O L I V R O D E
ÊXODO
1 – INTRODUÇÃO
No Livro Êxodo, na mudança da
dinastia no Egito, um faraó de outra linhagem sobe ao poder sem nenhum
interesse em rever as tradições de seus antecessores, “um rei que não conhecia
José...” Êxodo 1.8
A nova dinastia não tinha
interesse em proclamar glórias de governos passados, e não percebiam que quanto
menor o interesse de reviver as glórias de José, mais o povo de Israel crescia,
ao ponto de se constituir um povo perigoso a segurança egípcia. O povo de
Israel cresceu, multiplicou, por seu isolamento, sem contaminação, sem mistura,
tanto na raça, na cultura, na língua, na religiosidade, na sua nacionalidade,
com boa qualidade de terra, boa qualidade de campo, e isto fez com que o povo
adquirisse qualidade de vida abundante.
Com a mudança de dinastia do
Egito e o crescimento do povo israelita, os políticos egípcios começavam a
perceber o perigo que Israel poderia causar para o Egito.
Por isso o novo faraó fez com
que iniciasse uma perseguição ao povo israelita. Primeiro com a escravidão, e
depois com a ordem para que as parteiras hebréias matassem a todas as crianças
que nascessem com o sexo masculino, isto com vista de impedir um crescimento
ainda maior dos israelitas, pois naquela época as mulheres eram submissas aos
homens e com a matança dos meninos, os homens se tornavam velhos, e o número de
mulheres seriam maiores do que os homens. Com isso o povo israelita se
enfraqueceria , diminuindo então a força e o poder dos israelitas.
Deus age com providência
fazendo com que um menino se salvasse da morte. Moisés, que quer dizer “tirado
das águas”, é criado pela filha do faraó, e mais tarde com o auxílio de sua
própria mão é alimentado dentro de sua própria casa, criado no próprio lar, e
instruído no palácio real, tornando se um homem culto.
Apesar de criado no palácio,
sua índole é hebraica, e isto o fez matar um egípcio, por vingança ao maltratar
um israelita, fugindo então para a Mídia, no deserto Sinai, casando-se com
Zípora, a filha de Jetro.
Longe do Egito, Deus começa a
preparar Moisés para libertar seu povo do jugo egípcio. Moises torna-se pastor de ovelhas, e depois tem a visão da sarça ardente, onde Deus o ordena sua volta
para o Egito afim de livrar seu povo das mãos do faraó.
Moisés se nega dizendo não
saber falar, e Deus prepara seu irmão Aarão, o qual passa a ser seu “speaker”,
seu porta-voz.
Moisés conhecia todas as
tradições judaicas, visto que era filho de judeus, criado pela própria mãe, foi
educado nas ciências egípcias como protegido da filha do faraó. Moisés sabia o
que se passava no palácio, e tinha capacidade de chegar a presença de faraó e
apesar de viver no palácio tinha também a capacidade de entender perfeitamente as
angústias de seu povo.
Nos capítulos 7 a 12 de Êxodo
são descritas as pragas que assolaram o Egito, para que o povo de Israel fosse
libertado da escravidão.
As pragas são conhecidas
como: As águas transformadas em sangue, A praga das rãs, dos piolhos, da peste
nos animais, da saraiva, dos gafanhotos, das trevas, e da matança dos
primogênitos. As primeiras pragas eram exteriores, mas a última praga feriu o
próprio coração do Egito. Inicialmente algumas dessas pragas os magos egípcios
puderam realizá-las,e em certos momentos diziam “ isto aqui é o dedo de Deus”,
Ex.8.19. Deus mostra os limites da possibilidade humana, e em contraste com a
soberania divina. Deus fortalece o povo e também o leva a uma dependência
maior, à dependência de Deus, somente Dele.
Após as pragas descritas até
o capítulo 12, não houve outro jeito, a não ser deixar o povo sair do Egito, e
mesmo assim faraó não se arrepende de seus atos e sai em perseguição aos
israelitas.
A passagem do Mar Vermelho é um dos
incidentes mais referidos na Bíblia. Se olharmos para os livros posteriores
encontramos sempre referencia à passagem do Mar Vermelho.
4 – A PASSAGEM PELO MAR - Cap. 14
Antes de haver o canal de
Suez, o Mar Vermelho chegava-se, pensa-se mais ao norte. A passagem teria sido
mesmo ao seu ponto mais estreito, mas não anula de modo algum o milagre. A
Bíblia faz referencia a um vento oriental, mas não há nenhuma explicação
racional para a grande ocorrência. Se o vento era tão forte que podia rachar as
águas de um lado ao outro, como é que não carregou o povo?
Não podemos cuidar de
explicar o milagre, mas cuidamos de aceitar o milagre. O fato é que o povo
passou, e quando os egípcios quiseram passar, diz-nos as escrituras que “
afogaram-se”. Deus é Deus.
5 – A MARCHA DO POVO DE ISRAEL - Cap. 12 AO 20
Do capítulo 12 aos 20, temos
a história da marcha do povo de Israel desde o Egito ao Sinai. Alguns aspectos
principais: a Páscoa, A Nuvem e a Coluna de Fogo, A Água, O Maná, A luta contra
os Amalequitas, e a Dádiva da Lei.
Esses eventos ocorreram no
itinerário de Sucote, Pi-Hairote, Elim Medifim, Sinai. Cada evento histórico
mostra a intervenção providencial de Deus.
O povo após transposto do mar
teve de caminhar por uma região deserta e a nuvem os guiava até cada um desses
pontos.
Deus não só liberta, mas
dirige e sustenta seu povo com água, mana, e carne.
Moisés no alto do monte ora.
Araao e Ur sustentam-lhe as mãos, e Josué trava batalha com os amalequitas, que
são vencidos.
Após isto Israel chega ao
Sinai, de onde recebe a Lei, os 10 Mandamentos de Deus.
A Páscoa, festa principal do
povo de Israel, veio a se tornar a festa máxima dos judeus. A primeira Páscoa
se fez no dia em que os israelitas saíram do Egito. A Páscoa consiste no
oferecimento de um cordeiro, de um ano, sem mancha. No dia da libertação
fizeram se marca de sangue nos umbrais das portas, para que seus primogênitos
não morressem. Esse sangue é sinal de libertação, redenção e proteção.
Na Páscoa toma se o pão sem
fermento, pois o pão levedado exigia espera, e o povo tinha que partir
apressadamente, sem perder tempo. O cordeiro e o pão foram o sustento do seu povo.
A Páscoa é a festa em que o
“Pão e o Cordeiro” se tornam os elementos simbólicos da libertação, e por isto
Jesus Cristo transformou a festa da Páscoa em uma Santa Ceia.
Há um evidente paralelismo,
assim como Israel se viu livre da escravidão dos egípcios, o cristão fiel se
livra da escravidão do pecado.
Jesus Cristo é o Pão que
desceu do céu e Cordeiro que foi sacrificado para a nossa libertação.
7 – UMA LIÇÃO DOS ACONTECIMENTOS
Deus providencialmente
mantivera o povo de Israel no Egito até a hora oportuna.
Deus providencialmente
mostrara seu pode perante os egípcios. Deus providencialmente os liberta e os
dirige, dirige e sustenta, porque quer instruí-los.
Deus vai dar-lhe instrução
através da sua Lei, preparando-os para uma missão especial.
Deus é poderoso, e assim
operou em favor do seu povo, é o mesmo Deus vivo que opera em nossa vida.
No final do Livro de Êxodo e
o início do Livro de Levítico, narram eventos ocorridos no Monte Sinai, tais
eventos consistem na Dádiva da Lei.
Nos capítulos 20 aos 34 de
Êxodo, temos os 10 Mandamentos escritos por Deus, o resumo da Lei, Instruções
quanto ao Tabernáculo, Sistema de Culto, e Atividades Religiosas.
Israel fora providencialmente
incumbido para trazer ao mundo a mensagem religiosa. Os gregos trouxeram a arte
e a filosofia, os romanos o direito e a força, mas Israel trouxe ao mundo a
noção de que Deus é um só, e que é Senhor de todos os povos da terra.
Deste povo procedeu Jesus
Cristo, judeu que introduziu no mundo a religião verdadeira.
Deus formou um povo por
circunstancias especiais, e vimos que lhes deu proteção, alimento, direção,
defesa, e agora acrescenta instrução.
Nesta instrução há um ponto
que centraliza a religiosidade do povo, “O Tabernáculo” o modo de como foi feito,
como imagem do tempo futuro, a grande realidade da vinda de Cristo, como vemos
na carta aos Hebreus.
Ao final do livro de Êxodo, e
em todo o Livro de Levítico, temos uma enumeração de leis de Deus, dadas por
Moisés. As Leis são todas de Moisés porque foi através dele que Deus as
comunicou. Contestável é dizer: “Haver leis de Deus” as que estão nas tábuas, e
dizer: “Haver leis de Moisés”, as que estão fora das tábuas. Em tabuas ou fora,
são todas de Deus, pela procedência e autoridade, e leis de Moisés como
instrumento de Deus.
Nos capítulos 35 em diante,
Deus começa a preparar Israel para a construção do Santuário, Lugar de
habituação de Deus.
Deus revela a descrição do
Santuário, de que maneira devia ser construído, suas medidas e dimensão, e o
que se devia conter dentro dele.
O Santuário era de madeira
e coberto de pano, e era dividido em duas partes. Numa das partes sempre
fechada, onde ficava a Arca do Conserto, ou a Arca da Aliança, onde somente
entrava o Sumo Sacerdote, uma vez ao ano.
Na parte anterior entrava os
sacerdotes e fora do Santuário havia um altar para as ofertas mais comuns.
O pátio era completamente
cercado e tinha ao seu redor, uma série de tendas para abrigo das 12 Tribos de
Israel e somente a Tribo de Leví cuidava do Tabernáculo, e de seus pertences.
Moisés fizera conforme tudo o que Deus lhe ordenara,
Êxodo 40.16, e o Tabernáculo foi coroado com a presença de Deus, simbolizado
através da Nuvem durante o dia e pela Coluna de Fogo durante a noite.
O TíTULO
Este livro tira o seu nome daquele fato que constitui o fio condutor de toda a sua narrativa: a saída dos israelitas do Egito e os anos em que viveram no deserto antes de chegar a Canaã, a Terra Prometida. De fato, a mesma palavra grega (êxodos), utilizada pela Septuaginta como a palavra portuguesa equivalente se definem propriamente como “saída”. Por sua vez, a Bíblia Hebraica intitula o livro com uma das suas primeiras palavras: Shemoth, que significa “nomes”.
A HISTóRIA
O livro de Êxodo (Êx) oferece alguns dados que, dentro de uma certa margem de probabilidade, permite delimitar a época em que aconteceram os fatos referidos. Tais dados, ainda que insuficientes para estabelecer datas precisas, têm um inegável valor histórico. Por exemplo, 1.11 revela que os israelitas, residentes no Egito durante 430 anos (12.40-41), foram obrigados a trabalhar na construção de duas cidades: Pitom e Ramessés (chamada, em egípcio, de Casa de Ramessés). Esse fato sucedeu entre fins do séc. XIV e início do séc. XIII a.C.
CONTEúDO DO LIVRO
A primeira parte do livro de Êxodo (1.1—15.21) relata a mudança de situação que, para os descendentes de Jacó, supôs que um “novo rei... que não conhecera a José” (1.8) havia começado a reinar sobre o Egito. A narrativa não se ajusta a uma cronologia estrita; e à primeira vista, parece que os fatos se sucedem sem solução de continuidade. No entanto, uma leitura atenta leva à evidência de que, entre o assentamento de Jacó em Gósen (Gn 46.1—47.6) e o reinado do novo faraó, transcorreram os 430 anos da permanência dos israelitas no Egito (cf. 1.7). Foi somente no final deste período que a hospitalidade egípcia (Gn 47.5-10) se transformou em opressão, sendo os israelitas reduzidos à escravidão (1.13). Naquela penosa condição, as suas súplicas chegaram aos ouvidos do Senhor (2.24-25; 3.7), que chamou a Moisés e se revelou a ele em Horebe, o “monte de Deus” (3.1), para lhe confiar a missão de libertar o povo (3.15—4.17). Com uma extraordinária demonstração de sinais portentosos, Deus, por meio de Moisés, obriga o faraó a conceder liberdade à multidão israelita (12.37-38). Esta, depois de celebrar a primeira Páscoa como sinal de salvação, empreendeu a marcha a caminho do mar e o atravessa a pé enxuto pelo mesmo ponto em que depois as águas cobriram o exército egípcio. O povo, então, junto com Moisés e Miriã, expressa a sua gratidão a Deus entoando um cântico, que é um dos testemunhos mais antigos da milagrosa libertação de Israel (15.1-18,21).
A segunda parte do livro (15.22—18.27) recolhe uma série de episódios relacionados com a marcha dos israelitas pelo deserto. Depois de atravessado o mar, adentraram as paragens secas e áridas da península do Sinai. Na sua nova situação, viram-se expostos a graves dificuldades e perigos, desconhecidos para eles até então. A fome, a sede e a aberta hostilidade de outros habitantes da região, como os amalequitas, foram causa de freqüentes queixas e murmurações contra Moisés e contra o Senhor (15.24; 16.2; 17.2-7). Muitos protestavam abertamente e, parecendo-lhes melhor comer e beber como escravos do que assumir as responsabilidades da liberdade, clamavam: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor, na terra do Egito, quando estávamos sentados junto às panelas de carne e comíamos pão a fartar” (16.3). Por isso, Moisés teve de interceder repetidas vezes diante de Deus em favor dos israelitas, e o Senhor os atendeu em todas suas necessidades. Alimentou-os com codornizes e maná (cap. 16), fez brotar água da rocha para matar a sua sede (17.1-7; cf. Nm 20.2-13) e os livrou dos inimigos que os acossavam (17.8-16).
A marcha pelo deserto do Sinai tinha como objetivo final o país de Canaã. Ali estava a Terra Prometida, descrita como uma “terra que mana leite e mel” (3.8). Porém, antes de chegar a ela, o povo de Israel tinha de aprender que o Senhor Deus o havia tomado dentre todos os outros povos da terra para lhe ser consagrado como o povo da sua “propriedade”, como um “reino de sacerdotes e nação santa” (Êx 19.5-6; cf. Dt 4.20; 7.6). O monte Sinai foi o cenário escolhido por Deus para estabelecer a sua aliança com Israel e constituí-lo a sua propriedade particular.
Essa aliança significava, pois, um compromisso para o povo, que ficava obrigado a viver em santidade. Esta era a parte que lhe correspondia observar, em resposta à eleição com que Deus o havia distinguido de maneira gratuita. Para que isso fosse possível, Deus mesmo deu a conhecer ao seu povo, na lei proclamada no Sinai, o que dele exigia e esperava que cumprisse pontualmente.
A Lei (hebr. torah), que é dada a Israel pelas mãos de Moisés, começa com a série de disposições universalmente conhecida como O Decálogo ou Os Dez Mandamentos, que começa assim: “Eu sou o Senhor, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa de servidão. Não terás outros deuses diante de mim” (20.2-3). Com essas palavras fica estabelecida a vinculação exclusiva e definitiva de Israel com o Deus que o havia libertado e o havia atraído como que “sobre asas de águia” (19.4). A partir do Decálogo, toda a Lei, com a sua evidente preocupação em defender o direito dos mais fracos (p. ex., 22.21-27), assenta o fundamento jurídico de uma comunidade criada para a solidariedade e a justiça e especialmente consagrada ao culto ao seu Senhor, o Deus único e verdadeiro (caps. 25—31; 35—40).
ESBOçO:
1. Israel é libertado da sua escravidão no Egito (1.1—15.21)
a. Escravidão no Egito (1.1-22)
b. Nascimento de Moisés e primeira parte da sua vida (2.1—4.31)
c. Moisés e Arão diante do Faraó (5.1—11.10)
d. Páscoa e saída do Egito (12.1—15.21)
2. Os israelitas marcham até o monte Sinai (15.22—18.27)
3. Aliança de Deus no Sinai (19.1—24.18)
4. Prescrições para a construção do Tabernáculo (25.1—31.17)
5. Bezerro de ouro. Renovação da aliança (31.18—34.35)
6. Construção do Tabernáculo (35.1—40.38)
Posteriormente serão elaborado Estudos Bíblicos referente aos assuntos polêmicos deste Livro, com mais profundidade no ensino, tais como as Pragas do Egito, A travessia do Mar Vermelho, Páscoa,, As Tábuas da Lei, e o Tabernáculo.
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