domingo, 25 de setembro de 2016

O L I V R O A P Ó C R I F O D E 2 º M A C A B E U S

II    M A C A B E U S
O Segundo Livro dos Macabeus, também conhecido como II Macabeus, é um dos livros deuterocanônicos do Antigo Testamento da Bíblia. Possui 15 capítulos. Vem depois de I Macabeus e antes do livro de Jó.
O Segundo livro dos Macabeus não é a continuação do primeiro.
É em parte paralelo a ele, iniciando a narração dos acontecimentos um pouco antes, no fim do reinado de Seleuco IV, predecessor de Antíoco IV Epifânio, mas acompanhando-os apenas até a derrota de Nicanor, antes da morte de Judas Macabeu. Isto não representa mais do que quinze anos e corresponde somente ao conteúdo dos capítulos I a VII do primeiro livro.
ESTILO
O gênero literário é diferente e o livro foi escrito originalmente em grego, apresentando-se como um resumo da obra de Jasão de Cirene (II Mc II, 23) e se inicia com duas cartas dos judeus de Jerusalém (II Mc I, 2-18). O estilo é de escritor helenístico e de historiador medíocre, embora seus conhecimentos das instituições gregas e das personagens da época sejam superiores ao do autor de I Mc.
O autor escreveu para os judeus de Alexandria e seu desígnio é despertar o sentimento de comunhão deles com os irmãos da Palestina e o interesse pela sorte do Templo.
As duas cartas no começo do livro são convites dirigidos pelos judeus de Jerusalém a seus irmãos do Egito para celebrar com eles a festa da purificação do Templo, a dedicação.
O valor histórico do livro não deve ser subestimado. É verdade que o compendiador incorporou as narrativas apócrifas contidas nas cartas I, 1-2 e II, 1-18 e reproduziu as histórias fantasiosas de Heliodoro, do martírio de Eleazar e do martírio dos sete irmãos que encontrou em Jasão, mas a concordância geral com I Mc assegura a historicidade dos fatos relatados por duas fontes independentes.
OBJETIVO
O objetivo do autor é reapresentar parte dos fatos narrados em I Macabeus, sob uma nova perspectiva, para mostrar que a luta em defesa do povo se enraíza na atitude de fé, que confia plenamente no auxílio de Deus. Desse modo, a resistência contra o opressor implica fé e ação, mística e prática ou, na visão do autor, lutar com as mãos e rezar com o coração. Trata-se, portanto, de releitura por dentro do movimento revolucionário, cuja eficácia repousa na força de Deus, presente na ação do povo. Nessa perspectiva de fé, nem mesmo a morte se apresenta como obstáculo ou sinal de derrota. Pelo contrário, o testemunho dos mártires, coroado pela fé na ressurreição, mostra que não há limites para a resistência, pois Deus gera a vida onde os opressores produzem a morte. Confiando nesse Deus, o povo nada mais tem a temer, pois em qualquer circunstância tem certeza da vitória.
IMPORTÂNCIA TEOLÓGICA
O livro é importante pelas afirmações que contém sobre a ressurreição dos mortos (7,9;14,46), as sanções de além-túmulo (6,26), o mérito dos mártires (6,18-7,41), a intercessão dos santos (15,12-16) e a prece pelos defuntos (II Mc XII, 45). Estes ensinamentos, referentes a pontos que os outros escritos do Antigo Testamento deixavam incertos, explicam sua aceitação pela a Igreja Católica Romana, Ortodoxa e Anglicana. A igreja protestante juntamente com o judaísmo consideram tais doutrinas apresentadas no livro como heréticas, mas concordam que o livro tem notável valor histórico (porém consideram o primeiro livro como de maior valor).

2º LIVRO DOS MACABEUS
O 2.° Livro dos Macabeus não é, como facilmente se poderia supor, a continuação do primeiro, nem tem o mesmo autor. De comum entre os dois existe apenas o clima de perseguição à fé, orquestrada igualmente pelos Selêucidas, embora narrada de um modo menos his­tórico e mais edificante. Mas convém ter em conta o que se disse no início da Introdução a 1 Ma­ca­beus, quanto ao seu nome e à sua classificação como livro bíblico.

AUTOR
O autor, que terá escrito no Egipto, pretende edificar a fé dos judeus deste país, também perseguidos por Ptolomeu. Com um estilo vivo e uma tendência para exagerar a caracterização das personagens – pois quer apresentá-las como heróis na fé a um povo que está a sofrer por causa dela – pretende mostrar que a perseguição é apenas um castigo justo e pedagógico, merecido pelos pecados cometidos, para convidar à conversão de vida e à fidelidade à aliança.

CONTEÚDO E DIVISÃO
Na sua forma actual, o livro poderá resumir-se no esquema seguinte:
Introdução (1,1-2,32): primeira carta (1,1-9); segunda carta (1,10-2,18); prefácio do autor (2,19-32).
I. Causas da rebelião dos Macabeus (3,1-7,42): preservação do tem­plo (3); Onias, pontífice (4); matanças de Antíoco em Jerusalém (5); a per­seguição religiosa (6); martírio dos sete irmãos (7).
II. Rebelião dos Macabeus (8,1-10,8): primeiras vitórias dos Macabeus (8); morte de Antíoco (9); purificação do templo (10,1-8).
III. Campanhas militares de Judas Macabeu (10,9-15,36). Novas vitó­rias do Macabeu sobre os povos vizinhos (10,9-12,45); guerra e paz entre Antíoco Eupátor e Judas Maca­beu (13); Demétrio, rei da Síria, declara guerra ao Ma­cabeu (14); Nica­­nor, general dos sírios, é vencido por Judas Macabeu (15,1-36).
Epílogo (15,37-39): considerações do autor.

MENSAGEM
Dado o objectivo da obra, a lei – como expressão da aliança – e o templo são os pontos de referência da fé, a necessitar de revigoramento para não se deixar absorver pela pressão da nova cultura. Por isso, ao lado daqueles que, por debilidade ou oportunismo sócio-político, renegam a fé, o autor coloca os que se refugiam em Deus e vão para o campo de batalha, apoiados nas armas da oração, do jejum e da leitura da Bíblia.
Neste quadro de fé no Deus da aliança, que protege os que morrem por ela em vez de a renegar, surgem alguns ensi­na­men­tos desenvolvidos depois no cená­rio da revelação. É o caso dos anjos, como agentes de Deus para executar o seu projecto (2,21; 3,24-26; 10,29; 11,6-8; 15,23), do valor da oração dos vivos para conseguir de Deus o perdão dos pecados dos defuntos (12,43-45), bem como do valor da intercessão dos «santos» que estão na outra vida, em favor dos que ainda peregrinam na terra (15,12-16); e ainda a questão da ressurreição dos fiéis (7,9.14.23.28-29.36; 12,43-45; 14,46) e a retribuição depois da morte, tanto para os fiéis como para os que fizeram mal ao povo, pois Deus dará a cada um segundo o que tiver merecido.



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