terça-feira, 20 de dezembro de 2016

O S 4 0 0 A N O S D E S I L Ê N C I O

OS 400 ANOS DE SILÊNCIO DE DEUS - DE MALAQUIAS À JESUS CRISTO
            Antigamente as Bíblias vinham com quatro páginas em branco, entre os livros do profeta Malaquias (último livro do Antigo Testamento) e Mateus (primeiro livro do Novo Testamento). Essas páginas em branco simbolizam os 400 (quatrocentos) anos em que Deus permaneceu em silêncio. "Os 400 anos de silêncio da parte de Deus pode ser melhor compreendido se levarmos em consideração a afirmativa de que nenhum profeta inspirado ergueu-se em Israel, pois o Antigo Testamento já estava completo aos olhos dos judeus".
            Mas o que oconteceu exatamente nesse período de 400 anos? A Bíblia de Estudo Pentecostal extraiu da Historia del pueblo judio entre el Antiguo Testamento y el nuevo por Ralph D. Williams, na Bíblia de Estudo Ampliada, Editora Vida, 1983, as informações que nos tira essa dúvida, narrando sucintamente os fatos ocorridos nesse intervalo entre o profeta Malaquias e o Senhor Jesus Cristo.


A SOBERANIA PERSA (450-333 a.C.)
Por volta de um século depois da época de Neemias, o povo judeu ainda achava-se sob a tutela da Pérsia. Os monarcas persas tratavam os judeus com especial tolerância, permitindo-lhes adorar livremente a Deus, e observar a Lei de Moisés. Durante este período, houve luta constante entre a Pérsia e o Egito. Judá, portanto, encontrava-se "entre a bigorna e o martelo", e muito sofria com isso.


A SUPREMACIA CRECO-NACEDÔNICA (333-323 a.C.)
Alexandre Magno derrotou o exército medo-persa em 333 a.C., tornando a Macedônia na maior potência de seu tempo. Ele estendeu seus domínios até o Egito, Ásia Menor, Babilônia e Pérsia, alcançando inclusive o Norte da Índia. À semelhança dos persas, tratou com tolerância aos judeus. Promoveu o florescimento do idioma e da cultura gregos, e fundou diversas cidades, entre as quais Alexandria, no Egito. Alexandre morreu com a idade de 33 anos, em 323 a.C.. Com ele, morreu também o seu império.


A DOMINAÇÃO EGÍPCIA (323-128 a.C.)
Depois da morte de Alexandre, seu império ficou sob o governo de quatro de seus generais. A Síria coube a Seleuco; e, o Egito, a Ptolomeu. Por volta do ano 320 a.C., Ptolomeu I passou a dominar a Judéia. Sob essa dinastia, o povo judeu vivia pacificamente. E, assim, a colonização judaica, no Egito, foi incentivada, resultando, entre outras coisas, na tradução do Antigo Testamento para o grego - a Septuaginta.


O JUGO SÍRIO (198-166 a.C.) - Antioco IV Ipítanes 
Depois de haver permanecido como tributário do Egito por cerca de cem anos, a nação judaica caiu sob o poder dos reis sírios no ano de 198 a.C. Embora estes monarcas hajam inicialmente favorecido os judeus, Antíoco IV Epífanes (175-164 a.C.), encetou a helenização de seus domínios, pois odiava a religião judaica. Antíoco destituiu o sumo sacerdote, proibiu o sacrifício diário no templo, e, sobre o altar de Jeová, erigiu ele um altar a Zeus. Em 168 a.C., a profanação chegou ao clímax, quando predispôs-se a sacrificar um porco sobre o altar. Como se não bastasse, vendeu milhares de famílias judias como escravas.  


A GUERRA DE LIBERTAÇÃO DOS MACABEUS (166-63 a.C.)
Em 167 a.C., Deus suscitou um libertador na pessoa de Matatias. Este santo e resoluto sacerdote era pai de três filhos que se destacariam com igual valor na história de Israel: Judas, Simão e Eleazar. Com seu exemplo e enérgicas exortações, logrou despertar nos filhos e no povo o ardor pela defesa da fé. Judas destacou-se pelo gênio militar. Ganhou muitas batalhas contra forças superiores, reconquistou Jerusalém, e promoveu a purificação do templo com a restauração do culto a Jeová. E, assim, foi instituída a festa da dedicação para comemorar a retomada da Cidade Santa e da Casa de Deus. Com a morte dos filhos de Matatias, João Hircano, filho de Simão, 135-106 a.C., começou a sobressair-se na administração da Judéia. E o país passa a desfrutar de sua legendária prosperidade.


A INTERVENÇÃO DO IMPÉRIO ROMANO (De 663 a.C. aos tempos de Cristo)


Exército Romano em Batalha
O general Pompeu tomou Jerusalém, submeteu a nação judaica e instalou a Hircano II Antípater no poder. Este soberano títere foi sucedido por seu filho, Herodes, o Grande. Depois da batalha de Accio, em 31 a.C., Herodes, o Grande, levou César Augusto a confirmá-lo no governo de toda a Palestina. Herodes tinha uma personalidade mui polêmica. Embora fosse idumeu e possuísse uma alma pagã, esforçava-se por ganhar a simpatia dos judeus. Para tanto, fortificou e embelezou Jerusalém, reconstruiu o templo e ajudava regularmente ao povo. Todavia, era consumadamente cruel. Ordenou a morte do pai, Hircano II, e de sua esposa, Mariane. É também apontado como o principal responsável pela morte de três de seus filhos. Era este o Herodes que reinava na Judéia quando do nascimento de Jesus.




domingo, 18 de dezembro de 2016

P E R Í O D O I N T E R T E S T A M E N T Á R I O

T R A N S I Ç Ã O    DOS    T E S T A M E N T O S


O QUE ACONTECEU NO PERÍODO INTERTESTAMENTÁRIO


O tempo entre a última parte do Antigo Testamento e a aparição de Cristo é conhecido como o período intertestamentário (ou “entre os testamentos”). Porque não houve nenhuma palavra profética de Deus durante esse período, alguns o chamam de “400 anos de silêncio”. A atmosfera política, religiosa e social da Palestina mudou significantemente durante esse período. Muito do que aconteceu foi predito pelo profeta Daniel (veja Daniel capítulos 2,7,8 e 11 e compare os eventos históricos).

Israel estava sob controle do Império Persa entre 532-332 A.C. Os persas deixaram os judeus praticarem sua religião com pouca interferência, até mesmo dando-lhes permissão para reconstruir e adorar no templo (2 Crônicas 36:22-23; Esdras 1:1-4). Esse período inclui os últimos 100 anos do Antigo Testamento e mais ou menos os primeiros 100 anos do período intertestamentário. Esse tempo de paz e contentamento foi um de calma bem antes da tempestade.

Alexandre o Grande derrotou Dário da Pérsia, assim introduzindo o reinado grego ao mundo. Alexandre foi um aluno de Aristóteles e era bem-educado na filosofia e política gregas. Ele exigiu que a cultura grega fosse promovida em todo território conquistado. Como resultado, o Antigo Testamento hebraico foi traduzido ao grego, tornando-se a tradução conhecida como a Septuaginta. Alexandre permitiu liberdade religiosa aos judeus, apesar de fortemente promover os estilos de vida gregos. Isso não foi uma boa direção dos eventos para Israel, já que a cultura grega era uma ameaça a Israel por ser muito humanística, mundana e que não agradava a Deus.

Depois que Alexandre morreu, a Judeia foi reinada por uma série de sucessores, culminando com Antíoco Epifânio. Ele fez muito mais do que apenas recusar liberdade religiosa aos judeus. Em mais ou menos 167 A.C., ele aboliu a linha do sacerdócio e profanou o templo com animais impuros e um altar pagão (veja Marcos 13:14). Isso foi uma espécie de estupro religioso. Eventualmente a resistência judaica a Antíoco restaurou os sacerdortes e resgatou o templo. O período que seguiu, no entanto, foi um de guerra e violência.

Em mais ou menos 63 A.C., Pompeu de Roma conquistou a Palestina, colocando toda Judeia sob o controle de César. Isso eventualmente fez com que o imperador romano e senado fizessem de Herodes o rei da Judeia. Essa seria a nação que muito exigiu dos judeus, controlando-os demasiadamente e eventualmente executando o Messias na cruz romana. As culturas romana, grega e hebraica agora estavam misturadas na Judeia, com todas as três línguas faladas comumente.


Durante o período de ocupação grega e romana, dois grupos políticos e religiosos bastante importantes passaram a existir. Os Fariseus adicionaram à Lei de Moisés através de tradição oral – eventualmente considerando suas próprias leis como sendo mais importantes (veja Marcos 7:1-23). Enquanto os ensinamentos de Cristo frequentemente concordavam com os dos fariseus, Ele era contra o seu legalismo e falta de compaixão. Os Saduceus representaram os aristocratas e ricos. Os Saduceus, os quais tinham bastante poder através do Sinédrio (algo parecido com a Suprema Corte), rejeitaram todos os livros do Antigo Testamento, menos os Mosaicos. Eles se recusaram a acreditar na ressurreição, e eram como uma sombra dos gregos, a quem admiravam grandemente.

Essa coleção de eventos que preparam o palco para a vinda de Cristo teve uma grande influência no povo judeu. Os judeus e pagãos de outras nações estavam descontentes com a religião. Os pagãos estavam começando a questionar a validez do politeísmo. Romanos e gregos se afastaram de suas mitologias em direção às Escrituras, as quais podiam ser lidas em grego e latim. Os judeus, no entanto, estavam desanimados com a situação. Mais uma vez, eles foram conquistados, oprimidos e poluídos. A esperança estava nas últimas, a fé mais ainda. Eles estavam convencidos de que a única coisa que podiam salvar a eles e a sua fé era a aparição do Messias.

O Novo Testamento conta a história de como a esperança surgiu, não só para os judeus, mas para o mundo inteiro. A realização de Cristo das profecias foi antecipada e reconhecida por muitos que O procuraram. As histórias do centurião romano, dos reis magos e do fariseu Nicodemos mostram como Jesus foi reconhecido como o Messias por aqueles que viveram no Seu tempo. Os “400 anos de silêncio” foram quebrados pela história mais maravilhosa jamais contada – o Evangelho de Jesus Cristo!

sexta-feira, 16 de dezembro de 2016

R E S U M O D O V E L H O T E S T A M E N T O

R E S U M O     D O     V E L H O     T E S T A M E N T O


TRANSIÇÃO DOS TESTAMENTOS

Cremos ser de utilidade fazer, nesta altura, uma análise de todo o curso percorrido até agora. Lembremo-nos de que o conteúdo do livro de Gênesis pode ser apresentado por uma flecha que vem do oriente até o Egito, passando pela Caldéia e Palestina. Esta linha está dividida em três partes. A primeira do oriente até a Caldéia, na cidade de Ur, de onde surgiu Abraão. Resume-se em três palavras: Éden, Dilúvio e Babel.
A segunda parte, de Ur à Canaã, nos lembra do nome dos três grandes patriarcas: Abraão, Isaque e Jacó.  A terceira, de Canaã ao Egito, trata de José, o conhecido herói da história israelita.
Segue-se o livro de Êxodo. É ele representado por uma flecha que vai do Egito até a península do Sinai. Trata o “êxodo”, ou seja, a saída do povo de Israel do Egito.
O livro de Levítico é o que trata da dádiva da Lei. Desenhado o Tabernáculo, representamos o serviço do culto, o que de fato resume todo o conteúdo do livro.
Depois, Números. O itinerário se desenvolve em forma de N, através do deserto; primeiro até a entrada sul da terra prometida; depois; em retorno, até a região de Ezion-Gezer; então, a marcha final, até o monte Nebo, nas cercanias do mar Morto.
Deuteronômio apresenta a repetição das leis, conforme Moisés dera ao povo. Conta-se ali, também, a fim da carreira desse herói.
Todo o Pentateuco, os cinco primeiros livros da Bíblia, pode, pois ser representado por um movimento que, vindo do oriente via Caldéia e Canaã, descendo ao Egito, passando depois pela península do Sinai, vindo a ter de novo à Canaã, do lado oriental do mar Morto.
Passemos, agora, a recordar o estabelecimento do povo na terra de Canaã. Assim como Deus constituira o povo, do ponto de vista demográfico, passa a instalá-lo em Canaã, a sua Pátria.
Em primeiro lugar consideramos o livro de Josué, com as etapas já estudadas: Preparação, Passagem, Prélios, Partilha, Pacto.  São essas as fases do livro e da pose da terra.
Vimos ainda o livro de Juízes, cujas informações principais relembramos através da enumeração dos grandes juízes. Basta para isso a frase. “Os esforços de grandes juízes salvaram Israel”. A frase é mnemônica, pois suas iniciais são as mesmas dos nomes dos grandes juízes. Otoniel, Eude, Débora, Gedeão, Jefté, Sansão.  Salvaram Israel (parcialmente, é verdade) da corrupção e da decadência a que infelizmente tinham chegado.
Samuel foi o último dos juízes, que ungiu o primeiro rei e que marcou um ponto de transição. Entramos nos livros mais comumente chamados históricos. Vemos que é necessário estudar o quadro geral dos livros históricos em duas grandes etapas: Reino Unido e Reino Dividido.
Quanto ao Reino Unido, verificamos que o plano é muito simples. Os três grandes reis, do reino unido foram: Saul, Davi e Salomão. Quando estudamos as biografias desses reis devemos também estudar os livros que foram escritos nestas épocas respectivas. No tempo de Davi: Salmos, na sua 1ªparte. Convém ler o livro de Jó. No tempo de Salomão: Provérbios, Eclesiástes e Cantares. Estudados os três grandes líderes e suas composições literárias de sua época, podemos verificar que estas eram épocas em que a vida de Israel realmente se confundia com sua organização nacional.
Infelizmente o reino foi dividido. Dez tribos ao norte constituíram o Reino de Israel, e duas ao sul, o Reino de Judá. Nós podemos dividir esta fase em cinco partes distintas: Elias, Eliseu, Isaías, Elcias e Jeremias. Não apenas esta indicação, mas podemos dividir alguns textos bíblicos destes profetas contemporâneos que podem ser lidos em etapas, os quais fazem partes desses grandes reis históricos desses reinos.
Infelizmente é uma história de decadência, primeiramente acentuada ao norte, o Reino de Israel, que foi levado cativeiro no tempo de Salmanazar. Depois, apesar de algumas reformas, sobretudo nos tempos dos reis Josias e Ezequias, o Reino de Judá entra, também, em decadência, sendo levado em cativeiro por Nabucodonosor.
A fase que se segue é a do cativeiro com seus grandes profetas, principalmente Daniel e Ezequiel. Há a restauração que se dá em três grandes etapas: Zorobabel, Esdras e Neemias. Templo, Lei e Muros.
Deus, ao mesmo tempo em que constituira o povo e lhe dera uma pátria, mostrava que a expressão de sua verdadeira grandeza não era uma organização nacional, mas, pelo contrário, sua Vocação Espiritual.