A LUTA DOS POBRES PELOS SEUS DIREITOS – Sob forma de uma história
familiar, o Livro de Rute apresenta um roteiro para a luta do povo pobre em
busca de seus direitos. Foi escrito em Judá, depois do exílio da Babilônia,
pela metade do Sec. V a.C.
O período do
exílio foi muito difícil. Era preciso recomeçar tudo. As antigas tradições
tinham sido esquecidas, e se tornava necessário fazer sérias reformas, que atingissem
os fundamentos econômicos, políticos e sociais, para que um povo de Deus não
perdesse sua identidade.
O Livro cita
princípios de orientação para reorganizar a comunidade, que sofreu grandes
abalos, E isso acontece a partir da situação do povo pobre, apontando-se o
caminho para a luta em vista do pão, da terra e da família. Por outro lado, o
Livro salienta: Deus não quer leis que, em nome da ordem, acabam obrigando as
pessoas a sacrificar seus direitos básicos. É também uma grave advertência para
aqueles que fazem as leis e para quem obedeça à letra e não ao espírito das
leis. Elas devem, acima de tudo, ser meios eficazes para que os pobres tenham
como defender seus direitos. Quando não servem para proteger o povo pobre,
devem ser modificadas, atualizadas ou abolidas. A protagonista desse Livro é
uma estrangeira, e isso mostra que a salvação não tem fronteiras: o Amor de
Deus não é nacionalista, nem exclusivista. Ele quer liberdade e vida para
todos.
A história
de Rute se passou nos tempos em que os Juízes julgavam a nação de Israel. Rute
1.1, no tempo da decadência, época em que o povo teve que se humilhar, devido a
intromissão dos povos estranhos. Época em que Deus castigou Israel com grande
fome que se espalhou sobre a terra.
Rute era
Moabita que foi casada com Quilom, um dos filhos de Elimeleque, que era natural
de Belém da Judéia. Elimeleque era marido de Noemi e esta foi sogra de Rute.
Após a morte de Elimeleque e seus filhos durante a invasão dos midianitas
contra Israel, Jz.6.1, Rute ficou viúva e por causa da fome em Moabe, partiu de
volta para Belém em companhia de sua sogra Noemi.
Rute foi ao campo respigar e conheceu Boaz, um lavrador natural de Belém e descendente de Jacó, homem abastado, reto, que mais tarde se casou com Rute.
Rute foi ao campo respigar e conheceu Boaz, um lavrador natural de Belém e descendente de Jacó, homem abastado, reto, que mais tarde se casou com Rute.
Apesar de
Rute ser de origem gentílica, a união com Boaz, um dos antepassados dos reis
judaicos, a torna uma das avós de Jesus Cristo, devido a sua linhagem
genealógica. Desta união nasce Obede, que foi avô de Davi, o grande Rei de
Israel.
A história
de Rute é narrada, não tanto pelo romance em si, mas para mostrar como esta
mulher passou a fazer parte do Povo de Deus. Sua história é uma conversão, “O
teu povo será meu povo, o teu Deus será o meu Deus.” Rt. 1.16.
No auge da
desgraça e desilusão da terra para onde se migrou, o povo decide voltar para a
terra natal e aí lutar pela sobrevivência. A atitude de Rute é o comportamento
de todos aqueles que estão dispostos a deixar suas seguranças para se
comprometer com o povo pobre, que nada mais tem, a não ser a esperança que
nasce da fé.
Rute
enquanto não conhecera a Noemi, não havia ainda conhecida a religião de Israel,
e no fim do Livro, verificamos que ao final desse maravilhoso Livro Rute se
torna uma ascendente do futuro Messias, e por esta razão Rute entra na própria
genealogia de Jesus Cristo. Rute 4.7, Mat. 1.5.
O que de
mais significativo no livro é exatamente o fato da sua conversão, e o de
participar da linhagem dos ascendentes de Jesus Cristo. Desse modo a história
de Rute deixa bem claro que através da solidariedade na resistência e na luta,
que os pobres constroem a história e o mundo novo.
Este Livro
nos mostra que o Deus do Êxodo se alia aos pobres e oprimidos, para lhes dar LIBERDADE E VIDA.
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