domingo, 22 de janeiro de 2017

H E R O D I A N O S

HERODIANOS

Os Herodianos eram uma seita ou partido mencionado no Novo Testamento como tendo, por duas vezes, manifestado oposição a Jesus, primeiro na Galileia e depois em Jerusalém.
Em todas estas ocasiões, os herodianos são citados juntamente com os fariseus. Em Marcos 3:6, os fariseus começam a conspirar contra Jesus por causa de suas ações num sabá e atraíram os herodianos para a o complô. Em Marcos 8:15, Jesus reconheceu que a aliança entre esta aliança era uma ameaça. Em Marcos 12:13, fariseus e herodianos, depois de enviarem uma delegação para investigar e desafiar o que Jesus estava ensinando em Jerusalém, elogiam-no em conjunto por sua honestidade e imparcialidade antes de perguntar-lhe sobre os impostos pagos aos romanos. Eles são citados ainda em Mateus 22:16, Lucas 13:31-32 e Atos 4:27.
Segundo alguns estudiosos, os mensageiros e soldados de Herodes Antipas eram os herodianos. Outros defendem que eles eram provavelmente um partido político público que se distinguia dos outros dois grandes partidos do judaísmo pós-exílio (os fariseus e os saduceus) por terem se aliado a Herodes, o Grande e sua dinastia.
É possível que, para conseguir aliados, o partido herodiano difundia a ideia de que a consolidação de uma dinastia herodiana seria favorável ao objetivo de implantar uma teocracia, o que pode ser a explicação para a alegação de Pseudo-Tertuliano (Adversis Omnes Haereses 1.1) de que os herodianos consideravam o próprio Herodes como o Messias.

Os herodianos constituíam um partido político que favorecia a autoridade dos Herodes, sob o governo de Roma. Os seus membros mostraram forte hostilidade para com Jesus Cristo, em diversas ocasiões (Mt 22.16 – Mc 3.6 – 12.13). Nestas questões eram partidários dos fariseus e dos saduceus. Que esta liga era apenas uma coisa acidental, sendo a consequência de julgarem ser necessário combater o perigo comum, parece deduzir-se de raras vezes fazer-se menção dos herodianos. O seu fim político era a fundação de um independente império judaico, governado por Herodes, servindo-lhes de proteção a soberania de Roma até que fossem bastante fortes para poderem sacudir o odiado jogo.
O mais famoso dentre os que levavam o nome Herodes, nos tempos bíblicos foi o Herodes o Grande, pois foi o progenitor de uma grande clã 
Herodes Antipas
 
Herodes Arquelau
 
Herodes Agripa I
 
Herodes Agriupa II
 
Herodes o Grande governou de 37 a.C a 4 a.C, quando morreu o seu reino foi dividido ente os seus filhos.
 
Arquelau governou a Judéia, Samaria e Idunéia de 4 a.C a 6 d. C ( Mateus 2.22 ).
 
Antipas governou a Galiléia e a Péreia de 4 a.C a 39 d. C, foi ele inclusive que mandou matar João Batista ( Mateus 14.1-12 ), Jesus o chamou de raposa ( Lucas 13.32 ).
 
Felipe, governou de 4 a.C a 34 d.C governou uma região que ficava a nordestre do lago da Galiléia, isto e Ituréia, Gaulanites, Batanéia, Traconites e Auranites ( Lucas 3.1 ).
 
Agripa I Governou de 41 a 44 d.C, toda a e terra de Israel como havia feito Herodes o Grande seu avô. Esse Agripa mandou matar Tiago, ( Atos 12.1-23 ).
 
Agripa II; governou o mesmo território que Felipe havia governado, 50-70 d.C, Paulo compareceu perante este Agripa ( Atos 25.13---26-32 ).
 
Tibério Cláudio Nero foi um imperador do tempo de Jesus e reinou de 14 a 37 d.C; ( Lucas 3.1 ).
 
Augusto; sobrinho de Júlio César, imperador romano, chamado no NT de César Augusto; ( Lucas 2.1 ). Governou o império romano de 29 a.C até 14 d.C.
 


OS DIVERSOS HERODES DO NOVO TESTAMENTO
Apresentamos aqui a descrição dos Herodes dos tempos neotestamentários, com alguma abundância de pormenores:

1. Herodes o Grande. Governante dos judeus de 40 a 4 A.C., nasceu em cerca de 73 A.C. Era idumeu ou edomita, isto é, descendente de Edom, um povo conquistado e levado ao judaísmo por João Hircano, em cerca de 130 A.C. Assim sendo, os Herodes, embora não fossem judeus de nascimento, supostamente eram judeus de religião. A religião era usada, portanto, como veículo para fomento do governo secular, isto é, atendendo aos interesses da família dos Herodes. Herodes o Grande foi nomeado procurador da Judeia em cerca de 47 A.C. A Galileia pouco mais tarde também ficou debaixo de seu controle.

Após o assassínio de César. Herodes desfrutou das graças de Marco Antônio. O título de Herodes, “rei dos judeus”, foi-lhe dado por Antônio e Otávio. Opunha-se politicamente aos descendentes dos Macabeus, os quais, tendo por nome de família o apelativo Hasmon, eram chamados de Hasmoneanos. Estes controlavam Israel antes da dominação romana, e se ressentiam do governo de Herodes.

Todavia, Herodes o Grande casou-se com uma mulher pertencente a essa família, Mariamne, neta do antigo sumo sacerdote Hircano II, embora essa medida não tivesse posto fim às suspeitas dos principais Hasmoneanos sobreviventes. Por isso mesmo, Herodes o Grande foi assassinando um por um, até que se livrou de todos eles, incluindo a própria Mariamne, e até mesmo os filhos que teve com ela.

Esse foi apenas um dos muitíssimos assassínios cometidos por Herodes o Grande. Foi esse Herodes que perpetrou a matança dos inocentes, em Belém da Judéia (ver Mt 2), e antes de seu falecimento ordenou que seu próprio filho, Antípatre, fosse morto. Outrossim, providenciou para que, após a sua morte, todos os seus nobres fossem assassinados, para que não houvesse falta de lamentadores por ocasião de sua morte.

Morreu de uma enfermidade fatal do estômago e dos intestinos. Por toda parte se tornou famoso por suas notáveis atividades como edificador. E essas atividades foram realizadas não só em seus próprios domínios, mas até mesmo em cidade estrangeiras (por exemplo, Atenas). Em seus próprios territórios ele reedificou Samaria (dando-lhe o nome de Sebaste, em honra ao imperador). Reparou a torre de Estrato, na costa do mar Mediterrâneo, fez ali um porto artificial e o chamou de Cesaréia.


Mas a sua obra de arquitetura mais famosa foi a ereção de um magnificente templo em Jerusalém, construído para ultrapassar o de Salomão, tendo conseguido o seu intento, pelo menos em parte. Esse templo substituiu o templo erigido após o cativeiro, embora os judeus considerassem ambos como um só. Alguns escritores antigos dizem que isso foi feito com o fim de pacificar os judeus, devido as suas traições e matanças, que envolveram muitos líderes, incluindo sacerdotes. Entretanto, os judeus jamais puderam-lhe perdoar o desaparecimento da família dos Hasmoneanos.


2. Arquelau, chamado de Herodes o etnarca, em suas moedas. Herodes o grande doou o seu reino a três de seus filhos: A Judéia e a Samaria ficaram com Arquelau (Mt 2.22), a Galiléia e Peréia ficaram com Antipas, e os territórios do nordeste couberam a Filipe (ver Lc 3.1). O imperador Augusto ratificou essas doações. Arquelau era o filho mais velho de Herodes, por sua esposa samaritana, Maltace.

Herodes o Grande teve o seu programa de edificações continuado por Arquelau, e este parecia resolvido a exceder em crueldade e impiedade ao seu pai. O seu governo tornou-se, finalmente, intolerável, e uma delegação enviada da Judéia e da Samaria conseguiu a remoção de Arquelau. Nesta altura da história, a Judéia tornou-se uma província romana, passando a ser governada por procuradores nomeados pelo imperador.


3. Herodes, o Tetrarca. (ver Lc 3.19 e 9.7). Também era chamado Antipas. Era filho mais novo de Herodes e Maltace. Os distritos da Galiléia e da Peréia eram os seus territórios. É lembrado nos evangelhos por haver preso, encarregado e executado a João Batista bem como por causa de seu breve encontro com Jesus, quando do julgamento deste (Lc 23.7). Também se mostrou notável construtor. Edificou a cidade de Tibério. Divorciou-se da sua esposa (filha do rei dos nabateus, Aretas IV), a fim de casar-se com Herodias, esposa de seu irmão, Herodes Felipe, em vista do que João Batista lhe fez oposição. Essa ação foi, finalmente, a causa de sua queda, porquanto Aretas, usando tal coisa como justificativa (talvez válida, aos olhos dele), declarou guerra e derrotou definitivamente a Herodes, o Tetrarca. Esse Herodes terminou os seus dias no exílio.


4. Herodes Agripa, chamado de rei Herodes, em Atos 12.1. Era filho de Aristóbulo e neto de Herodes o Grande. Era sobrinho de Herodes o Tetrarca e irmão de Herodias. Após a execução de seus pais, em 7 A.C., foi levado a Roma e ali criado. Teve de abandonar Roma por causa de pesadas dívidas, e subsequentemente foi favorecido por Antipas. Por ter ofendido o imperador Tibério, foi encarcerado; mais tarde, porém, quando esse imperador morreu, foi posto novamente em liberdade.

Mais tarde recebeu os territórios do nordeste da Palestina como seus domínios, e quando Antipas, seu tio, foi banido, também ficou com a Galiléia e a Peréia. O imperador Cláudio aumentou uma vez mais os seus territórios, anexando aos seus domínios a Judéia e a Samaria, de tal modo que Agripa finalmente dominou em um reino para todos os efeitos equivalente aos domínios de seu avô, Herodes o Grande. 

Agripa procurou obter o apoio dos judeus, e aparentemente grande foi a medida de sucesso alcançado. Assediou aos apóstolos, provavelmente por essa mesma razão (At 12.2 – e matou Tiago, irmão de João). Sua morte súbita e horrível é registrada por Lucas em Atos 12.23, sendo ali atribuída ao julgamento divino. 


No capítulo 12 do livro de Atos nos é dito que um certo Herodes – que é conhecido dos historiadores seculares como Herodes Agripa I – mandou matar o apóstolo Tiago, e quis fazer o mesmo com Pedro, mas um anjo apareceu e libertou Pedro da prisão. Então, próximo do fim do capítulo, Lucas nos dá este relato: 

Herodes, tendo-o procurado e não o achando, submetendo as sentinelas a inquérito, ordenou que fossem justiçadas. E, descendo da Judéia para Cesaréia, Herodes passou ali algum tempo. Ora, havia séria divergência entre Herodes e os habitantes de Tiro e de Sidom; porém estes, de comum acordo, se apresentaram a ele e, depois de alcançar o favor de Blasto, camarista do rei, pediram reconciliação, porque a sua terra se abastecia do país do rei. Em dia designado, Herodes, vestido de trajo real, assentado no trono, dirigiu-lhes a palavra; e o povo clamava: É voz de um deus e não de homem! No mesmo instante, um anjo do Senhor o feriu, por ele não haver dado glória a Deus; e, comido de vermes, expirou” (Atos 12:19-23).
Naturalmente, esta é o próprio tipo de história que os céticos dizem que prova que a Bíblia não é historicamente acurada. É muito forçada, eles dizem, para ser verdade.
Acontece, contudo, que a morte de Herodes Agripa é contada também pelo historiador judeu do primeiro século, Josefo. Sua narrativa diz:
“Então, quando Agripa tinha reinado durante três anos sobre toda a Judéia, ele veio à cidade de Cesaréia, que antes era chamada Torre de Strato, e ali ele apresentou espetáculos em honra a César, ao ser informado que ali havia um festival celebrado para se fazerem votos pela sua segurança. Em cujo festival uma grande multidão de pessoas principais se tinha reunido, as quais eram de dignidade através de sua província.

No segundo dia dos espetáculos ele vestiu um traje feito totalmente de prata, e de uma contextura verdadeiramente maravilhosa, e veio para o teatro de manhã cedo; ao tempo em que a prata de seu traje sendo iluminada pelo fresco reflexo dos raios do sol sobre ela, brilhou de uma maneira surpreendente, e ficou tão resplendente que espalhou horror entre aqueles que olhavam firmemente para ele; e no momento seus bajuladores gritaram, um de um lugar, outro de outro lugar, (ainda que não para o bem dele) que ele era um deus; e acrescentavam: "Sê misericordioso conosco, pois ainda que até agora te tenhamos reverenciado somente como um homem, contudo doravante te teremos como superior à natureza mortal".

Quanto a isto o rei não os repreendeu, nem rejeitou sua ímpia bajulação. Mas, estando ele presente, e depois olhou para cima, viu uma coruja pousada numa corda sobre sua cabeça, e imediatamente entendeu que este pássaro era o mensageiro de más notícias, como tinha sido antes mensageiro de boas notícias; e caiu na mais profunda tristeza.

Uma dor severa também apareceu no seu abdome e começou de maneira muito violenta. Ele, portanto, olhou para seus amigos e disse: "Eu, a quem chamais deus, estou presentemente chamado a partir desta vida; enquanto a Providência assim reprova as palavras mentirosas que vós agora mesmo me disséreis; e eu, que por vós fui chamado imortal, tenho que ser imediatamente afastado depressa para a morte..." Quando ele acabou de dizer isto, sua dor se tornou violenta. Desse modo, ele foi carregado para dentro do palácio; e o rumor espalhou-se por toda parte, que ele certamente morreria dentro de pouco tempo... E quando ele tinha se esgotado muito pela dor no seu abdômen durante cinco dias, ele partiu desta vida” (Antiguidades, XIX, 7.2). Seu filho único, também chamado Agripa, passou a governar alguns dos territórios que haviam pertencido a seu pai. Suas duas filhas Berenice (At 25.13) e Drusila (At 24.24), foram outras pessoas sobreviventes de sua família.


5. Agripa, filho de Herodes Agripa (nº 4 acima). Era jovem demais para assumir a liderança, após o falecimento do seu pai. Mais tarde recebeu o título de rei da parte de Cláudio, e passou a governar o norte e o nordeste da Palestina.
Mais tarde Nero aumentou os seus territórios. De 48 a 66 D.C., ele exerceu autoridade de nomear os sumos sacerdotes dos judeus. Procurou, com grande empenho, evitar o conflito entre os judeus e os romanos (66 D.C.), mas fracassou na tentativa. Permaneceu fiel a Roma. Nas páginas do N.T. ele é conhecido devido ao seu encontro com o apóstolo Paulo, segundo está registrado em Atos 25.13 – 26.32). 
No trecho de Atos 26.28, lemos: “por pouco me persuades a me fazer cristão”, embora alguns pensem que a verdadeira tradução seria algo como: “Com bem pouca persuasão pensas em fazer-me cristão?” (como a tradução ASV); ou então: “estás apressado a persuadir-me a fazer de mim cristão!” (como as traduções GD e WM), portanto Herodes, evidentemente, proferiu essas palavras em tom de muchocho, e não seriamente. Ele morreu sem filhos, em cerca de 100 D.C. 



TÓPICO ESPECIAL: A FAMÍLIA DE HERODES O GRANDE

A. Herodes o Grande
1. Rei da Judéia (37-4 a.C.), um Idumeu (de Edom), que, através de manobras políticas e o apoio de Marco Antônio, conseguiu ser nomeado governador de uma grande parte da Palestina (Canaã) pelo Senado Romano em 40 a.C.
2. Ele é mencionado em Mt 2.1-19 e Lucas 1.5
3. Seus filhos e família
a. Herodes Filipe (filho de Mariane de Simão)
(1) marido de Herodias (4 a.C – 34 A.D.)
(2) mencionado em Mt 14.3; Marcos 6.17
b. Herodes Filipe I (filho de Cleópatra)
(1) Tetrarca da área norte e oeste do Mar da Galiléia (4 a.C – 34 A.D.)
(2) mencionado em Lucas 3.1
c. Herodes Antipas
(1) Tetrarca da Galiléia e Peréia (4 a.C – 39 A.D.)
(2) mencionado em Mt 14.1-12; Marcos 6.14, 29; Lucas 3.19; 9.7-9; 13.31; 23.6-12, 15; Atos 4.27; 13.1
d. Arquelau, Herodes o Etnarca
(1) governador da Judéia, Samaria e Iduméia (4 a.C – 6 A.D.)
(2) mencionado em Mt 2.22
e. Aristóbulo (filho de Mariane)
(1) mencionado como pai de Herodes Agripa I que era
(a) Rei da Judéia (37-44 A.D.)
(b) mencionado em Atos 12.1-24; 23.35
(i) seu filho era Herodes Agripa II
– Tetrarca do território do norte (50-70 A.D.)
(ii) Sua filha era Berenice
– consorte de seu irmão
– mencionada em Atos 25.13–26.32
(iii) Sua filha era Drusila
– esposa de Félix
– mencionada em Atos 24.24

B. Referências Bíblicas aos Herodes
1. Herodes o Tetrarca, mencionado em Mateus 14.1ss; Lucas 3.1; 9.7; 13.31, e 23.7, era o filho de Herodes o Grande. Na morte de Herodes o Grande, seu reino foi dividido entre os vários de seus filhos. O termo "Tetrarca” significa "líder da quarta parte”. Esse Herodes era conhecido como Herodes Antipas, que é a forma reduzida de Antipater. Ele controlou a Galiléia e a Peréia. Isto significa que muito do ministério de Jesus foi no território desse governador idumeu da segunda geração.
2. Herodias era a filha do irmão de Herodes Antipas, Aristóbulo. Ela tinha sido também casada anteriormente com Filipe, o meio irmão de Herodes Antipas. Esse não era Filipe o Tetrarca que controlava a área exatamente ao norte da Galiléia, mas o outro irmão de Filipe, que vivia em Roma. Herodias tinha uma filha de Filipe. Na visita de Herodes Antipas a Roma ele se encontrou e foi seduzido por Herodias, que estava procurando avanço político. Portanto, Herodes Antipas divorciou-se de sua esposa, que era uma princesa Nabatita, e Herodias divorciou-se de Filipe para que ela e Herodes Antipas pudessem casar-se. Ela era também irmã de Herodes Agripa I (cf. Atos 12).
3. Nós aprendemos o nome da filha de Herodias, Salomé, de Flávio Josefo em seu livro As Antiguidades dos Judeus 8.5.4. Ela devia ter entre doze e dezessete anos nessa ocasião. Ela era obviamente controlada e manipulada por sua mãe. Ela mais tarde casou-se com Filipe o Tetrarca, mas ficou logo viúva.
4. Cerca de dez anos depois da decapitação de João Batista, Herodes Antipas foi a Roma na instigação de sua esposa Herodias para buscar o título de rei porque Agripa I, irmão dela, tinha recebido esse título. Mas Agripa I escreveu para Roma e acusou Antipas de corroboração com os Partos, um inimigo odiado de Roma do Crescente Fértil (Mesopotâmia). O Imperador aparentemente acreditou em Agripa I e Herodes Antipas, juntamente com sua esposa Herodias, foi exilado para a Espanha.
5. Pode tornar mais fácil lembrar esses diferentes Herodes quando eles são apresentados no Novo Testamento lembrando que Herodes o Grande matou as crianças em Belém; Herodes Antipas matou João Batista; Herodes Agripa I matou o apóstolo Tiago; e Herodes Agripa II ouviu o apelo de Paulo registrado no livro de Atos.



Observações Complementares
 Para mais informações de pano de fundo sobre a Família de Herodes o Grande, consulte o índice de Flávio Josefo em Antiguidades dos Judeus. Para complementar os estudos estaremos descrevendo um pouco mais sobre Os Herodianos depois do nascimento de Jesus Cristo.

A História de Herodiano
A História do Império Romano após Marco Aurélio de Herodiano é uma coleção de oito livros que cobre o período desde a morte de Marco Aurélio em 180 d.C. até o começo do reinado de Gordiano III em 238. Proporciona o relato de um dos momentos politicamente mais conflituosos do Império Romano. O primeiro livro descreve o reinado de Cômodo (anos 180-192), o segundo analisa o ano dos cinco imperadores (193), o terceiro abrange o reinado de Septímio Severo (194-211), o quarto analisa o reinado de Geta e Caracala (211-217), o quinto versa sobre o reinado de Heliogábalo (218-222), o sexto trata do reinado de Alexandre Severo (222-235), o sétimo narra o reinado de Maximino Trácio 235-238, e no oitavo e último descreve o ano dos seis imperadores (238) e a ascensão de Gordiano III.
A data de composição da obra foi amplamente debatida, mas atualmente prevalece a teoria de que Herodiano a escreveu no final do reinado de Filipe, o Árabe ou a princípios do de Décio (por volta de 250). Há, além disso, uma série de circunstâncias que apoiam esta ideia:
Existem paralelos na História com a vida de Filipe que se tratam favoravelmente, com a intenção, seguramente, de bajular ao imperador (por exemplo, e ao contrário de Dião Cássio, trata favoravelmente a Macrino, quem ascendeu ao poder de uma forma similar de como o fez Filipe). Durante o reinado de Filipe houve igualmente uma ocasião muito oportuna para que os escritores contassem com o apoio imperial na publicação das suas obras: os Jogos Seculares de 248, nos quais se celebrava o milenário da fundação de Roma. O anúncio dos jogos em 247, quando Filipe voltou da campanha do Danúbio, deve ser a causa pela qual Herodiano terminou precipitadamente a sua obra, segundo se vislumbra no estilo apressado dos últimos livros frente à elegância retórica dos primeiros.
Além disso, frente à teoria de que Herodiano compôs a História durante o reinado de Gordiano III (totalmente recusada hoje) argumentou-se que devido às críticas do historiador, a publicação da obra nesse período se tornasse perigosa para ele.
O mais provável é que escrevesse para um público oriental, pois frequentemente explica os diferentes costumes e crenças romanas, alheias aos orientais.
Pedaço de papiro escrito em Escritura cursiva romana com extratos de discursos pronunciados no senado.

Herodiano foi elogiado e criticado em partes iguais. A primeira pessoa que se conhece que fez uma crítica da História de Herodiano foi o patriarca de Constantinopla, Fócio, no século IX. De Herodiano escreveu "que não exagera com a hipérbole nem omite nada essencial. Em definitiva, em todas as virtudes da historiografia há poucos homens que são os seus superiores". Zósimo usou-o como fonte, assim como João de Antioquia, quando escreveu a sua Crônica. Séculos mais tarde, Altheim elogiou a visão ampla da sua época que teve Herodiano, e F. A. Wolf aclamou por não se deixar levar pelos prejuízos nem pela superstição. Contudo, nem todos os julgamentos sobre Herodiano são positivos: por exemplo, Wolf também disse que Herodiano tinha uma deficiência na capacidade crítica, e embora os autores da História Augusta se servissem de Herodiano como fonte, também o censuraram pela sua parcialidade. Adicionalmente, está constatado que Herodiano não foi a principal fonte de Zósimo. Do mesmo jeito, parece que Zonaras apenas usou Herodiano onde a história de Dião Cássio era pouco válida.
Herodiano foi criticado pela falta de precisão histórica, ainda que estudos recentes tendessem a valorizá-lo novamente, a legitimar os seus comentários históricos e a pôr a sua História, até mesmo, ao mesmo nível que a de Dião apesar dos erros que apresenta: no livro segundo, o historiador afirma que a sua intenção era apresentar "uma narração por ordem cronológica das ações mais sobressalentes conseguidas" (II.15.7). Devido a isto, às vezes contam-se um grande número de eventos numa sozinha referência ou duas. Por exemplo, todos os fatos da campanha de Caracala ao norte durante 213 e 214 condensam-se em duas curtas alusões. Do mesmo jeito, numa referência soma ao Inverno em Sirmio todas as batalhas de Maximino Trácio no Rio RenoAReno e o Danúbio de 236 a 238. Por vezes, Herodiano também fica curto nas suas descrições geográficas: confunde Arábia Escenita com Arábia Félix (III.9.3-9) e afirma que em Isso foi travada a batalha final entre Alexandre, o Grande e Dario III. Em que pese a estes erros e omissões, é reconhecido como um historiador com um notável esforço por ser objetivo e por oferecer uma visão ordenada e clara dos fatos que considera decisivos. Fatos, por outro lado, dos quais foi testemunha e dos quais não ficariam apenas testemunhos de não ser pela sua História.
A respeito de Dião Cássio, tanto ele como Herodiano apresentam muitos erros nas suas histórias. Dião é reconhecido como o experto que se trata do senado. Porém, Herodiano avantaja a Dião na sua descrição da reação das pessoas ante os acontecimentos que sucediam naquela época. O trabalho de Dião não é sempre o mais exato dos dois (apresentando uma leve tendência a elogiar Septímio Severo) e pensa-se que não deve ser tratado como um texto de maior categoria que o de Herodiano.


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