sábado, 16 de maio de 2015

O LIVRO DE DEUTERONÔMIO

O    L I V R O    D E    D E U T E R O N Ô M I O




Deuteronômio é um Livro de recordações. O nome significa “Segunda Lei”, indicando com isso que nele a Lei é repetida. Moisés esforça-se por lembrar ao povo o que Deus havia feito por eles e o que eles deviam fazer para servi-LO, quando entrassem na terra prometida.
O livro de Gênesis conta as origens da nação escolhida de Israel, Êxodo, a organização do povo como nação e o recebimento da Lei. O livro de Levítico fala do modo pelo qual esse povo devia adorar a Deus, e o livro de Números narra a história das peregrinações desse povo.
Deuteronômio relata a preparação final para entrar na terra prometida.

OS DISCURSOS DE MOISÉS
Deuteronômio consta de três discursos de Moisés, o homem de Deus. Esses discursos não foram dirigidos àqueles que estiveram no Sinai, pois todos já haviam perecido no deserto, portanto era preciso repassar as dádivas da Lei para aqueles que agora estavam preparados para entrar em Canaã.




·      1º Discurso de Moisés – Olhando para Trás – Cap.1-4
O livro começa mostrando-nos os filhos de Israel no limiar da terra de Canaã, num ponto que poderiam ter atingido a Terra Prometida com apenas onze dias de jornada, quarenta anos antes. Todavia tinham levado quarenta anos em circulo ao redor do Monte Sinai.
Moisés exorta o povo a obediência, depois de tantos anos de expectativa e esperança, agora estavam prontos para entrarem na Terra Prometida, terra admirável e rica, em cujas fronteiras se achavam.
Moisés faz aos filhos de Israel uma narração retrospectiva, recorda-lhes a história de Israel e passa em revista as suas peregrinações. Lembra-lhes da fidelidade de Deus e insiste que sejam agradecidos e obedientes.

·     2° Discurso de Moisés – Olhando para o Alto – Cap.5.26
Encontra-se em Deut.12.1 a chave desta divisão: “São estes os estatutos e os juízos que cuidareis de cumprir na terra que vos deu o Senhor”. Israel estava para entrar numa nova terra e tudo dependia de sua constante e inteligente obediência a Deus, que era o doador da terra. Ele queria ensinar a Israel o amor que é o real cumprimento da Lei. Rom.18.8-10; Mateus 22.37-40.
Moisés enuncia a Lei de modo simples e claro, para que assim ela possa exercer vivo domínio sobre o povo. Deus diz: “Sois povo meu; eu vos amo e vos tenho escolhido; estou no vosso meio, proteger-vos-ei. Exijo apenas que, para vosso próprio bem, me presteis obediência.” Diz ainda: “Sede santos, pois Eu sou Santo”.




·      3º Discurso de Moisés – Olhando para Frente – Cap.27.33
Vemos aqui, Moisés dirigir ao povo algumas solenes advertências. Primeiro falou das bênçãos que os filhos de Israel poderiam desfrutar, se fossem obedientes. Depois lhes falou dos resultados da desobediência.  Resultados estes que os acompanharia em todos os empreendimentos: nos negócios, na agricultura, e na saúde.  Sofreriam as conseqüências da sua desobediência a Deus.
O capítulo 28 é sobremodo notável. Traça aquilo que, através da obediência (1-14), Israel poderia ter sido; contudo, é o que vai acontecer durante o milênio vindouro. Isaias 60-62; Zac. 14.8-21; Jer.31.1-9, Deut. 30.1-10, Rom.11.25-31.

Os versículos 47-49 falam da invasão romana no ano 70 AD, sob o comando de Tito.  Esta foi realmente uma página sangrenta da história de Israel.

Os versículos 63-67 descrevem o judeu dos nossos dias. Deus falou sobre isso há mais de três mil anos atrás. O capítulo 28 deixa Israel onde se encontra hoje – “disperso”.
Disperso – Ele estará disperso de uma a outra extremidade da terra (O povo judeu hoje está em toda parte, na Alemanha, na Rússia, na Itália, no Brasil,etc.

Intranqüilo – Não há tranqüilidade para o judeu nesses paises, Vers.65.

Acabrunhado – O judeu leva um temor no coração e na vida um pesar. Considere como ele tem sido tratado em muitos países. Vers. 65-67.

O PRÓPRIO DEUS PREDISSE TUDO ISSO



             O TíTULO
O título do quinto livro do Pentateuco, em hebraico, é Debarim (“palavras”). A Septuaginta (LXX), antiga versão grega do Antigo Testamento, o chamou de Deuteronômio. O significado deste termo grego é, propriamente, “segunda lei”. Quando aplicado a este livro, é importante entender que aqui não se trata de uma nova lei diferente da “primeira” (a mosaica), mas de uma repetição da mesma.

A SITUAçãO HISTóRICA
A chegada dos israelitas às terras de Moabe é o fato que, praticamente, marcou o final da caminhada iniciada no Egito quarenta anos antes (1.3). As planícies de Moabe, situadas a leste do Jordão, foram a última etapa daquela longa caminhada, no curso da qual foram morrendo, um após o outro, os membros do povo que tinham vivido a experiência de escravidão e que, depois, coletivamente, haviam protagonizado o drama da libertação (1.34-39; cf. Nm 14.21-38). Este foi o castigo para a pertinaz rebeldia de Israel: com a exceção de Calebe e de Josué, nenhum dos que fizeram parte da geração do êxodo entraria em Canaã. Nem sequer o próprio Moisés, o fiel guia, legislador e profeta (1.34-40; 34.1-5; cf. Nm 14.21-38).
Nas campinas de Moabe, em frente a Jericó, compreendendo que o fim da sua vida estava próximo, “encarregou-se Moisés de explicar esta lei” ao povo (1.5). Reuniu, pois, pela última vez, o povo, para entregar-lhe o que se poderia chamar de o seu “testamento espiritual”. Diante de “todo o Israel” (1.1), Moisés evoca os anos vividos em comum, instrui os israelitas acerca da conduta que deviam observar para serem realmente o povo de Deus e lhes recorda que a sua permanência na Terra Prometida depende da fidelidade com que observem os mandamentos e preceitos divinos (8.11-20).

O CONTEúDO DO LIVRO
O Deuteronômio (Dt), tal como outros textos de caráter normativo recolhidos no Pentateuco, expressa o que Deus requer do seu povo escolhido. E o faz explicitando concretamente o mandamento que Jesus qualificou de “o principal”: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força” (6.5; cf. Mc 12.30). Estas palavras são a coluna vertebral de todo o discurso mosaico, que agora assume um caráter mais pessoal do que quando o povo o ouvia no Sinai (chamado de “Horebe” em Dt, com exceção de 33.2), porque ali Moisés se limitou a transmitir o que recebia de Deus, enquanto que, em Moabe, ele fala na primeira pessoa, para, na sua qualidade de profeta (18.15-18), revelar ao povo a vontade do Senhor (4.40; 5.1-5,22-27; 28.1). O Deuteronômio destaca essa imagem de Moisés mediante frases introdutórias como: “São estas as palavras que Moisés falou a todo o Israel” (1.1; cf., p. ex., 1.3,5; 4.44; 5.1). Um lugar de destaque neste livro é ocupado pelo chamado “código deuteronômico” (caps. 12—26), que começa com uma série de “estatutos e juízos” (12.1) relativos ao estabelecimento de um único lugar de culto, de um único santuário, ao qual todo o Israel estaria obrigado a peregrinar regularmente: “Buscareis o lugar que o Senhor, vosso Deus, escolher de todas as vossas tribos...” (12.5; cf. vs. 1-28). A esse núcleo de caráter legal, que aparece no livro precedido dos dois grandes discursos (1.6—4.40 e 5.1—11.32), seguem-se algumas disposições complementares (p. ex., no cap. 31, a nomeação de Josué como sucessor de Moisés) e também advertências e exortações de diferentes tipos (caps. 27—31). Os últimos caps. contêm o “cântico de Moisés”, as “bênçãos às doze tribos” (caps. 32—33), a morte de Moisés (34.5) e o seu sepultamento em um lugar ignorado da região de Moabe (34.6).




A MENSAGEM
O relacionamento especial que Deus estabelece com o seu povo é, sem dúvida, a proclamação que o Deuteronômio sublinha com a maior ênfase. O Senhor é, certamente, o Deus criador do céu e da terra (10.14); porém, com base exclusivamente no seu amor, ele escolheu Israel para com este povo estabelecer uma aliança particular. Antes que o próprio Israel fosse chamado à existência, Deus já havia escolhido os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó, aos quais prometeu que os seus descendentes herdariam a terra de Canaã (6.10; 7.6-8). O cumprimento da promessa está permanentemente no horizonte do Deuteronômio. Isso se evidencia, por um lado, na evocação dos acontecimentos que puseram fim à escravidão de Israel no Egito e, por outro lado, na evocação dos muitos prodígios de que o povo foi testemunha durante os anos do deserto. E, agora, junto à margem oriental do Jordão, quando o cumprimento da promessa já está a ponto de se converter numa esplêndida realidade, Moisés exorta os israelitas a que, livremente, se atenham ao compromisso a que a aliança de Deus os obriga: “... te propus a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, amando o Senhor, teu Deus, dando ouvidos à sua voz e apegando-te a ele” (30.19-20). Ao amor de Deus, Israel deve corresponder com a sua entrega total e sem reservas, acatando a vontade divina: “Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, e todos os dias guardarás os seus preceitos, os seus estatutos, os seus juízos e os seus mandamentos” (11.1).

ESBOçO:
1. Primeiro discurso de Moisés (1.1—4.43)
2. Segundo discurso de Moisés (4.44—11.32)
3. O código deuteronômico (12.1—26.19)
4. Terceiro discurso de Moisés (27.1—28.68)
5. Quarto discurso de Moisés (29.1—30.20)
6. Últimas disposições. (31.1—32.47)
7. Último dia da vida de Moisés (32.48—34.12)
a. Visão de Canaã (32.48-52)
b. Bênção de Moisés (33.1-29)
c. Morte de Moisés (34.1-12)


2 comentários:

  1. Algumas dúvidas em relação a este livro poderão ser elaboradas através de perguntas ou comentários e terei o prazer de responder e participar. Participe você também!

    ResponderExcluir
  2. Henrietta c Mears se pudesse ler esse artigo!

    ResponderExcluir