quarta-feira, 13 de maio de 2015

O LIVRO DE NÚMEROS

O    L I V R O    D E     N Ú M E R O S




Os acontecimentos narrados neste livro ocorreram durante a peregrinação no deserto pelos filhos de Israel, num período de 40 anos, datado em 1450-1410 AC. Este livro está dividido da seguinte forma: Cap. 1 ao10 em Preparativos e Leis, do Cap.11 ao 13 está descrito o percurso do Sinai até Gades-Barnea, e do Cap. 14 ao 20 o itinerário até Gades (Kadesh). Os Cap. 21 ao 26 relatam as lutas contra os reis para possuírem a terra de Canaã e Censo do povo de Israel. Nos Cap. finais de 27 ao 36 há um apêndice ao Livro de Deuteronômio colocando algumas leis na vida prática de Israel.
Este livro também é denominado pelos judeus de:
·      O Livro da Peregrinação no Deserto
·      O Livro das Caminhadas, 33.1-2
·      Rol de Caminhada
·      Livro das Murmurações, Salmo 95.10 (rebelião contra Deus)

O Livro de Números tem este nome devido à menção que se faz ao recenseamento depois que o povo de Israel havia saído do Egito, fato este ocorrido depois da partida do Monte Sinai rumo a Canaã.
Quando o povo obedecia a Deus e se mantinha fiel a Sua Palavra, tudo ocorria bem, entretanto, quando desobedeciam, pagavam o preço da desobediência com sofrimento, derrotas, atrasos nas jornadas e morte pelo deserto.
Em Gênesis vemos o homem perdido, em Êxodo o homem redimido, e no Livro de Levítico o homem adorando, e em Números o homem servindo. Este livro narra os acontecimentos no deserto, inclusive o livro começa com as palavras,...”No deserto...”






NO DESERTO...
·      No deserto as Leis de Deus foram dadas aos israelitas no Monte Sinai
·      O tabernáculo foi construído
·      Os sacerdotes designados para suas funções ao serviço de Deus
·      Agora, Deus prepara sua nação para sua obra.



A PREPARAÇÃO
·      Deus numera e distribui as Tribos de Israel – Cap.1-2 (Censo). O livro de Números também é chamado do Livro do Censo. O 1º Censo de Israel, foi feito quando o povo chegou ao Monte Sinai, o seja no segundo ano da saída do Egito.
            O 2º Censo foi feito à beira do Rio Jordão, ao final dos 40 anos de peregrinação.
·      Deus escolhe e designa deveres aos sacerdotes e levitas – Cap.3-4. Seiscentos homens de 20 anos para cima , servindo ao sacerdócio. Ao todo são três milhões de homens, mulheres e crianças, num arraial de aproximadamente 20 Km. Nr.9.15-23.
·      Deus cuida e protege seu povo – A nuvem e a coluna de fogo são prova disso, e Deus está no meio do arraial.




A PEREGRINAÇÃO
·      Murmuração – O povo murmurava contra Deus e Deus manda juízo sobre eles através do fogo, Nr. 11.1-3.
·      Providencia – Deus a tudo provê, pois Ele estava lá, para alimentar seu povo, vestir seu povo, dar calçados para seu povo, mas mesmo assim não se satisfaziam.
·      Deus castiga seu povo com pragas, por causa de sua desobediência e muitos adoeceram e morreram. Nr. 11.33.
·      Ciúme – Não obedeciam a seus líderes, queriam honra para si próprios, e foram feridos com lepras. Nr. 12.1-16.

OS ANOS PERDIDOS PELO DESERTO
    
·      Falta de Confiança em Deus – andavam em círculos, de Gades a Gades, como um povo perdido no deserto.
·      Incredulidade - Não deram ouvidos a Josué e Calebe, deram ouvidos aos espias, temendo os gigantes de Canaã. Nr. 13.30. O itinerário do Sinai a Gades-Barnea, ao sul da Palestina, de onde foram enviados os espias, depos as peregrinações no deserto em retrocesso  até Ezion-Geber, chegando à parte final deste livro no Monte Nebo, onde fatos ocorridos são narrados no Livro de Deuteronômio.




·      Desejaram voltar para o Egito – Recusaram a entrar em Canaã e por isso tiveram que peregrinar por 40 anos no deserto, até outra geração, com apenas 11 dias da terra prometida. Trocaram 11 dias de progresso por 40 anos de peregrinação.
·      Pelo relatório dos espias havia sim gigantes, mas os Israelitas eram como os gafanhotos. Nr.13.33
·      Murmuraram pela falta de água, ao ponto de Moisés perder a paciência chamando-os de “povo rebelde”, ferindo a rocha com seu bastão, desobedecendo a Deus que pediu que apenas tocasse nela. Apesar de sua desobediência, Deus cumpre sua promessa dando água para seu povo. Nr.20.10.
Gades-Barneia, onde está localizada a Rocha que jorrou água para os israelitas, flui água até os dias de hoje. O exército Turco estendeu uma linha de cano na 1ªGuerra Mundial e abasteceu-se de água durante todo o período de guerrilha. Hoje apesar das ruínas da cidade de Gades, neste local a um belíssimo oásis.


A JORNADA PARA MOABE

Do capítulo 10.11 à 22.1, este livro descreve os acontecimentos que ocorreram do Monte Sinai até a região de Moabe.

·      Os israelitas partem de Sinai. Nr.10.11-36
·      As murmurações dos israelitas e Deus designa auxiliares a Moisés. Nr.11
·      As rebelião de Miriã a Arão, por causa da liderança do povo. Nr.12
·      Os doze espias. Nr.13
·      As murmurações do povo contra Moisés e Arão gerando conflitos e tentações. Nr.14
·      Leis a respeito de ofertas. Nr.15
·      A rebelião de Coré, Data e Abião pelo direito ao sacerdócio. Nr.16
·      O florescimento da vara de Arão. Nr.17
·      Deveres e direitos dos sacerdotes. Nr. 18
·      A água purificadora. Nr.19
·      A morte de Miriã – Moisés fere a rocha em Meribá – A morte de Arão. Nr.20
·      A sepente de bronze. Nr.21
·      Acampamento em Moabe e o povo diante da terra prometida. Nr.22

A PERMANÊNCIA EM MOABE (NR.22.2 A 25.18)

Os filhos de Israel que saíram do Egito já haviam morrido, e uma nova geração começa a se preparar para entrar em Canaã. Todos morreram, exceto Moisés, Josué e Calebe e aqueles que tinham menos de 20 anos de idade. Esta geração batalha contra os cananeus, e depois tiveram que contornar as terras dos Edomitas, descendentes de Esaú, também chamado de Edon, irmão de Jacó, pois não podiam matá-los por serem nações irmãs, gerando muitas desavenças entre os israelitas.
O povo começa novamente a murmurar contra Deus, e são castigados por serpentes abrasadoras enviadas por Deus, mas desta vez o povo se arrepende e Deus pede para que Moisés construa um monumento com uma serpente de bronze, para que todo aquele que quisesse ser salva da morte olhasse para cima, para a serpente de bronze. Deus vem ao seu socorro como uma serpente de bronze, tipificando Jesus Cristo, na cruz do calvário. S.João 3.14-15.

·      O erro e a doutrina de Balaão, sedução da idolatria a uma nova sociedade. Nr.22.2 a 25.18
·      O censo da nova geração. Nr.26
·      Josué é escolhido para substituir Moisés. Nr.27
·      Orientações gerais sobre ofertas, festas e votos. Nr.28-30
·      A vitória sobre Mídia. Nr.31
·      Duas tribos e meia recebem terra na Transjordânia. Nr.32
·      A descrição da caminhada desde a saída do Egito. Nr.33
·      As divisões de Canaã – Cidades de refúgio. Nr.34-36




O Título
O nome em português do quarto livro do Pentateuco vem do latim Liber numerorum (“Livro dos Números”), que, por sua vez, vem do grego Arithmoi (como é chamado este livro na LXX) e que significa “números”. É óbvio que a razão de ser desse título é a presença no livro de dois recenseamentos do povo de Israel (cap. 1 e 26), da divisão dos despojos de guerra depois da vitória dos israelitas sobre os midianitas (cap. 31) e de certos esclarecimentos relacionados aos sacrifícios e às ofertas e que envolvem quantidades (caps. 7; 15; 28—29). Em hebraico, o título do livro é Bemidbar (lit. “no deserto”), referência expressa à região sinaítica na qual tiveram lugar os acontecimentos que são narrados no livro.

CONTEÚDO DO LIVRO
No livro de Números (Nm) aparecem com destaque a personalidade e a obra de Moisés, o grande libertador e legislador de Israel. A essa missão, que ele assumiu desde o princípio, se acrescenta agora a de organizar os israelitas e de guiá-los durante os anos da sua peregrinação em busca da Terra Prometida. No cumprimento dessa missão, Moisés, que sempre atuou com total fidelidade a Deus e motivado pelo amor ao seu povo (14.13-19), sentiu-se, às vezes, abatido pela pesada carga moral da sua responsabilidade (11.10-15) e pela incompreensão daqueles que o rodeavam. Até os seus próprios irmãos, Arão e Miriã, o criticaram e murmuraram contra ele, que era pessoa mansa, “mais do que todos os homens que havia sobre a terra” (12.3). Contudo, Moisés não desistiu no seu empenho e continuou velando por Israel até o fim dos seus dias. Quando viu aproximar-se o momento da sua morte, tomou as precauções necessárias para que o seu sucessor, Josué, pudesse levar a bom termo a tarefa de chegar à Terra Prometida e tomar posse dela (27.15-23).
Em contraste com a figura solitária de Moisés, a conduta dos israelitas é descrita em Números com traços bastante negativos. Do Egito certamente havia saído “um misto de gente” (Êx 12.38), que, no deserto, começou a constituir uma coletividade animada pelos mesmos interesses e um destino comum. Mas com as agruras da penosa jornada rumo a uma meta ainda desconhecida e que devia lhes parecer sempre distante, aqueles que haviam sido libertados do duro cativeiro egípcio protestaram e se rebelaram de vez em quando; nas suas queixas, chegaram a considerar como melhores os tempos de escravidão. Com tudo isso não cessaram de provocar a ira de Deus e atraíam maiores desventuras sobre Israel, (cf., p. ex., cap. 14). Não obstante, mesmo com tão constantes faltas de fidelidade o Senhor não deixou de se mostrar compassivo e perdoador: assim Deus, falando com Moisés “boca a boca... claramente e não por enigmas” (12.8), o escuta quando este intercede em favor do povo, quando lhe roga que perdoe aos culpados (11.2; 12.3; 14.13-19; 21.7-9).

COMPOSIÇÃO
Visto no seu conjunto e atendendo especialmente a razões geográficas e cronológicas, Números não tem falta de unidade na sua composição. O relato, mantendo-se no mesmo fluxo narrativo que vem desde o livro do Êxodo, dá conta dos movimentos de Israel depois do seu período de permanência no Sinai, até a chegada ao rio Jordão: os preparativos para retomar a caminhada (caps. 1—8), a celebração da Páscoa (cap. 9), a marcha do Sinai a Moabe (caps. 10.11—21.35), a permanência em Moabe (caps. 22—32) e as instruções que Moisés dá ao povo junto ao Jordão (caps. 33—36). Sendo assim, apesar dessa certa unidade global do livro, é preciso reconhecer que a sua estrutura literária consiste mais de uma cadeia de seqüências justapostas, independentes entre si, que alternam trechos narrativos de fácil leitura com trechos muito densos, de caráter jurídico, legal, censitário ou cúltico ou dizem respeito aos censos levantados em diferentes momentos da seqüência narrativa. Poderia ser dito que o livro de Números não foi escrito a partir de um plano inicial claro, mas que a sua formação foi um processo paulatino.

ESBOÇO:
1. A permanência no Sinai (1.1—10.10)
2. A longa marcha até Moabe (10.11—21.35)
3. A permanência nas planícies de Moabe (22.1—36.13)


Um comentário:

  1. Algumas dúvidas em relação a este livro poderão ser elaboradas através de perguntas ou comentários e terei o prazer de responder e participar do assunto. Participe você também!

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