L
I V R O D E N E E M I A S
Livro de Neemias ou II
de Esdras é um livro do Tanakh e
do Antigo Testamento da Bíblia. Vem depois
do Livro
de Esdras e antes do Livro de Tobias, na Bíblia
Católica, e antes do Livro de Ester, na Bíliba
protestante tido historicamente como uma continuação do Livro de Esdras, e
por vezes chamado até mesmo de "o segundo livro de Esdras”.
O livro consiste de quatro
partes:
1. Um relato da
reconstrução das muralhas de Jerusalém, e o registro do que Neemias encontrou
ao retornar da Babilônia. Entre os detalhes estão a
descrição de como Neemias se tornou governador de Judá (Ne, 1:1-2:20, 9), as
diversas formas de oposição que sofreu, de Sambalá e
outros, e descreve seu retorno anterior, sob Zerubabel (Ne,
7:6-73, 9; ver também (Es, 2:1-70 para um relato semelhante) - capítulos 1 a 7.
2. Um relato da
situação da religião entre os judeus do
período - capítulos 8 a 10.
3. Aumento da
população de Jerusalém; o censo da população masculina adulta, os nomes de seus
chefes, juntamente com listas de sacerdotes e levitas -
capítuls 11 e 12:1-26.
4. Dedicatória
do muro de Jerusalém, disposição das autoridades do Templo, e reformas
executadas por Neemias - capítulos 12:27 e 13.
Tradicionalmente acredita-se
que o autor deste livro tenha sido o próprio Neemias embora isto
seja controverso. Existem partes do livro escritas em primeira pessoa (1-7;
12:27-47 e 13), porém outras onde Neemias é referido pela terceira pessoa (8;
9; 10).
Alguns estudiosos acreditam
que estas partes teriam sido escritas por Esdras -
embora não exista qualquer evidência distinta disso - enquanto outros acreditam
que o arranjo e revisão final do texto teriam ocorrido num período bem
posterior.
Se Neemias de
fato foi o autor, a data em que o livro foi escrito teria sido por volta
de 431 - 430 a.C., quando ele
retornou pela segunda vez a Jerusalém, depois de
sua visita à Pérsia.
A Tradução Ecumênica da Bíblia sustenta
que haveria um único autor para I Crônicas, II Crônicas, Esdras e
Neemias que seria provavelmente um levita, e que sua redação não teria ocorrido
antes de 350 AC nem depois de 250 AC, mas haveria adições posteriores a 200 AC.
Esta edição também sustenta que os livros de Esdras e de Neemias formavam
apenas um único Livro de Esdras,
composto antes de I Crônicas e II Crônicas, como se
verifica na Bíblia
Hebraica e na Bíblia dos Setenta.
PERSPECTIVA PANORÂMICA
(SUMÁRIO)
·
Restauração dos muros de Jerusalém - Neemias 3:1-32
·
Obstáculos e dificuldades
- Neemias 3:33-Neemias 4,17
·
Término da reconstrução das
muralhas - Neemias 6
·
Recenseamento dos israelitas
- Neemias 7
·
Leitura pública da Lei - Neemias 8
·
Oração de confissão dos
pecados - Neemias 9
·
Resoluções diversas - Neemias 10
·
Repartição dos habitantes
de Jerusalém - Neemias 11
·
Sacerdotes e levitas - Neemias 12
·
Reformas diversas, realizadas
por Neemias - Neemias 13
PERSPECTIVA HISTÓRICA
·
539 AC: Ciro II derrota
a Babilônia
·
445 AC: Neemias vai
para Jerusalém; construção
da muralha Ne 1-Ne 2). Neemias é nomeado
governador Ne 5,14
·
423-404 AC: Os Samaritanos constroem
um templo no Monte
Garizim.
·
PERSPECTIVA POLÍTICA
A obra procura mostrar a
reconstrução da comunidade judaica, reunida em Jerusalém e
centrada no culto e na lei. Sob o domínio persa, foi concedida aos judeus uma
oportunidade para recuperar e preservar a sua identidade como povo: a tradição
religiosa dos antepassados, que agora se transforma em lei. No contexto
pós-exílico, o Templo passa a ser o centro da vida da comunidade, como lugar de
culto e da transmissão da lei, que fornecem a estrutura social da comunidade.
A obra não se resume a uma
narrativa, pois pretende discutir e abrir perspectivas sobre a estrutura da
própria comunidade judaica, sendo que a questão central é determinar qual a
liderança que vai governar, nesse contexto, quando se propõe reestruturar a
sociedade a partir da religião, a primeira conclusão é que os sacerdotes devem
liderar o povo, no entanto, resta determinar o sacerdócio legítimo.
No exílio, os sacerdotes
tinham elaborado complicadas genealogias para ligar Sadoc a Aarão, o que
indicava a legitimidade dos descendentes de Sadoc, no
entanto, restava resolver a questão da legitimidade dos levitas, que também
seriam descendentes diretos de Aarão.
Desde o tempo de Salomão, os levitas
tinham sido expulsos do Reino de Judá 1Rs 2,26-27 e passaram a exercer
suas atividades entre as tribos do Norte, que formaram o Reino de Israel
Setentrional. Ligados aos profetas, eles preservaram e produziram tradições que
formaram o Livro
do Deuteronômio, o qual influenciou grandes reformas no Reino
de Judá, entretanto, depois do exílio, esses levitas se viram reduzidos a meros
empregados dos sacerdotes.
O autor dessa obra, que
provavelmente era um levita, busca reabilitar historicamente a figura do levita
e, assim, reivindicar sua importância ao lado do sacerdócio para o governo da
comunidade, mas seu objetivo não se resume a defender o interesse dos levitas,
o que se pretende é resgatar a tradição profética, conservada pelos levitas, a
fim de que a comunidade judaica não fique reduzida ao culto formal, mas seja
capaz de se organizar socialmente, segundo o projeto de Javé, dentro da
legítima tradição do Livro do Êxodo.
Essa tradição fora transmitida
pelos levitas, que procuravam atualizá-la e aplicá-la às situações concretas,
visando sempre em primeiro lugar à causa do povo e à defesa de uma sociedade
justa e igualitária, pode-se, portanto, dizer que essa obra histórica é uma
grande reivindicação para a reabilitação daqueles que se colocam como
defensores dos interesses do povo, protegendo-o de possíveis arbitrariedades, tanto
internas como externas.
Após a publicação deste livro, estarei postando Estudos Adicionais que complementam a história do povo de Israel e Judá, em seu cativeiro e alguns profetas contemporâneos que viveram e vivenciaram este período.
ResponderExcluirRETIFICANDO
ResponderExcluirApós a publicação do último Livro Histórico do Velho Testamento que é o Livro de Ester, postarei os Estudos Adicionais que complementam a História do povo de Israel e Judá e também de seus Profetas que vivenciaram este período de queda, decadência e restauração da nação.