terça-feira, 24 de dezembro de 2019

A P O C A L I P S E / QUARTA PARTE - EXECUÇÃO DIVINA 3

PARTE 4 - EXECUÇÃO DIVINA 


A GRANDE MERETRIZ

O que a Bíblia diz sobre a prostituta de Apocalipse 17? Qual a importância que ela tem tanto para o nosso tempo e no fim dos tempos?

A prostituta de Apocalipse 17 (também conhecida como Babilônia) é uma das figuras centrais no que respeita profecia fim dos tempos. Ela tem sido bem ativa desde os dias da igreja primitiva, especialmente em nossos dias modernos. É importante saber quem é a prostituta e qual a importância que ela tem para nós.

O espírito da prostituta
A prostituta é por vezes considerada como sendo uma igreja ou organização específica e muitas pessoas acusaram a este grupo ou aquele grupo de ser “a prostituta”. Mas, na realidade, a prostituta é um espírito que permeia muitas igrejas diferentes, denominações, e até indivíduos.
Em Tiago 4: 4, podemos obter uma imagem clara do que prostituição espiritual parece a Deus. “Infiéis! Não sabeis vós que a amizade do mundo é inimiga de Deus? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus. “
A amizade do mundo é inimiga de Deus. Não há meio-termo. Ou você alinha-se com Deus ou com o mundo. Qualquer outra coisa é considerada adultério aos olhos de Deus. Mas isso é exatamente o que o “espírito prostituta” tenta fazer. Ela tenta misturar Deus com o mundo e oferecem o melhor nos dois mundos.
A totalidade do “evangelho” da prostituta é a pregação que você pode ter tanto o mundo quanto Deus. Ela usa a Palavra de Deus e cita muitos versos e expressões que soam muito bom e piedoso. Mas por baixo de tudo isso, desse ouro reluzente há uma corrente obscura de egoísmo e orgulho.
A parte mais perigosa sobre a prostituta é que ela pode ser muito difícil de reconhecer. Ela apresenta seu vinho em um cálice de ouro (Apocalipse 17: 4), que é a Palavra de Deus. Todas as palavras e frases e doutrinas ela prega com olhar piedoso, porque ela usa versículos da Bíblia para apoiar suas mentiras. Este é um truque comum de Satanás e seus servos. (2 Coríntios 11:14). Pregação torcida da prostituta é o “vinho da sua prostituição.” (Apocalipse 17: 2),  com um vinho fácil de se embebedar, a pregação da prostituta leva a uma falsa verdade com Cristo, na vitória sobre o pecado.
O trabalho da prostituta em nosso tempo moderno influencia as pessoas a viver de bem com o mundo declarando-se como “cristãos”, mas ao mesmo tempo vivem de acordo com os valores mundanos ou puramente humanos. Se viver de acordo com os valores mundanos, e viver de acordo com as suas próprias concupiscências, pecando e desfrutando os prazeres deste mundo, e na sequência de um conjunto de regras rígidas ou código de ética, não pode pertencer a Deus.
Em uma escala mais ampla o espírito da prostituta também é ativo nas igrejas de todo o mundo, trabalhando para deformar os puros ensinamentos de Deus e seguir igrejas e denominações para longe da verdade em uma escuridão cheias de suas mentiras. A meta da prostituta não é derrubar o cristianismo e a religião completamente. Ao contrário, ela adora igrejas! A prostituta é a maneira de enterrar uma agulha em um palheiro de Satanás. Torna-se mais difícil para as pessoas a reconhecer o verdadeiro viver do cristianismo quando se está rodeado por tantas meias-verdades e palavras bonitas.
“Porque eu sei isto que, depois da minha partida, lobos ferozes penetrarão no meio de vocês, que não pouparão o rebanho. Também a partir de entre vós mesmos se levantarão homens que falarão coisas perversas, para atraírem os discípulos após si “Atos 20: 29-30.

Apocalipse 17:1 – Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo, dizendo: Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas,
Veio um dos sete anjos que têm as sete taças e falou comigo: A queda da grande meretriz já foi anunciada em 14:8, e ela recebeu o cálice da ira de Deus quando a sétima taça foi derramada (16:19). Agora um dos anjos que derramaram as taças mostra mais detalhes para João.
Vem, mostrar-te-ei o julgamento da grande meretriz que se acha sentada sobre muitas águas: As águas referem-se aos povos ou nações. A besta, o poder do governo romano, surgiu do mar (13:1). A grande meretriz – a cidade e seu poder econômico – se acha sentada sobre as nações. A grandeza dela dependia dos povos dominados pelo império romano.
O Apóstolo João viu uma prostituta, vestida sensualmente, seduzindo os reis da terra. Seu nome era Babilônia, a Grande, e ela representa a terceira maior ferramenta que o diabo maneja em sua luta para conquistar a humanidade. Em capítulos anteriores foram apresentadas a besta do mar, representando a perseguição, e a besta da terra, representando a falsa religião. A prostituta representa a imoralidade, uma das ferramentas mais eficazes de Satanás, uma que ele jamais hesitou em usar.

Apocalipse 17:2 – Com quem se prostituíram os reis da terra; e, com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra.
Com quem se prostituíram os reis da terra: A prostituição entre nações é uma figura que sugere alianças. Encontramos linguagem quase igual na condenação de Nínive, a antiga cidade principal do corrupto império assírio (Naum 3:4-5), e nas críticas feitas a Tiro, a cidade que dominava o comércio no mar mediterrâneo no tempo de Isaías (Isaías 23:15-18). Roma, na época de João, mantinha suas relações com diversos reis, dominando todos os países da região mediterrânea.
Com o vinho de sua devassidão, foi que se embebedaram os que habitam na terra: Esta mesma acusação foi feita pela segunda voz (14:8). Roma corrompeu outras nações, envolvendo-as na sua libertinagem. Os excessos de Roma, e especialmente de alguns dos imperadores, são bem documentados na história do período. Países que estabeleceram relações favoráveis ao comércio com Roma lucraram como fornecedores de bens consumidos neste contexto materialista. A mesma descrição pode incluir outros aspectos da corrupção romana – ganância, idolatria, imoralidade, etc.
Como já observamos em outras citações, “os que habitam na terra” são os ímpios (13:6 e 8). Cada uma das ferramentas do diabo tinha uma manifestação concreta nos dias de João. A besta do mar era o Império Romano; a besta da terra era a adoração do imperador através da falsa religião. Não é difícil ver quem é Babilônia, uma grande cidade que dominava sobre os reis da terra (17:18), construída sobre sete colinas (17:9). Uma cidade rica (18:11-13), arrogante (18:7) e absolutamente ímpia (17:5). Esta é a cidade de Roma.
A história da queda de Babilônia, narrada em Apocalipse 18, mostra a derrota de um dos principais aliados do diabo. No capítulo 19, a queda das bestas será descrita e no capítulo 20 o próprio diabo será amarrado. Desde que Babilônia estava embriagada com o sangue dos santos (17:6), o julgamento contra ela responderá aos gritos dos mártires (6:9-11). E então finalmente, Deus vingará o sangue de seus servos (18:20; 19:2).

Apocalipse 17:3 – Transportou-me o anjo, em espírito, a um deserto e vi uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres.
Transportou-me o anjo, em espírito: 600 anos antes desta visão de João, o profeta Ezequiel foi levantado pelo Espírito e levado a ver as condições da cidade de Jerusalém para ajudá-lo a entender e comunicar os motivos do castigo de Judá (Ezequiel 3:12; 8:14-16; 11:1,24). Aqui, João é levado à Babilônia para ver os planos de Deus de castigar a cidade mundana.
A um deserto: João já viu uma mulher levada ao deserto para ser protegida (12:6,14). Desta vez, é uma mulher totalmente diferente no deserto. Ela está sendo protegida, temporariamente, pela besta. Esta mulher é a grande meretriz. A profecia de Isaías contra a Babilônia é descrita como “sentença contra o deserto do mar” (Isaías 21:1,9).
Uma mulher montada numa besta escarlate, besta repleta de nomes de blasfêmia, com sete cabeças e dez chifres: A mulher está montada na besta do mar (13:1), que representa o poder imperial de Roma. A grande meretriz depende do poder de Roma para sua sobrevivência.

Apocalipse 17:4 – Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas, tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição.
Achava-se a mulher vestida de púrpura e de escarlata, adornada de ouro, de pedras preciosas e de pérolas: Já sabemos que ela é uma meretriz (17:1), mas ela se veste como se fosse uma mulher rica, de nobreza ou realeza.
Tendo na mão um cálice de ouro transbordante de abominações e com as imundícias da sua prostituição: A Babilônia dera às nações “o vinho da fúria da sua prostituição” (14:8). Da mesma maneira que a Babilônia histórica, cidade principal de sua época, deu seu vinho às nações e causou a loucura delas (Jeremias 51:7), a Babilônia simbólica, Roma, deu de seu cálice às nações de seu tempo. Todas queriam participar do “sucesso” da grande cidade mundana, e iam participar, também, do castigo que viria sobre ela. Mesmo ela sendo bem-vestida e atraente às nações, Deus viu o seu cálice cheio de abominações e imundícias, coisas repugnantes ao Santo Senhor.
No livro do Apocalipse a Igreja é descrita como uma mulher, uma virgem, santa, digna e adornada para seu esposo. Perceba o nítido contraste entre a noiva do Cordeiro (Ap 12; 21:9) e a meretriz descrita neste capítulo. A noiva do Cordeiro também é uma cidade, a cidade santa, a Nova Jerusalém. A prostituta igualmente é descrita como uma cidade, a mãe de toda prostituição, a grande Babilônia. Uma é a cidade de Deus, a outra a cidade do mundo. Enquanto a noiva é a Igreja verdadeira, a meretriz é a falsa Igreja que se revela na busca humana pelo prazer e a autorrealização.
Na verdade, ela possui muitos significados que podem ser sintetizados em uma única, profunda e terrível verdade: a grande Babilônia é a revelação de toda concupiscência humana, da busca do homem pelo prazer, é a sedução do mundo. Babilônia é tudo o que demonstra o mais terrível estado depravado e corrupto da humanidade, a apostasia escancarada, a inimizade contra Deus.
A grande Babilônia é a descrição perfeita e detalhada do mundo à parte de Cristo, que concentra toda sua força na busca por riqueza, luxuria e autorrealização. A grande Babilônia possui duas funções muito claras: tentar desviar a Igreja da santidade e manter os ímpios na incredulidade.
A meretriz é um poderoso sistema mundano a serviço de Satanás. A Babilônia seduz a humanidade a prestar culto ao sistema satânico, a se submeter ao dragão e adorar a besta.

Apocalipse 17:5 – Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra.
Na sua fronte, achava-se escrito um nome, um mistério: Babilônia, a Grande, a Mãe das Meretrizes e das Abominações da Terra: A mulher não esconde a sua verdadeira identidade. As características da Babilônia são encontradas em Roma, e o nome passa a representar esta cidade e sua influência como prostituta corrompendo as nações. Isaías chamou Tiro de meretriz, dizendo que “ela tornará ao salário da sua impureza e se prostituirá com todos os reinos da terra” (Isaías 23:15-17). Uma profecia contra Nínive disse: “Tudo isso por causa da grande prostituição da bela e encantadora meretriz, da mestra de feitiçarias, que vendia os povos com a sua prostituição e as gentes, com as suas feitiçarias” (Naum 3:4). Roma, por sua influência sobre as nações do mundo, é descrita como a mãe das meretrizes.

Apocalipse 17:6 – Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus; e, quando a vi, admirei-me com grande espanto.
Ela estava embriagada do sangue dos santos, e das testemunhas de Jesus. Então, vi a mulher embriagada com o sangue dos santos e com o sangue das testemunhas de Jesus: Ela deu aos outros a beber, mas ela também ficou embriagada. A “bebida” da meretriz é o sangue dos servos do Senhor. São os mesmos que pediram a justiça divina no quinto selo (6:9-11), aqueles que não amaram a própria vida quando encararam a morte (12:11), e que se mostraram fiéis até à morte (2:10). A grande meretriz cairia por causa da perseguição aos discípulos de Jesus. E, quando a vi, admirei-me com grande espanto: Que cena horrível e assustadora! A mulher embriagada com sangue – o sangue dos conservos de João. Nessa descrição de João podemos identificar mais uma vez uma referência direta a cidade de Roma daqueles dias, onde os cristãos eram perseguidos e cruelmente mortos, servindo até como diversão para os poderosos do império. Como já dissemos, Roma era a cidade do prazer que se embriagava com o sangue dos mártires. Que detalhe terrível é revelado no versículo 6. O próprio Apóstolo João ficou espantado com essa visão. Imagine você a cena que João estava vendo: uma mulher vestida sensualmente, com vestes finas e adornada por pedras preciosas, com uma identificação de prostituta em sua testa, montada em uma besta, segurando um cálice de ouro transbordando abominações e, por último, embriagada do sangue dos santos e das testemunhas de Jesus. Ao mesmo tempo em que Babilônia oferece prazer aos homens, ela também derrama o sangue dos seguidores de Cristo. Isso significa que a busca pelo prazer humano sempre resulta em perseguição à Igreja, pois a Igreja verdadeira sempre irá se opor ao estilo de vida mundano e corrompido.

Apocalipse 17:7 – O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher:
O anjo, porém, me disse: Por que te admiraste? O anjo viu a reação de João, e imediatamente começa a responder à preocupação do profeta.
Dir-te-ei o mistério da mulher e da besta que tem as sete cabeças e os dez chifres e que leva a mulher: O entendimento do significado desta visão, implicitamente, aliviará o espanto de João. O anjo promete uma explicação sobre a meretriz e sobre a besta. Esta explicação se segue nos próximos versículos.

Apocalipse 17:8 – a besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo e caminha para a destruição. E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá.
A besta que viste, era e não é, está para emergir do abismo: Sabemos que a besta representa o poder do império romano e, também, os seus reis ou imperadores (17:11). Este versículo coloca a revelação dada a João entre dois reis descritos como “a besta” e durante o reino de um outro, que não agia como a besta. Já sabemos de algumas características da besta, conforme a apresentação no capítulo 13. A besta recebeu sua autoridade do dragão e aceitou a adoração dos homens, que o tratavam como se fosse Deus. Ele agia com arrogância e blasfêmia contra Deus, difamando o tabernáculo (o povo do Senhor). Pelejou contra os santos e os venceu. Os que recusavam a adorar a besta sofriam discriminação econômica, e alguns deles foram mortos. Juntando estas informações, entendemos que os imperadores identificados como “a besta” são reis que perseguiam os santos de Deus. Um perseguidor já era. Seria a cabeça “golpeada de morte” (13:3). Mas essa ferida foi curada, e o poder romano não acabou (13:3). João escreve durante um período de relativa tranquilidade (a besta “não é”), mas um outro perseguidor irá emergir do abismo.
E caminha para a destruição: O poder imperial, a besta, caminha para a destruição. A palavra traduzida destruição aparece no Apocalipse somente aqui e no versículo 11, embora seja comum em outros livros do Novo Testamento (veja Mateus 7:13; João 17:12; Atos 8:20; Romanos 9:22; Filipenses 1:28; 3:19; 1 Timóteo 6:9; Hebreus 10:39; 2 Pedro 2:1-3; 3:7,16; etc.). Uma cabeça já foi golpeada, mas sobreviveu. Outro virá e será destruído. Antes de emergir do abismo, o seu destino já estará selado!
E aqueles que habitam sobre a terra, cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida desde a fundação do mundo, se admirarão, vendo a besta que era e não é, mas aparecerá: Novamente, encontramos “aqueles que habitam sobre a terra”. São os ímpios, os adoradores da besta. Estes se admirarão que a besta voltou. Os que habitam no céu, aqueles cujos nomes estão no Livro da Vida, não se admiram, pois sabem que Deus está controlando tudo e que o poder da besta não durará. Desde a fundação do mundo, Deus preparou seu plano para a salvação dos fiéis. Ele planejou a vinda de Jesus, sua vida, morte e ressurreição. Preparou a revelação do evangelho. Estabeleceu os termos de admissão ao seu reino. Ao longo da história, ele veio anunciando, aos poucos, este plano, até chegar à revelação de Jesus e do evangelho no Novo Testamento. Agora, aqueles que decidem servir a Jesus têm seus nomes escritos no Livro da Vida.

Apocalipse 17:9 – Aqui está o sentido, que tem sabedoria: as sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada. São também sete reis,
Aqui está o sentido, que tem sabedoria: O anjo já prometeu explicar o significado da visão, e agora chama a atenção de João aos pontos principais.
As sete cabeças são sete montes, nos quais a mulher está sentada: A meretriz está sentada sobre sete montes. Várias cidades foram conhecidas, ao longo da história, como cidades de sete montanhas ou colinas. As pessoas que aplicam as profecias sobre a grande meretriz à cidade de Jerusalém oferecem algumas citações de Jerusalém como uma cidade de sete montes. Mas a aplicação natural desta expressão no contexto do Apocalipse é a cidade de Roma, bem conhecida na época de João como a cidade de sete colinas. Esta interpretação se ajusta aos outros aspectos da descrição desta cidade que dominava “sobre os reis da terra” (17:18).
São também sete reis: Na linguagem simbólica da Bíblia, duas imagens diferentes podem representar uma ideia ou personagem. Por exemplo, Jesus é um Cordeiro e um Leão (5:5-6) e o diabo é um dragão e uma serpente (12:9). Aqui uma imagem representa duas ideias diferentes. As sete cabeças são sete montes, e também são sete reis. Nos versículos seguintes, torna-se evidente que são sete reis específicos. Esta mensagem comunica aos santos na época de João informações sobre o passado e o futuro, identificando a conjuntura histórica em que eles se encontraram.

Apocalipse 17:10 –  dos quais caíram cinco, um existe, e o outro ainda não chegou; e, quando chegar, tem de durar pouco.
Dos quais caíram cinco: Os primeiros cinco imperadores romanos já caíram. Este fato nos ajuda a determinar uma data do livro depois do suicídio de Nero, que aconteceu em 68 d.C.
Nota: Algumas interpretações se baseiam numa lista diferente de imperadores, tipicamente começando com Júlio César e citam algumas referências históricas (Flávio Josefo, etc.) para apoiar esta explicação. Os mesmos comentaristas reconhecem, porém, o perigo de se justificar com base em alguma referência histórica que contradiz as informações bíblicas. Eles rejeitam, como eu também faço, as interpretações que dão mais peso às referências históricas do que às evidências internas quando se trata da datação do livro. Apesar de textos extra bíblicos que datam o Apocalipse no final do reinado de Domiciano, as evidências internas favorecem uma data anterior. No caso de determinar um ponto de partida para a lista dos reis, tanto as evidências internas como a maioria das citações históricas favorecem a posição usada neste estudo, de que Augusto foi o primeiro imperador romano. Entre as observações históricas sobre esta questão, devemos observar dois fatos:
Júlio César se declarou ditador durante o período da República Romana (um erro político que provocou o seu assassinato), mas Augusto foi o primeiro reconhecido pelos romanos como imperador. Caio Júlio César Otaviano, conhecido como César Augusto, tinha 18 anos de idade quando seu tio e pai adotivo, Júlio César, foi assassinado em 44 a.C. Nos anos seguintes, a instabilidade política em Roma levou ao fim da República e a Augusto foi dado poder absoluto pelo Senado em 27 a.C. Não houve uma sucessão direta, como seria o caso de passar a autoridade de imperador de pai para filho. Augusto conseguiu consolidar o poder em 31 a.C., e seu reinado como imperador começou 17 anos depois da morte de Júlio, em 27 a.C.
Respeito as opiniões ao contrário, mas acredito que as evidências favorecem uma contagem de “reis” a partir de Augusto, o primeiro imperador de Roma. Assim, o anjo declara que Augusto, Tibério, Gaio Calígula, Cláudio e Nero já caíram.
Nero foi o último imperador da dinastia Júlio-Claudiana. A revolta de Galba e a rejeição de Nero pelo Senado forçou o imperador a fugir. Seu suicídio em 68, sem deixar filhos, foi o fim de sua linhagem e o golpe mortal de uma das cabeças da besta, citado em 13:3.
Um existe: Depois da morte de Nero, houve guerra civil em que quatro homens tentaram se estabelecer como sucessores de Nero (este período é conhecido como o ano dos quatro imperadores). Galba, Otão e Vitélio fracassaram. Vespasiano estabeleceu a próxima linha de imperadores, conhecida como a dinastia Flaviana, que inclui o próprio Vespasiano e seus dois filhos, Tito e Domiciano. Para identificar aquele que “existe” quando João escreve, precisamos comparar a profecia dele com a de Daniel 7. Na visão de Daniel, os reis foram representados pelos dez chifres do quarto animal. Quando subiu o décimo-primeiro, três foram arrancados (Daniel 7:8), deixando um total de oito. Da mesma maneira que os quatro animais de Daniel se transformaram em uma besta para João (13:2), os 11 reis de Daniel são oito para João, pois estes três insignificantes já foram, e Vespasiano se estabeleceu como o sexto rei. Se João tivesse escrito o livro na época de Nero, como alguns afirmam, ele teria a mesma perspectiva de Daniel, ainda aguardando aparecer estes três reis. Escrevendo depois de Vitélio, ele nem menciona os três que fracassaram entre Nero e Vespasiano. Apesar de alguns comentários feitos nas décadas e séculos depois colocando o exílio de João e o Apocalipse no reinado de Domiciano, eu acredito que a evidência interna favorece uma data entre 69 e 79, durante o reinado de Vespasiano.
O outro ainda não chegou; e quando chegar, tem de durar pouco: O próximo imperador seria Tito, o filho de Vespasiano, que reinou de 79 e 81. Assim foi cumprida a profecia que “tem de durar pouco”. Interpretações que sugerem que o livro fosse escrito durante o reinado de Nero e que o oitavo rei fosse Tito enfrentam algumas dificuldades aqui. Primeiro, teriam que explicar em que sentido Cláudio pode ser entendido como a besta que foi ferida mortalmente, desde que não há registro de perseguição aos cristãos pelos romanos na época de Cláudio. Segundo, teriam que explicar como Vespasiano seria o outro que ainda não chegou e ia durar pouco, quando o reinado dele foi bem maior do que o reinado de Tito. E ainda oferecendo alguma explicação para estas questões, teriam que mostrar o seu caso mais forte conforme as evidências internas e as comparações com Daniel.

Apocalipse 17:11 – E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete, e caminha para a destruição.
E a besta, que era e não é, também é ele, o oitavo rei, e procede dos sete: Depois das perseguições do reinado de Nero (a besta que era), os servos de Deus passavam por alguns anos mais tranquilos (não é), mas ainda teriam mais sofrimento pela frente. A besta ia surgir de novo na forma do oitavo rei, Domiciano. Em dois sentidos, pode afirmar-se que ele “procede dos sete”: Era filho de Vespasiano, e também ressuscitou a política de perseguição de Nero. João, escrevendo durante o reinado de Vespasiano, disse que a besta estava “para emergir do abismo” (17:8). Daniel falou sobre este rei (o décimo-primeiro do seu ponto de vista): “Proferirá palavras contra o Altíssimo, magoará os santos do Altíssimo e cuidará em mudar os tempos e a lei; e os santos lhe serão entregues nas mãos, por um tempo, dois tempos e metade de um tempo. Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim” (Daniel 7:25-26). À besta do mar “Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses” (13:5).
E caminha para a destruição: Aqui vem o conforto oferecido aos santos. A besta emergiria do abismo e perseguiria os servos do Senhor. Mas o seu tempo seria limitado (42 meses, ou três anos e meio, representa um tempo limitado de angústia) e seu destino já foi determinado pela justiça de Deus – “Caminha para a destruição” (17:8); “Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada” (13:10); “Mas, depois, se assentará o tribunal para lhe tirar o domínio, para o destruir e o consumir até ao fim” (Daniel 7:26). A comparação destes trechos reforça o entendimento que este oitavo rei caminha para sua própria destruição, e não que destrói outros (como alguns sugerem quando aplicam a profecia a Tito, o filho de Vespasiano que destruiu Jerusalém antes de se tornar imperador).

Apocalipse 17:12 – Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora.
Os dez chifres que viste são dez reis, os quais ainda não receberam reino, mas recebem autoridade como reis, com a besta, durante uma hora: Durante uma boa parte do império romano, foi usado um sistema conhecido como “rei-cliente”, em que reis subordinados ao imperador governavam províncias do império. Os Herodes, que governavam a Judéia, servem como exemplo deste tipo de rei subordinado, ou rei fantoche. Os reis-clientes durante o reinado de Domiciano, reinariam “com a besta”, mas o seu tempo seria curto – “durante uma hora”. Em contraste, os servos do Senhor que não adoraram a besta, foram prometidos o privilégio de reinar “com Cristo durante mil anos” (20:4). Os vencedores receberiam “autoridade sobre as nações e com cetro de ferro as regerá” (2:26-27). Não precisamos entender uma hora literal, nem mil anos literais, para apreciar o contraste. É melhor ser um servo de Cristo do que um rei no império romano!

Apocalipse 17:13 – Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem.
Têm estes um só pensamento e oferecem à besta o poder e a autoridade que possuem: São meramente fantoches. Não têm poder próprio, pois todo o seu poder é dado à besta. Já observamos que a besta surge do mar e depende das nações, da sociedade humana, para seu poder e a sua existência. O imperador romano mantinha seu poder por dominar as nações e seus reis.

Apocalipse 17:14 – Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele.
Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá: A besta usará todos os seus recursos, até os reis subordinados, para resistir o poder de Jesus e afligir os santos. Já sabemos que os reis da terra seriam reunidos para uma batalha em Armagedom (16:14,16). Sabemos, também, que servem à besta e ajudarão na perseguição dos fiéis. Mas mais importante de tudo, sabemos que a vitória será do Cordeiro!
Pois é o Senhor dos senhores e o Rei dos reis: A certeza da vitória está na natureza divina do Cordeiro. Não é questão do tamanho do exército ou da estratégia dos guerreiros. Ele vencerá porque é o Senhor dos senhores! Este título é mais uma prova da divindade de Jesus, pois a Bíblia afirma que Deus (YHWH) é o Senhor dos senhores: “Pois o SENHOR, vosso Deus, é o Deus dos deuses e o Senhor dos senhores, o Deus grande, poderoso e temível” (Deuteronômio 10:17; Salmo 136:3; 1 Timóteo 6:15). No Apocalipse, este título é aplicado a Jesus (17:14; 19:16). Os reis da terra podem receber autoridade da besta para reinarem durante uma hora (17:12), mas tanto a besta como os reis cairão. Podem olhar para a meretriz como “a grande cidade que domina sobre os reis da terra” (17:18), mas o destino dela já foi anunciado (14:8). Jesus é o Soberano, o verdadeiro Rei dos reis!
Vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele: Os servos fiéis participam da vitória do Cordeiro. Os servos do Senhor venceram o diabo “por causa do sangue do Cordeiro e por causa da palavra do testemunho que deram e, mesmo em face da morte, não amaram a própria vida” (12:11). A garantia da vitória está na lealdade ao verdadeiro Soberano. Aqueles que confiam na besta serão derrotados, enquanto os servos do Cordeiro têm certeza da vitória final. As cartas nos capítulos 2 e 3 prometem recompensas aos vencedores, dizendo que receberiam autoridade para dominar as nações com cetro de ferro (2:27). Aqueles que foram comprados com o sangue do Cordeiro “reinarão sobre a terra” (5:10). As almas dos decapitados “reinaram com Cristo durante mil anos” (20:4). Na Nova Jerusalém, os servos de Cristo “reinarão pelos séculos dos séculos” (22:5).

Apocalipse 17:15 – Falou-me ainda: As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas.
As águas que viste, onde a meretriz está assentada, são povos, multidões, nações e línguas: A besta surgiu do mar, tomando sua força das nações (13:1). A meretriz, Roma, e seu poder econômico dependem das nações e das relações comerciais no império. O mar e o comércio são ligados um ao outro no castigo da segunda trombeta, que atinge a terça parte da vida no mar e um terço das embarcações (8:9). Roma dominava o comércio entre três continentes pelo seu controle do mar Mediterrâneo. Mas se essas nações voltarem contra a meretriz, ela perderia sua força.

Apocalipse 17:16 – Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo.
Os dez chifres que viste e a besta, esses odiarão a meretriz, e a farão devastada e despojada, e lhe comerão as carnes, e a consumirão no fogo: Na interpretação da visão de Nabucodonosor, aprendemos que Roma seria um reino misto, dividido, ao mesmo tempo forte e fraco (Daniel 2:40-43). Segundo os relatos históricos, um dos principais motivos do declínio de Roma foi a dissensão interna, envolvendo conflitos entre generais, problemas com os líderes das províncias, etc. No final do primeiro e durante o segundo século, tais conflitos dentro do império começaram. Durante o reinado de Trajano, o império chegou à sua extensão geográfica máxima. Ele morreu em 117 e, logo em seguida, seu sucessor devolveu a Mesopotâmia aos partos, o primeiro de vários incidentes que tiveram o efeito de diminuir e dividir o império. A glória de Roma foi se perdendo devido, em boa parte, aos excessos de alguns imperadores e aos problemas com os povos já subjugados.

Apocalipse 17:17 – Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento, o executem à uma e dêem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus.
Porque em seu coração incutiu Deus que realizem o seu pensamento: A besta e a meretriz podem se enganar, achando que exerçam domínio verdadeiro sobre os reis e as nações. Mas é Deus quem exerce o controle verdadeiro. Mesmo quando as nações se rebelam contra o verdadeiro Senhor, ele controla tudo para seus propósitos. Este versículo reafirma um princípio antigo e bem-estabelecido nas Escrituras: “o Altíssimo tem domínio sobre o reino dos homens e o dá a quem quer” (Daniel 4:32). Quando Deus usa nações ímpias para castigar outras, elas geralmente não reconhecem a mão do Senhor, achando-se donos de si e capazes de controlar o próprio destino (Isaías 10:5-8).
O executem à uma e deem à besta o reino que possuem, até que se cumpram as palavras de Deus: Uma parte do plano de Deus para vencer a besta foi o aumento do poder dela. Deus a deixou crescer cada vez mais forte, dominando os reis das nações, enquanto preparava o castigo dela. Nas décadas depois de João escrever o Apocalipse, o poder romano foi aumentando, chegando ao seu auge no final do reinado de Trajano. A partir daquela época, perdeu território e poder aos poucos.

Apocalipse 17:18 – A mulher que viste é a grande cidade que domina sobre os reis da terra.
A explicação inspirada revela o significado da meretriz, da grande cidade. A grande cidade no Apocalipse é a Babilônia (14:8; 16:19; 17:5); é a cidade mundana que se colocou contra Deus no espírito de Egito, Sodoma e Jerusalém (11:8). Ela é Roma, a cidade que dominava sobre os reis da terra na época de João.

Conclusão
Atualmente, não há uma interpretação definitiva sobre o texto:
Nos capítulos 12 e 13, conhecemos três grandes inimigos do povo de Deus – o dragão e suas duas bestas. No capítulo 17, conhecemos mais uma aliada do dragão, a grande meretriz Babilônia. Ela é descrita como a cidade sentada sobre sete montes, bêbada com o sangue dos santos, que dominava os reis da terra. Ela depende da besta do mar, o poder do império romano. Este capítulo esclarece melhor o significado da besta, apontando ao poder perseguidor do governo romano, especialmente às perseguições que seriam feitas por um imperador que viria pouco depois da profecia de João.
A descrição da meretriz, a grande Babilônia em Apocalipse 17
O Apóstolo João descreve essa mulher da seguinte forma:
1. Ela é uma prostituta (vers. 1, 5): Como já dissemos, isso mostra todo o contraste entre ela e a noiva do Cordeiro.
2. Ela está assentada sobre muitas águas (vers. 1): Isso significa que ela possui influência mundial. Ela está assentada sobre toda a humanidade. O próprio versículo 15 do mesmo capítulo nos esclarece isso ao dizer que as águas onde se assenta a prostituta “são os povos, e multidões, e nações, e línguas“. A grande Babilônia é um sistema de proporções mundiais que demonstra uma cultura contra Deus.
3. Os reis da terra fornicaram com ela, bem como os habitantes da terra que se embriagaram com o vinho de sua fornicação (vers. 2): Os reis da terra são os governantes deste mundo, que, juntamente com os habitantes da terra, buscam de forma desenfreada esse prazer que é sinônimo de prostituição. Eles se embriagam no vinho de devassidão da meretriz. O termo grego traduzido por “devassidão” é porneia. Este termo pode ser aplicado de maneira bem ampla, e significa literalmente “prostituição”.
4. A grande meretriz aparece sentada sobre a besta que tinha sete cabeças e dez chifres (vers. 3): Esse animal que aparece no versículo 3 é a primeira besta mencionada no capítulo 13, a besta que subiu do mar. Essa besta representa os governos mundiais de maneira geral, ou seja, todo o poder econômico, político e militar. Isso nos mostra a sincronia que há entre a besta e a prostituta, de forma com que a busca pelo prazer é a motivação para todas as outras ações malignas neste mundo. Juntas, a besta e a prostituta, são instrumentos nas mãos de Satanás.
5. Ela estava vestida de púrpura e escarlata, adornada de ouro, pedras preciosas e pérolas (vers. 4): O tipo de roupa descrito por João se refere a trajes finíssimos, caros, usualmente utilizados por senadores e a elite da Roma da época. As pedras preciosas demonstram toda riqueza e luxo ostentado por essa mulher. É uma descrição completa do mundo ímpio, que vive em função de suas conquistas, riquezas, poder e glória.
6. Ela segurava um cálice de ouro, repleto de coisas repugnantes e da impureza da sua prostituição (vers. 4): O cálice de ouro compõe perfeitamente a descrição dessa mulher. Ela está vestida glamourosamente, ostentando riquezas e luxo, e possui um cálice de ouro em sua mão. O cálice de ouro transmite a ideia de algo desejado, cobiçado pelo homem. Os cálices de ouro eram utilizados geralmente para servir o melhor vinho. Mas no caso dessa mulher é diferente. O cálice é de ouro, mas seu interior contém apenas abominações e devassidão. Esse cálice está transbordando com a impureza de sua prostituição. Aqui podemos perceber que todo esse modo de vida prazeroso que o mundo oferece aos homens, é na verdade mundano e depravado, é um modo de vida que afronta a Deus.
7. Tinha em sua testa a seguinte inscrição: “Mistério, a grande Babilônia, a mãe das prostituições e abominações da terra” (vers. 5): No versículo 5 João registra o nome dessa mulher. Ele escreve que esse nome estava em sua testa. Essa descrição combina com um costume da época em que as prostitutas do Império Romano usavam um tipo de pequena faixa ao redor da cabeça que continha seu nome, num tipo de exibição de sua própria desonra.
O nome dessa meretriz é Babilônia. Essa Babilônia não é literalmente a cidade histórica, nem qualquer outra cidade especifica do mundo, muito menos uma futura cidade que será reconstruída. Esse nome é uma referência direta a tudo o que a Babilônia simboliza, desde sua fundação, ainda com Ninrode na edificação primitiva dessa cidade, até seu posto de maior império do mundo nos dias de Nabucodonosor. Babilônia, ainda como Babel, foi edificada puramente nas bases do pecado.
A própria Torre de Babel era um símbolo direto da loucura do homem contra Deus. O propósito da torre era eternizar o nome dos habitantes de Babel, e, caso ocorresse novamente um dilúvio, eles poderiam subir pela torre até o céu, e se vingar do próprio Deus.
Depois de Babel, Babilônia ressurge poderosa novamente na narrativa bíblica com Nabucodonosor exilando o povo judeu. Logo, Babilônia representa na Bíblia tudo aquilo que é mais perverso. Ela é o berço do paganismo, da falsa religião, da prostituição, da busca pelo prazer e da perseguição ao povo de Deus.
Nos dias de João, essa mulher, a Babilônia, claramente podia ser vista na cidade de Roma, uma cidade que era conhecida naquele tempo como a cidade dos prazeres. Roma era a fonte de todo tipo de idolatria, de modo que os cristãos verdadeiros eram chamados de ateus por não adorarem os muitos deuses do paganismo romano.
Eles também eram acusados de serem antissociais, pois não participavam da vida social ofertada por aquele sistema (1Pe 2:12; 4:3,4). As influências mundanas dessa cidade corrompida estavam entrando até mesmo dentro das comunidades cristãs, onde alguns membros cediam às pressões e acabavam aceitando a idolatria e a imoralidade (Ap 2:12,20; 1Co 6:12-20).
Aquela Roma não existe mais, porém hoje, onde quer que esteja a busca humana pelo prazer, seja por vícios, pela prostituição, luxuria e ganância ali estará a Babilônia.
8. Ela estava embriagada do sangue dos santos, e das testemunhas de Jesus (vers. 6): Que detalhe terrível é revelado no versículo 6. O próprio Apóstolo João ficou espantado com essa visão. Imagine você a cena que João estava vendo: uma mulher vestida sensualmente, com vestes finas e adornada por pedras preciosas, com uma identificação de prostituta em sua testa, montada em uma besta, segurando um cálice de ouro transbordando abominações e, por último, embriagada do sangue dos santos e das testemunhas de Jesus.
Ao mesmo tempo em que Babilônia oferece prazer aos homens, ela também derrama o sangue dos seguidores de Cristo. Isso significa que a busca pelo prazer humano sempre resulta em perseguição à Igreja, pois a Igreja verdadeira sempre irá se opor ao estilo de vida mundano e corrompido.
Resumindoa grande Babilônia representa todo o sistema mundano que se opõe a Igreja de Cristo, é a falsa igreja que conduz ao prazer, é o mundo como o centro de sedução maligno, é a meretriz que sempre será o oposto da noiva.
Essa Babilônia nos dias de João estava personificada na figura da capital do império, Roma. Essa Roma dos dias de João não existe mais, mas Babilônia está presente em qualquer momento da história. Onde houver a busca pelo prazer a qualquer custo, onde houver a perseguição aos servos de Deus, onde houver o sangue dos mártires sendo derramado, ali estará a meretriz com sua sedução, ali estará a Babilônia com seu cálice de devassidão.
No versículo 14, vemos como esse sistema maligno juntará forças para guerrear contra o Cordeiro, mas serão definitivamente derrotados, pois o Cordeiro os vencerá, e vencerão com Ele os seus eleitos. Aqui o anjo informa a João que a vitória de Cristo e de Sua Igreja já está decretada.


Um comentário:

  1. Próxima postagem estaremos falando sobre o Capítulo 18 desse livro. Aguardem!
    Bom estudo e boa leitura a todos!

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