domingo, 13 de setembro de 2020

A P O C A L I P S E / SEXTA PARTE - O FIM DE TUDO 2

 O FIM DE TUDO 2

APOCALIPSE 19 – A VITÓRIA DO SENHOR

Neste momento, João relata que viu o céu se abrir para dar passagem para um cavalo branco cujo cavaleiro chamava-se "Fiel e Verdadeiro". Seu nome verdadeiro é conhecido apenas por ele próprio e era o "Verbo de Deus". Seus exércitos o seguiam, todos em cavalos brancos e vestido de linho.

Depois da derrota da Prostituta da Babilônia, João relata o júbilo no céu pela vitória. Primeiro de uma grande multidão, depois dos vinte e quatro anciãos e das quatro criaturas viventes (Visão de João do Filho do Homem) e finalmente de uma voz "como a voz de uma grande multidão, e como a voz de muitas águas, e como a voz de fortes trovões". Esta última anuncia a chegada da hora das "bodas do Cordeiro", que vestiu um linho finíssimo "que são os atos da justiça dos santos". Esta voz então se dirigiu ao próprio João reafirmando que apenas os bem-aventurados foram chamados às bodas e que estas são as palavras de Deus. Maravilhado, João prostrou-se para adorar o Cordeiro, mas foi repreendido e orientado a adorar apenas a Deus "pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia" (Apocalipse 19:1-10).

Neste momento, João relata que viu o céu se abrir para dar passagem para um cavalo branco e que de sua boca saía uma espada com a qual irá ferir as nações e julgá-las; ele é o que pisa o lagar da ira de Deus ( Apocalipse 14). Sua capa o identifica como "rei dos reis e senhor dos senhores" (Apocalipse 19:11-16).

João então descreve a batalha final, anunciada por um "anjo em pé no sol" que chamou os pássaros para que se refestelassem na carne dos derrotados, homens e cavalos, ricos e pobres, livres ou escravos. A besta e todos os reis da terra reuniram seu exército para enfrentarem o exército do que estava no cavalo branco (veja a sexta taça em Apocalipse 16), mas ela foi presa juntamente com o falso profeta que a tantos havia enganado com a marca da besta. Os dois foram lançados no lago de fogo "que arde com enxofre". Os demais foram derrotados pela espada do cavaleiro no cavalo branco (Apocalipse 19:17-21).

“…[Em Apoc. 19,] os livros de Daniel e Apocalipse, com seus numerosos aspectos proféticos, atingem o clímax. As esperanças do povo de Deus, que às vezes têm sido débeis, serão recompensadas. Por exemplo, a promessa de Daniel 2:44: ‘Nos dias destes reis, o Deus do Céu suscitará um reino que não será jamais destruído’, cumprir-se-á finalmente. O reino será dado ‘ao povo dos santos do Altíssimo; o Seu reino será reino eterno’ (Dan. 7:27). Quando Cristo vier estabelecer esse reino, ‘todo olho O verá… E todas as tribos da terra se lamentarão sobre Ele’ (Apoc. 1:7).

“Apocalipse 19 fala de júbilo e de lamentação onde será destruída toda apostasia e todos os apóstatas dos últimos dias. Deus será vindicado ao executar suas decisões finais, com base nas escolhas que as pessoas fizeram no tocante à lealdade e adoração. Ele realizou tudo que era possível para salvar toda pessoa que já viveu neste mundo. Enviou Seu Filho – o Cordeiro de Deus – que então voltará como REI DOS REIS E SENHOR DOS SENHORES.

“As duas ceias de que fala Apocalipse 19 representam o destino final das duas classes de pessoas que vivem sobre a Terra. Todo ser humano tem nesta vida a escolha de cear com Cristo ou de ser rejeitado eternamente. Se se fala de duas ceias: uma é a grande ceia de Deus, que se refere ao castigo dos ímpios, e a outra é a ceia do Cordeiro, que se refere à recompensa dos fiéis. Fala também do destino para os habitantes da terra. Destino severo dos perdidos eles mesmo o escolheram. A oposição a Deus não poderá prosseguir indefinidamente. O dilúvio do tempo de Noé nos diz isto. Em Seu amor Deus salva; em Seu amor Ele destrói”.

Apocalipse 19:1 Depois destas coisas, ouvi no céu como que uma grande voz de uma imensa multidão, que dizia: Aleluia! A salvação e a glória e o poder pertencem ao nosso Deus;  

Depois destas coisas – O capítulo 19 começa com as palavras: ‘Depois destas coisas.’ Após a visão relatada nos dois capítulos anteriores, João ouviu cânticos de regozijo no Céu depois do julgamento da meretriz e dos que haviam participado nos seus enganos e aceito suas falsas doutrinas. A primeira parte do capítulo é o clímax do que o apóstolo acabara de ver. Aleluia! (versos 1, 3, 4 e 6) – “Aleluia” provém do hebraico halelu-Yah – uma combinação de duas palavras. A primeira significa ‘louvar’, e a segunda é uma forma abreviada de ‘Yaweh’. Este é o único lugar em que essa palavra aparece no Novo Testamento. O Universo inteiro se une em aclamar o direito de Deus à soberania universal. Cada vez que pronunciamos esta palavra, falamos o nome de Deus e, por isso, deve ser falada com toda reverência e respeito. Não é uma palavra comum ou uma mera interjeição,. E sim, uma expressão de adoração ao Senhor. As outras palavras usadas aqui são expressões comuns do louvor dado ao Senhor no Apocalipse (como também em outros livros): salvação (7:10; 12:10), glória (1:6; 4:9,11; 5:12,13; 7:12; 11:13; 14:7; 16:9; 19:7; 21:26), poder (4:11; 5:12; 7:12; 11:17; 12:10).

Apocalipse 19:2 porque verdadeiros e justos são os seus juízos, pois julgou a grande prostituta, que havia corrompido a terra com a sua prostituição, e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos.

Verdadeiros e justo são os Seus juízos – Por ocasião da Segunda Vinda, os verdadeiros e justos juízos de Deus serão vistos claramente por todo o Universo. Por toda a eternidade serão cantadas antífonas ”melodia curta” de louvor a Deus. Todos estarão plenamente convictos de que Deus é tudo que Sua Palavra declara que Ele é. “Querendo ou não, farão parte do reino de Deus”. Alguns em estado de rebelião, outros são cooperadores de Deus.

Fim do julgamento – “O figurado clamor dos mártires era o seguinte: ‘Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a Terra? (Apoc. 6:10,11). O seu julgamento ocorreu então no Céu. Enquanto ainda se achavam na sepultura, a cada um deles foi dada uma vestidura branca. A segunda parte da oração dos mártires só será atendida quando Deus vingar a morte deles. Ao julgar e punir ‘Babilônia’ (Apocalipse 17 e 18), o Senhor vingará a morte dos mártires. Por esta razão, o júbilo relatado em Apocalipse 19:2 menciona o completo cumprimento da oração dos mártires

Pois julgou a grande meretriz que corrompia a terra com a sua prostituição e das mãos dela vingou o sangue dos seus servos: No julgamento da Babilônia, Deus se mostrou justo e respondeu à petição das almas debaixo do altar, no quinto selo, que esperavam a vingança contra seus perseguidores (6:9-11).

Apocalipse 19:3 E outra vez disseram: Aleluia. E a fumaça dela sobe pelos séculos dos séculos.

Segunda vez disseram: Aleluia!: A multidão repete sua palavra de adoração, dando honra a Deus.

Fumaça…pelos séculos dos séculos – A expressão de que ‘a sua fumaça sobre pelos séculos dos séculos’ (Apoc. 19:3) é extraída da profecia de Isaías sobre a destruição de Edom (Isaias 34:10). Indica o total extermínio dos ímpios. Isto é confirmado pelo fato de que os elementos que compõem a ‘cidade’ da Grande Babilônia são punidos e destruídos aqui na Terra, a mesma Terra que Deus irá recriar (II S. Ped. 3:12 e 13). Ver também Apoc. 20:14 e 15; Prov. 11:31; S. Judas 7; Apoc. 21:1 e 5.). A fumaça acompanha várias figuras do castigo divino (cf. 9:18; 14:11). Subiu de Sodoma e Gomorra (Gênesis 19:28). Deus respondeu à oração de Davi quando este pediu livramento das mãos de Saul. Davi descreveu a justiça divina, dizendo: “Das suas narinas, subiu fumaça, e da sua boca, fogo devorador” (2 Samuel 22:9; cf. Salmo 18:8; 37:20). Isaías falou de “espessas nuvens de fumaça” para descrever o castigo de Israel (Isaías 9:18).

Apocalipse 19:4 – Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono, dizendo: Amém! Aleluia!

Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se e adoraram a Deus, que se acha sentado no trono: Semelhante às “ondas de louvor” dos capítulos 4 e 5, mas aqui a adoração começa com a grande multidão e continua com os 24 anciãos e os quatro seres viventes. Deus permanece no trono. Imperadores vêm e vão, mas o Todo-Poderoso continua governando o seu reino universal e eterno.

Dizendo: Amém! Aleluia!: Que seja assim! Louve a Deus!

Apocalipse 19:5 – Saiu uma voz do trono, exclamando: Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes.

Saiu uma voz do trono, exclamando: Esta voz não é de Deus, pois chama os servos para louvar ao “nosso Deus”. Quem poderá estar junto ao trono de Deus? Há algumas possibilidades: 1. Os quatro seres viventes ficam “no meio do trono e à volta do trono” (4:6); 2. Os vencedores recebem a promessa de sentar com Jesus no seu trono (3:21) para reinar com ele (2:26-27). Eles entram na presença de Deus e ele estende sobre eles o seu tabernáculo (7:14-15). São colunas permanentes no santuário de Deus (3:12).

Dai louvores ao nosso Deus, todos os seus servos, os que o temeis, os pequenos e os grandes: Toda criatura, da menor ao maior, deve honra ao Senhor (5:8-14). Temer significa respeitar e reverenciar. Deus merece o temor de todas as suas criaturas (I Pedro 2:17).

Apocalipse 19:6 – Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão, como de muitas águas e como de fortes trovões, dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso.

Então, ouvi uma como voz de numerosa multidão: Voltamos ao início de uma nova “onda de louvor” no ponto de partida, a numerosa multidão (19:1).

Como de muitas águas e como de fortes trovões: Estas descrições identificam, em outros versículos, a forte voz de Jesus (1:15), dos sons que vêm do trono (4:5; 8:5; 11:19; 16:17-18), ou de um grande número de adoradores (14:2). Aqui, é a voz coletiva da grande multidão.

Dizendo: Aleluia! Pois reina o Senhor, nosso Deus, o Todo-Poderoso: O dragão queria reinar, mas não conseguiu. A besta se achava única, mas sua autoridade duraria pouco tempo (13:4-5). A meretriz dominava os reis do mundo, mas ela caiu (17:18; 18:2). Das dez vezes que a palavra traduzida aqui por “Todo-Poderoso” que aparece no Novo Testamento, nove estão no Apocalipse (1:8; 4:8; 11:17; 15:3; 16:7,14; 19:6,15; 21:22).

Apocalipse 19:7 – Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro, cuja esposa a si mesma já se ataviou

Alegremo-nos, exultemos e demos-lhe a glória, porque são chegadas as bodas do Cordeiro: Anunciam o motivo da celebração: é uma festa de casamento! O Cordeiro receberá a sua noiva! A figura do casamento para representar a relação de Deus com o seu povo é usada no Velho Testamento para falar sobre o povo judeu. Deus tomou Israel (ou Judá) como sua esposa, mas ela foi infiel, cometendo adultério espiritual (Ezequiel 16; Oséias 2 e 3). No Novo Testamento, Cristo se entregou por sua noiva, e quer que ela seja “gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, porém santa e sem defeito” (Efésios 5:25-27).

Cuja esposa a si mesma já se ataviou: Ela se preparou para o casamento, como uma noiva se prepara para se apresentar ao noivo. A ideia da noiva nas Escrituras exige o esforço da igreja para se apresentar pura e sem mancha. Paulo disse: “Porque zelo por vós com zelo de Deus; visto que vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um só esposo, que é Cristo” (2 Coríntios 11:2).          

Louvor – “Os versos 1 a 7 constituem um arranjo coral composto de duas antífonas e dois responsos: Nos versos 1 a 3, uma grande voz no Céu introduz o tema do cântico, atribuindo honra e justiça a Deus por haver punido Babilônia. No verso 4, os ‘seres viventes’ e os ‘anciãos’ respondem de modo afirmativo. No verso 5 uma voz procedente do trono convida todos os súditos leais, por todo o Universo, a reconhecerem em conjunto a verdade do tema.  Nos versos 6 e 7, o Universo inteiro se une em aclamar o direito de Deus à soberania universal. Este hino de louvor está em acentuado contraste com o canto fúnebre no capítulo 18, versos 10-19.” . Os primeiros oito versículos do cap. 19 de Apocalipse transcrevem um gozo sublime e uma alegria espetacular com aleluias e louvores  ao Cordeiro, que venceu e recuperou todos os poderes usurpados pelo inimigo; acabou com as artimanhas e instrumentos de Satanás e, havendo reivindicado a Deus perante o Universo, vem ao encontro de Sua igreja, com quem haverá de unir-Se para sempre.

Então nos levará à casa do Pai, onde terá lugar a grande ceia das bodas do Cordeiro. Sem dúvida será a maior e mais emocionante festa havida no Universo. Pensando neste dia Jesus declarou: ‘E digo-vos que, desta hora em diante, não beberei deste fruto da videira, até aquele dia em que o hei de beber, novo, no reino de Meu Pai’ (Mateus 26:29)”.                

Noiva – “Declara-se que a noiva é a cidade santa”, A Nova Jerusalém, porque essa cidade constitui o lar dos remidos. A ideia de uma ‘cidade’ ou ‘igreja’ só pode ser significativa se levarmos em consideração as pessoas de que ela se compõe. A ‘esposa’ do Cordeiro (Apoc. 19:7) são os ‘santos’ que recebem o ‘linho finíssimo’ (verso 8.)

“Nas Escrituras, o símbolo da noiva ou esposa” é usado em mais de um sentido. Comumente, esse símbolo representa a Igreja de Deus. Em Apocalipse 21, a cidade é apresentada como sendo a noiva para possibilitar a figura de um casamento em que os convidados são o povo de Deus. Noutra parte é declarado que os santos constituem a esposa do Cordeiro (Apoc. 19:7 e 8; Isaias 52:1).

O casamento – “A proclamação: ‘Aí vem o Esposo!”, Os seguidores de Cristo devem esperar ‘o seu Senhor. mas devem compreender o trabalho de Cristo e segui-Lo, pela fé, ao ir Ele perante Deus.

O duplo significado de “Casamento” – “A palavra grega usada em Mateus 25:10 (gamos) pode significar ‘cerimônia de casamento’ ou ‘festa de casamento’. As pessoas representadas pelas cinco virgens prudentes entrarão com Cristo, pela fé, na cerimônia de casamento. A mesma parábola se aplica à Segunda Vinda de Jesus, quando os que estiverem preparados (as cinco virgens prudentes) serão levados ao lar do Noivo para a ceia das bodas do Cordeiro.

Apocalipse 19:8 – pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos.

Pois lhe foi dado vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro: A meretriz, a grande cidade mundana, estava vestida de linho finíssimo, mas sua posição como rainha durou pouco tempo. Linho fino é a roupa adequada para um servo na presença de um rei (Gênesis 41:2). Foi usado nas vestes sacerdotais no Velho Testamento (Êxodo 28:5,6,8,15,39,42; 1 Samuel 2:18; 22:18). Deus vestiu sua esposa em linho fino (Ezequiel 16:10,13). Em outros trechos do Apocalipse, linho finíssimo mostra a pureza dos servos de Deus. É vestido pelos anjos que saem do santuário com os sete flagelos (15:6; Ezequiel 10:2-7). A noiva que se apresenta a Cristo é vestida de linho fino.

Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos: O significado do linho, como já deduzimos das citações acima, é a pureza dos servos obedientes. Este versículo não nega a importância da graça divina na nossa salvação, como vários outros versículos deste livro enfatizam (7:14; 12:11; etc.). Ele frisa a necessidade da fé obediente (14:12; cf. Tiago 1:25; 2:24).

A dádiva do ‘linho finíssimo’ ocorre como resultado do processo de preparação. Pureza de caráter no fim do processo de preparação é o significado da passagem.

O linho puro representa as boas ações do dedicado povo de Deus. Isto significa que é o caráter que constitui a vestimenta que adorna a Noiva de Cristo. Em todo o Apocalipse os redimidos são descritos como vestidos de branco. Os vinte e quatro anciãos estão ‘vestidos de branco’ (4:4). Os que fazem parte da multidão que se achava ante o trono de Deus estavam ‘vestidos de vestiduras brancas’ (7:9). E nas bodas do Cordeiro, à igreja ‘lhe foi dado o vestir-se de finíssimo linho, resplandecente e branco’ “Conquanto a veste nupcial seja uma dádiva divina, isto não é algo arbitrário e formal, mas dinâmico. Os santos que são convidados para a festa do Cordeiro são os que manifestaram firme persistência, guardaram os mandamentos de Deus e perseveraram em sua fé em Jesus (Apoc. 14:12).”

“O povo de Deus constitui a glória da Nova Jerusalém”. O simbolismo em Apoc. 19:7 e 8 parece ter sido extraído de Isaías 52:1, onde Deus exorta os cativos judeus em Babilônia a deixarem a terra do exílio e retornarem à Palestina. Neste caso, a figura das ‘roupagens formosas’ designa as pessoas justas que se tornaram humildes e penitentes pela disciplina do cativeiro e que se haviam unido a Deus por meio de arrependimento e confissão de seus pecados.”

Apocalipse 19:9 E disse-me: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. Disse-me ainda: Estas são as verdadeiras palavras de Deus.

Então, me falou o anjo: Escreve: Bem-aventurados aqueles que são chamados à ceia das bodas do Cordeiro. E acrescentou: São estas as verdadeiras palavras de Deus: Uma afirmação importante, cuja veracidade é frisada de várias maneiras: 1. O anjo mandou que João escrevesse estas palavras (assim reforçando a ordem geral de 1:19); 2-Ele enfatizou que as palavras são verdadeiras. Obviamente, tudo que Deus fala é a verdade, mas esta palavra destaca mais ainda a importância desta afirmação; 3. Disse que são palavras de Deus, a fonte de altíssima autoridade.

Bem-aventurados os chamados – “Primeiro Cristo provê a veste nupcial para todos; e então ela precisa ser usada por toda pessoa convidada. (Ver Isaias 61:10; Zac. 3:3 e 4; Apoc. 3:5 e 18.)

“Pelas bodas é representada a união da humanidade com a divindade; a veste nupcial simboliza o caráter que precisa possuir todo aquele que há de ser considerado hóspede digno para as bodas.” Sendo que haverá uma ressurreição dos justos (S. João 5:29) por ocasião da volta de Jesus, e os justos vivos serão ‘arrebatados juntamente com eles, …para o encontro do Senhor’ (I Tess. 4:16 e 17), os convidados para a ceia das bodas do Cordeiro virão de todas as épocas, desde o tempo de Adão e Eva.”

A mensagem é a quarta das sete bem-aventuranças. Quem são estas pessoas abençoadas? Os vencedores, os obedientes, os santos, os que não amaram a própria vida e se ofereceram totalmente ao Senhor. Neste contexto, a aplicação primária deve ser feita aos vencedores no contexto da perseguição romana. A figura do casamento de Cristo com a sua igreja, porém, estende-se aos outros fiéis (1 Coríntios 11:2; Efésios 5:27). Os mártires da época de João acham a sua vindicação na derrota da meretriz e, logo em seguida, na queda das bestas e do dragão. A igreja de todos os lugares e de todas as épocas realiza a sua vitória em chegar à presença do Senhor – ou pela morte dos fiéis (2 Timóteo 4:6-8) ou pela segunda vinda de Jesus (1 Tessalonicenses 4:16-18).

Apocalipse 19:10 – Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo. Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus. Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia.

Prostrei-me ante os seus pés para adorá-lo: A primeira de duas vezes que João prepara-se para adorar um anjo. Alguns sugerem que fosse o mesmo episódio relatado duas vezes. Há várias explicações deste ato do apóstolo: 1. Alguns comentaristas dizem que não foi um ato do próprio João, mas que ele se viu nas visões agindo desta maneira. Assim, o ato dele faz parte da cena e serve como advertência sobre o perigo da idolatria, sem sugerir qualquer erro real cometido pelo apóstolo; 2. Outros sugerem que João se confundiu, achando que o anjo fosse o próprio Jesus e, assim, merecedor de adoração; 3. Uma outra explicação é que João ficou tão maravilhado com a cena das bodas que caiu impulsivamente para dar homenagem ao anjo que lhe mostrou as coisas da visão; 4. A outra possibilidade é que João errou e, agindo sem refletir, começou a dar louvor impróprio ao anjo.

Todas estas explicações parecem plausíveis,...  parece-me que a última – que João falhou e foi repreendido – seja a mais natural e menos complicada. Seria inteiramente natural, nas Escrituras, revelar as falhas de um bom homem. Noé, Abraão, Moisés, Gideão, Davi, Pedro e outros heróis bíblicos cometeram erros graves, e os relatos nas Escrituras não escondem estas falhas. Não esperaríamos um erro desta gravidade do apóstolo velho e fiel, mas não é fora de cogitação.

Ele, porém, me disse: Vê, não faças isso; sou conservo teu e dos teus irmãos que mantêm o testemunho de Jesus; adora a Deus: Independente do motivo ou da explicação dada às ações de João, a resposta do anjo reforça um fato importante. A adoração pertence exclusivamente a Deus (Mateus 4:10; Atos 10:25-26; 14:11-18). O problema fundamental no Apocalipse é a tentação de adorar falsos deuses, especificamente a besta. Historicamente, os romanos aceitavam bem as diversas religiões dos povos sujeitos, pois estes meramente acrescentaram mais alguns deuses aos seus sistemas politeístas. Os judeus e os cristãos, porém, foram perseguidos, em alguns períodos da história, porque, como adoradores de um só Deus, rejeitaram os deuses dos romanos. Quando recusaram a louvar os deuses, foram vistos erroneamente como ateístas. Esse ato de João em se prostrar diante do anjo ilustra o perigo de qualquer um cair na idolatria de dar honra indevida a criaturas, e não ao Criador. Todos, até o próprio apóstolo, precisam da admoestação do final de sua primeira carta: “Guardai-vos dos ídolos”.

O anjo se viu como conservo. Ele é uma criatura, mais próximo, em natureza, do homem do que do Criador.

O testemunho de Jesus deve ser guardado. O evangelho não é apenas uma história interessante. É uma mensagem que exige uma reação. O evangelho deve ser obedecido (Romanos 10:16; 2 Tessalonicenses 1:8; 1 Pedro 4:17).

Pois o testemunho de Jesus é o espírito da profecia: Jesus é a essência de profecia, pois ela olha para o Senhor dos senhores e Rei dos reis. A importância não deve ser dada ao anjo ou a qualquer outro mensageiro. Jesus é o personagem principal da revelação do mistério de Deus. Ele, e não os anjos merece a adoração. A aceitação de adoração por parte de Jesus e a ordem do Pai que ele fosse adorado (Hebreus 1:6) são algumas das provas da divindade dele. As palavras verdadeiras e as profecias que vêm de Deus nos levam a honrar e adorar a Jesus. Adoração de qualquer criatura, mesmo de um anjo, seria errado, uma forma de idolatria.

Veremos nos próximos versículos o destino da besta – o objeto de louvor dos ímpios – e do falso profeta que induz os homens a adorá-la. 

A BESTA QUE SOBE DO MAR

Apocalipse 19:11 E vi o céu aberto, e eis um cavalo branco; e o que estava montado nele chama-se Fiel e Verdadeiro; e julga a peleja com justiça.

E vi o céu aberto  – Céu aberto “Na sequência profética que começa em Apoc. 4:1, João viu uma ‘porta aberta’ no próprio Céu. Agora, em Apoc. 19:11, ele vê ‘o Céu aberto’. Começa a sequência final dos acontecimentos, à medida que Deus vai agindo para libertar Sua Igreja militante. Cristo e os exércitos do Céu se dispõem para a batalha. A partir daí, podem ser delineados sete eventos na visão: 1) A Volta Triunfal de Cristo; 2) A derrota da besta e seus partidários; 3) a prisão de Satanás; 4) O milênio; 5) A fase executiva do julgamento final; 6) a destruição de Satanás e dos pecadores impenitentes; 7) a Nova Terra e a Nova Jerusalém.”

O Guerreiro e o Armagedom – “João vê o Céu aberto. Jesus vem, e ocorre a batalha do Armagedom. Este é o ‘grande dia do Deus Todo-poderoso’ (Apoc. 16:14; comparar com o verso 19; 14:17-20). “’A providência Divina para desempenhar na batalha do Armagedom. “Em breve travar-se-á a batalha do Armagedom. Aquele em cujo manto está inscrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores, em breve irá à frente dos exércitos do Céu montando cavalos brancos, com vestiduras de linho finíssimo, branco e puro”.

Apocalipse19:12 Os seus olhos eram como chama de fogo; sobre a sua cabeça havia muitos diademas; e tinha um nome escrito, que ninguém sabia senão ele mesmo.

Ele tem a ciência divina (olhar de fogo) e poder universal (muitos diademas). “Conhecer o nome” significa “ter poder sobre alguém” ora ninguém tem poder sobre Jesus.

Apocalipse 19:13 Estava vestido de um manto salpicado de sangue; e o nome pelo qual se chama é o Verbo de Deus.

Estava vestido com um manto salpicado de sangue – “Cristo nos liberta para sempre”. Na cruz do Calvário pagou completamente o preço de nosso resgate, com a qual nos liberta da culpa de nossos pecados, e quando se derramar a última tormenta do conflito dos séculos, virá buscar-nos para nos libertar completa e definitivamente, pois destruirá Satanás e seu sistema de rebelião.

“As duas representações de Cristo no Apocalipse têm algumas semelhanças e várias diferenças”. Em vez das suntuosas vestes sacerdotais, o Rei-Guerreiro usa ‘um manto tinto de sangue’; está montado num cavalo branco, à frente de um conjunto de cavalarianos. Em Apoc. 1 a 3, Cristo, como Sacerdote, defronta Suas igrejas; ao passo que em Apoc. 19, como Guerreiro, Ele enfrenta Seus inimigos.

Apocalipse 19:14 Seguiam-no os exércitos que estão no céu, em cavalos brancos, e vestidos de linho fino, branco e puro.

Cristo, Sacerdote e Cristo, Rei-Guerreiro – “Compare o simbolismo de Cristo como Sacerdote (Apoc. 1:12-20) e o simbolismo de Cristo como Rei-Guerreiro (Apoc. 19:11-16). “Cristo enfrenta Seus inimigos. Em geral, admite-se que as figuras de Apoc. 19:11-16 são extraídas de Isaías 63:1-6, que apresenta o Messias como ‘poderoso para salvar’ Seu povo e vitorioso sobre os Seus inimigos.

Apocalipse 19:15 Da sua boca saía uma espada afiada, para ferir com ela as nações; ele as regerá com vara de ferro; e ele mesmo é o que pisa o lagar do vinho do furor da ira do Deus Todo-Poderoso.

 “Em ambos os lugares, o caráter de Cristo é retratado como ‘fiel e verdadeiro’ (Apoc. 1:5; 3:14; 19:11). Seus olhos são ‘como chama de fogo’ (Apoc. 1:14; 19:12) e ‘da boca saía-Lhe uma espada afiada (Apoc. 1:16; 19:15), o que provavelmente constitui uma referência à autorizada palavra proferida por Ele, que pode significar vida ou morte. (Comparar com Isa. 11:4; II Tess. 2:8.)

Da sua boca saía uma espada afiada - Cristo fere as nações com a espada de Sua boca – “Em Sua Vinda, Cristo fere as nações com a espada que tem na boca. Esta figura é explicada noutras partes da Bíblia: ‘Com o sopro dos Seus lábios matará o perverso.’ Isa. 11:4. ‘Então será de fato revelado o iníquo, a quem o Senhor Jesus matará com o sopro de Sua boca. (I Tess. 2:8).

Ele as regerá com vara de ferro – “Nesse contexto, a figura de um pastor regendo com ‘vara de ferro’ significa que ele destrói tudo o que ataca o Seu rebanho. (Comparar com Apoc. 2:27; 12:5; Sal. 2:8 e 9.). “’O antigo cajado do pastor tinha dupla função. A parte arqueada servia para ajudar e guiar as ovelhas, ao passo que a pesada ponteira de ferro na extremidade também fazia dele uma arma de ataque. Esta era usada para proteção do rebanho, a fim de repelir e matar animais selvagens que quisessem dispersa-lo e destruí-lo. Chegou o tempo de o Bom Pastor usar a ‘vara de ferro’ contra as nações, para o livramento de Seu assediado rebanho na Terra. O ato de reger ou ferir as nações com vara de ferro resulta no seu extermínio, e não no seu governo durante o milênio, segundo afirmam alguns.’”

Apocalipse 19:16 No manto, sobre a sua coxa tem escrito o nome: Rei dos reis e Senhor dos senhores.

Rei dos reis e Senhor dos senhores – “Nosso Rei vindouro merece todo nome e homenagem nessa passagem. Homens pecaminosos e até dirigentes de igreja blasfemaram dEle.  “Em suma, o livro do Apocalipse transmite a mensagem de esperança e certeza de que Cristo virá como Messias real para livrar Seu povo na última guerra do mundo [Armagedom] contra Deus”.

Apocalipse 19:17 E vi um anjo em pé no sol; e clamou com grande voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde, ajuntai-vos para a grande ceia de Deus,

A ceia das aves – “A grande ceia das aves (Apoc. 19:17, 18 e 21) também simboliza a destruição dos inimigos do Céu quando Cristo voltar. (Comparar com Sal. 79:2; I Sam. 17:44 e 46; Ezeq. 39:17-20.)”

“Esta ‘ceia das aves’ afeta o mesmo grupo descrito em Apocalipse 6:15-17, o qual não pode resistir à presença do Senhor por não haver aceito a salvação em Cristo e consequentemente não haver-se preparado para recebe-Lo. No final do milênio, serão destruídos definitivamente pela segunda morte.

Apocalipse19:18 para comerdes carnes de reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cavalos e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, livres e escravos, pequenos e grandes.

Deus manifesta sua glória poder e salvação: ao destruir aquele que destruía a terra. A carnificina mostra que a justiça de Deus é implacável e atinge a todos aqueles que não temeram a Deus, derrotando as forças idólatras e suas ideologias.

Apocalipse 19:19 E vi a besta, e os reis da terra, e os seus exércitos reunidos para fazerem guerra àquele que estava montado no cavalo, e ao seu exército.

A Vitória vem do Céu: A Besta o falso Profeta, agentes do mal, se reúnem com seu exército contra Cristo mas a vitória vem do céu que derrota a mentira e conduz ao Deus vivo a verdadeira vida que é a comunhão na justiça e no amor.

Apocalipse 19:20  E a besta foi presa, e com ela o falso profeta que fizera diante dela os sinais com que enganou os que receberam o sinal da besta e os que adoraram a sua imagem. Estes dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde com enxofre.

Lago de fogo – “Recapitule tais passagens como II Tessalonicenses 1:7-10; 2:8; II S. Ped. 3:10, bem como Apocalipse 19:20. Haverá ‘dois lagos de fogo’ um por ocasião da Segunda Vinda, e o outro no fim do Milênio. Na Segunda Vinda serão consumidas as forças terrestres do mal. No fim do Milênio, Satanás e seus anjos também serão incluídos (Apoc. 20:20).”

“A confederação” político-religiosa que é simbolizada pela besta, o falso profeta e os reis da terra ‘com seus exércitos’ será lançada no lago de fogo (Apoc. 19:19 e 20). Essa linguagem simbólica torna evidente que o A Volta Triunfal de Cristo trará livramento aos remidos, seguido de regozijo na grande ceia das bodas do Cordeiro, mas causará a destruição mundial de todos os inimigos de Deus e Seu povo.  Apoc. 19:20 e 20:9 e 14 demonstram que haverá duas ocorrências chamadas ‘lagos de fogo’: uma no começo e outra no fim do milênio.”

“Por ocasião da vinda de Cristo”  os ímpios serão eliminados da face de toda a Terra: consumidos pelo espírito de Sua boca, e destruídos pelo resplendor de Sua glória. Cristo leva o Seu povo para a cidade de Deus, e a Terra é esvaziada de seus moradores.”

Apocalipse 19:21 E os demais foram mortos pela espada que saía da boca daquele que estava montado no cavalo; e todas as aves se fartaram das carnes deles.

Os demais foram mortos – “Os incrédulos serão destruídos por ocasião da volta de Jesus. A ênfase dessa cena de guerra (Apoc. 19:11-21) é a destruição total dos inimigos de Deus. 1) a espada que sai da boca de Cristo destrói as nações (Apoc. 19:15 e 21; comparar com Isaias 11:4; II Tess. 2:8); 2) Ele as despedaça com ‘vara de ferro’ (Apoc. 19:15; comparar com Sal. 2:9; Apoc. 2:27) 3) Os poderes organizados que se levantam contra Cristo (‘a besta’ e ‘o falso profeta’) são lançados no lago de fogo (Apoc. 19:19 e 20); 4) as aves do firmamento são convidadas a banquetear-se com ‘as carnes’ de todos os que foram mortos, ‘quer livres, quer escravos, assim pequenos como grandes’ (Apoc. 19:17, 18 e 21).”

Volta de Jesus: Destino dos homens e anjos caídos – “Quando Jesus vier, com Suas hostes de anjos, permanecerá no céu, acima da Terra. Os salvos irão ‘para o encontro com o Senhor nos ares’ (I Tess. 4:17). Jesus não irá andar pela Terra como fez em Sua primeira vinda. Por esse motivo a personificação de Cristo executada por Satanás, antes do advento, não irá enganar o povo de Deus. (Ver Mat. 24:23 e 24; II Tess. 2:8-12.)

“Os que nem creram em Cristo nem ensinaram Sua verdade” conforme está na Bíblia serão destruídos pela glória de Sua presença. Os que O crucificaram, e foram ressuscitados pouco antes de Sua volta, serão destruídos como as hostes de perdidos que receberam a marca da besta. Os anteriormente mortos em pecado permanecerão nas sepulturas por mais mil anos.

“Quando as trombetas soarem”, os que, em todos os tempos, morreram fiéis a Jesus Cristo saem dos sepulcros e vão encontrar o Senhor nos ares (estes á estarão com Cristo na ocasião do Arrebatamento). Então os santos arrebatados se juntarão aos anjos e voltarão com para a Terra com Cristo com poder e grande glória e reinarão no Milênio com Cristo. (Ap.20:4-6.).

RESUMINDO...

São Chegadas as Bodas do Cordeiro (Apocalipse 19:1-10)

Antes de começar as séries de julgamentos, o Apocalipse já afirma a posição exaltada do Senhor. Jesus recebe “a glória e o domínio pelos séculos dos séculos” (1:6). O Senhor Deus é o Todo-Poderoso (1:8; 4:8). O Pai senta no trono, vive eternamente e recebe das suas criaturas “a glória, a honra e o poder” (4:9-11). O Pai e o Filho recebem “o domínio pelos séculos dos séculos” (5:13).

As cenas de julgamento demonstram a soberania de Deus. No intervalo entre os sexto e sétimo selos, Deus está no trono e recebe o louvor daqueles que proclamam que ele possui o poder e a força pelos séculos dos séculos (7:12). A sétima trombeta declara o reino universal de Cristo, que “reinará pelos séculos dos séculos”, dizendo que o “Senhor Deus, Todo-Poderoso” assumiu seu grande poder e passou a reinar (11:15-17). Os conflitos do capítulo 12 mostram o fracasso do dragão, porque “Agora, veio a salvação, o poder, o reino do nosso Deus e a autoridade do seu Cristo” (12:10). A cena no monte Sião, antes das vozes do capítulo 14, mostra o Cordeiro em pé sobre o monte (14:1). No intervalo antes do derramamento das sete taças, os vencedores adoram o “Senhor Deus, Todo-Poderoso”, o “Rei das nações” (15:3). A vitória sobre a grande meretriz foi garantida, pois o Cordeiro é “o Senhor dos senhores e o Rei dos reis” (17:14).

Mas houve momentos em que estas verdades sobre a primazia de Deus se tornaram mais obscuras: Quando a besta venceu as duas testemunhas (11:7); quando o dragão se mostrou forte diante da mulher (12:3-4); quando a besta do mar se exaltou e desafiou e venceu os servos de Deus com suas palavras arrogantes e blasfemadoras (13:4-7); quando a besta da terra fez morrer aqueles que recusaram adorar a besta (13:15); e quando a grande meretriz se embriagou com o sangue dos santos (17:6). É difícil manter uma confiança total no Senhor quando parece que o mal vence o bem.

Os últimos cinco capítulos do Apocalipse servem para apagar qualquer dúvida que tenha sobrado. Deus é o Soberano que reina eternamente, e os fiéis que confiam no sangue do Cordeiro vencem para participar do reino eterno. A vitória total e final é dos santos. As bodas do Cordeiro representam a celebração desta grande vitória.

1-5  - Deus manifesta sua glória poder e salvação ao destruir aquele que destruía a terra: ele faz justiça reabilitando a honra dos perseguidos e mártires.

5-9 – Deus reina através do testemunho de Jesus dado pelos cristãos. A realeza de Deus consiste em dirigir a história para que se realize a Aliança. Ela foi prometida e agora é concluída no fim dos tempos (Ap.21). Jesus ressuscitado se une com a nova humanidade na Aliança de Justiça (linho branco) e de amor. O casamento é um sinal de Aliança consumada: a união dos homens com Deus e entre si.

10 – A profecia consiste em dar o testemunho de Jesus adorando só a Deus. Não se deve adorar aos transmissores da fé (pregadores teólogos ministros) mas somente a Deus.

11-16 – João apresenta Jesus como o Senhor absoluto dda história (cavaleiro). O branco é a cor da vitória. Ele é o Messias a encarnação da justiça de Deus. Tem a ciência divina (olhar de fogo) e poder universal (muitos diademas). “Conhecer o nome” significa “ter poder sobre alguém” ora ninguém tem poder sobre Jesus. O sangue é dos inimigos destruídos pela justiça de Deus. Jesus é a Palavra de Deus anunciada e vivida pela multidão dos cristãos. A espada é o Evangelho que julga condenando ou salvando.

17-21 – O anjo anuncia a vitória sobre a Besta e o Falso Profeta agentes do mal. A carnificina mostra que a justiça de Deus é implacável e atinge a todos derrotando as forças idólatras e suas ideologias. A vitória vem através do anuncio do Evangelho que derrota a mentira e conduz ao Deus vivo e à verdadeira vida que é comunhão entre os homens na justiça e no amor, pois o lago de fogo é o lugar do castigo eterno.