O Livro de
Josué relata acontecimentos situados no séc. XIII a.C.: a conquista e partilha
de Canaã, a Terra Prometida, pelas Tribos de Israel. À primeira vista, o livro
apresenta a tomada global da Terra, feita por uma geração, mas a conquista foi
de um modo longo e lento, ora pacífico e ora violento que terminou dois séculos
mais tarde, com o Rei Daví. O conteúdo deste livro pode ser dividido em três
partes: na primeira (Js. 1-12) temos a Conquista,
a segunda parte apresenta a Partilha
da Terra entre as Tribos e a terceira parte Js. 23 e 24 apresenta O fim da Vida de Josué que conclui com
o retorno das tribos transjordânicas para seus territórios (Js.22), o último
discurso de Josué (Js.23) e Aliança em Siquém e morte de Josué (Js 24). O
personagem principal desse livro é a terra Prometida, Deus realizou sua
promessa feita aos patriarcas e renovada aos seus descendentes. O povo foi
libertado da escravidão do Egito para ser livre e próspero na Terra que Deus
lhes deu (Exodo 3.7-8). Deus concede o dom, porém não suprime a liberdade e a
iniciativa do homem, pelo contrário, supõe e exige que o homem busque e
conquiste o Dom de Deus. A TERRA
PROMETIDA TEM QUE SER CONQUISTADA
O livro de
Josué narra a entrada do Povo de Israel em Canãa, a Terra Prometida por Deus ao
seu povo escolhido. Aí estava a ordem de Deus: “Todo o lugar que pisar a planta
do vosso pé, vo-lo tenho dado”. Josué 1.3
Para
guardarmos todo o conteúdo deste livro podemos dividi-lo em uma série de
palavras que começam com a letra “P”, para melhor facilidade neste estudo:
PREPARAÇÃO, PASSAGEM, PRÉLIOS, PARTILHA E PACTOS.
PREPARAÇÃO – Cap. 1 e 2 – Trata-se da preparação do Líder
Josué e do Povo de Israel na passagem do Rio Jordão e a consequente entrada na
Terra Prometida, partindo do Monte Nebo rumo a Canaã e do envio dos espias à
Terra Santa secretamente por Josué.
PASSAGEM – Cap. 3 ao 5 – Narra a passagem do povo pelo Rio
Jordão em terra seca de onde tiraram 12 pedras, cada uma relativa a uma das
tribos de Israel. Foi um marco histórico de Israel em que os que carregavam a
Arca ficavam no meio cercado do povo ao seu redor.
PRÉLIOS – Cap. 6 ao 12 – Narram as batalhas travadas
primeiro na cidade de Jericó (6.20), onde suas frondosas muralhas foram
derrubadas, após o cerco de vários dias. Depois a conquista de outras cidades e
reinos, como a batalha contra a cidade de Ai, que ocasionou em uma derrota por
causa do pecado de Açã, o qual sentiu-se seduzido por uma capa babilônica,
roubando-a. Isto ocasionou a derrota dessa batalha e o povo todo teve que se
organizar e por meio de uma emboscada conseguiram conquistar a cidade. Em
seguida surge o incidente com os Gabaonitas, que se fingiram ter vindo de
longe, trazendo coisas velhas e roupas rasgadas, fazendo com que Josué fizesse
um pacto de não os destruís, desobedecendo a ordem expressa de Deus de que o
povo teria que destruir a todos. Depois de descoberta a mentira, como castigo,
Josué os reduziu a rachadores de lenha e pagadores de água.
No capítulo
10 vemos relatos das lutas do Sul, o episódio em que Josué fez o sol parar por
quase um dia inteiro. No capítulo 11 as lutas do Norte que provavelmente que
confirmaram mais tarde, pois os textos nos faz supor tribos que já viviam na
região. O relato dessa conquista termina em (Js.11.23)”E a terra ficou em paz,
sem guerra” . Josué tomando posições estratégicas fez o ataque pelo centro e
não havia ninguém que resistisse suas tropas. Os avanços pelo Sul, faz
referência à conquista de Jerusalém de Hebron, e de outros lugares nos quais
habitavam os Cananeus, os Amorreus, os Perezeus, os Gebuzeus, Heteus, e outros
povos.
PARTILHA – Cap. 13 ao 22 – Se refere a partilha ou repartição
das Tribos de Israel. Percebe-se que a Tribo de Manassés aparece nos dois lados
do Jordão. Parece que Manassés foi protegido. O importante não é o tamanho, mas
sim a melhor terra, critério este no qual as porções das terras foram divididas
por um critério proporcional de tamanho e valor. Temos também a descrição das
fronteiras e somente a Tribo de Leví, não recebeu terras pois sua missão era
religiosa, e não teriam tempo de cuidar da agricultura, e nem da criação,
“aquele que cuida do altar, do altar deve viver”. A tribo de Leví recebeu
somente 40 cidades e destas, seis eram consideradas cidades de refúgio, que
foram designadas para coabitar as pessoas perseguidas injustamente, que ficavam
ali até o estabelecimento de um juízo mais justo.
PACTO – Cap. 23 e24 -
Tratava-se da renovação do Pacto, da Aliança de Deus com seu Povo, Este
fato sempre aconteceu desde o início. Deus já havia feito com Adão, com Noé,
com Abraão, com Isaac e Jacó. No entanto Josué conhecia naturalmente todas as
promessas confirmadas por Moisés e depois de ter conquistado a Terra de Canaã e
de a ter distribuído ao
seu povo, entende que é útil renovar o pacto, e então manda erguer o Altar de
testemunho, e faz uma convocação ao povo.
“ESCOLHEI HOJE A QUEM
HAVEIS DE SERVIR”. Josué 24.15, 27
O Livro de
Josué constitui, portanto, um inseparável tratado sobre a graça de Deus, que é
a base da vida e da história. A graça não é dom paternalista de Deus, deixando
o homem passivo. Ela é o dom que Deus faz das possibilidades já contidas na
estrutura de toda criação, e principalmente da pessoa humana. Sem a atitude
livre e responsável que procura descobrir, tomar posse e endereçar as
possibilidades, o homem jamais encontrará a graça.
A VIDA É O DOM DE DEUS QUE O HOMEM
DEVE DESCOBRIR E CONQUISTAR
Serão elaborado estudos voltados às difíceis interpretações, como o episódio em que "o sol parou" influenciando na contagem dos anos em nosso calendário, assim também outros assuntos do Livro de Josué.
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