céu, acima da Terra. Os salvos irão ‘para o encontro com o Senhor nos ares’ (I Tess. 4:17). Jesus não irá andar pela Terra como fez em Sua primeira vinda. Por esse motivo a personificação de Cristo executada por Satanás, antes do advento, não irá enganar o povo de Deus. (Ver Mat. 24:23 e 24; II Tess. 2:8-12.)

“Os que nem creram em Cristo nem ensinaram Sua verdade” conforme está na Bíblia serão destruídos pela glória de Sua presença. Os que O crucificaram, e foram ressuscitados pouco antes de Sua volta, serão destruídos como as hostes de perdidos que receberam a marca da besta. Os anteriormente mortos em pecado permanecerão nas sepulturas por mais mil anos.

“Quando as trombetas soarem”, os que, em todos os tempos, morreram fiéis a Jesus Cristo saem dos sepulcros e vão encontrar o Senhor nos ares (estes á estarão com Cristo na ocasião do Arrebatamento). Então os santos arrebatados se juntarão aos anjos e voltarão com para a Terra com Cristo com poder e grande glória e reinarão no Milênio com Cristo. (Ap.20:4-6.).

RESUMINDO...

São Chegadas as Bodas do Cordeiro (Apocalipse 19:1-10)

Antes de começar as séries de julgamentos, o Apocalipse já afirma a posição exaltada do Senhor. Jesus recebe “a glória e o domínio pelos séculos dos séculos” (1:6). O Senhor Deus é o Todo-Poderoso (1:8; 4:8). O Pai senta no trono, vive eternamente e recebe das suas criaturas “a glória, a honra e o poder” (4:9-11). O Pai e o Filho recebem “o domínio pelos séculos dos séculos” (5:13).

As cenas de julgamento demonstram a soberania de Deus. No intervalo entre os sexto e sétimo selos, Deus está no trono e recebe o louvor daqueles que proclamam que ele possui o poder e a força pelos séculos dos séculos (7:12). A sétima trombeta declara o reino universal de Cristo, que “reinará pelos séculos dos séculos”, dizendo que o “Senhor Deus, Todo-Poderoso” assumiu seu grande poder e passou a reinar (11:15-17). Os conflitos do capítulo 12 mostram o fracasso do dragão, porque “Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo” (12:10). A cena no monte Sião, antes das vozes do capítulo 14, mostra o Cordeiro em pé sobre o monte (14:1). No intervalo antes do derramamento das sete taças, os vencedores adoram o “Senhor Deus, Todo-Poderoso”, o “Rei das nações” (15:3). A vitória sobre a grande meretriz foi garantida, pois o Cordeiro é “o Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (17:14).

Mas houve momentos em que estas verdades sobre a primazia de Deus se tornaram mais obscuras: Quando a besta venceu as duas testemunhas (11:7); quando o dragão se mostrou forte diante da mulher (12:3-4); quando a besta do mar se exaltou e desafiou e venceu os servos de Deus com suas palavras arrogantes e blasfemadoras (13:4-7); quando a besta da terra fez morrer aqueles que recusaram adorar a besta (13:15); e quando a grande meretriz se embriagou com o sangue dos santos (17:6). É difícil manter uma confiança total no Senhor quando parece que o mal vence o bem.

Os últimos cinco capítulos do Apocalipse servem para apagar qualquer dúvida que tenha sobrado. Deus é o Soberano que reina eternamente, e os fiéis que confiam no sangue do Cordeiro vencem para participar do reino eterno. A vitória total e final é dos santos. As bodas do Cordeiro representam a celebração desta grande vitória.

1-5  - Deus manifesta sua glória poder e salvação ao destruir aquele que destruía a terra: ele faz justiça reabilitando a honra dos perseguidos e mártires.

5-9 – Deus reina através do testemunho de Jesus dado pelos cristãos. A realeza de Deus consiste em dirigir a história para que se realize a Aliança. Ela foi prometida e agora é concluída no fim dos tempos (Ap.21). Jesus ressuscitado se une com a nova humanidade na Aliança de Justiça (linho branco) e de amor. O casamento é um sinal de Aliança consumada: a união dos homens com Deus e entre si.

10 – A profecia consiste em dar o testemunho de Jesus adorando só a Deus. Não se deve adorar aos transmissores da fé (pregadores teólogos ministros) mas somente a Deus.

11-16 – João apresenta Jesus como o Senhor absoluto dda história (cavaleiro). O branco é a cor da vitória. Ele é o Messias a encarnação da justiça de Deus. Tem a ciência divina (olhar de fogo) e poder universal (muitos diademas). “Conhecer o nome” significa “ter poder sobre alguém” ora ninguém tem poder sobre Jesus. O sangue é dos inimigos destruídos pela justiça de Deus. Jesus é a Palavra de Deus anunciada e vivida pela multidão dos cristãos. A espada é o Evangelho que julga condenando ou salvando.

17-21 – O anjo anuncia a vitória sobre a Besta e o Falso Profeta agentes do mal. A carnificina mostra que a justiça de Deus é implacável e atinge a todos derrotando as forças idólatras e suas ideologias. A vitória vem através do anuncio do Evangelho que derrota a mentira e conduz ao Deus vivo e à verdadeira vida que é comunhão entre os homens na justiça e no amor, pois o lago de fogo é o lugar do castigo eterno.