quarta-feira, 22 de julho de 2015

1 º REIS



O    L I V R O    D E      R E I S




Os Livros de Reis no original hebraico, em cuja língua foram escritos compunham em um só livro.  Os livros de 1º e 2º Samuel também em um só livro, assim como 1º e 2º Crônicas.  Ao serem traduzidos para o grego, foram divididos devido ao grande espaço na tradução para a língua grega, pois os rolos que foram escritos eram de tamanho limitado. Os Livros dos reis relatam acontecimentos que vão de 971 a 561 a.C, continuando a história da monarquia iniciada com Saul e Davi. Depois de Salomão, o império se divide (931 a.C) em dois reinos: o reino de Israel, com sede em Samaria que caiu em poder da Assíria em 722 a.C., e o reino de Judá com sede em Jerusalém, que caiu em poder da Babilônia em 586 a.C. Mais que uma relação pormenorizada de acontecimentos, estes livros fornecem uma reflexão crítica sobre a história do povo e dos reis que o governaram
Muitos reis andavam de forma pecaminosa perante Deus, e isto fez com que o povo de Israel sofresse com seus pecados ao ponto de serem novamente escravos em outras nações, e além de seu reino ser dividido em dois reinos, Norte e Sul. (1º Rs 11.11-13, 29-32, 1º Rs 12.14, 1º Rs 12.18-29, 1º Rs 20, 1º Rs 25.24). A fidelidade a Deus leva à bênção e à prosperidade; a infidelidade leva à maldição, à ruína e ao exílio (2º Reis 17.7-23). O rei deve ser fiel a Deus (1º Reis 2.3) e governar com sabedoria e justiça, servindo ao povo (1º Reis 12.7), que pertence unicamente a Deus (1º Reis 3.8-9), mas os reis são sempre infiéis, pois fazem “o que Deus reprova”: praticam a idolatria, vendem a nação para os estrangeiros perseguem os profetas, dividem, exploram e oprimem o povo. Como consequência Israel e Judá são levados à ruína.
Ao abrir-se a cena deste livro, encontramos a Rei Davi agora velho e alquebrado.  Em virtude da debilidade de Davi, inicia-se contra ele uma rebelião. Há dois partidos opstos: um apóia Adonias, o filho que teria direito natural à sucessão, outro apóia Salomaõ, filho de Davi com Betsabéia. Adonias conta com seus outros irmãos, além de Joab, chefe do exército, e o sacerdote levita Abiatar. Salomão contava com o sacerdote Sadoc, o profeta Natã, o chefe da guarda Banaias, além dos valentes de Davi. Os dois grupos lutam pela supremacia, tanto no campo político, como religioso e militar.  A tentativa de Adonias no sentido de conseguir o trono do pai era natural, por ser ele o filho mais velho vivo (2º Sam. 3.4).  Esse levante reclama pronta reação tomada por Natã, o profeta.  Davi percebeu que era Salomão o mais indicado para sucedê-lo, pois era o escolhido de Deus (1º Reis 2.15, 1ª Cron.22.9).  Estava claro que a escolha de Salomão era popular (1º Reis 1.39-40) e Adonias viu logo que qualquer oposição seria inútil.  Por causa dessa rebelião Salomão foi coroado antes da morte de Davi (1º reis 1.30, 39, 53).
Salomão foi um rei magnífico, seu trono foi o mais grandioso que o mundo viu e sua vida foi cheia de acontecimentos de maravilhosa significação.  Seu reino de quase 100 mil quilômetros era dez vezes maior do que o herdado por seu pai.  Isso mostra o que Davi realizou durante o seu reinado.  Observamos que no tempo de Josué os israelitas não tinham ocupado toda a terra prometida, Salomão,, porém expandiu as fronteiras de seu país.  Cedo em seu reino Deus lhe apareceu num sonho e mandou que escolhesse o que desejasse.  A sábia escolha do jovem rei revelou seu sentimento de incapacidade para realizar aquilo que recaia sobre seus ombros. Salomão pede então sabedoria e Deus lhe dá exatamente aquilo que pediu e ainda acrescentou ... A edificação do templo constituiu o maior empreendimento do reinado de Salomão e era isso que seu pai aspirava.  Com os preparativos para o Templo, o contato com Hirão, Rei de Tiro, e a maneira pela qual a madeira veio do país vizinho, vemos que a influência política de Salomão teve consequências religiosas.  Os imensos alicerces de grandes pedras lavradas sobre as quais o templo se firmava, ainda hoje permanece sob a mesquita de Omar. Uma só laje tem 13 metros de comprimento.  As grandes pedras, o cedro aromático e o revestimento de ouro usado no edifício davam-lhe invulgar esplendor.  Mas empolgado pelas suas conquistas, pelo desenvolvimento do seu reino, impôs maiores tributos e se deixou levar pelo fascínio da grandeza.  As riquezas de Salomão, suas cavalarias, os seus vasos de ouro, as belezas de seu palácio, deixou a Rainha de Sabá, encantada com todo esplendor e sua expressão de sabedoria e de poder.  A reputação de Salomão se espalhara provavelmente através das viagens de sua marinha (1º Reis 9.21-28) mas as tentações políticas e mundanas o deixou levar por mulheres estranhas como também pela idolatria, pois aceitou o culto aos deuses estranhos. Vemos Salomão em seu lado religioso em agradar a Deus construindo o Templo e seu lado político que pactua com a corrupção mundana das nações vizinhas. Salomão como Rei de Israel não deu exemplo para seu povo e cometeu grandes erros amando as mulheres que Deus proíbira, amou muitas mulheres além das filhas de faraó, como também Moabitas, Edomitas, Sidônias e Hetéias, não cumprindo a ordem que Deus deu aos filhos de Israel: “Não entrareis a elas e elas não entrarão a vós, doutra maneira perverterão o vosso coração para seguirdes a seus deuses”.  As estas uniu Salomão com amor, tinha setecentas mulheres, princesas, concubinas, e suas mulheres perverteram seu coração. Porque sucedeu que no tempo da velhice de Salomão, suas mulheres lhe perverteram o seu coração para seguir outros deuses; e o seu coração não era perfeito para com o Senhor, como o coração de seu pai Davi. O pecado de Salomão foi a idolatria provocada por suas mulheres, e o casamento com as filhas dos reis, em geral filhas de outros monarcas, implicava em verdadeiras alianças econômicas, políticas, ideológicas e religiosas. Tais casamentos, portanto, significavam desvio dos ideais de um povo, deixando de lado a ideologia da religião Jeovista, para seguir a ideologia da desigualdade sustentada pela religião de outras nações. Já se começa a perceber a decadência do grande império. O resto da história de Salomão  está escrito no Livro da História de Salomão, e ele reinou durante 40 anos, morreu e foi enterrado junto com seus antepassados, na Cidade de Davi, seu pai, e seu filho Roboão sucedeu ao trono. O grande homem sem Deus é Nada.
O REINO DIVIDIDO
 do povo.  O reino agora ia ser dividido.  Quando Roboão, filho de Salomão, O império começa a desmoronar: Edom no Sul e Aram no Norte, proclamam independência. Israel perde duas importantes vias de acesso aos países vizinhos.  Os impostos sob o reinado de Salomão oneravam muito ao povo. O luxo, a idolatria havia perturbado o estado de espírito exigiu do povo ônus ainda mais pesado, sua imprudente teimosia se fez acrescentar combustível à fogueira que se vinha formado e ardendo por quase 300 anos, desde os tempos de Juízes.  Seguiu-se logo a revolta das Tribos de Israel.  Não obstante terem Judá e Benjamim permanecido leais e essa crise levou à indicação de Jeroboão servo de Salomão para ser Rei da parte do Norte (1º Reis 12.16-20).  Este fato ocorreu após a morte de Salomão e o reino de Israel se dividiu em dois: Norte – reinado por Jeroboão com dez tribos, denominado Israel cuja capital era Samaria “Samaritanos”, e Reino do Sul, reinado por Roboão, filho de Salomão, cujas tribos eram Judá e Benjamim e sua capital era Jerusalém. “ Reino de Judá”.
Aiás o profeta havia feito a Jeroboão uma surpreendente revelação.  Usando da fantasia oriental, despiu a capa nova que vestia e rasgando-a em doze pedaços, disse a Jeroboão: “Toma dez pedaços, porque assim diz o Senhor Deus de Israel, Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei dez Tribos” (1º Reis 11.31), e assim aconteceu, o reino foi dividido.
OS PROFETAS
O Reino foi dividido. O julgamento caiu sobre Salomão por causa dos longos anos de ostentação, orgulho e poder.  A apostasia religiosa vinha qual verme fatal corroendo a raiz da vida de Israel.  Mais tarde o povo de Israel passou a se chamar de Samaria, devido as Dez Tribos adorar a Deus em Samaria (1º Reis 16.24), cidade na qual o Rei Onri edificou um monte de adoração para o povo do Norte, daí a denominação dos povos “samaritanos” nos tempos de Cristo.  Neste estudo porém, devemos entrosar a leitura dos Livros de Reis e Crônicas , com os Livros Proféticos do Velho Testamento, pois muitos dos profetas foram contemporâneo destes reis descritos nestes livros e a leitura como é feita em geral,, na ordem em que aparece na Bíblia, não se torna clara por falta desse entrosamento. Talvez não seja possível apresentar um quadro perfeito, mas podemos ao menos apresenta-lo aproximadamente a leitura dos livros proféticos de acordo com os reis que viveram em suas épocas.  A preocupação do leitor não deve ser a de guardar na memória os nomes dos reis que aparecem em grande quantidade, mas a de perceber como esses reis se classificam em duas categorias: os que colaboram com os homens de Deus para a implantação dos projetos divinos. E os que se opuseram a isso.
ELIAS, ELISEU, OSÉIAS, ISAÍAS, ELCIAS, JEREMIAS, são nomes que devem ser guardados.  Cada um deles domina uma fase da história do “Reino dividido”, cada um deles foi o instrumento de Deus numa era de decadência.  Advertências e promessas foram proclamadas pela boca e pela pena deles.  Mas o que importa é acompanhar o grande drama de ação de Deus no mundo por meio dos Israelitas e a ação de Deus entre os Israelitas por meio dos profetas.
SÍNTESE BIOGRÁFICA DE ALGUNS REIS DE ISRAEL E JUDÁ E SEUS PROFETAS
ISRAEL - ....Fez Israel pecar – 1º Reis 14.16
·         Jeroboão
·         Nadabe
·         Baasa
·         Elá
·         Zimri
·         Tibni
·         Omri
·         Acabe*
·         Acazias*
·         Jeorão*
·         Jeú*
·         Joacaz
·         Jeoaz
·         Hadade III
·         Jeroboão II
·         Zacarias
·         Salum
·         Manahem
·         Pekaías
·         Peca
·         Hoséias
JUDÁ – Ainda em Judá havia boas coisas – 2º Reis 12.22
·         Roboão
·         Sisaque
·         Abías
·         Asa
·         Josafá*
·         Jeorão
·         Acazias
·         Atalia
·         Joás
·         Amazias
·         Uzias
·         Jotão
·         Acaz
·         Ezequias
·         Manassés
·         Josias
·         Joacaz (Salum)
·         Eliakim (Jeoaquim)
·         Joaquim – levado em cativeiro
·         Matanias (Zedequias)
PROFETAS: Contemporâneos de ELIAS* -  Semeías (2º Crôn. 12), Aías (1º Reis 14), Jeú (1º Reis 16), Miquéias (1º Reis 22) – Reino do Norte (ISRAEL)
PROFETAS: Contemporâneos de ELISEU - Amós (Amós 1.1), Jonas (2º Reis 14.25) – Reino do Sul (JUDÁ)
PROFETAS: Contemporâneos de ISAÍAS – Oséias, Miquéias, Sofonias, Elcias
PROFETAS: Contemporâneos de JEREMIAS – Nahum (Naum 1.1), Habacuque (Hab. 1.4)
PROFETAS DO CATIVEIRO: DANIEL, EZEQUIEL, ISAIAS
PROFETAS DA RESTAURAÇÃO: ZOROBABEL, ESDRAS, NEHEMIAS, AGEU, ZACARIAS, MALAQUIAS  

ELIAS O DESTEMIDO PROFETA DE DEUS



Elias, cujo nome significa “Jeová é Deus” foi chamado por Deus para o ministério profético, em um dos piores períodos da história de Israel. Período este, marcado por crise, fome, miséria, corrupção e apostasia. Mas, em meio à crise moral, social e espiritual, Deus pôde contar com a coragem e a determinação de Elias, para ser seu porta-voz.

Elias foi profeta do Reino do Norte, nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias. Ele desafiou o povo a fazer uma escolha definitiva entre seguir a Deus ou a Baal. Os israelitas achavam que podiam adorar o Deus verdadeiro e ao mesmo tempo adorar a Baal. Eles tinham o coração dividido e por esta razão queriam servir a dois senhores. Jesus, durante o seu ministério terreno advertiu contra essa atitude fatal: “Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro” (Mt 6:24).

I – QUEM ERA ELIAS
O mais famoso e dramático dos profeta de Israel; 

·         Foi contermporâneo de Acabe, Jezabel, Acazias, Obadias, Jeú e Aazael;
·         Predisse o início e o fim de uma seca de três anos e meio (I Rs 17.1; 18.44);
·         Fugiu da presença de Acabe e foi sustentado pelos corvos e por uma pobre viúva (I Rs 17.1-6; 8-16);
·         Foi usado por Deus para ressuscitar uma criança (I Rs 17.22);
·         Desafiou os profetas de Baal no Monte Carmelo (I Rs 18.22-45);
·         Ameaçado de morte, fugiu com medo de Jezabel e desejou a morte (I Rs 19.4);
·         Caminhou 40 dias 40 noites, após ser alimentado com pão e água, trazidos por um anjo (I Rs 19.8);
·         Ao chegar em Horebe, esconde-se em uma caverna, onde tem um encontro com Deus (I Rs 19.12);Unge Elizeu como seu sucessor (I Rs 19.15,21);
·         Foi levado ao céu em um redemoinho (II Rs 2.11)
·         A história de Elias está registrada em I Rs 17.1 até II Rs 2.11.
SUA TERRA E SUA GENTE
O relato sobre a vida do profeta Elias inicia-se com uma declaração sobre a sua terra e seu povo: “Então, Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade” (1 Rs 17.1). Estas palavras põem no cenário bíblico uma das maiores figuras do movimento profético. Elias era de Tisbe, um lugarejo situado na região de Gileade e a leste do rio Jordão. Esse lugar não aparece em outras passagens bíblicas, mas é citado somente no contexto do profeta Elias (1 Rs 21.17; 2 Rs 1.3,8; 9.36). Elias se tornou muito maior do que o meio no qual vivia. Na verdade, não foi Tisbe que deu nome a Elias, mas foi Elias que colocou Tisbe no mapa!




II – CONTEXTO POLÍTICO E RELIGIOSO DO TEMPO DE ELIAS

1. Era um período de sucessão de reis ímpios: Nos dias de Elias, Israel estava sendo governado por reis maus e idólatras. A Bíblia diz que Onri “… fez o que era mau aos olhos do Senhor; e fez pior do que todos quantos foram antes dele” (I Rs 16.25,26). Quando Onri morreu, em seu lugar reinou seu filho Acabe (I Rs 16.28), que teve a capacidade de fazer pior do que todos os reis que lhe antecederam. A Bíblia diz acerca de Acabe: “E fez Acabe, filho de Onri, o que era mau aos olhos do SENHOR, mais do que todos os que foram antes dele…” (I Rs 16.30,31).

2. Era um período de idolatria: O rei Acabe destaca-se nas Escrituras como um rei idólatra, pois ele andou nos caminhos de Jeroboão (I Rs 16.31); serviu a Baal e o adorou (I Rs 16.31); conduzindo toda a nação à idolatria. Como se não bastasse, Acabe casou-se com Jezabel, filha de Etbaal, rei dos sidônios; casamento este, jamais aprovado por Deus. Tudo isto fez Israel mergulhar no mais profundo paganismo, sem nenhuma pretenção de preservar o culto a Jeová, tornando-se uma nação idólatra e pagã, como as demais nações.

3. Era um período de crise: Quando Acabe, influenciado por sua esposa Jezabel, substituiu o culto à Jeová pela adoração à Baal (I Rs 16.31-33), Elias apareceu repentinamente perante o rei para anunciar a ausência de chuva e orvalho sobre a terra (I Rs 17.1). Como a chuva é um
dos principais elementos de sustentação da natureza, a falta dela provocou seca, fome e miséria. As Escrituras dizem que “… a fome era extrema em Samaria” (I Rs 18.2). Isto fez com que Acabe se irasse ainda mais com Elias, pois achava que ele era o culpado daquela calamidade.

4. Era um período de inversão de valores: Em meio a crise e à miséria, o rei Acabe parece estar mais preocupado com os cavalos e as mulas do que com os súditos do seu reino; pois ele chama Obadias, e saem à procura de água para preservar a vida dos animais (I Rs 18.5,6). Possivelmente movido pelo desespero, o próprio Acabe sai à procura de água com Obadias, o que não era um fato comum, pois, como rei, ele podería apenas ordenar a seus servos que saíssem à procura de água.

5. Era um período de idolatria e perseguição aos profetas: Jezabel, esposa do rei Acabe, ocupa o lugar de esposa mais ímpia da Bíblia. Além de controlar o seu esposo (I Rs 21.25), ela levou a nação de Israel a adorar seus deuses (I Rs 18.19,20). Como se não bastasse, intentou matar a todos os profetas do Senhor (I Rs 18.4). Foi nessa ocasião que Obadias, um homem temente a Deus e servo do rei Acabe (possivelmente um mordomo ou camareiro do palácio), conseguiu esconder cem profetas do Senhor e os sustentou com pão e água, pondo em risco a sua própria vida, pois, caso fosse descoberto, tanto ele como os cem profetas, seriam mortos à mando de Jezabel.

6. Era um período de abuso de poder: No capítulo 21 de I Rs, está registrado que Acabe desejou adiquirir uma vinha que pertencia a Nabote.  Como Nabote recusou-se vender a sua vinha para Acabe, Jezabel enviou cartas aos anciãos e aos nobres da cidade, com o selo do rei (como se estivesse sido escritas por ele), e mandou colocar duas falsas testemunhas contra Nabote, acusando-o de blasfêmia contra Deus e contra o rei, e, depois, o apedrejassem; fazendo com que seu marido possuisse a vinha que pertencia a Nabote (I Rs 21.1-16), numa demonstração de que, tanto Acabe como sua esposa Jezabel, eram capazes de fazer qualquer coisa para conseguir seus objetivos, até mesmo, mandar matar pessoas inocentes.  É em meio a essa crise social, moral e espiritual, Deus levanta o profeta Elias para combater o pecado, proclamar o juizo e chamar o povo ao arrependimento. 

ELISEU O PROFETA DE MUITOS MILAGRES

Eliseu, cujo nome significa “Deus é salvação”, foi um extraordinário profeta do povo de Israel, que substituiu o grande profeta Elias e foi líder dos filhos dos profetas no reino de Israel por cerca de cinqüenta anos, a partir do início do reinado de Jeorão em 852 a.C.  Como Elias, ele nada deixou escrito para a posteridade, mas alguns dos seus feitos estão registrados para o nosso conhecimento e ensino nos dois livros de Reis.
Há apenas uma referência a ele no Novo Testamento, mas foi feita pelo Senhor Jesus Cristo (Lucas 4:27), o que lhe dá plena autenticidade, se isso fosse necessário.
O SEU CHAMADO
Do lugar do seu nascimento, da sua linhagem, e da idade quando foi convocado para o serviço de Deus nada sabemos, o que nos lembra que Deus escolhe os Seus servos sem levar em conta esses e outros detalhes que às vezes julgamos tão importantes.
Mas temos informações suficientes para saber que ele era de uma família temente a Deus e trabalhava na fazenda do seu pai, Safate.  Deus mesmo o acompanhava e tinha um plano sublime para a sua vida no meio de um povo que, naquela época, estava em grande parte longe de Deus, governado por uma sucessão de reis idólatras e perversos.
Assim, quando o profeta Elias chegava no fim do seu ministério, desgastado com a rebeldia do povo, e pediu ao SENHOR que o levasse (1 Reis 19:4), o SENHOR ordenou que ele ungisse dois reis, um sobre a Síria e outro sobre Israel, e a Eliseu como profeta em seu lugar. Segundo o relato bíblico, Elias se apressou em nomear Eliseu no caminho entre Sinai e Damasco.
Elias encontrou o jovem e forte Eliseu lavrando com doze juntas de bois adiante dele.  Elias passou por ele e lançou o seu manto sobre ele.  Era um gesto simbólico, imediatamente compreendido por Eliseu: ele seria o sucessor de Elias, que já havia passado adiante e seguia o seu caminho.  Sua submissão foi imediata: correu após Elias, sem discutir condições, pedindo apenas oportunidade para despedir-se dos pais, o que Elias lhe concedeu.
Provou que sua decisão era definitiva, ao tomar e matar a junta de bois, usar os aparelhos de aragem para cozer as suas carnes e alimentar o povo com elas.  Em seguida seguiu Elias, deixando o conforto do seu lar e tornando-se o seu servo (1 Reis 19:21).
Isso pode nos lembrar daquele episódio em que alguém se prontificou a seguir ao Senhor Jesus mas pediu que Ele o deixasse primeiro despedir os que estavam na casa dele (Lucas 9:61,62). Parece um pedido igual ao de Eliseu, no entanto há uma diferença sutil, mas muito importante: a despedida de Eliseu foi curta, consistindo apenas de um jantar, sem haver hesitação da parte dele pois sacrificou os animais que usava em seu trabalho. No outro caso, o pedido significava uma protelação em seguir o Senhor, pois quem pediu queria mais tempo com a família. Jesus lhe disse: “Ninguém, que lança mão do arado e olha para trás, é apto para o reino de Deus.”
A SUA PREPARAÇÃO
Elias estava com pressa de deixar o cargo, mas Eliseu não estava preparado ainda. Era necessário tempo para aprendizagem e durante sete ou oito anos Eliseu foi assistente de Elias, prazo em que houve silêncio sobre os dois nas crônicas bíblicas.
O seu relacionamento com Elias era de servo, descrito ao rei Jeosafá, depois que Elias se fora, como “derramar água sobre as mãos de Elias”. A humildade, apego e submissão de Eliseu ao seu mestre não podiam ser descritas de maneira mais clara e abreviada, convencendo Jeosafá a ir procurá-lo para resolver um problema sério, certo de que a palavra do SENHOR estava com ele (2 Reis 3:11,12).
A PARTIDA DE ELIAS (2º REIS 2.1-12)
A partida de Elias foi notável e singular em toda a história. Se há uma lição importante para nós, é o apego de Eliseu ao seu mestre, e a sua nobre ambição de ser dotado com o dobro do espírito de Elias.
Elias nos dá a impressão de estar testando Eliseu. Ambos sabiam que Deus estava para tirar Elias para que Eliseu o substituisse.  Três vezes Elias disse a Eliseu que ficasse onde estava porque o SENHOR queria que Elias fosse a outro lugar.  Em todas essas vezes, Eliseu insistiu em seguir junto com Elias, dizendo as mesmas palavras: “Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que não te deixarei”.
Eliseu aparentemente já era aceito como o eventual sucessor de Elias, e os filhos dos profetas em Betel e Jericó sabiam que haveria a substituição naquele dia.  Elias já se dispunha a se afastar, mas Eliseu insistiu em acompanhá-lo até ao fim.
Após atravessarem o rio Jordão, simbolicamente terminando a missão de Elias ao afastar-se de Israel e voltar à sua origem do outro lado do rio (1 Reis 17:1), Elias perguntou a Eliseu o que ele gostaria de receber dele, e a resposta de Eliseu foi decerto inesperada: queria que Elias lhe concedesse porção dobrada do seu espírito! Uma dupla porção da herança cabia ao filho primogênito de um israelita, e a herança de Elias seria de ordem espiritual.
Elias servira a Deus de maneira sacrificial toda a sua vida, e Deus lhe concedera abundantes dons espirituais. Eliseu sabiamente queria o mesmo para si, e de forma duplamente abundante. É curioso notar que a Bíblia nos relata oito milagres feitos por Elias, mas dezesseis, o dobro, feitos por Eliseu.
Não era da competência de Elias conceder o pedido de Eliseu, mas prometeu que Eliseu saberia que ele lhe tinha sido concedido, se tivesse a oportunidade de ver a sua partida. Realmente Eliseu viu Elias ser elevado ao céu num redemoinho, e assim teve a confirmação.
O MINISTÉRIO DE ELISEU
Em seu ministério, Eliseu provou ser um homem de grande energia, ativo no serviço a Deus, falando com autoridade em nome do SENHOR, de uma integridade incorruptível, confiante no poder de Deus, fiel em seu ministério e de grande visão espiritual. A sua influência se viu tanto na área pública quanto nas vidas particulares daqueles que tiveram o privilégio de participar da sua companhia. Foi sem dúvida, um exemplo a ser seguido por todo aquele que se dedica ao serviço de Deus.

A SEPARAÇÃO DO REINADO
Quando Salomão morreu (930 A.C.), seu filho Roboão subiu ao trono. Talvez como concessão aos eframitas, que geralmente ficavam chateados com o seu status inferior, Roboão concordou em manter a sua coroação na sua cidade de Siquém ao invés de em Jerusalém, um lugar tradicional (1 Reis 12:1). Na assembleia, os líderes das tribos do Norte, acompanhadas de Jeroboão, aproximaram-se do rei para fazer concessões.  Jeroboão - um oficial da administração de Salomão que fugiu para o Egito quando Salomão suspeitou que ele o estivesse traindo - retornou a Israel para assumir uma posição de liderança.  Jeroboão estava destinado a governar Israel por causa do pecado de Salomão (1 Reis 11).  Os inúmeros projetos de prédios e a extravagância de Salomão levaram o reino à falência resultando numa sobrecarga intolerável de impostos.  A população em geral queria um alívio desses impostos altíssimos.
O novo rei pediu um período de três dias para estudar a proposta.  Os conselheiros mais velhos da época de Salomão aconselharam o rei a se compromissar com o povo; os mais jovens o encorajaram a não ter moderação alguma e aumentar ainda mais a carga de impostos. Seguindo o conselho de seus conselheiros mais jovens, Roboão ameaçou arrogantemente a colocar impostos ainda mais altos.  As tribos do Norte impacientemente de desvencilharam para formar um reino separado de baixo da liderança de Jeroboão.  As tribos de Judá e Benjamim eram as únicas fiéis a Roboão.  A existência de um reino do norte separado não era novidade.  Depois da morte de Saul, o Norte havia seguido o seu próprio caminho enquanto Davi reinava em Hebrom.  Uns 30 anos mais tarde, apoiou brevemente Sebá numa revolta contra Davi.  Agora, debaixo da liderança de Jeroboão, a ruptura se tornou permanente.

Não aceitando o sucesso da separação, Roboão enviou a Adorão, o seu tesoureiro, para tentar desfazer a separação.  Os Israelitas do Norte, porém, o apedrejaram até a morte, e Roboão conseguiu fugir para Jerusalém.  Imediatamente, Roboão tentou dominar as tribos rebeldes. Ele juntou um exército de 180,000 homens das tribos de Judá e Benjamim e se preparou para marchar para o norte, mas o profeta Semaías trouxe a palavra de Deus para abandonar o projeto pois o rompimento do reino era parte do julgamento de Deus sobre Israel por causa de sua conduta pecaminosa durante o reino de Salomão.  Roboão abandonou seus esforços militares prontamente, mas alguns acontecimentos bombardearam a relação entre Roboão e Jeroboão durante seus reinados.

ALGUNS DOS REIS QUE GOVERNARAM ISRAEL E JUDÁ ATÉ OS TEMPOS DOS PROFETAS ELIAS E ELISEU (Veremos os outros monarcas descritos no segundo livro de Reis)

JEROBOÃO – REI DE ISRAEL -  O LIDER QUE SEGUIU O SEU PRÓPRIO CAMINHO
Relativizando e negligenciando os princípios estabelecidos na Lei de Moisés, Salomão tomou para si mulheres estrangeiras que lhe perverteram o bom senso, levando-lhe a prática e a promoção da idolatria. O clima de insatisfação com a administração de Salomão havia se agravado entre as tribos do Norte pela alta carga de impostos que cobrava. Foi neste contexto que a palavra de Deus veio a Salomão nos seguintes termos:
“Visto que assim procedestes e não guardaste a minha aliança, nem os meus estatutos que te mandei, tirarei de ti este reino e o darei a teu servo. Contudo, não o farei nos teus dias, por amor de Davi, teu pai; da mão de teu filho o tirarei. Todavia, não tirarei o reino todo; darei uma tribo a teu filho, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, que escolhi”. (1 Rs 11.11-13, ARA).
A sentença estava decretada. Deus estabelece e remove líderes, verdade esta negligenciada por muitos na atualidade, fato este evidenciado pela maneira com que lidam com os negócios do Reino. Mas, quem seria este servo de Salomão a quem Deus daria parte do Reino? Seu nome, Jeroboão, filho de Nebate, efraimita de Zereda, homem corajoso, habilidoso e aplicado em suas responsabilidades e trabalho. Enquanto servia a Salomão na edificação de Milo, suas qualidades fizeram com que ele alcançasse a confiança do rei, conquistando assim o cargo de supervisor do trabalho forçado da casa de José.
Foi durante esse tempo que a vontade de Deus para com Jeroboão lhe foi claramente manifesta: “Sucedeu, nesse tempo, que, saindo Jeroboão de Jerusalém, o encontrou o profeta Aías, o silonita, no caminho; este se tinha vestido de uma capa nova, e estavam sós os dois no campo. Aías pegou na capa nova que tinha sobre si, rasgou-a em doze pedaços e disse a Jeroboão: Toma dez pedaços, porque assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Eis que rasgarei o reino da mão de Salomão, e a ti darei dez tribos. Porém ele terá uma tribo, por amor de Davi, meu servo, e por amor de Jerusalém, a cidade que escolhi de todas as tribos de Israel. Porque Salomão me deixou e se encurvou a Astarote, deusa dos sidônios, a Quemos, deus de Moabe, e a Milcom, deus dos filhos de Amom; e não andou nos meus caminhos para fazer o que é reto perante mim, a saber, os meus estatutos e os meus juízos, como fez Davi, seu pai. Porém não tomarei da sua mão o reino todo; pelo contrário, fá-lo-ei príncipe todos os dias da sua vida, por amor de Davi, meu servo, a quem elegi, porque guardou os meus mandamentos e os meus estatutos. Mas da mão de seu filho tomarei o reino, a saber, as dez tribos, e tas darei a ti. E a seu filho darei uma tribo; para que Davi, meu servo, tenha sempre uma lâmpada diante de mim em Jerusalém, a cidade que escolhi para pôr ali o meu nome.” (1 Rs 11.29-36)

ROBOÃO – REI DE JUDÁ – LIDER INSENSÍVEL E INSENSATO

Roboão foi um rei (930-913 A.C.) especialmente lembrado por manter a separação entre o reino hebreu e por ser o primeiro rei do reinado separado do sul de Judá. Roboão tinha 41 anos quando ele subiu ao trono, e ele reinou por quarenta anos.
A SEPARAÇÃO DO REINADO
Quando Salomão morreu (930 A.C.), seu filho Roboão subiu ao trono. Talvez como concessão aos eframitas, que geralmente ficavam chateados com o seu status inferior, Roboão concordou em manter a sua coroação na sua cidade de Siquém ao invés de em Jerusalém, um lugar tradicional (1 Reis 12:1). Na assembleia, os líderes das tribos do Norte, acompanhadas de Jeroboão, aproximaram-se do rei para fazer concessões.  Jeroboão - um oficial da administração de Salomão que fugiu para o Egito quando Salomão suspeitou que ele o estivesse traindo - retornou a Israel para assumir uma posição de liderança.  Jeroboão estava destinado a governar Israel por causa do pecado de Salomão (1 Reis 11).  Os inúmeros projetos de prédios e a extravagância de Salomão levaram o reino à falência resultando numa sobrecarga intolerável de impostos.  A população em geral queria um alívio desses impostos altíssimos.
O novo rei pediu um período de três dias para estudar a proposta.  Os conselheiros mais velhos da época de Salomão aconselharam o rei a se compromissar com o povo; os mais jovens o encorajaram a não ter moderação alguma e aumentar ainda mais a carga de impostos. Seguindo o conselho de seus conselheiros mais jovens, Roboão ameaçou arrogantemente a colocar impostos ainda mais altos.  As tribos do Norte impacientemente de desvencilharam para formar um reino separado de baixo da liderança de Jeroboão.  As tribos de Judá e Benjamim eram as únicas fiéis a Roboão.  A existência de um reino do norte separado não era novidade.  Depois da morte de Saul, o Norte havia seguido o seu próprio caminho enquanto Davi reinava em Hebrom.  Uns 30 anos mais tarde, apoiou brevemente Sebá numa revolta contra Davi.  Agora, debaixo da liderança de Jeroboão, a ruptura se tornou permanente.

Não aceitando o sucesso da separação, Roboão enviou a Adorão, o seu tesoureiro, para tentar desfazer a separação.  Os Israelitas do Norte, porém, o apedrejaram até a morte, e Roboão conseguiu fugir para Jerusalém.  Imediatamente, Roboão tentou dominar as tribos rebeldes. Ele juntou um exército de 180,000 homens das tribos de Judá e Benjamim e se preparou para marchar para o norte, mas o profeta Semaías trouxe a palavra de Deus para abandonar o projeto pois o rompimento do reino era parte do julgamento de Deus sobre Israel por causa de sua conduta pecaminosa durante o reino de Salomão.  Roboão abandonou seus esforços militares prontamente, mas alguns acontecimentos bombardearam a relação entre Roboão e Jeroboão durante seus reinados.
O REINADO DE ROBOÃO
O reino do Sul experimentou um avivamento espiritual e militar.  Por causa do estabelecimento de uma nova religião falsa no reino do Norte, sacerdotes e levitas se mudaram para o sul, aonde eles fortificaram muito a fibra espiritual do reino de Judá.  Aparentemente, eles ajudaram a manter a estabilidade de Judá por três anos.  No entanto, o povo construiu santuários pagãos pela terra.  Eles começaram a se envolver em práticas de religiões corruptas das nações pagãs em volta deles.  Logo, o próprio Roboão abandonou a lei do Senhor e toda Israel o seguiu (2 Crônicas 12:1).  Roboão era filho de Salomão, um pai preocupado que se tornou negligente sobre coisas espirituais.  A mãe de Roboão se chamava Naamá, uma princesa amonita pagã que não parecia ter nenhuma percepção espiritual (1 Reis 14:21).  O exemplo que seu pai deixou tendo um harém e inúmeros filhos tiveram um grande impacto nele.  Roboão tinha 18 esposas, 60 concubinas, 28 filhos e 60 filhas.  Ele gastava bastante tempo provendo lugar para eles morarem na cidade de Judá (2 Crônicas 11:21-23). Com o passar do tempo, a apostasia de Judá se tornou tão grande que Deus trouxe o julgamento sobre a nação na forma de invasão de estrangeiros.  No quinto ano de Roboão (por volta de 926 A.C.), Sisaque I do Egito invadiu a Palestina com 1,200 carros e 60 mil homens (2 Crônicas 12:2-3).  Depois do sucesso inicial de Sisaque, o profeta Semaías deixou claro ao rei e a nobreza que a invasão era uma punição direta por causa de seus pecados.  Quando eles se arrependeram, Deus prometeu moderar a sua punição.  Eles foram sujeitados a impostos pesados ou a um saque de sua cidade.  O tesouro nacional e o tesouro do templo foram esvaziados para satisfazer as demandas dos egípcios.  A invasão de Sisaque continuou no reinado do norte adentro.  O arrependimento de Roboão só foi temporário.  Os anos seguintes foram caracterizados como maus (2 Crônicas 12:14) e seu filho e sucessor Abias, "andou em todos os pecados que seu pai tinha cometido antes dele;" (1 Reis 15:3).  Provavelmente os pecados de seu pai não seriam condenados se os últimos 12 anos de Roboão tivessem sido um bom exemplo para o seu filho que estava amadurecendo.

ZIMRI – O 5º REI DE ISRAEL
“No ano vigésimo sétimo de Asa, rei de Judá, reinou Zinri sete dias em Tirza; e o povo estava acampado contra Gibetom, que era dos filisteus.  E o povo que estava acampado ouviu dizer: Zinri tem conspirado, e até matou o rei. Todo o Israel pois, no mesmo dia, no arraial, constituiu rei sobre Israel a Onri, capitão do exército. E subiu Onri, e todo o Israel com ele, de Gibetom, e cercaram a Tirza. E sucedeu que Zinri, vendo que a cidade era tomada, foi ao paço da casa do rei e queimou-a sobre si; e morreu.“ (1 Rs 16:15-18).
Conforme 1 Rs 16:15, Zinri começou a reinar no ano 27 de Asa, rei de Judá, e reinou apenas uma semana.
Pouco tempo de fato, mas o suficiente para eliminar todos os descendentes de sexo masculino de Baasa, começando por Elá, seu filho, e não só os descendentes, como também amigos e parentes, vindo assim a cumprir a profecia de Jeú contra Baasa. (1 Rs 16:3-4)

O povo, ouvindo que Zinri matara o rei e seus descendentes, constituiu Onri, comandante do exército de Israel, seu rei. Onri subiu então contra Tizra para buscar a vida do assassino do rei. Vendo-se cercado pelo exército de Onri, Zinri suicidou-se, colocando fogo na casa em que estava, vindo desta forma a morrer sete dias depois de assumir o trono de Israel.
Nos dias de Zinri, Asa reinava sobre Judá.


JOSAFÁ – REI DE JUDÁ – UM ADMINISTRADOR PIEDOSO
O reino de 25 anos de Josafá (872-848 a.C.) foi um dos mais alentadores, e marcou uma era de esperança na história religiosa de Judá.  Nos primeiros anos de ser reinado, Josafá fez reviver a política da reforma religiosa que tinha sido tão efetiva na primeira parte do reinado de Asa. Devido a que Josafá tinha trinta e cinco anos de idade quando começou a governar, deve ter permanecido, muito provavelmente, sob a influência dos grandes líderes religiosos de Judá durante sua infância e juventude.  Seu programa esteve bem organizado.  Cinco príncipes, que estavam acompanhados por nove levitas principais e dois sacerdotes, foram enviados por todo Judá para ensinar a lei.  Além disto, suprimiu os lugares altos e os aserins pagãos, para que o povo não fosse influenciado por eles.  Em lugar de buscar a Baal, como o povo provavelmente tinha feito durante as últimas duas décadas do reinado de Asa, este rei e seu povo se voltaram para Deus.
Este novo interesse com Deus teve um amplo efeito sobre as nações circundantes, ao igual que sobre Judá.  Conforme Josafá fortificava suas cidades, os filisteus e os árabes não declararam a guerra a Judá, senão que reconheceram a superioridade do Reino do Sul, levando presentes e tributos ao rei.  Este providencial favor e apoio o animaram a construir cidades para armazéns e fortalezas por todo o país, estabelecendo nelas unidades militares.  Além disso, contava com cinco comandantes do exército de Jerusalém, ligados e responsáveis diretamente a sua pessoa (2 Cr 17.1-19). Como natural conseqüência, sob o mandado de Josafá o Reino do Sul prosperou política e religiosamente.
Existiam relações amistosas entre Israel e Judá.  A aliança matrimonial entre a dinastia de Davi e Onri deve ter-se realizado, verossimilmente, na primeira década do reinado de Josafá (cerca de 865 a.C.), já que Acazias, o filho desta união, tinha vinte e dois anos quando ascendeu ao trono de Judá em 841 a.C. (2 Rs 8.26) . Este nexo de união com a dinastia governante do Reino do Norte, assegurou a Josafá do ataque e a invasão procedente do Norte.
Aparentemente transcorreu mais de uma década do reinado de Josafá sem notícias entre os primeiros dois versículos de 2 Cr 18. o ano era 853 a.C. Depois da batalha de Qarqar, na qual Acabe tinha participado na aliança síria, para opor-se à força expansiva dos assírios, e Acabe homenageou a Josafá muito suntuosamente em Samaria.  Enquanto Acabe considerou a recuperação de Ramote-Gileade, que Ben-Hadade, o rei sírio, não lhe havia devolvido de acordo com o tratado de Afeque, convidou a Josafá a unir-se a ele na batalha.  O rei de Judá respondeu favoravelmente; porém insistiu em assegurar-se os serviços e o conselho de um verdadeiro profeta.  Micaías predisse que Acabe seria morto na batalha.  Ao ter conhecimento daquilo, Acabe se disfarçou.  Ao ser mortalmente ferido por uma flecha perdida, Josafá conseguiu escapar, voltando em paz a Jerusalém.
Jeú confrontou a Josafá valentemente com as palavras do Senhor.  Sua fraternização com a família real de Israel estava desgostando o Senhor.  O juízo divino viria a seguir, sem dúvida. Para Jeú, isto foi um grande ato de valor, já que seu pai, Hanani, tinha sido encarcerado por Asa por ter admoestado o rei.  Concluindo sua mensagem, Jeú felicitou a Josafá por tirar do meio os aserins e submeter-se e buscar a Deus.
Em contraste com Asa, seu pai, Josafá respondeu favoravelmente a esta admoestação.
Pessoalmente foi por toda Judá, desde Berseba até Efraim, para alentar o povo a voltar-se a Deus, completou esta reforma, nomeando juízes em todas as cidades fortificadas, admoestando-os a que julgassem com o temor de Deus, antes que com base em juízos particulares ou aceitando subornos.  Os casos em disputa deviam apelar-se a Jerusalém, onde os levitas, os sacerdotes e os cabeça de família importantes, tinham a seu cargo o render justas decisões.  Amarias, o chefe dos sacerdotes, era em última instancia responsável de todos os casos religiosos.  As questões civis e criminosas estavam a cargo de Zebadias, o governador da casa de Judá.
Pouco depois de tudo isto, Josafá se viu enfrentado a uma terrífica invasão procedente do Sudeste.  Um mensageiro informou que uma grande multidão de amonitas e moabitas se dirigia a Judá, procedentes da terra do Edom, ao sul do Mar Morto.  Se aquilo era o castigo implicado na predição de Jeú sobre a pendente ira de Deus, então se viu que Josafá tinha sabiamente preparado a seu povo. Quando proclamou o jejum, o povo de todas as cidades de Judá respondeu imediatamente.  Na nova corte do templo, o próprio rei conduziu a oração, reconhecendo que Deus lhes havia entregado a terra prometida, manifestando sua presença no templo dedicado nos dias de Salomão, e prometido a liberação se se prostrassem humildemente diante dEle.  Nas simples palavras "não sabemos o que faremos; porém os nossos olhos estão postos em ti", Josafá expressou sua fé em Deus, quando concluiu sua oração (2 Cr 20.12). Mediante Jaaziel, um levita dos filhos de Asa, a assembléia recebeu a certeza divina de que inclusive sem ter de lutar eles veriam uma grande vitória. Em resposta, Josafá e seu povo se inclinaram e adoraram a Deus, enquanto os levitas, audivelmente, louvavam o Senhor.
Na manhã seguinte, o rei conduziu seu povo pelo deserto de Tecoa e os alentou a exercer sua fé em Deus e nos profetas.  Cantando louvores a Deus, o povo marchava contra o inimigo.  As forças inimigas foram lançadas numa terrível confusão e se massacraram uns aos outros.  O povo de Judá empregou três dias em recolher o botim e os despojos de guerra.  No quarto dia, Josafá reuniu seu povo no vale de Beraca, para uma reunião de ação de graças, reconhecendo que só Deus lhes havia dado a vitória.  Numa marcha triunfal, o rei os conduziu a todos de volta a Jerusalém.  O temor de Deus caiu sobre as nações dos arredores quando souberam desta miraculosa vitória. Josafá de novo tornou a gozar de paz e quietude.
Com um novo rei, Acazias, sobre o trono onrida de Israel, Josafá entrou uma vez mais em íntima afinidade com esta malvada família.  Num esforço conjunto, tentaram fretar barcos em Eziom-Geber, para propósitos comerciais.  De acordo com a predição do profeta Eliézer, os barcos naufragaram (2 Cr 20.35-37).  Quando Acazias lhe propôs outra nova aventura, Josafá declinou a proposição (1 Rs 22.47-49).
Antes do fim de seu reinado, Josafá de novo entrou em aliança com um rei de Israel.  Desta vez foi Jorão, outro dos filhos de Acabe.  Quando Acabe morreu, Moabe cessou de pagar tributos a Israel.  Aparentemente, Acazias, em seu curto reinado, nada disse a este respeito.  Quando Jorão se converteu em rei, convidou Josafá a unir suas forças com ele numa marcha através do Edom, para submeter a Moabe (2 Rs 3.1-27) .  Josafá de novo teve consciência do fato de que estava aliado com reis ímpios, quando o profeta Eliseu salvou os três exércitos da destruição.
Josafá morreu no ano 848 a.C. em agudo contraste com a dinastia onrida, conduziu a seu povo na luta contra a idolatria em todos seus aspectos.  Por sua íntima associação com ao reis malvados e ímpios de Israel, todavia, foi severamente admoestado por vários profetas.
Esta política de aliança matrimonial não afetou seriamente sua nação, enquanto ele viveu, porém foi causa de que fosse quase eliminada a dinastia davídica de Judá, menos de uma década após sua morte.  Esta complacência de sua política sincrética anulou, com muito, os esforços de toda uma vida, no bom e piedoso rei Josafá.

ACABE – REI DE ISRAEL
Acabe foi um rei politicamente forte e muito poderoso, mas muito fraco na moralidade pessoal.  Ele fez alianças com Fenícia, Judá e Síria e levantou Israel como uma nação.  No entanto, ele permitiu que sua esposa e rainha, Jezabel, uma mulher estranha para Israel, tanto na nacionalidade quanto na prática religiosa, promovesse idolatria em Israel.  Isso provocou a ira de Deus e levou à queda de Acabe.  Ele juntou-se a sua rainha na prática de idolatria, no entanto se humilhou diante de Deus ocasionalmente.  Ele morreu em batalha em 853 a.C.
ISRAEL INVADIDO PELOS SIROS
Podemos ler sobre como aconteceu a guerra entre Israel e a Síria, também chamada de “Arã”(1 Reis 20:1-21).  Ben-Hadade, o rei da Síria, fez uma proposta, esperando que Acabe recusasse.  Essencialmente, Síria exigiu que Acabe pagasse tributo à Síria que consistia de tudo de valor em Israel.  Acabe teria que recusar isso, e seria o pretexto da Síria para guerra. Pode ser que Ben-Hadade estava com medo que Israel estivesse ficando forte demais, assim obrigando Acabe a lutar.  Acabe deu sua resposta famosa: “Dizei ao rei, meu senhor: Tudo o que primeiro demandaste do teu servo farei, porém isto, agora, não posso consentir.  E se foram os mensageiros e deram esta resposta.  Ben-Hadade tornou a enviar mensageiros, dizendo: Façam-me os deuses como lhes aprouver, se o pó de Samaria bastar para encher as mãos de todo o povo que me segue.  Porém o rei de Israel respondeu e disse: Dizei-lhe: Não se gabe quem se cinge como aquele que vitorioso se descinge” (1 Reis 20:9-11).  Isso foi uma resposta corajosa, mas arrogante.  Acabe avisou ao Ben-Hadade que não agisse como se já houvesse ganho.  Mas a arrogância de Acabe é vista no fato que ele não buscou a ajuda de Deus.
Com a batalha marcada para começar, Deus interveio para que Israel soubesse “que eu sou o Senhor” (1 Reis 20:13).  Acabe fez como o profeta o instruiu, e a Síria foi derrotada.  Mas os siros tiveram uma ideia.  Teria uma segunda batalha (1 Reis 20:22-43).  Os siros atribuíram corretamente a vitória de Israel ao seu Deus.  Julgando-o como o Deus apenas dos montes, eles decidiram atacar Israel nas planícies (1 Reis 20:23,28).  Novamente Acabe se preparou para a batalha sem buscar a ajuda de Deus.  Novamente Deus interveio, não por causa de Acabe, mas porque os siros pensaram que ele era apenas “um deus dos montes”.  Os siros foram derrotados com grandes perdas.  Acabe, confiando na seu próprio juízo político, poupou Ben-Hadade e fez uma aliança com ele (1 Reis 20:32-34).
O Senhor ficou irado com Acabe por ter poupado Ben-Hadade.  Deus predisse que na próxima batalha, Ben-Hadade venceria e Acabe morreria.  Acabe ficou “desgosto e indignado” com a repreensão de Deus (1 Reis 20:42-43).
Há muito para aprendermos, hoje em dia, desta história. Algumas coisas para você pensar a respeito:
Primeiro, Deus deve receber a glória que ele merece. Ele não é um Deus apenas dos montes, mas do universo que ele mesmo criou. Os siros não tiveram respeito suficiente pelo poder de Deus, e muitos hoje em dia também não têm! Temo por aqueles que não reconhecem Deus e não lhe dão a glória correta na suas vidas (1 Coríntios 1:24-25; Mateus 19:26; 22:29; Romanos 4:20-22).
Segundo, as coisas destinadas a destruição devem ser destruídas. Há coisas que o cristão deve destruir em relação aos seus pecados, suas atitudes e características perversas (Romanos 6:6; Gálatas 2:20; 5:24).
A VINHA DE NABOTE
Acabe desejava a vinha de Nabote em Jezreel para usar como horta, e fez uma oferta para trocar terrenos. Nabote recusou a oferta de Acabe, e o rei ficou “desgostoso e indignado”(1 Reis 21:1-4).  Jezabel planejou matar Nabote e seus filhos (1 Reis 21:7; 2 Reis 9:26), acusando-o com falsa acusações feitas por “homens malignos” que ela subornou.  Nabote foi morto por crimes pelos quais ele foi acusado falsamente, e com a sua morte, Acabe tomou posse da sua vinha.
Deus mandou Elias para profetizar contra Acabe pela sua maldade.  As oportunidades de Acabe para se tornar uma pessoa melhor haviam acabado (1 Reis 21:17-24).  A profecia consistia de três partes principais:  O sangue de Acabe seria derramado no mesmo lugar, a casa de Acabe seria destruída e os cães comeriam Jezabel.  Acabe arrependeu-se e Deus adiou a destruição de sua casa até após a sua morte (1 Reis 21:27-29).
ISRAEL E JUDÁ INVADEM TERRITÓRIO SIROS
A cabe pediu que o Rei Josafá de Judá os ajudasse em recapturar Ramote-Gileade.  Josafá concordou em ajudar Acabe mas pediu orientação profética de Deus.  Quatrocentos falsos profetas profetizaram sucesso.  Micaías, um verdadeiro profeta de Deus, predisse derrota e foi preso (1 Reis 22:5-8,27-28).
Na batalha resultante, os siros foram vitoriosos.  Apesar de estar disfarçado, Acabe foi morto por uma flecha perdida (1 Reis 22:34-37).  Acabe morreu corajosamente na batalha.  Os cães lamberam o sangue de sua carruagem no poço de Samaria, assim cumprindo uma parte da profecia de Elias (versículo 38).  A profecia inteira seria cumprida em breve.
Novamente, estamos lembrados de algumas coisas importantes para nós também.  A palavra de Deus é verdadeira e deve ser obedecida.  Assim como Acabe escolheu não acreditar em Micaías o profeta, podemos fingir que a Bíblia não diz o que diz, preferindo alguma outra coisa, mas isso não muda a verdade (João 8:31-32,44-45; 14:6; 17:17; 18:37).
De certas maneiras Acabe teve muito êxito.  Ele ganhou algumas batalhas.  Sua nação prosperou durante seu reinado; ele é conhecido por construir cidades em Samaria.  Mas sua vida acabou tragicamente, e ele entrou na eternidade afastado de Deus.  Ele ouviu Jezabel demais e não ouviu Deus o suficiente.  Ele foi um rebelde orgulhoso em vida, mas agora o orgulho se foi.  É um sucesso vazio nesta vida que é seguido por derrota eterna! Deus foi paciente com Acabe.  Não precisava acabar daquele jeito.  Não tem que acabar daquele jeito com nenhum de nós!
Este livro é uma expressão veemente em que as condutas destes reis que governavam mal aos olhos do Senhor, desprezando a Sua  Palavra e Sua Lei, como um brado de alerta a seu povo, “ A RUÍNA DO REINO”, e o perigo do CATIVEIRO;  primeiro ISRAEL e depois JUDÁ.