domingo, 22 de janeiro de 2017

N O V O T E S T A M E N T O

N O V O    T E S T A M E N T O

PREFÁCIO
Toda história de Israel está relacionada com a chamada de Abraão e a constituição de uma família de filhos de Deus. O objetivo da escolha do povo de Israel não é caprichosa. A esse respeito da escolha do povo de Israel vimos os textos em Deut. 7 a 9. A razão da escolha de Israel é o serviço. Israel foi escolhido para servir. Foi escolhido não para ter uma grandeza própria, nacional, mas para ser luz dos gentios, para levar-lhes a mensagem de um Deus que supera as nações e as domina, e para mostrar que, acima dos reinos, está o reino espiritual.
Se a grande vocação dos romanos foi o direito, se a grande vocação dos gregos foi a filosofia ou a arte, dessa pequenina nação foi dar ao mundo a religião monoteísta e, mais que isso, a religião de Cristo. As expectativas messiânicas do povo de Israel foram se acentuando cada vez mais, sendo especificadas em linhas que se concentravam, de modo que o povo aguardava a chegada do grande homem de Deus. O Messias prometido poderia levar, até às últimas consequências, todas as implicações do pacto que Deus fizera com Abraão e com sua descendência. A essa altura, verificamos que se constituía, dentro da própria vida do povo de Israel, uma relíquia. Esta aguardava, esperançosa e solícita, a visita de Deus ao mundo.
No Novo Testamento vamos encontrar exatamente expressões dessa relíquia espiritual, como no caso de Simeão e de Ana, de Zacarias e de João Batista, e no próprio precursor de Jesus Cristo, apresentando o Messias como o Deus encarnado. A primeira parte do Novo Testamento é a apresentação do Messias, e as partes subsequentes descrevem o desenvolvimento inicial da Igreja. Segue-se então, as pelas instruções dada a Igreja pelos apóstolos, e na parte final, no Apocalipse teremos a perspectiva dessa história espiritual da humanidade, desde a era apostólica até a consumação de todos os tempos. Todas as grandes implicações da vinda de Jesus Cristo ao mundo são levadas às últimas consequências, e todas as grandes e gloriosas promessas de Deus atingem a seu ápice na Jerusalém Celestial.
A Bíblia é um livro maravilhoso. É o único livro que começa no começo de todas as coisas, no princípio da criação de Deus e vai até o fim de todas as coisas, na transformação final da presente ordem das coisas. Será a parousia, fim do mundo. A Bíblia, que começa com raízes de eternidade do passado e que termina apontando para a eternidade do futuro, mostra-nos a ação de Deus através de indivíduos, família, povo, até sua completa identificação com a humanidade na pessoa do Messias Redentor. Se observarmos um mapa podemos inicialmente apresenta-lo no Velho Testamento numa linha que vem do Oriente para a Palestina e no Novo Testamento essa linha vai da Palestina para o Ocidente. Poderíamos pensar em algumas retas perpendiculares: a do início, a do meio e a do fim. Essa história da ação de Deus dentro do quadro cronológico espacial é a história da intervenção da eternidade no tempo, de Éden a Éden. É a história da ação divina, passando pelo centro da própria história, Jesus Cristo, Identificação de Deus com os homens. O vulto do Deus encarnado, a grande esperança de Israel e de todos nós.
O Novo Testamento ou Nova Aliança é a parte da Bíblia onde encontramos o anúncio de Jesus Cristo. Sua mensagem central é o próprio Filho de Deus, que veio ao mundo para estabelecer a aliança definitiva entre Deus e os homens. Sendo Deus-e-Homem, o próprio Jesus é a expressão dessa aliança: ele mostra que Deus é Pai para os homens, e como os homens devem viver para se tornar filhos de Deus.

Através de sua palavra e ação, Jesus inaugurou a nova aliança ou, em outras palavras, o Reino de Deus. Esse Reino ou aliança não é mais aliança com um povo, é a aliança aberta a todos os povos de todos os tempos e lugares. Em Jesus, Deus quer reunir toda a humanidade como uma família em que todos são chamados a viver como irmãos, repartindo entre si todas as coisas.

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