domingo, 22 de janeiro de 2017

A R E L I G I O S I D A D E D A É P O C A

A RELIGIOSIDADE DA ÉPOCA

A religião dos judeus no tempo de Jesus está centrada em dois polos fundamentais: o Templo e a Sinagoga.

O TEMPLO
O Templo é sem dúvida o centro de Israel. É nele que todos os judeus, mesmo os da Dispersão, devem se reunir para prestar culto a Deus. No Templo habita o Deus (único, santo, puro, separado, perfeito). Por natureza, os seres humanos e as coisas são profanos, impuros, banais, imperfeitos. A única forma de se purificar é aproximar-se de Deus. O homem se torna mais quanto mais perto estiver de Deus; quanto mais distante, mais impuro. Percebe-se, então, o poder dos Sacerdotes na sociedade judaica: são eles que estão mais perto de Deus e, consequentemente, cabe a eles decidir sobre o que é puro e impuro, e também o que fazer para se purificar. Essa autoridade dos Sacerdotes sobre o povo acaba legitimando e reforçando o Templo, que se torna não só o centro religioso, mas também o centro econômico e político. E por isso que no tempo de Jesus o Templo possui imensas riquezas (o Tesouro) e toda a cúpula governamental age a partir daí (o Sinédrio). Desse modo, a casa de oração e ofertas a Deus se torna um imenso banco e lugar de poder político. Em outras palavras, a religião se torna instrumento de exploração e opressão do povo.

A SINAGOGA
O Templo é o centro de toda a vida de Israel. É o lugar de culto, e o povo o frequenta, principalmente por ocasião das grandes festas. Na vida comum, o centro religioso é constituído pela Sinagoga, presente até mesmo nos menores povoados. A Sinagoga é o lugar onde o povo se reúne para a oração, para ouvir a Palavra de Deus, e para a pregação. Qualquer israelita adulto pode fazer a leitura do texto bíblico na Sinagoga, e pode escolher o texto que quiser. Depois da leitura, também qualquer adulto pode fazer a pregação, explicando o texto e relacionando-o com outros textos. Em geral, exalta-se a Deus e procura-se dar uma formação para a fé do povo, convidando-o a viver segundo a Lei.
O Sacerdote não tem função especial na Sinagoga, porque esta não é lugar de culto litúrgico. Embora qualquer adulto possa presidir a uma reunião, nem todos o fazem, ou por serem analfabetos ou por não se julgarem preparados para o comentário. As reuniões acabam sendo então sempre animadas pelos Doutores da Lei e pelos Fariseus, que cada vez mais propagam suas ideias e aumentam sua influência sobre o povo, adquirindo prestígio cada vez maior. Em geral, a Sinagoga pertence à comunidade local. Nos povoados menores, ela serve também como escola para jovens e crianças. Nos centros maiores, constroem-se salas de aula ao lado de reunião. Em Jerusalém, algumas Sinagogas tinham até hospedarias e instalações sanitárias para os peregrinos.


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