O Livro de
Juízes relata fatos situados entre 1200 e 1020 a.C, descrevendo a continuação
da conquista da Terra e a vida das Tribos até o início da Monarquia. Trata-se
de um tempo de “democracia tribal” (Jz. 17.6, 21, 25) e cheio de dificuldades.
As Tribos são governadas por chefes que tem um cargo vitalício (Juízes
Menores); nos momentos de dificuldades surgem chefes carismáticos (Juízes
Maiores), que unem a lideram as Tribos na luta contra os inimigos.
Infelizmente
o Povo de Israel não pisou com a “planta
dos seus pés”, em toda porção da Terra Prometida por Deus. De maneira que
ficaram ainda por ser dominados por alguns povos que vieram e se constituírem
inimigos de Israel.
Deus
prometera que o Povo de Israel poderia dominar desde o Egito até o Eufrates,
mas isto não aconteceu. Não há notícia de ter Israel dominado do Egito ao
Eufrates. Deus fizera a promessa, mas estabelecera a condição, “Todo o lugar que pisar a planta do vosso
pé”. A medida que o povo recusou a avançar, então perdeu a chance de
conquistar.
Mas ao mesmo
tempo que Deus responsabiliza o Povo de Israel por suas deficiências, por outro
lado, Ele usa a própria deficiência do povo para um plano Seu, Deus usa a
deficiência do povo para provar a Israel. Jz. 3.1-2. Algumas nações ficaram e
provaram a Israel por meio das influencias religiosas, nos cultos aos deuses
estranhos, na idolatria, na contaminação com o pecado, etc.... Muitas vezes
nações inimigas conseguiram dominar Israel, não somente nas tentações religiosas,
mas também através dos inimigos políticos, onde levou os israelitas a uma série
de escravidão, fomes e desgraças. Neste livro é narrado muitos sofrimentos do
Povo de Israel por parte dos povos vizinhos e ao mesmo tempo uma série de
reações contra estes inimigos, graças à liderança dos Juízes que foram
constituídos.
O Livro de
Juízes descreve tal época como contínua opressão e reação, narra uma época em
que outros povos dominaram a Israel e com a intervenção dos Juízes a reação se
fez. O Povo de Israel clamava a Deus por um Salvador. O primeiro Juiz de Israel foi Otoniel, um
valente irmão caçula de Calebe, Jz. 3.9, que derrotou vários reis e Israel
viveu em paz durante 40 anos.
Após este
período os israelitas voltaram a fazer o que era mau aos olhos do senhor, e
Deus os entregou na mão de Eglon, rei de Moab, o qual se aliou aos Amonitas e
Amalequitas que marcharam contra Israel derrotando-os ficando escravos durante
18 anos. Israel voltou a clamar ao senhor e Deus enviou Eude, Benjaminita,
homem canhoto que venceu Eglon matando-o a traição.
Após o período de Eude, a Bíblia relata
Debora, uma profetiza que era procurada por suas sábias respostas que continha
uma força moral excepcional, e que encantava aos poderosos daquele tempo. Jz.
4.6-9. Israel voltara a fazer o que era mal aos olhos do Senhor e Deus os
entregou a Jabin, rei de Canaã
Depois temos a história de Gideão, que com
apenas 300 homens destruiu os Midianitas, depois que os Israelitas estiveram
por 7 anos seu domínio, Jz. 7.16.
Depois de um
tempo os Amonitas declararam guerra a Israel e o povo pede ajuda a Jefte. Então
Jefte pede ao Senhor que o faça vencedor e em troca sacrificaria a Ele a
primeira pessoa que encontrasse ao receber na porta de sua casa. Há uma
informação de que ele fez um voto precipitado, e depois de ter ganho a batalha
sacrificou sua própria filha. Jz. 11.34-35. Trata-se de uma decadência
espiritual, época em que o Povo de Israel se deixou influenciar por cultos
pagãos. Depois disso outros Juízes surgiram em Israel, mas suas histórias não
foram narradas na bíblia. Costuma-se distinguir os juízes entre maiores e
menores, de acordo com o tamanho da notícia que se tem deles e seguindo esse
critério, os Juízes maiores são: Otoniel, Eude, Débora e Barac, Gideão, Jefté e
Sansão. Os menores são: Samgar, Tola, Jair, Abesã, Elon, Abdon. È difícil
destinguir a função própria de cada um. Como Juízes a função desses Juízes
maiores era defender o sistema tribal em situações de emergência e os Juízes
menores , ao que parece, eram chefes regulares de tribos, e sua função era
principalmente administrar a justiça.
Já a
biografia de Sansão é muito conhecida. Sansão foi traído, foi preso, e feito
escravo e no final de seus dias se arrepende de ter usado erradamente o poder
de Deus. Sansão se reconcilia com Deus e pede a morte, levando consigo a
maioria dos Filisteus a morrerem juntos. Jz.16.28-27.
Foi
necessária uma reação, e o grande vulto que vai aparecer é o último dos Juízes,
Samuel. E Samuel vem a concorrer, para a libertação de Israel, num sentido mais
nobre. A LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL
A chave
desse Livro é apresentada em Jz. 2.6, 3.6, e reaparece várias vezes no texto e
é preciso levar à frente a memória ativa ou consciência histórica, adquirida
através da resistência e da luta. A geração que luta mante viva essa
consciência. A nova geração quebra essa memória e ameaça voltar atrás. O
resultado é um conflito na história, entre a fidelidade a Deus e seu projeto, e
o culto aos ídolos, que corrompe a sociedade.
Jz. 2.11-16
apresenta a dinâmica que marca o destino histórico de um povo:
PECADO – Alienação da consciência
histórica: O povo
abandona Deus, o Senhor que produz liberdade e vida, para servir aos ídolos que
corrompem, produzindo um sistema social injusto.
CASTIGO – Perda da liberdade e da
vida: Servindo aos
ídolos da escravidão e da morte, o povo alienado perde a liberdade e a vida que
tinham sido duramente conquistadas.
CONVERSÃO – Volta à consciência
histórica: No
extremo limite do sofrimento, o povo volta à consciência histórica e clama a
Deus.
GRAÇA – Libertação: Deus responde ao clamor, fazendo
surgir lideres (Juizes) que organizam o povo e o ajudam a reconquistar a
liberdade e a vida.
Posteriormente serão postados os textos de difícil interpretação descritos neste livro para um melhor conhecimento da Palavra de Deus.
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