segunda-feira, 7 de maio de 2018

2 º P E D R O


SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO

II Pedro - é a segunda epístola (carta) do apóstolo Pedro, um dos livros do Novo Testamento da Bíblia, escrita, provavelmente, por volta de 66 da era comum.

Data e local
O local mais provável onde a epístola teria sido escrita é a cidade de Roma. Há, porém, quem diga que esta carta é o último escrito do Novo Testamento, sendo escrita no fim do século I ou até em meados do século II.

Destinatários e propósito da obra
Os prováveis destinatários da carta seriam a Igreja como um todo, gentios e judeus cristãos espalhados pela Ásia Menor, que seriam as mesmas comunidades da primeira epístola, onde se proliferava o gnosticismo.
O propósito da obra é advertir os cristãos contra os ensinamentos dos falsos mestres, exortando-os a continuar crescendo na fé e no conhecimento de Cristo, o que demonstra uma forte semelhança com a epístola de Judas.

Conteúdo
Sabendo que seria morto pela sua fé, Pedro diz que buscaria meios para que suas mensagens pudessem continuar sendo propagadas após o seu martírio (II Pedro 1:12-15).
Dividida em três capítulos, a epístola aborda brevemente a certeza sobre o retorno de Jesus Cristo, fazendo uma interessante comparação com o dilúvio na época de Noé, explicando que a Terra será julgada pelo fogo.
Ao final, Pedro recomenda que o cristão deva esperar o retorno de Jesus, viver com retidão, estudar as Escrituras e buscar o seu crescimento, fazendo uma menção às epístolas de Paulo, as quais já estariam sendo deturpadas desde aquela época (II Pedro 3:15-16).
Devido às diferenças no estilo textual em relação à primeira epístola, a autoria de II Pedro muitas vezes chegou a ser colocada em dúvida nos primeiros séculos da Igreja, conforme defendia o historiador Eusébio de Cesareia, já que não fora citada antes de Orígenes no começo do século III.
No entanto, Jerónimo de Estridão, autor da Vulgata, esclareceu que as diferenças no estilo textual entre as duas epístolas de Pedro podem ser explicadas. É que na segunda carta o apóstolo não teria recebido a ajuda de Silvano na sua redação, conforme houve na ocasião anterior.

Autor:
2 Pedro 1:1 declara especificamente que o apóstolo Pedro foi o seu autor. A autoria de Pedro do livro de 2 Pedro tem sido questionada mais do que qualquer outro livro no Novo Testamento. No entanto, nós, assim como os pais da igreja primitiva, não encontramos nenhuma boa razão para rejeitá-la.

Quando foi escrito:
O livro de 2 Pedro foi escrito no final da vida de Pedro. Já que Pedro foi martirizado em Roma durante o reinado de Nero, sua morte deve ter ocorrido antes de 68 dC. Ele muito provavelmente escreveu 2 Pedro entre 65 e 68 DC.

Propósito:
Pedro ficou alarmado que falsos mestres estavam começando a infiltrar-se nas igrejas. Ele fez um chamado aos cristãos para crescerem e tornarem-se fortes em sua fé, a fim de detectarem e combaterem a crescente apostasia. Ele enfatizou fortemente a autenticidade da Palavra de Deus e a certeza do retorno do Senhor Jesus.

Versículos-chave:
2 Pedro 1:3-4: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.”

2 Pedro 3:9: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.”

2 Pedro 3:18: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.”

A palavra-chave é “conhecimento”, com seus sinônimos, ocorrendo pelo menos 13 vezes no livro de 2 Pedro.

Resumo:
Sabendo que seu tempo era curto (2 Pedro 1:13-15) e que essas igrejas enfrentavam perigo imediato (2 Pedro 2:1-3), ele convidou os leitores a refrescarem a sua memória (2 Pedro 1:13) e a estimularem a sua forma de pensar (2 Pedro 3:1-2) para que pudessem se lembrar de seu ensino (2 Pedro 1:15). Ele desafiou os crentes a se tornarem mais maduros em sua fé ao adicionar a ela virtudes cristãs específicas, assim tornando-se eficazes e produtivos em seu conhecimento de Jesus Cristo (2 Pedro 1:5-9). Os escritores do Antigo e Novo Testamentos foram estabelecidos como a autoridade de sua fé (2 Pedro 1:12-21, 3:2, 3:15-16). Pedro desejava que eles se tornassem firmes na sua fé para suportar os falsos mestres que haviam infiltrado e estavam influenciando negativamente as igrejas. Em sua denúncia deles, Pedro descreveu seu comportamento, sua condenação e suas características (2 Pedro capítulo 2), e também que eles ridicularizaram a segunda vinda do Senhor (2 Pedro 3:3-7). Para os cristãos, Pedro ensinou que a Segunda Vinda era o incentivo para uma vida santa (2 Pedro 3:14). Depois de uma advertência final, Pedro novamente encorajou-os a crescerem na graça e no conhecimento do seu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele concluiu com uma palavra de louvor ao seu Senhor e Salvador (2 Pedro 3:18).

Conexões:
Em sua denúncia dos falsos profetas, Pedro repete um predominante tema do Antigo Testamento que deve ter sido muito familiar aos seus leitores. Muitos dos primeiros cristãos eram judeus convertidos que haviam sido bem ensinados na lei e nos profetas. Quando Pedro se referiu à "palavra dos profetas" do Antigo Testamento em 2 Pedro 1:19-21, ele de uma vez denunciou os falsos profetas e afirmou que os verdadeiros profetas eram movidos pelo Espírito Santo que falava através deles (2 Samuel 23:2). Jeremias foi igualmente contundente em sua crítica dos falsos profetas, perguntando: "Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que só profetizam do engano do seu coração?" (Jeremias 23:26). Claramente, os mesmos iludidos falsos mestres que flagelaram o povo de Deus tanto no Antigo e Novo Testamentos ainda estão conosco, fazendo a segunda epístola de Pedro tão relevante hoje como era há 2000 anos.

Aplicação Prática:
Certamente, como cristãos no século 21, estamos mais próximos da volta do Senhor que os cristãos do primeiro século, a quem esta epístola foi escrita. Através da televisão e outros meios de comunicação de massa, cristãos maduros estão conscientes de que muitos charlatões estão desfilando como verdadeiros líderes cristãos, e que os cristãos imaturos estão sendo "tomados" pelo seu charlatanismo e falsa interpretação das Escrituras. Cabe a todos os cristãos renascidos a serem tão fundamentados na Palavra que seremos capazes de discernir a verdade do erro.
A mesma receita para o crescimento na fé que Pedro deu (2 Pedro 1:5-11), quando aplicada à nossa vida, irá assegurar-nos também uma rica recompensa na "entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 1:10-11). O fundamento da nossa fé é e sempre será a mesma Palavra de Deus que Pedro pregou.



CAPÍTULOS DO LIVRO

2 Pedro 1:1-21 - Buscando Vida e Santidade
Algumas vezes é necessário sermos lembrados de coisas que já sabemos. O apóstolo Pedro reconheceu este fato e escreveu sua segunda epístola com este propósito em mente (1:12-15). Referindo-se ao seu corpo como "um tabernáculo," uma morada temporária, ele previu sua morte próxima e desejou lembrar seus leitores da necessidade do crescimento espiritual.
Pedro começa sua segunda epístola observando o glorioso privilégio que foi dado aos cristãos. Através das preciosas promessas que Deus tem nos feito, podemos tornar-nos participantes da divina natureza, no sentido em que podemos ser santos como ele é santo, livres da corrupção do pecado (1:4). Deus chama os homens através do evangelho para participarem de sua própria glória e virtude (1:3; 2 Tessalonicenses 2:13-15). Através deste poder divino e nosso entendimento de sua revelação, Deus providenciou tudo o que o homem precisa para sua vida espiritual e santidade (1:3). O comentário de Pedro se harmoniza bem com a promessa de Jesus aos seus apóstolos que o Espírito Santo os guiaria em toda a verdade (João 16:13).
Em vista das providências que Deus tem tomado para abençoar-nos espiritualmente, qual deveria ser nossa resposta? Pedro observa que precisamos empenhar-nos com diligência para crescer em caráter, mencionando sete qualidades que devemos acrescentar a nossa fé (1:5-7). Se acrescentarmos estas qualidades, não seremos infrutíferos e poderemos confirmar nosso chamado e eleição por Deus (1:8,10). Por tal crescimento espiritual, podemos estar seguros de nossa entrada no próprio céu (1:11). O cristão que não se aplica em desenvolver estas qualidades é espiritualmente cego, tendo esquecido o quanto Deus já tem feito por ele no perdão dos seus pecados (1:9).
Pedro afirma que seu ensinamento a respeito do poder e da vinda do Senhor não derivou de fábulas que ele havia inventado, mas que era testemunha ocular da majestade de Cristo (1:16). Ele tinha em mente a ocasião quando Jesus foi transfigurado, um acontecimento ao qual ele esteve presente para testemunhar a glória do Senhor (1:17; Mateus l7:1-8). Em acréscimo ao testemunho ocular dos apóstolos, as profecias do Velho Testamento também afirmaram a glória e o poder do Senhor. Estas profecias não se originaram da vontade humana, antes os profetas falaram como foram movidos pelo Espirito Santo (1:19-21).

2 Pedro 2:1-21 - Cuidado com os Falsos Mestres
No fim do capítulo um, Pedro disse que os profetas do Velho Testamento foram movidos (guiados) pelo Espírito Santo. Contudo, ele observa no capítulo 2 que havia falsos profetas (homens declarando falsamente estarem falando por Deus) no meio do povo de Israel e haverá falsos mestres entre os cristãos. É claro que estes falsos mestres são cristãos que decaíram do Senhor. Eles negam que o Senhor os resgatou do pecado (2:1). Infelizmente, outros discípulos serão enganados por eles e os seguirão (2:2-3). Pedro escreve que estes faltos mestres certamente serão punidos pelo Senhor (2:1,3,9-10,12,17).
Para que ninguém pense que estes falsos mestres podem permanecer escondidos no meio da igreja, Pedro afirma a capacidade do Senhor para separar os justos dos injustos, punindo os injustos e preservando os retos (2:4-9). Para ilustrar este ponto, Pedro cita os exemplos de anjos que pecaram (2:4; veja também Judas 6), Noé e sua família (2:5) e Ló (2:6-8). Os anjos rebeldes estão reservados para o julgamento. Noé e sua família foram salvos do dilúvio enquanto o resto da humanidade foi afogada. Ló foi resgatado de Sodoma, mas a cidade inteira foi completamente destruída. Pedro é cuidadoso ao notar a retidão de Noé e Ló.
Pedro descreve o caráter destes falsos mestres. Eles são arrogantes e não têm respeito pela autoridade (2:10,18). Eles são indivíduos gananciosos, tirando lucro financeiro dos seus "discípulos" (2-3S "movidos por avareza, farão comércio de vós"; 2:14S "tendo coração exercitado na avareza"; 2:15S seguiram no erro de Balaão que queria lucrar amaldiçoando Israel). Além disso, eles são culpados de imoralidade (2:10S "imundas paixões"; 2:13S "sua luxúria carnal"; 2:14S "tendo os olhos cheios de adultério").
Pedro descreve vivamente a situação daqueles que deixam Cristo e retornam ao mundo. Eles se tornam escravos da corrupção (2:19). O último estado destas pessoas (mais uma vez enredados no pecado) é pior do que o primeiro. Tendo sido libertados da corrupção do mundo através do seu conhecimento de Cristo, se retornam a estas contaminações, eles são comparáveis ao cão que retorna para comer seu próprio vômito e o porco lavado que retorna ao lamaçal (2:20-22). Que mais tem o evangelho para oferecer àqueles que rejeitaram Jesus Cristo? Absolutamente nada!

2 Pedro 3:1-18 - Jesus Voltará!
Ao escrever esta epístola, Pedro identificou sua meta em 1:12-15. Agora, no capítulo três, ele se refere de novo ao seu propósito: ele deseja relembrar seus leitores das palavras ditas pelos santos profetas e pelos apóstolos (3:1-2).
Pedro adverte estes cristãos que nem todos estão querendo crer na palavra de Deus. Eles esperariam nos “últimos dias” alguns que zombassem da ideia de Cristo vindo novamente (3:3-4). A expressão “últimos dias” é usada para descrever a era dos cristãos bem como este período de tempo é o último no plano de Deus para a redenção (veja Atos 2:16-17 e Hebreus 1:1-2 para confirmação que os “últimos dias” começaram no primeiro século). A razão para a descrença dos zombadores era que tanto tempo tinha se passado com a ordem natural das coisas continuando, sem nenhum sinal de sua vinda. Os zombadores até afirmaram que as coisas têm continuado “normalmente” desde a criação (3:4).
Pedro observa a falsidade no argumento destes escarnecedores. Eles tinham esquecido de propósito o dilúvio no tempo de Noé! Os mesmos céus e terra que foram criados pela palavra de Deus foram mais tarde destruídos pela Sua palavra (3:5-6). Pela mesma palavra os céus e a terra (isto é, o mundo) que agora existem foram reservados para a destruição pelo fogo (3:7).
Tendo corrigido a premissa falsa destes zombadores, Pedro afirma que o cumprimento da promessa da vinda de Cristo é independente do tempo que passou. Para o Senhor, mil anos são o mesmo que um dia. Pedro não está dando um horário para o cumprimento da profecia; sua ilustração pretende indicar que o Senhor não conta o tempo como fazem os homens (3:8).
A passagem do tempo não representa a infidelidade de Deus, mas antes sua misericórdia (3:9). Não obstante, o Dia do Senhor certamente virá sem aviso, como um ladrão na noite, trazendo com ele a destruição da terra e de todas as obras dos homens (3:10).
Em vista da destruição vindoura e do julgamento, Pedro encoraja estes cristãos a viverem vidas piedosas, sempre prontos para a vinda de Cristo. Eles têm que considerar a demora da vinda do Senhor como uma demonstração de longanimidade (3:11-15). O apóstolo também exorta seus leitores a evitar o perigo de decair de Cristo, pelo crescimento na graça e conhecimento de Cristo (3:15-18).


RESUMO GERAL DA SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO

Pedro provavelmente escreve sua segunda epístola para a igreja como um todo, gentios e judeus espalhados pela Ásia Menor, que seriam as mesmas comunidades da primeira epístola, onde estava se alastrando o gnosticismo. O propósito desta seria advertir os cristãos contra os ensinamentos dos falsos mestres, exortar a continuar crescendo na fé e no conhecimento de Cristo, escrita por volta dos anos 66 a 67 dC. O tema desta epístola pode ser definido como a necessidade do conhecimento bíblico para combater as heresias, pois satanás estava atacando a igreja de dentro para fora, a tática consiste em enfraquecer a doutrina da igreja a disseminar heresias, usando a própria bíblia, através de falsos mestres e doutores.  Enquanto a sua primeira epístola é uma carta jubilosa esperança em face do sofrimento, a segunda é uma mensagem da verdade fiel diante do erro, a primeira foi escrita para animar, a segunda para advertir.
A necessidade de crescer na graça e no conhecimento II Pedro 1:2, este crescer na graça e no conhecimento de Cristo está relacionado, além do conhecimento da palavra de Deus, a uma vida íntima e profunda com Deus mediante um processo crescente de santificação.
Advertência contra os falsos mestres cap. 2, que surgem dentro das igrejas e que traz fraqueza doutrinária e afastamento dos princípios bíblicos.
Fala sobre a vinda de Jesus II Pe3:3-4, sobre "o dia do Senhor", que segundo entendemos, terá seu início, na terra, logo após o arrebatamento da igreja e só terminará quando Cristo entregar o Reino a Deus, ao Pai. ICor. 15:24-26.
II Pe 3:1-4 A vinda de Cristo negada, satanás tem certeza da vinda de Cristo, porém ele quer que os crentes tenham dúvidas a respeito dela, ele sabe que o tempo da vinda de Cristo é chegado, porém quer que os crentes pensem que não é para agora.
II Pe 3:5-10 e 14 A certeza da vinda de Cristo deve ser motivo para vivermos em santificação.  A condição para o crente ver a Deus é a santificação Heb. 12:14.  Não crer na vinda de Jesus significa não crer na palavra de Deus.



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