APOCALIPSE 18 - A QUEDA DA BABILÔNIA
O
Anúncio de Sua Queda – 18:1-8
A queda da grande meretriz anunciada pelo apóstolo João em
Apocalipse 14.8, e ela recebeu o cálice da ira de Deus quando a sétima taça foi
derramada (16.19). Agora um dos sete anjos que executavam os juízos das
taças mostra com mais detalhes para João o julgamento da meretriz.
[...] Já conhecemos os personagens principais entre os
inimigos do povo de Deus. Apareceu o dragão (capítulo 12), seguido pelas duas
bestas (capítulo 13) e a grande meretriz (capítulo 17). Já sabemos o destino
destes inimigos de Deus, pois o Cordeiro e seus fiéis são os vencedores, e seus
adversários serão derrotados. Antes da identificação das características dos
inimigos, a sétima trombeta já declarou: “O reino do mundo se tornou do
nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos
séculos” (11.15). Antes da descrição da grande meretriz vem a declaração
da queda dela (14.8). Este e os subsequentes capítulos enfatizam o que já foi
revelado – os verdadeiros vencedores são aqueles que adoram a Deus. Todos os
outros adoradores da besta, à própria besta ao dragão que lhe dá poder serão
derrotado. A partir deste capítulo, veremos a queda destes inimigos do Senhor.
Surgiram numa sequencia (dragão, bestas, meretriz) e cairão na ordem invertida
(meretriz, bestas, dragão). [Caiu! Caiu a Grande Babilônia
No capítulo 17 vimos que o aspecto religioso do império
anticristão, a “mãe das meretrizes”, que é ao mesmo tempo a “grande cidade”,
que será destruída pelos dez reis da terra e pelo Anticristo (Ap 17.16). Aqui
no capítulo 18, a grande Babilônica, ou seja, o império anticristão,
em sua grandeza política e econômica, é julgado por Deus mesmo: “Por isto em só
um dia sobrevirão os seus flagelos, morte pranto e fome, e será consumida no
fogo, porque poderoso é o Senhor Deus que a julgou” (Ap 18.9).
Vemos que em Apocalipse 17 a grande prostituta é descrita
como Babilônia, e em Apocalipse 18 ela aparece com seu governo econômico
arruinado. É importante ter em mente que aqui, Babilônia não é a cidade
localizada junto ao rio Eufrates e Roma não é a capital do Império Romano.
Estas duas figuras são utilizadas para fazer referência a um sistema
de governo mundial dominado pelo Diabo.
É uma figura clara de oposição a Deus e a Jesus,
que agora, em consequência a sua hostilidade enfrenta mais um formato do juízo
de Deus, em forma de ruína tanto no seu poder econômico quanto político e
religioso.
Apocalipse 18:1 – Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que
tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória.
Depois
destas coisas, vi descer do céu outro anjo: A força que sustentava a
meretriz vinha de baixo: das águas, da besta que surgiu do mar e dos reis da
terra. Os próprios reis seriam os instrumentos de Deus no castigo dela, pois o
anúncio da queda dela vem de cima. Um anjo já anunciou a queda da Babilônia
(14:8), e um outro mostrou para João o significado da meretriz e o seu
julgamento (17:1,7). Aqui, outro anjo desce do céu para confirmar a sentença
contra a Babilônia. O anjo que João viu tinha grande (divino) poder, não apenas
um poder de curto prazo como os dez chifres e a besta (Ap 17.12,13). Vindo da
gloriosa moradia de Deus, esse anjo ainda reflete a glória do Senhor sobre a
terra (Ap 15.8), talvez como a face de Moisés, que brilhou com a glória de Deus
depois de estar na presença dele (2 Co 3.7-11)
Que tinha
grande autoridade: A autoridade para falar vem do céu. Não há dúvida
sobre a veracidade de sua mensagem. O anjo
desce do céu e tem grande autoridade para confirmar a sentença contra a
Babilônia. Não há dúvida sobre a veracidade de sua mensagem. Quando o anjo
desce João vê que o seu brilho iluminou a terra com a Sua glória
E a terra
se iluminou com a sua glória: Deus é a verdadeira luz, e a sua
glória ilumina (21:23; 1 João 1:5). Pelo evangelho revelado, a glória de Deus
traz iluminação (2 Coríntios 4:4-6; Efésios 1:17-18). Aqui, então, aguardamos
uma declaração de Deus que trará boas notícias aos servos fiéis.
Apocalipse 18:2 – Então, exclamou com potente voz, dizendo: Caiu! Caiu a
grande Babilônia e se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de
espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável
Então,
exclamou com potente voz: “Potente voz” vem da mesma expressão traduzida por
“grande voz” em outros versículos: a voz de Jesus (1:10), a voz de anjos (5:2;
10:3; 14:7,9,15,18; 19:17), a dos adoradores de Deus (5:12; 7:10); a das almas
dos mártires (6:10), a da águia que anuncia os três ais (8:13), a voz do céu
que chamou as testemunhas a subirem (11:13); as da sétima trombeta que anunciam
o reino do Senhor (11:15), a do céu que anuncia o poder de Deus e a expulsão do
dragão (12:10), a do santuário ou do trono (16:1,17; 21:3).
Caiu! Caiu
a grande Babilônia: Esta linguagem é a maneira profética de mostrar que
Deus tiraria do poder aqueles que dominavam e abusavam dos outros. Isaías
profetizou contra o rei da Babilônia histórica: “Como cessou o opressor!
Como acabou a tirania! Quebrou o SENHOR a vara dos perversos e o cetro dos
dominadores, que feriam os povos com furor, com golpes incessantes, e com ira
dominavam as nações, com perseguição irreprimível. Já agora descansa e está
sossegada toda a terra. Todos exultam de júbilo” (Isaías 14:4-7). Antes de
prosseguir, devemos observar a importância do caso da Babilônia antiga na
interpretação da Babilônia simbólica do Apocalipse. No Antigo Testamento,
há várias profecias sobre a queda da Babilônia. Estas profecias foram cumpridas
na queda do domínio babilônico e até na destruição da cidade, mas não
literalmente de uma forma imediata e desastrosa. A cidade “caiu” ao líder
persa, Ciro o Grande, em 539 a.C., data que geralmente marca o fim do império
babilônico, mas as batalhas desta conquista ocorreram em outros lugares, fora
da cidade. Sabemos que os persas e medos se juntaram para vencer os
babilônicos. Isaías fala especificamente de Ciro (45:1-2; 48:14-15) e dos medos
como instrumentos de Deus neste castigo (Isaías 13:17-20). Jeremias, também,
foi específico quando disse que o castigo da Babilônia viria logo no fim dos
setenta anos do cativeiro de Judá (Jeremias 25:12), que os medos seriam o
instrumento de Deus para castigá-la (51:11), que a destruição dela seria
repentina (51:8) e seria afundada como uma pedra jogada no rio (51:63-64). Não
podemos forçar uma interpretação literal, pois a cidade permaneceu alguns
séculos depois da invasão dos persas e medos, sendo desfeita aos poucos como
resultado dos estragos de várias invasões nas épocas dos medo-persas, dos
gregos e helenistas e até dos romanos. Não é possível mostrar cumprimento
literal de todos os detalhes das profecias da queda da Babilônia antiga (alguns
exemplos se encontram em Isaías 13:5,9-13,15-16; 14:22-23; 21:9; 43:14; 47:1,5;
Jeremias 25:12-14; 50:1-2,9-10,21-46; 51:1-64). Usando o exemplo de profecias
sobre a Babilônia histórica, percebemos que profecias de destruição nas
Escrituras podem empregar linguagem poética e hiperbólica, podem usar figuras
específicas para falar de castigos mais gerais e podem comprimir uma série de
acontecimentos em um único evento. Com este entendimento, ainda mantemos a
nossa confiança nas afirmações do Apocalipse que as profecias seriam cumpridas
em breve. Não precisamos mostrar a destruição total e repentina da cidade de
Roma, nem a queda iminente do império romano. A linguagem profética afirma a
humilhação dos poderes que perseguiam os santos, e a história mostra que foram,
de fato, humilhados e derrotados.
E se tornou morada de demônios, covil de toda espécie de
espírito imundo e esconderijo de todo gênero de ave imunda e detestável: A
grande cidade que estava cheia de atividade e de pessoas poderosas e ricas se
torna uma cidade abandonada e suja (Isaías 13:19-22). Mais uma vez, o contraste
entre as duas principais cidades do livro se torna evidente. A cidade mundana
se torna lugar deserto e imundo, ocupado por demônios e espíritos imundos. A
cidade santa, a nova Jerusalém, será habitada por multidões na presença do
Senhor, e “Nela, jamais penetrará coisa alguma contaminada” (21:27).
A queda da grande cidade Babilônia é uma forma grega. No
hebraico do Antigo Testamento a palavra é simplesmente babel, cujo sentido é
confusão em que tem caído a ordem social. Neste sentido é empregada
simbolicamente. Nos escritos dos profetas do A.T., a palavra Babilônia quando
não refere-se a cidade, no sentido literal, é empregada relativamente ao estado
de “confusão” em que tem caído o mundo pagão.
Do modo como foi destruída a Antiga Babilônia (a cabeça de
ouro da estátua (Dn 2)), por causa das suas abominações, também é anunciada a
queda da Babilônia mística, o grande poder político-religioso liderado pela
segunda besta o falso profeta (Ap 13.11).
Babilônia aqui não é apenas a Babilônia escatológica,
mas a Babilônia atemporal, ou seja, é o sistema do mundo que se opõe contra
Deus em todas as épocas. É um símbolo da rebelião humana contra Deus. No
capítulo 17, Babilônia era a grande meretriz, a religião apóstata. No
Capítulo 18 João vê a queda da Babilônia, a cidade da luxúria, a morada
dos demônios, ‘A GRANDE MERETRIZ’. Nos capítulos 17 a 18 do
Apocalipse, Babilônia aparece em sentido duplo em cada secção: a primeira é
vista do sentido político e religioso; enquanto que a segunda é contemplada do
ponto de vista literal e comercial.
Apocalipse 18:3 – pois todas as nações têm bebido do vinho do furor da
sua prostituição. Com ela se prostituíram os reis da terra. Também os
mercadores da terra se enriqueceram à custa da sua luxúria.
Este versículo repete alguns dos motivos do castigo de Roma:
Pois todas
as nações têm bebido do vinho do furor da sua prostituição. Com ela se
prostituíram os reis da terra: A meretriz contaminou as nações
com a sua maldade, avareza, etc. Também os mercadores da terra se enriqueceram a
custa da sua luxúria: A cidade de Roma também foi um grande consumidor,
procurando e tomando para si tudo que traria prazer carnal ou glória material.
Pelo fato do império controlar o comércio entre os continentes da Europa,
África e Ásia, as nações exportadoras dominadas pelos romanos se enriqueceram
por causa desse comércio. A luxúria é o desejo descontrolado, um termo que,
muitas vezes, descreve a sensualidade e lascívia.
Apocalipse 18:4 – Ouvi outra voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo
meu, para não serdes cúmplices em seus pecados e para não participardes dos
seus flagelos
Ouvi outra
voz do céu, dizendo: Retirai-vos dela, povo meu, para não serem cúmplices
em seus pecados: Esta linguagem vem de Isaías 52:11, um trecho que fala sobre o
fim do cativeiro dos israelitas. Deus promete trazer o seu povo remido de volta
para Sião, mas exige que venha sem a impureza e a idolatria praticada por seus opressores.
A purificação e a fidelidade do povo seriam essenciais para a comunhão com o
santo Senhor (52:1-6).
Paulo emprega a mesma linguagem em um apelo à santidade (2
Coríntios 6:14 - 7:1). Para ser o povo de Deus e manter e gozar a comunhão com
o Senhor é necessário ser santificado. Esta santidade é oposta à imundícia e a
luxuria da meretriz.
E para não
participardes dos seus flagelos: Se participar dos pecados
receberia o mesmo castigo. Deus chama o povo dele para ser separado. A
santificação é uma exigência fundamental do evangelho como base da comunhão com
Deus: “Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o
Senhor, atentando, diligentemente, por que ninguém seja faltoso, separando-se
da graça de Deus” (Hebreus 12:14-15). “Sai dela, povo meu é uma ordem
que faz coro com Isaías 52.11 e especialmente com Jeremias 51.45, profecias
declaradas em uma época quando o império babilônico estava pronto para o
juízo”. O que diz o presente texto é o que aconteceu no Antigo Império
Babilônico: o orgulho e a devassidão foram a causa primordial de sua queda.
Daniel nos informa que na noite da invasão Medo-Persa sobre a cidade de
Babilônia, todos os grandes do Império babilônico se encontravam embriagados e
em extrema orgia (Dn 5). Na babilônia comercial e política, descrita neste
capítulo, as mesmas coisas do passado serão praticadas, no que diz respeito a
vida dissoluta: prostituição, comércio desonesto feitiçaria e idolatria.
Tal como o vinho, as falsas doutrinas retiram da pessoa sua capacidade
de discernir o erro. Não fosse pela ação danosa deste vinho que mantém as
nações embriagadas, multidões seriam convencidas e convertidas pelas verdades
claras contidas na Palavra de Deus.
A expressão “sai dela” é um imperativo, ou seja, uma ordem.
Babilônia não pode ser reformada, de acordo com as Escrituras. Só há um
remédio: separar-se completamente dela. Assim como Ló foi chamado para
fora de Sodoma, antes que ela fosse destruída por fogo e enxofre (Gn 19.14-29),
da mesma forma o povo de Deus é dirigido por uma voz que vem do Céu dizendo-lhe
para sair de Babilônia, antes que ela caia.
Apocalipse 18:5 – porque os seus pecados se acumularam até ao céu, e
Deus se lembrou dos atos iníquos que ela praticou.
Porque os
seus pecados se acumularam até ao céu: A voz do sangue de Abel chegou ao
Senhor, pedindo vingança (Gênesis 4:10). O clamor de Sodoma e Gomorra subiu até
Deus, trazendo sua ira na destruição das cidades (Gênesis 18:20-21). A meretriz
acumulou tanta iniquidade que chegou até ao céu. Babilônia, é uma figura de
iniquidade religiosa, ou seja, uma comunhão de credos, igrejas seitas,
filosofias, dentro da própria cristandade, liderada, ecumenicamente pelo falso
profeta (Ap 17.9 - 1ª Pe 5.13). Sua queda é celebrada por antecipação, de
acordo com Isaías 21.9, (caiu, caiu a Grande Babilônia) e está descrita nas
visões dos capítulos 17 e 18, onde Babilônia é vista como uma mulher que deu de
beber e embriagou a todas as nações com o vinho de sua fornicação, o equivale
dizer: arrastou á idolatria (Jr 51.7).
Deus se
lembrou dos atos iníquos que ela praticou: O Senhor não podia ignorar
a maldade de Babilônia que se exaltou em rebeldia contra Deus e contra a sua
vontade. O castigo se tornou inevitável. Pois os pecados da Babilônia
acumularam-se até o céu, e Deus se lembrou dos seus crimes.
Apocalipse 18:6 – Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu,
pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou
bebidas, misturai dobrado para ela.
Dai-lhe em
retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas
obras: A justiça divina opera-se pelo princípio da
colheita: “Aquilo que o homem semear, isso também ceifará” (Gálatas
6:7). Babilônia e outras potências mundiais conduziram outras nações a
participarem na sua iniquidade e a sofrerem as consequências nos flagelos de
Deus. Agora, veia a hora da retribuição.
No cálice
em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela: Induzir
outros ao pecado não é ato de amor ou amizade. Causa sofrimento e os leva ao
castigo. Por ter feito isso, a meretriz terá que beber do cálice da ira de Deus
(14:8,10). A cidade usada para corromper as nações e levar ao mundo todo o tipo
de falsa religiosidade receberá o castigo de Deus.
Os poderosos que se comprometeram com as obras do maligno, a
idolatria pagã, o materialismo, a luxuria, serão arruinados juntos.
Terrível é o dano produzido pela falsa igreja simbolizado por
Babilônia. Incalculável, mais terrível, ainda, é o castigo eterno, com tormento
e pranto, reservados para os que servem este sistema religioso.
“Quanto a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe
em igual medida tormento, pranto, por diz consigo mesma: Estou sentada como
rainha. Viúva não sou. Pranto, nunca hei de ver! Por isso, em só dia,
sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo,
porque poderoso é o Senhor Deus, que a julgou” (Ap 18.6-8)
Ela se orgulha de não ser viúva sem poder e abandonada, mas
de ser rainha soberana. Seu desejo é sempre reinar, reinar sobre todas as
consciências. Orgulhosa, ela pensa que está assentada não somente em um lugar
elevado, mas também seguro. Tem grande capacidade de comando sobre muita gente.
Apocalipse 18:7 – O quanto a si mesma se glorificou e
viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e pranto, porque diz consigo
mesma: Estou sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!
O quanto
a si mesma se glorificou e viveu em luxúria, dai-lhe em igual medida tormento e
pranto: O castigo na
medida do crime cometido. Ela se entregou à luxúria sem limites, e agora
sofreria tormento sem limites.
Porque
diz consigo mesma: Estou
sentada como rainha. Viúva, não sou. Pranto, nunca hei de ver!: Na sua
arrogância, se achou invencível. Ela dominava o mundo, e nem imaginou
alguém capaz de tirá-la de sua posição exaltada. A cidade de Babilônia, como
também Roma e os seus imperadores chegaram a ser adorados como deuses. A
confiança exagerada dela nos lembra dos edomitas no Antigo Testamento: “A
soberba do teu coração te enganou, ó tu que habitas nas fendas das rochas, na
tua alta morada, e dizes no teu coração: Quem me deitará por terra? Se te
remontares como águia e puseres o teu ninho entre as estrelas, de lá te
derribarei, diz o SENHOR” (Obadias 3-4; cf. a profecia semelhante sobre a
Etiópia e a Assíria em Sofonias 2:15). Os versículos 7 e 8 claramente tomam a
sua linguagem de uma profecia sobre a Babilônia histórica: “Ouve isto,
pois, tu que és dada a prazeres, que habitas segura, que dizes contigo mesma:
Eu só, e além de mim não há outra; não ficarei viúva, nem conhecerei a perda de
filhos. Mas ambas estas coisas virão sobre ti num momento, no mesmo dia, perda
de filhos e viuvez; virão em cheio sobre ti, apesar da multidão das tuas feitiçarias
e da abundância dos teus muitos encantamentos” (Isaías 47:8-9). Compare,
agora, em outras traduções bíblicas o que viria sobre a Babilônia
do Apocalipse. Façam-lhe sofrer tanto tormento e tanta aflição como a
glória e o luxo a que ela se entregou. Em seu coração ela se vangloriava:
“Estou sentada como rainha; não sou viúva e jamais terei tristeza”.
Aqueles que
vivem no luxo e nos prazeres, ignorando a Deus, serão abatidos pela Sua
ira. Por isto, receberão um juízo, como nunca antes existiu nesta extensão.
Duas afirmações mostram a rapidez deste juízo: “... em um só dia” (v. 8) e “...
em uma só hora ficou devastada tamanha riqueza” (v.17). Sua tranquilidade hoje,
será transformada em pânico naquele dia por isto eles dizem ai! Ai!
Apocalipse 18:8 – Por isso, em um só dia, sobrevirão os
seus flagelos: morte, pranto e fome; e será consumida no fogo, porque poderoso
é o Senhor Deus, que a julgou.
Por isso,
em um só dia, sobrevirão os seus flagelos: morte, pranto e fome; e será
consumida no fogo: A
autoconfiança da Babilônia a deixa totalmente despreparada e vulnerável quando
vem o juízo de Deus. Mais um versículo de Isaías salienta o perigo que a
Babilônia enfrentará, o mesmo que enfrentamos hoje numa sociedade dominada
pelos avanços da ciência e da tecnologia: “Porque confiaste na tua maldade
e disseste: Não há quem me veja. A tua sabedoria e a tua ciência, isso te fez
desviar, e disseste contigo mesma: Eu só, e além de mim não há
outra” (Isaías 47:10). A palavra traduzida “flagelos” é a mesma que
descreve, em outros livros do Novo Testamento, os açoites de castigo (Atos
16:23,33; 2 Coríntios 6:5; 11:23). Aqui e outras vezes no Apocalipse,
identifica os “açoites” de castigo que vêm de Deus.
Porque
poderoso é o Senhor Deus, que a julgou: A meretriz se acha poderosa, mas se engana. Deus é o
verdadeiro Onipotente, e ele julgará a meretriz. Ela não escapará deste
castigo. Paulo disse: “A fraqueza de Deus é mais forte do que os
homens” (1 Coríntios 1:25).
Os Lamentos – 18:9-20
Apocalipse 18:9 – Ora, chorarão e se lamentarão
sobre ela os reis da terra, que com ela se prostituíram e viveram em luxúria,
quando virem a fumaceira do seu incêndio
Ora,
chorarão e se lamentarão sobre ela os reis da terra... quando virem a fumaceira
do seu incêndio: Os
mesmos reis que odiavam a meretriz e contribuíram à destruição dela (17:16)
agora lamentam a queda da Babilônia. Apesar de detestar a meretriz que os
dominava (17:18), eles viviam do comércio gerado pela luxúria dela. A
destruição da meretriz teria um impacto econômico muito negativo para os países
comerciantes.
As reações à queda da meretriz são duas:
lamentação e exultação. Primeiro, encontramos a lamentação repetida por três
grupos de dependentes: os reis, os mercadores e os pilotos. Todos se expressam
com variações do mesmo refrão: “Ai! Ai da grande cidade” (10,16,19).
Depois, três categorias dos dependentes de Deus (santos, apóstolos e profetas)
são convidados a exultarem sobre a meretriz caída (20). Agora, as lamentações:
Todos os
mercadores da terra lamentarão. “E, sobre ela, choram e pranteiam os
mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria, mercadoria de
ouro, de prata, de pedras preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de
púrpura, de seda, de escarlata; e toda espécie de madeira odorífera, todo
gênero de objeto de marfim, toda qualidade de móvel de madeira preciosíssima,
de bronze, de ferro e de mármore” (v. 11-12). Entre as coisas que deixam de
negociar encontram-se “até almas de homens”. Isto lembra o seu comércio com os cadáveres
dos mortos nas chamadas “encomendas dos corpos”, missas de sétimo dia e
indulgências para enriquecer a muitos. O que dizer do purgatório inventado para
enriquecer este negócio profano e que permite a troca das almas por dinheiro de
onde enche os celeiros da meretriz.
A cidade,
simbolicamente chamada Babilônia, também será o centro comercial e econômico do
mundo durante o reinado do Anticristo. Com o rompimento entre a Babilônia
política representada pela besta e os reis confederados, e a Babilônia religiosa,
que representa a cristandade apóstata, vai acontecer a destruição deste sistema
religioso pelo poder da primeira besta (Ap. 13) que meterá fogo sobre a sede
deste governo (vs. 17-19). Os reis lamentar-se-ão não por causa dos seus
pecados, e sem lagrimas de arrependimento, pois a causa do seu sofrimento é das
consequências e pela perda da sua infra-instrutura. Como Caim, eles não ficam
tristes por seus pecados, mas apenas pelo castigo. Lamentar-se-ão por causa de
suas perdas.
Apocalipse 18:10 – e, conservando-se de longe, pelo
medo do seu tormento, dizem: Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa
cidade! Pois, em uma só hora, chegou o teu juízo.
E,
conservando-se de longe, pelo medo do seu tormento: As nações participaram dos lucros, e
até dos erros, mas não querem se envolver na hora do castigo.
Dizem:
Ai! Ai! Tu, grande cidade, Babilônia, tu, poderosa cidade! Pois, em uma só
hora, chegou o teu juízo: A poderosa cidade que dominava os reis do mundo recebe a justa recompensa
por seu erro. O juízo de Deus chega repentinamente, tomando a orgulhosa
meretriz de surpresa. Amedrontados por causa do tormento dela, ficarão de longe
e gritarão: ” “Ai! A grande cidade! Babilônia, cidade poderosa! Em apenas uma
hora chegou a sua condenação!” “Então, um anjo forte levantou uma pedra como
grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo: Assim, com
ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada”
(v.21).
O anjo
forte, com seu ato de arrojar, a grande pedra, mostrou que Babilônia (Roma),
haverá de cair violentamente, em súbita destruição. A pedra de moinho (em
grego millos, onikos), aqui em foco, provavelmente deve ser aquela que
somente os animais podiam fazer girar (Mc 9.42).
Afundar uma
enorme pedra no mar, antigamente, era símbolo de eterna destruição. Este é o
cumprimento daquilo que o profeta Jeremias escreveu (Jr 51.60-64).
Aqui, este
juízo é então executado e Babilônia será lançada fora, como uma pedra jogada no
fundo do mar. Quando este juízo tiver sido executado sobre a humanidade
anticristã, então haverá um silêncio apavorante sobre a face da terra. É o que
descreve João:
“E voz de
harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se
ouvirá, nem artífice algum de qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca
jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho. Também jamais em ti brilhará
luz de candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os
teus mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas
pela tua feitiçaria” (v. 22- 23).
Nenhum som e
nenhuma luz. Isto é um sinal de uma cidade morta. E nem voz de noivo ou de
noiva jamais em ti se ouvirá: O casamento sempre é um sinal de esperança, de
planos para o futuro (Mt 24.38). Mas a Babilônia não tem futuro; não terá nela
as vozes de noivos. A Babilônia mundial ficará completamente deserta.
Pois os teus
mercadores foram os grandes da terra: A Babilônia foi exaltada e exercia poder
e influência sobre os outros. Os motivos do castigo dela são resumidos em dois
pontos: Porque todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria: A meretriz
seduziu as nações, que participaram com ela na sua prostituição. Este
envolvimento dos povos com a Babilônia foi um dos pontos principais deste
capítulo. Babilônia atraiu, enganou e embriagou as multidões com sua feitiçaria
e sua prostituição. Aqui ela terá o seu fim.
Com todos os
acontecimentos mundiais evidenciados e revelados na Palavra de Deus, os homens
não aceitam a verdade como verdadeira. Se o fato de que a terra será
aniquilada, fosse a base em que as pessoas edificassem suas vidas, muitas
coisas seriam bem diferentes. Mas, até ao dia de hoje foi reprimido na
consciência dos homens, que a terra terá um fim. Eles preferem seguir e aceitar
os enganos da meretriz do crer nas verdades das Escrituras Sagradas. Embora
Deus já tenha revelado as doutrinas das últimas coisas na Sua Palavra, o homem
continua ignorante. Por quê? Porque é uma escolha do homem de crer no engano,
no óbvio, do que crer na verdade.
Apocalipse 18:11 – E, sobre ela, choram e
pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua mercadoria,
E, sobre
ela, choram e pranteiam os mercadores da terra, porque já ninguém compra a sua
mercadoria:
Confirmação do motivo egoísta da tristeza das nações! Não choraram por amor de
Babilônia, e sim por perda de lucros! O egoísmo e o materialismo são
características de pessoas carnais. Babilônia, Roma e outras grandes cidades
tem mostrado este mesmo espírito, e os sujeitos que participavam da prostituição
dela, também, se mostraram carnais. “Mercadores” vem de uma palavra que sugere
atacadistas, aqueles que transportaram mercadoria de longe para vender em
grandes quantidades.
Apocalipse 18:12-14 – mercadoria de ouro, de prata, de pedras
preciosas, de pérolas, de linho finíssimo, de púrpura, de seda, de escarlata; e
toda espécie de madeira odorífera, todo gênero de objeto de marfim, toda
qualidade de móvel de madeira preciosíssima, de bronze, de ferro e de mármore; - 13 e canela de
cheiro, especiarias, incenso, unguento, bálsamo, vinho, azeite, flor de
farinha, trigo, gado e ovelhas; e de cavalos, de carros, de escravos e até
almas humanas. - 14 O fruto sazonado, que a tua alma tanto apeteceu, se apartou
de ti, e para ti se extinguiu tudo o que é delicado e esplêndido, e nunca
jamais serão achados.
Mercadoria
de ouro, de prata, de pedras preciosas...: Esta lista de produtos mostra a extrema riqueza da
meretriz. Consumia todo tipo de mercadoria de luxo, até escravos. A opulência
de Babilônia e também nos tempos de Roma, levou estas cidades ao exagero de um
consumismo desenfreado, e as nações exportadoras lucraram com isso.
A lista
de mercadoria nestes
versículos é paralela, embora mais resumida, à lista de Ezequiel 27 e 28.
Aquela profecia falou da mercadoria comprado por Tiro, um porto que controlava,
na sua época, uma boa parte do comércio do Mediterrâneo. Os produtos citados
vêm de diversos países em continentes diferentes. Roma, na época em que o
Apocalipse foi escrito, controlava o comércio no mar Mediterrâneo e, com isso,
uma boa parte dos negócios entre os continentes da Ásia, África e Europa. A palavra
traduzida “mercadoria” normalmente indica frete de um navio.
Nunca
jamais serão achados:
Depois de gerações de luxo, não terão mais o domínio comercial e a facilidade
de obter estas mercadorias. Perderão poder e prosperidade e, como consequência,
sua capacidade de satisfazer seus próprios apetites. Todas as
suas riquezas e todo o seu esplendor se desvaneceram; nunca mais serão
recuperados”. — Vestida e adornada. A descrição da rica Babilônia é quase
idêntica àquela da prostituta em Apocalipse 17.4.
Apocalipse 18:15-17– Os mercadores destas coisas, que, por meio dela,
se enriqueceram, conservar-se-ão de longe, pelo medo do seu tormento, chorando
e pranteando, - 16 dizendo: Ai! Ai da grande cidade, que estava vestida de
linho finíssimo, de púrpura, e de escarlata, adornada de ouro, e de pedras
preciosas, e de pérolas, - 17 porque, em uma só hora, ficou devastada tamanha
riqueza! E todo piloto, e todo aquele que navega livremente, e marinheiros, e
quantos labutam no mar conservaram-se de longe.
Os negociantes dessas
coisas, que enriqueceram à custa dela, ficarão de longe, amedrontados com o
tormento dela, e chorarão e se lamentarão, pois, outrora estava vestida de linho finíssimo, de púrpura...: A
descrição da meretriz (17:4). Agora ele deixa claro o significado, frisando a
prosperidade e materialismo da cidade.
E todo
piloto, e todo aquele que navega livremente, e marinheiros, e quantos labutam
no mar conservaram-se de longe: As economias de nações dependiam do comércio
com esta cidade e, por isso, os reis lamentaram (18:9-10). Os mercadores
dependiam deste comércio, dando-lhes motivo para chorar (18:11-17). Os pilotos,
também, dependiam do transporte de mercadoria. Mas, como os outros, eles ficam
longe na hora do castigo da grande cidade, porque não querem sofrer com ela.
Em uma só hora, ficou
devastada tamanha riqueza: A Babilônia tinha tudo, e se achava superior a
todos. Agora, pela declaração de Deus, perde tudo.
Apocalipse 18:18 – Então, vendo a fumaceira do seu
incêndio, gritavam: Que cidade se compara à grande cidade?
Então,
vendo a fumaceira do seu incêndio, gritavam: Que cidade se compara à grande
cidade?: As palavras
de blasfêmia de novo! Os aliados do diabo se exaltaram diante dos homens tanto
que os habitantes da terra acreditavam, por um tempo, nas suas arrogantes
afirmações (os comentários sobre Miguel e a besta do mar em 13:4). Que outra
cidade se igualou a esta grande cidade? Mas o motivo desta arrogância sumiu
numa nuvem de fumaça subindo da cidade! Aqueles que tiram o seu sustento
negociando no mar também lamentam o juízo e o incêndio pelo o qual a Babilônia
foi assolada. Eles lançaram pó sobre a cabeça como expressão de grande
tristeza, que só foi vista em Ezequiel 27.30, no lamento sobre Tiro.
Apocalipse 18:19 – Lançaram pó sobre a cabeça e,
chorando e pranteando, gritavam: Ai! Ai da grande cidade, na qual se
enriqueceram todos os que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência,
porque, em uma só hora, foi devastada!
Lançaram
pó sobre a cabeça e, chorando e pranteando, gritavam: Uma cena igual à lamentação dos
pilotos quando Tiro caiu (Ezequiel 27:27-32). Lançar pó sobre a cabeça mostra
angústia e tristeza (Jó 2:12; Ezequel 27:30).
Ai! Ai da
grande cidade: O
terceiro refrão destas lamentações.
Na qual
se enriqueceram todos os que possuíam navios no mar, à custa da sua opulência,
porque, em uma só hora, foi devastada!: O motivo dos pilotos, como o dos mercadores, é egoísta. Nada
de tristeza pela meretriz. Eles choram porque perderam os seus contratos como
transportadores.
A Ruína Completa – 18:21-24
Apocalipse 18:20 – Exultai sobre ela, ó céus, e vós,
santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela julgou a vossa causa.
Exultai
sobre ela, ó céus, e vós, santos, apóstolos e profetas, porque Deus contra ela
julgou a vossa causa:
Os habitantes da terra podem lamentar, mas os que habitam no céu celebram a
vitória! A causa dos fiéis foi o assunto das orações dos santos (5:8; 8:4) e
das petições das almas debaixo do altar no quinto selo (6:9-11). Santos,
apóstolos e profetas foram perseguidos e oprimidos por aqueles que habitam
sobre a terra. A queda da Babilônia, a meretriz que bebera o sangue dos santos
(17:6), foi um passo importante na direção da vindicação total da causa dos
servos do Senhor.
A Exultação
dos Santos (18:20): Os reis, mercadores e pilotos podem lamentar, mas a queda
da Babilônia é ocasião de alegria para os servos do Senhor! Eles 18:19 Lançarão
pó sobre a cabeça e, lamentando-se e chorando, gritarão: “Ai! A grande cidade! Graças
à sua riqueza, nela prosperaram todos os que tinham navios no mar! Em apenas
uma hora ela ficou em ruínas!
Celebrem o
que se deu com ela, ó céus! Celebrem, ó santos, apóstolos e profetas! Deus a
julgou, retribuindo-lhe o que ela fez a vocês”. Esse chamado para alegrar-se é
uma introdução resumida para o cântico de louvor mais extenso em Apocalipse
19.1-5. O juízo por matar os profetas de Deus é mencionado em Apocalipse 16.6,
mas esse é o único lugar no livro, além de Apocalipse 21.14, no qual os apóstolos
de Cristo são mencionados.
Se apóstolos
específicos estão em mente aqui, a morte de Pedro e de Paulo pelas mãos de Roma
provavelmente se encaixa aqui. Se a Babilônia é um símbolo de todos os inimigos
de Deus e de Seu povo, e não apenas as manifestações babilônicas e romanas, até
mesmo a morte de Tiago em Atos 12.1,2 está sendo vingada aqui.
A Derrota Total da Babilônia (18:21-24)
A primeira vez que a palavra Babilônia aparece
no Apocalipse foi para anunciar a queda dela (14:8). A última vez que
aparece (18:21) é para declarar a sua derrota total e final.
Apocalipse 18:21 – Então, um anjo forte levantou uma
pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para dentro do mar, dizendo:
Assim, com ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais
será achada.
Então, um
anjo forte levantou uma pedra como grande pedra de moinho e arrojou-a para
dentro do mar: Foi
um anjo forte que procurou alguém para abrir o livro e revelar a vontade de
Deus (5:2). Foi um anjo forte que desceu do céu e jurou que o mistério de Deus
seria cumprido (10:1-7). Agora, um anjo forte joga a grande pedra no mar,
declarando a finalidade do castigo previsto. Jesus usou a figura de lançar
alguém no mar com uma grande pedra de moinho pendurada no pescoço para
descrever a morte (Mateus 18:6; Marcos 9:42). Este ato simbólico do anjo
declara a morte, a derrota total, da meretriz.
Assim, com
ímpeto, será arrojada Babilônia, a grande cidade, e nunca jamais será achada:
Em relação à interpretação literal ou figurada desta profecia. Da mesma maneira
que entendemos as profecias sobre a Babilônia histórica, aceitamos estas
profecias sobre a destruição da Babilônia simbólica. O ponto não é a forma do
castigo, mas sua certeza. Ela afirmou, na sua arrogância, que nunca veria
pranto (18:7). Deus declara que ela nunca será vista, e nunca verá a vida! A
Babilônia foi jogada no mar e se afundou. Jamais levantará a sua mão contra os
servos do Senhor. Compare a profecia sobre a Babilônia antiga em Jeremias
51:63-64.
O estado de
morte da meretriz é descrito nas figuras nos versículos seguintes. É uma cidade
morta. Não há nela os sons de festa, nem os sons do trabalho de fábricas, nem
de produção de alimentos; não há luz, pois, a cidade se escureceu. O que acha é
apenas o sangue dos santos, motivo da morte da meretriz.
Apocalipse 18:22 – E voz de harpistas, de músicos, de
tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se ouvirá, nem artífice algum de
qualquer arte jamais em ti se achará, e nunca jamais em ti se ouvirá o ruído de
pedra de moinho.
E voz de
harpistas, de músicos, de tocadores de flautas e de clarins jamais em ti se
ouvirá: A festa
acabou! A alegria da música, característica de uma cidade de luxúria e
prosperidade, cessou. A Babilônia nunca voltaria a ter a mesma alegria.
Nem artífice
algum de qualquer arte jamais em ti se achará: A cidade era um centro de atividade
comercial, mas agora pararam para sempre as atividades de artesanato e
produção.
Nunca
jamais em ti se ouvirá o ruído de pedra de moinho: Nenhum barulho de produção de
alimentos. O silêncio da morte toma conta da cidade
Apocalipse 18:23 – Também jamais em ti brilhará luz de
candeia; nem voz de noivo ou de noiva jamais em ti se ouvirá, pois os teus
mercadores foram os grandes da terra, porque todas as nações foram seduzidas
pela tua feitiçaria.
Nunca
mais brilhará dentro de seus muros a luz da candeia. Nunca mais se ouvirá ali a
voz do noivo e da noiva. Desse ponto em diante do Apocalipse, a voz de esposo e de esposa é
ouvida apenas em consideração às bodas do Cordeiro (Ap 19.7-9) e à Nova
Jerusalém, uma esposa ataviada para o seu marido (Ap 21.2). Nem voz de noivo ou
de noiva jamais em ti se ouvirá: O casamento sempre é um sinal de esperança, de
planos para o futuro (Mateus 24:38). Mas a Babilônia não tem futuro; não terá
nela as vozes de noivos.
Seus
mercadores eram os grandes do mundo. Todas as nações foram seduzidas pela tua feitiçaria: Feitiçarias
(literalmente artes mágicas) são usadas em Apocalipse 9.21 para fazer
referência aos pecados da humanidade de forma geral. Talvez a influência da
Babilônia seja vista como corrompendo todas as nações.
Apocalipse 18:24 - E nela se achou sangue de profetas,
de santos e de todos os que foram mortos sobre a terra.
E nela se
achou sangue de profetas, de santos e de todos os que foram mortos sobre a
terra: Mais uma vez,
ele volta ao motivo maior do castigo dessa cidade. Perseguia os santos e se
embriagou com o sangue deles (17:6). Deus castiga a Babilônia como ato de
justiça, trazendo a merecida vingança pela perseguição do povo do Senhor. A
súplica do quinto selo está sendo respondida!
Nela foi
encontrado sangue de profetas e de santos, e de todos os que foram assassinados
na terra: O sangue
da matança parece referir-se a todos os mártires pela causa de Cristo ao longo
da história (Ap 6.10; 17.6). No entanto, pode fazer referência especificamente
àqueles que foram mortos durante a tribulação, principalmente durante o reinado
da besta (Ap 13.7,15). A queda da Babilônia, a meretriz que bebera o sangue dos
santos (17:6), foi um passo importante na direção da vindicação total da causa
dos servos do Senhor.
Conclusão
O Espírito
Santo, prevendo todas essas coisas e sendo o guia e o consolador da verdadeira
Igreja, já providenciou uma resposta divina para o perigoso, onipresente e
renascido neste tempo vindouro. Na Bíblia, o Espírito de Deus expõe a igreja falsa
como sendo bela aos olhos deste mundo perdido, mas deplorável por sua
apostasia. Para os que creem, ele quebrou seus encantamentos, arrancou sua
máscara e escreveu com letras bem grandes seu nome para todos
verem: MISTÉRIO, A GRANDE BABILÔNIA. Os cristãos verdadeiros devem
comparar tudo com Palavra do Deus Eterno, Santo, Imutável, Todo-Poderoso,
Onisciente e Sábio. Quando confrontados com esta apostasia, os cristãos podem
ter no Senhor, pois é tarefa do Senhor desfazer o iníquo pelo seu poder: “E
então será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca,
e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” Até isto acontecer, multidões serão
salvas dela “com temor, arrebatadas do fogo” (Jd 1.23). Esta promessa da graça
deve-se à palavra da verdade do Evangelho. O Senhor Jesus Cristo, que é a
cabeça exaltada da Igreja e o seu Espírito soberano, dão conforto e vitória
pois “o evangelho de Cristo é o poder de Deus para a salvação” (Rm 1.16).
Próxima postagem referente ao Tema: Israel Protegido (Capítulo 7 - As Doze Tribo de Israel).
ResponderExcluirBom estudo e boa leitura a todos!