OS EVANGELHOS
SINÓTICOS – UM SÓ LIVRO
O EVANGELHO É UM SÓ, O ALEGRE ANÚNCIO
Em
realidade, o Evangelho é um só, o alegre anúncio. Como esse alegre anúncio foi
feito por diversas pessoas, para cada uma dessas pessoas torna-se um Evangelho,
que reunidos formam os Evangelhos. Entre eles, há alguns que se assemelham
(Mateus, Marcos e Lucas) e, por isso, são chamados de sinóticos (do
grego sýn, "junto" e opsis, "visão"). O Evangelho
de João não segue o padrão desses três. Isto permite que as concordâncias dos
três evangelistas sejam impressas em forma de synopsis (sinopse).
SEMELHANÇA DE CONTEÚDO
À diferença
de João, os três sinóticos dispõem o currículo da vida pública de Jesus segundo
uma esquema muito simples, assim concebido: após o seu batismo, o jejum de
quarenta dias e as tentações no deserto, Cristo prega na Galiléia, tendo como
centro missionário a cidade de Cafarnaum; decorrido quase um ano de ministério,
o Senhor desce à Judéia, passando em Jerusalém a sua última semana, no qual
padeceu, morreu e ressuscitou (O Divino Mestre teria pregado durante um ano
apenas, conforme os sinóticos)
ALGUMAS ESTATÍSTICAS
O Evangelho
de Mateus consta de 1.070 versículos aproximadamente, dos quais 330 lhe são
próprios, 170 comuns com Marcos apenas, 230 comuns com Lucas somente e 340
comuns com Marcos e Lucas. Marcos escreveu 667 versículos, dos quais 68 lhe são
próprios. Lucas, perto de 1.151 versículos, dos quais 541 são característicos
de seu livro.
Conclui-se:
a) Mateus
tem como propriedade sua cerca de uma terça parte do respectivo Evangelho;
Marcos cerca de um décimo, Lucas aproximadamente metade.
b)
dividindo-se o conteúdo dos três sinóticos em seções, verifica-se que Mateus
tem de próprio 42% desse material; Marcos, 7% e Lucas, 59%. (Bettencourt, 1960)
A CONTRIBUIÇÃO DO ESPÍRITO EMMANUEL
"As
peças nas narrações evangélicas identificam-se naturalmente, entre si, como
partes indispensáveis de um todo, mas somos compelidos a observar que, se
Mateus, Marcos e Lucas receberam a tarefa de apresentar, nos textos sagrados, o
Pastor de Israel na sua feição sublime, a João coube a tarefa de revelar o
Cristo Divino, na sua sagrada missão universalista". (Xavier, 1977,
pergunta 284)
CONVERGÊNCIAS E DIVERGÊNCIAS DOS
EVANGELHOS
TEORIA DAS DUAS FONTES
Houve uma
tradição oral, sendo a sua transcrição redigida de acordo com o modo de cada
evangelista. Estes parecem ultrapassar as possibilidades da memória. Impõe-se
admitir a tradição escrita, que melhor explique a mencionada afinidade. Cada um
dos evangelistas deve ter haurido dessa documentação escrita o respectivo
material. Por isso a interdependência direta dos sinóticos.
A teoria das
duas fontes é devida à: 1) um compêndio dos feitos de Jesus, que seria a forma
primitiva do Evangelho de Marcos; 2) uma coletânea de frases e sermões de
Cristo atribuída a Mateus. (Bettencourt, 1960)
DISPOSIÇÃO DAS SEÇÕES
Existem
pequenos blocos literários já forjados anteriormente à redação dos Evangelhos e
inseridos como tais sem desmembramento, nas narrativas dos três sinóticos.
Verifica-se que os mesmos fatos são, por vezes, narrados com as mesmas palavras
nos três sinóticos.
EXEMPLOS
a) Na oração do "Pai Nosso", há 7 petições em
Mateus; em Lucas, 5.
"Pai
nosso que estais no céu,
|
"Pai,
|
Santificado
seja o vosso nome,
Venha a
nós o vosso reino
|
Santificado
seja o vosso nome,
Venha a
nós o vosso reino
|
Seja feita
a vossa vontade
Assim na
terra como no céu
|
|
O pão que
nosso é necessário, nos daí hoje
|
O pão
nosso de cada dia nos daí hoje
|
Perdoai-nos
as nossas dívidas assim como
Nós
perdoamos os nossos devedores
|
Perdoai-nos
os nossos pecados, pois nós
Mesmos
perdoamos a quem nos deve
|
E não nos
deixeis cair em tentação
|
E não nos
deixeis cair em tentação".
|
Mas
livrai-nos do mal (ou do Maligno)"
|
|
b) Mateus fala em 8 bem-aventuranças; Lucas em quatro.
(Bettencourt, 1960)
CONCLUSÃO
Procuramos
fazer uma síntese dos quatro Evangelhos. Resta-nos, por fim
dizer, que um estudo mais aprofundado de cada um
deles propiciar-nos-á um melhor conhecimento do ministério de Cristo.
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