segunda-feira, 7 de maio de 2018

2 º P E D R O


SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO

II Pedro - é a segunda epístola (carta) do apóstolo Pedro, um dos livros do Novo Testamento da Bíblia, escrita, provavelmente, por volta de 66 da era comum.

Data e local
O local mais provável onde a epístola teria sido escrita é a cidade de Roma. Há, porém, quem diga que esta carta é o último escrito do Novo Testamento, sendo escrita no fim do século I ou até em meados do século II.

Destinatários e propósito da obra
Os prováveis destinatários da carta seriam a Igreja como um todo, gentios e judeus cristãos espalhados pela Ásia Menor, que seriam as mesmas comunidades da primeira epístola, onde se proliferava o gnosticismo.
O propósito da obra é advertir os cristãos contra os ensinamentos dos falsos mestres, exortando-os a continuar crescendo na fé e no conhecimento de Cristo, o que demonstra uma forte semelhança com a epístola de Judas.

Conteúdo
Sabendo que seria morto pela sua fé, Pedro diz que buscaria meios para que suas mensagens pudessem continuar sendo propagadas após o seu martírio (II Pedro 1:12-15).
Dividida em três capítulos, a epístola aborda brevemente a certeza sobre o retorno de Jesus Cristo, fazendo uma interessante comparação com o dilúvio na época de Noé, explicando que a Terra será julgada pelo fogo.
Ao final, Pedro recomenda que o cristão deva esperar o retorno de Jesus, viver com retidão, estudar as Escrituras e buscar o seu crescimento, fazendo uma menção às epístolas de Paulo, as quais já estariam sendo deturpadas desde aquela época (II Pedro 3:15-16).
Devido às diferenças no estilo textual em relação à primeira epístola, a autoria de II Pedro muitas vezes chegou a ser colocada em dúvida nos primeiros séculos da Igreja, conforme defendia o historiador Eusébio de Cesareia, já que não fora citada antes de Orígenes no começo do século III.
No entanto, Jerónimo de Estridão, autor da Vulgata, esclareceu que as diferenças no estilo textual entre as duas epístolas de Pedro podem ser explicadas. É que na segunda carta o apóstolo não teria recebido a ajuda de Silvano na sua redação, conforme houve na ocasião anterior.

Autor:
2 Pedro 1:1 declara especificamente que o apóstolo Pedro foi o seu autor. A autoria de Pedro do livro de 2 Pedro tem sido questionada mais do que qualquer outro livro no Novo Testamento. No entanto, nós, assim como os pais da igreja primitiva, não encontramos nenhuma boa razão para rejeitá-la.

Quando foi escrito:
O livro de 2 Pedro foi escrito no final da vida de Pedro. Já que Pedro foi martirizado em Roma durante o reinado de Nero, sua morte deve ter ocorrido antes de 68 dC. Ele muito provavelmente escreveu 2 Pedro entre 65 e 68 DC.

Propósito:
Pedro ficou alarmado que falsos mestres estavam começando a infiltrar-se nas igrejas. Ele fez um chamado aos cristãos para crescerem e tornarem-se fortes em sua fé, a fim de detectarem e combaterem a crescente apostasia. Ele enfatizou fortemente a autenticidade da Palavra de Deus e a certeza do retorno do Senhor Jesus.

Versículos-chave:
2 Pedro 1:3-4: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou pela sua glória e virtude; Pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que pela concupiscência há no mundo.”

2 Pedro 3:9: “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.”

2 Pedro 3:18: “Antes crescei na graça e conhecimento de nosso Senhor e Salvador, Jesus Cristo. A ele seja dada a glória, assim agora, como no dia da eternidade. Amém.”

A palavra-chave é “conhecimento”, com seus sinônimos, ocorrendo pelo menos 13 vezes no livro de 2 Pedro.

Resumo:
Sabendo que seu tempo era curto (2 Pedro 1:13-15) e que essas igrejas enfrentavam perigo imediato (2 Pedro 2:1-3), ele convidou os leitores a refrescarem a sua memória (2 Pedro 1:13) e a estimularem a sua forma de pensar (2 Pedro 3:1-2) para que pudessem se lembrar de seu ensino (2 Pedro 1:15). Ele desafiou os crentes a se tornarem mais maduros em sua fé ao adicionar a ela virtudes cristãs específicas, assim tornando-se eficazes e produtivos em seu conhecimento de Jesus Cristo (2 Pedro 1:5-9). Os escritores do Antigo e Novo Testamentos foram estabelecidos como a autoridade de sua fé (2 Pedro 1:12-21, 3:2, 3:15-16). Pedro desejava que eles se tornassem firmes na sua fé para suportar os falsos mestres que haviam infiltrado e estavam influenciando negativamente as igrejas. Em sua denúncia deles, Pedro descreveu seu comportamento, sua condenação e suas características (2 Pedro capítulo 2), e também que eles ridicularizaram a segunda vinda do Senhor (2 Pedro 3:3-7). Para os cristãos, Pedro ensinou que a Segunda Vinda era o incentivo para uma vida santa (2 Pedro 3:14). Depois de uma advertência final, Pedro novamente encorajou-os a crescerem na graça e no conhecimento do seu Senhor e Salvador Jesus Cristo. Ele concluiu com uma palavra de louvor ao seu Senhor e Salvador (2 Pedro 3:18).

Conexões:
Em sua denúncia dos falsos profetas, Pedro repete um predominante tema do Antigo Testamento que deve ter sido muito familiar aos seus leitores. Muitos dos primeiros cristãos eram judeus convertidos que haviam sido bem ensinados na lei e nos profetas. Quando Pedro se referiu à "palavra dos profetas" do Antigo Testamento em 2 Pedro 1:19-21, ele de uma vez denunciou os falsos profetas e afirmou que os verdadeiros profetas eram movidos pelo Espírito Santo que falava através deles (2 Samuel 23:2). Jeremias foi igualmente contundente em sua crítica dos falsos profetas, perguntando: "Até quando sucederá isso no coração dos profetas que profetizam mentiras, e que só profetizam do engano do seu coração?" (Jeremias 23:26). Claramente, os mesmos iludidos falsos mestres que flagelaram o povo de Deus tanto no Antigo e Novo Testamentos ainda estão conosco, fazendo a segunda epístola de Pedro tão relevante hoje como era há 2000 anos.

Aplicação Prática:
Certamente, como cristãos no século 21, estamos mais próximos da volta do Senhor que os cristãos do primeiro século, a quem esta epístola foi escrita. Através da televisão e outros meios de comunicação de massa, cristãos maduros estão conscientes de que muitos charlatões estão desfilando como verdadeiros líderes cristãos, e que os cristãos imaturos estão sendo "tomados" pelo seu charlatanismo e falsa interpretação das Escrituras. Cabe a todos os cristãos renascidos a serem tão fundamentados na Palavra que seremos capazes de discernir a verdade do erro.
A mesma receita para o crescimento na fé que Pedro deu (2 Pedro 1:5-11), quando aplicada à nossa vida, irá assegurar-nos também uma rica recompensa na "entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo" (2 Pedro 1:10-11). O fundamento da nossa fé é e sempre será a mesma Palavra de Deus que Pedro pregou.



CAPÍTULOS DO LIVRO

2 Pedro 1:1-21 - Buscando Vida e Santidade
Algumas vezes é necessário sermos lembrados de coisas que já sabemos. O apóstolo Pedro reconheceu este fato e escreveu sua segunda epístola com este propósito em mente (1:12-15). Referindo-se ao seu corpo como "um tabernáculo," uma morada temporária, ele previu sua morte próxima e desejou lembrar seus leitores da necessidade do crescimento espiritual.
Pedro começa sua segunda epístola observando o glorioso privilégio que foi dado aos cristãos. Através das preciosas promessas que Deus tem nos feito, podemos tornar-nos participantes da divina natureza, no sentido em que podemos ser santos como ele é santo, livres da corrupção do pecado (1:4). Deus chama os homens através do evangelho para participarem de sua própria glória e virtude (1:3; 2 Tessalonicenses 2:13-15). Através deste poder divino e nosso entendimento de sua revelação, Deus providenciou tudo o que o homem precisa para sua vida espiritual e santidade (1:3). O comentário de Pedro se harmoniza bem com a promessa de Jesus aos seus apóstolos que o Espírito Santo os guiaria em toda a verdade (João 16:13).
Em vista das providências que Deus tem tomado para abençoar-nos espiritualmente, qual deveria ser nossa resposta? Pedro observa que precisamos empenhar-nos com diligência para crescer em caráter, mencionando sete qualidades que devemos acrescentar a nossa fé (1:5-7). Se acrescentarmos estas qualidades, não seremos infrutíferos e poderemos confirmar nosso chamado e eleição por Deus (1:8,10). Por tal crescimento espiritual, podemos estar seguros de nossa entrada no próprio céu (1:11). O cristão que não se aplica em desenvolver estas qualidades é espiritualmente cego, tendo esquecido o quanto Deus já tem feito por ele no perdão dos seus pecados (1:9).
Pedro afirma que seu ensinamento a respeito do poder e da vinda do Senhor não derivou de fábulas que ele havia inventado, mas que era testemunha ocular da majestade de Cristo (1:16). Ele tinha em mente a ocasião quando Jesus foi transfigurado, um acontecimento ao qual ele esteve presente para testemunhar a glória do Senhor (1:17; Mateus l7:1-8). Em acréscimo ao testemunho ocular dos apóstolos, as profecias do Velho Testamento também afirmaram a glória e o poder do Senhor. Estas profecias não se originaram da vontade humana, antes os profetas falaram como foram movidos pelo Espirito Santo (1:19-21).

2 Pedro 2:1-21 - Cuidado com os Falsos Mestres
No fim do capítulo um, Pedro disse que os profetas do Velho Testamento foram movidos (guiados) pelo Espírito Santo. Contudo, ele observa no capítulo 2 que havia falsos profetas (homens declarando falsamente estarem falando por Deus) no meio do povo de Israel e haverá falsos mestres entre os cristãos. É claro que estes falsos mestres são cristãos que decaíram do Senhor. Eles negam que o Senhor os resgatou do pecado (2:1). Infelizmente, outros discípulos serão enganados por eles e os seguirão (2:2-3). Pedro escreve que estes faltos mestres certamente serão punidos pelo Senhor (2:1,3,9-10,12,17).
Para que ninguém pense que estes falsos mestres podem permanecer escondidos no meio da igreja, Pedro afirma a capacidade do Senhor para separar os justos dos injustos, punindo os injustos e preservando os retos (2:4-9). Para ilustrar este ponto, Pedro cita os exemplos de anjos que pecaram (2:4; veja também Judas 6), Noé e sua família (2:5) e Ló (2:6-8). Os anjos rebeldes estão reservados para o julgamento. Noé e sua família foram salvos do dilúvio enquanto o resto da humanidade foi afogada. Ló foi resgatado de Sodoma, mas a cidade inteira foi completamente destruída. Pedro é cuidadoso ao notar a retidão de Noé e Ló.
Pedro descreve o caráter destes falsos mestres. Eles são arrogantes e não têm respeito pela autoridade (2:10,18). Eles são indivíduos gananciosos, tirando lucro financeiro dos seus "discípulos" (2-3S "movidos por avareza, farão comércio de vós"; 2:14S "tendo coração exercitado na avareza"; 2:15S seguiram no erro de Balaão que queria lucrar amaldiçoando Israel). Além disso, eles são culpados de imoralidade (2:10S "imundas paixões"; 2:13S "sua luxúria carnal"; 2:14S "tendo os olhos cheios de adultério").
Pedro descreve vivamente a situação daqueles que deixam Cristo e retornam ao mundo. Eles se tornam escravos da corrupção (2:19). O último estado destas pessoas (mais uma vez enredados no pecado) é pior do que o primeiro. Tendo sido libertados da corrupção do mundo através do seu conhecimento de Cristo, se retornam a estas contaminações, eles são comparáveis ao cão que retorna para comer seu próprio vômito e o porco lavado que retorna ao lamaçal (2:20-22). Que mais tem o evangelho para oferecer àqueles que rejeitaram Jesus Cristo? Absolutamente nada!

2 Pedro 3:1-18 - Jesus Voltará!
Ao escrever esta epístola, Pedro identificou sua meta em 1:12-15. Agora, no capítulo três, ele se refere de novo ao seu propósito: ele deseja relembrar seus leitores das palavras ditas pelos santos profetas e pelos apóstolos (3:1-2).
Pedro adverte estes cristãos que nem todos estão querendo crer na palavra de Deus. Eles esperariam nos “últimos dias” alguns que zombassem da ideia de Cristo vindo novamente (3:3-4). A expressão “últimos dias” é usada para descrever a era dos cristãos bem como este período de tempo é o último no plano de Deus para a redenção (veja Atos 2:16-17 e Hebreus 1:1-2 para confirmação que os “últimos dias” começaram no primeiro século). A razão para a descrença dos zombadores era que tanto tempo tinha se passado com a ordem natural das coisas continuando, sem nenhum sinal de sua vinda. Os zombadores até afirmaram que as coisas têm continuado “normalmente” desde a criação (3:4).
Pedro observa a falsidade no argumento destes escarnecedores. Eles tinham esquecido de propósito o dilúvio no tempo de Noé! Os mesmos céus e terra que foram criados pela palavra de Deus foram mais tarde destruídos pela Sua palavra (3:5-6). Pela mesma palavra os céus e a terra (isto é, o mundo) que agora existem foram reservados para a destruição pelo fogo (3:7).
Tendo corrigido a premissa falsa destes zombadores, Pedro afirma que o cumprimento da promessa da vinda de Cristo é independente do tempo que passou. Para o Senhor, mil anos são o mesmo que um dia. Pedro não está dando um horário para o cumprimento da profecia; sua ilustração pretende indicar que o Senhor não conta o tempo como fazem os homens (3:8).
A passagem do tempo não representa a infidelidade de Deus, mas antes sua misericórdia (3:9). Não obstante, o Dia do Senhor certamente virá sem aviso, como um ladrão na noite, trazendo com ele a destruição da terra e de todas as obras dos homens (3:10).
Em vista da destruição vindoura e do julgamento, Pedro encoraja estes cristãos a viverem vidas piedosas, sempre prontos para a vinda de Cristo. Eles têm que considerar a demora da vinda do Senhor como uma demonstração de longanimidade (3:11-15). O apóstolo também exorta seus leitores a evitar o perigo de decair de Cristo, pelo crescimento na graça e conhecimento de Cristo (3:15-18).


RESUMO GERAL DA SEGUNDA EPÍSTOLA DE PEDRO

Pedro provavelmente escreve sua segunda epístola para a igreja como um todo, gentios e judeus espalhados pela Ásia Menor, que seriam as mesmas comunidades da primeira epístola, onde estava se alastrando o gnosticismo. O propósito desta seria advertir os cristãos contra os ensinamentos dos falsos mestres, exortar a continuar crescendo na fé e no conhecimento de Cristo, escrita por volta dos anos 66 a 67 dC. O tema desta epístola pode ser definido como a necessidade do conhecimento bíblico para combater as heresias, pois satanás estava atacando a igreja de dentro para fora, a tática consiste em enfraquecer a doutrina da igreja a disseminar heresias, usando a própria bíblia, através de falsos mestres e doutores.  Enquanto a sua primeira epístola é uma carta jubilosa esperança em face do sofrimento, a segunda é uma mensagem da verdade fiel diante do erro, a primeira foi escrita para animar, a segunda para advertir.
A necessidade de crescer na graça e no conhecimento II Pedro 1:2, este crescer na graça e no conhecimento de Cristo está relacionado, além do conhecimento da palavra de Deus, a uma vida íntima e profunda com Deus mediante um processo crescente de santificação.
Advertência contra os falsos mestres cap. 2, que surgem dentro das igrejas e que traz fraqueza doutrinária e afastamento dos princípios bíblicos.
Fala sobre a vinda de Jesus II Pe3:3-4, sobre "o dia do Senhor", que segundo entendemos, terá seu início, na terra, logo após o arrebatamento da igreja e só terminará quando Cristo entregar o Reino a Deus, ao Pai. ICor. 15:24-26.
II Pe 3:1-4 A vinda de Cristo negada, satanás tem certeza da vinda de Cristo, porém ele quer que os crentes tenham dúvidas a respeito dela, ele sabe que o tempo da vinda de Cristo é chegado, porém quer que os crentes pensem que não é para agora.
II Pe 3:5-10 e 14 A certeza da vinda de Cristo deve ser motivo para vivermos em santificação.  A condição para o crente ver a Deus é a santificação Heb. 12:14.  Não crer na vinda de Jesus significa não crer na palavra de Deus.



1 º P E D R O


PRIMEIRA EPÍSTOLA DE PEDRO

AUTOR: 
1 Pedro 1:1 identifica o apóstolo Pedro como o seu autor.

QUANDO FOI ESCRITO:
O livro de 1 Pedro foi provavelmente escrito entre 60 e 65 DC.
1 Pedro é uma carta de Pedro aos fiéis que tinham sido dispersos por todo o mundo antigo e estavam sob intensa perseguição. Pedro realmente entendia o que era ser perseguido. Ele foi espancado, ameaçado, punido e preso por pregar a Palavra de Deus. Ele sabia o que era perseverar sem amargura e sem nunca perder a esperança, assim como viver uma vida obediente e vitoriosa em muita fé. Esse conhecimento da esperança viva em Jesus foi a sua mensagem, assim como seguir o exemplo de Cristo.

VERSÍCULOS-CHAVE: 
1 Pedro 1:3: "Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos."

1 Pedro 2:9: "Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz."

1 Pedro 2:24: "Ele mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, a fim de que morrêssemos para os pecados e vivêssemos para a justiça; por suas feridas vocês foram curados."

1 Pedro 5:8-9: "Sejam sóbrios e vigiem. O diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. Resistam-lhe, permanecendo firmes na fé, sabendo que os irmãos que vocês têm em todo o mundo estão passando pelos mesmos sofrimentos."

RESUMO: 
I Pedro é a primeira epístola (carta) do apóstolo Pedro, um dos 27 livros do Novo Testamento da Bíblia. Foi escrita aos "estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia", cinco províncias romanas da Ásia Menor (1.1). Silvano foi o escriba da carta (5.12).
O autor se identifica como "Pedro, Apóstolo de Jesus Cristo" (I Pedro 1:1). Que ele é o bem conhecido apóstolo dos Evangelhos e de Atos, é confirmado tanto por evidências internas como externas. O autor descreve a si próprio como testemunha dos sofrimentos de Cristo (I Pedro 5:1), e existem vários ecos dos ensinamentos e feitos de Jesus na epístola (p.ex. I Pedro 5:2-3; João 21:15-17). Vários paralelos de pensamentos e frases entre 1 Pedro e os discursos de Pedro em Atos dão apoio adicional à autoria de Pedro (p. ex. I Pedro 2:7-8; Atos 4:10-11).
Embora este tempo de perseguição tenha sido muito violento, Pedro revela que era, na verdade, um tempo de regozijo. Ele diz que sofrer pelo amor de Cristo, assim como seu Salvador sofreu por eles, deve ser encarado como um privilégio. Esta carta faz referência às experiências pessoais de Pedro com Jesus, assim como aos seus sermões do livro de Atos. Pedro confirma que Satanás é o grande inimigo de todos os cristãos, mas que a garantia do retorno futuro de Cristo fornece o incentivo de esperança.

CONEXÕES: 
A familiaridade de Pedro com a lei e os profetas do Antigo Testamento permitiu-lhe explicar várias passagens do AT à luz da vida e obra do Messias, Jesus Cristo. Em 1 Pedro 1:16, ele cita (Levítico 11:44): "...sejam santos, porque eu sou santo." Entretanto, ele começa com uma explicação de que a santidade não é alcançada pela observância da lei, mas pela graça concedida a todos os que creem em Cristo (v. 13). Além disso, Pedro explica a referência à "pedra angular" de Isaías 28:16 e Salmo 118:22 como sendo Cristo, o qual foi rejeitado pelos judeus através de sua desobediência e incredulidade. Referências adicionais do Antigo Testamento incluem o Cristo sem pecado (1 Pedro 2:22 / Isaías 53:9) e admoestações para uma vida santa através do poder de Deus que produz bênçãos (1 Pedro 3:10-12, Salmo 34:12-16; 1 Pedro 5:5, Provérbios 3:34).

APLICAÇÃO PRÁTICA: 
A certeza da vida eterna é dada a todos os cristãos. Uma forma de identificar-se com Cristo é compartilhar de Seu sofrimento. Para nós, isso significaria suportar os insultos e calúnias daqueles que nos chamam de "conservadores" ou "santinhos". Isso é tão insignificante comparado ao que Cristo sofreu por nós na cruz. Permaneça firme sobre o que você sabe e crê ser o certo e alegre-se quando o mundo e Satanás tentam te machucar.

CAPÍTULOS DO LIVRO

1 Pedro 1:1-21 - "Gerados de Novo para uma Viva Esperança"
No ano 64 d.C., uma grande parte da cidade de Roma foi queimada. Alguns acreditavam que o imperador Nero era o responsável, tentando abrir espaço para seus projetos de construção. Enfrentando tais acusações, o próprio Nero acusou um grupo de pessoas já vistas com suspeita pelo público em geral, os cristãos. Durante mais ou menos o mesmo período de tempo, os judeus da Palestina se rebelaram contra os romanos. Essa rebelião tornou-se uma guerra, no ano 66 d.C., que terminou com a destruição de Jerusalém e da nação judia.
Ambos eventos resultaram em perseguição aos cristãos. Nero perseguiu os cristãos em Roma veementemente e foi provavelmente o responsável pelas mortes de Pedro e Paulo. Alguns cristãos sofreram devido ao conflito entre os judeus e os romanos, porque estes frequentemente não faziam distinção entre aqueles judeus que eram cristãos e aqueles que não eram.
O apóstolo Pedro escreveu sua primeira epístola durante este período. Ele entendia que muitos cristãos iriam enfrentar severa perseguição. Seu propósito era advertir seus leitores contra a tribulação iminente e encorajá-los a permanecerem fiéis durante esses tempos difíceis.
O que poderia Pedro escrever àqueles cristãos espalhados através da Ásia Menor que pudesse capacitá-los a suportar a feroz tempestade de perseguição? Pedro decidiu começar salientando as bênçãos espirituais gozadas por seus leitores (1 Pedro 1:3-12). Eles tinham "renascido" através do batismo para uma viva esperança, uma herança celestial que ele descreve em termos negativos (incorruptível, sem mácula, imarcescível) porque não há nada neste mundo comparável ao esplendor do céu (1:3-4). Pedro ainda destaca o privilégio especial de seus leitores, observando a salvação que eles receberiam na revelação de Jesus Cristo (1:5,9). A fé deles, testada pela perseguição, era mais preciosa do que o ouro refinado pelo fogo e resultaria em louvor, glória e honra quando Jesus retornasse (1:7). Nem mesmo profetas do Velho Testamento, que falaram das bênçãos espirituais que acompanhariam a morte de Cristo, não gozaram a abençoada posição destes cristãos (1:10-12)
Em vista de tais bênçãos espirituais, Pedro manda que seus leitores preparem suas mentes e esperem a graça que receberão no futuro (1:13). Além disso, eles precisavam buscar a santidade através da obediência que é adequada àqueles que foram redimidos pelo inestimável sangue de Jesus Cristo (1:14-19). A esperança cristã da glória repousa no fato que Deus ressuscitou Jesus dos mortos (1:21).

1 Pedro 1:22 - 2:10 -O Povo Escolhido
Pedro começou sua primeira carta observando os privilégios espirituais de seus leitores (1:1-12). Baseado nessas bênçãos, ele continuou a exortar estes cristãos (1:13) e continuou no texto deste artigo. Seus leitores tinham sido purificados através da obediência à verdade e precisavam amar uns aos outros com amor fervoroso e sincero.
Estes cristãos tinham renascido espiritualmente através da palavra de Deus, descrita por Pedro como uma semente incorruptível. Normalmente, uma semente plantada apodrecerá quando a planta germinar. A palavra de Deus, contudo, é viva e permanente, como foi observado por Isaías (40:6-9; citado em 1:24-25). Não somente está vivendo a palavra de Deus, no sentido de persistir para sempre, mas é capaz de produzir vida espiritual naqueles que a obedecem.
À luz do seu renascimento espiritual e a necessidade de amar um ao outro, obrigou os discípulos a se afastarem daqueles mesmos traços de caráter que são contrários a tal amor (2:1). Ao mesmo tempo, eles precisavam ter o mesmo desejo ardente do leite puro da palavra que uma criança recém-nascida tem do leite de sua mãe (2:2). Como cristãos, eles já tinham "experimentado" a bondade de seu Salvador. Contudo, nem todos têm a mesma apreciação por Jesus. Para alguns, Ele é precioso, mas para outros, é uma pedra de tropeço e uma rocha de ofensa (2:7-8). A diferença não está em Jesus; é o coração das pessoas que ouvem sua mensagem. Pedro descreve Jesus como uma "pedra viva," assim fazendo uma ligação com uma profecia de Isaías (28:16) no versículo 6. Ainda que Deus escolhesse Jesus para ser a pedra principal do alicerce de sua casa espiritual, a nação judaica, como um todo, rejeitou Jesus como o Cristo. Pedro observa que a rejeição dos homens não anulou a escolha de Deus (2:4).
Pedro continua a figura já começada, descrevendo os cristãos como "pedras vivas" também. Todos os cristãos, em toda parte, constituem uma casa espiritual, a igreja. O apóstolo então combina outra figura, descrevendo aqueles mesmos cristãos como sacerdotes que oferecem sacrifícios espirituais nesse "templo vivo," através de Jesus Cristo, nosso sumo sacerdote celestial (veja Hebreus 4:14).
Pedro ainda descreve seus leitores exatamente do mesmo modo que o povo antigo de Deus, a nação de Israel, foi descrito (Êxodo 19:5-6). Sob o novo pacto, a igreja é o povo escolhido de Deus, uma nação santa, possessão exclusiva de Deus (veja 1:16). Que privilégio é pertencer a Deus, liberto do poder das trevas, e ter a oportunidade de proclamar sua majestade aos que estão em nossa volta! 

1 Pedro 2:11 - 3:7 - Sejamos Luzes!
Jesus descreveu seus discípulos como a luz do mundo (Mateus 5:14,16). De modo semelhante, Pedro referiu-se ao privilégio dos cristãos de proclamar "as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz" (2:9). No texto que estamos estudando neste artigo, Pedro explica como seus leitores podem ser a luz do mundo.
Em 2:11-12, se encontra o princípio básico por trás das exortações deste texto. Os cristãos precisam abster-se de paixões carnais e manter conduta exemplar diante dos incrédulos (não cristãos são referidos como "gentios," usando a linguagem do Velho Testamento de uma maneira figurativa). Pedro oferece três razões para estas exortações: Os cristãos são peregrinos e forasteiros e não residentes permanentes e cidadãos deste mundo; Paixões carnais fazem guerra contra a alma; e para que os incrédulos possam ser influenciados favoravelmente pela conduta dos crentes.
Pedro não se contenta em exortar de um modo geral. Em 2:13-17, ele escreve sobre a responsabilidade dos cristãos para com o governo civil. Ele continua nos versículos 18-25 a descrever a conduta apropriada dos servos para com seus senhores. No capítulo 3:1-6, ele aplica o mesmo princípio de 2:11-12 ao caso de mulheres casadas com esposos incrédulos. Ele termina este trecho exortando os esposos a tratarem suas esposas com consideração e dignidade adequadas (3:7).
Qual é a responsabilidade para com o governo civil? A função própria do governo civil é punir o malfeitor e recompensar aqueles que fazem o bem (2:14). Devemos submeter-nos a todos os níveis de autoridade, contudo, não apenas para evitar o castigo da lei civil, mas porque o Senhor ordena tal obediência (2:13-14). Naturalmente, qualquer lei humana que conflite com nossas obrigações para com Deus tem que ser desobedecida (veja Atos 4:19; 5:29).
Os servos precisavam ser submissos aos seus senhores, ainda que esses senhores fossem duros e cruéis (2:18). Se os servos fossem tratados injustamente por seus senhores, Deus se comprazeria quando esses servos suportassem pacientemente tal sofrimento por amor de sua consciência para com ele, recusando-se a retribuir o mal com o mal (2:19-20). Pedro nota que Jesus nos deu o exemplo perfeito, sofrendo como um malfeitor ainda que não tivesse cometido nenhum pecado (3:21-22). Jesus se submeteu a tal sofrimento sem ultrajar seus perseguidores ou ameaçar retribuição.
O efeito de uma atitude piedosa se estende a nossas próprias famílias. Pedro afirma que mulheres piedosas talvez possam influenciar seus maridos a obedecer ao evangelho pela sua conduta e seu vestir modestos (3:1-6).

1 Pedro 3:8 - 4:6 - Que Jesus Seja Senhor em Nosso Coração
Nos capítulos 2 e 3, Pedro escreveu a respeito da conduta adequada dos cristãos para com o governo (2:13-17), senhores (2:18-25) e esposos descrentes (3:1-6). Depois de se dirigir aos esposos crentes em 3:7, ele conclui esta parte observando que todos os cristãos deverão mostrar compaixão e humildade para com os outros (3:8-9). Antes de retribuir o mal com o mal, os cristãos deverão abençoar os outros porque eles próprios receberam uma bênção. Como se fosse para identificar a condição abençoada daquele que se converte do mal e busca o bem, Pedro cita o Salmo 34:12-16. "Os olhos do Senhor repousam sobre os justos, e os seus ouvidos estão abertos às suas súplicas" (3:12).

Geralmente a boa conduta de nossa parte resultará em bom tratamento por outros, mas ocasionalmente os cristãos sofrerão por amor à justiça (3:13-14). Como poderia um cristão responder quando sofre injustamente? Ele deverá reconhecer que é abençoado por Deus, santificar o Senhor em seu coração e estar pronto a responder a quem quer que questione sua esperança (3:14-15). Antes que temer as ameaças dos perseguidores, o cristão deverá entronizar Jesus como Senhor, Aquele que tem autoridade, dando-lhe o comando sobre seu coração. O cristão precisa responder às perguntas dos outros com mansidão e temor, não dando nenhuma oportunidade com sua atitude para que o incrédulo difame o nome de Cristo (3:15-16).
Pedro recorda seus leitores de que Jesus também sofreu injustamente, morrendo pelos pecados dos outros (3:18). Contudo, mais tarde ele foi exaltado à direita do Pai, com anjos, autoridades e poderes submissos a ele (3:22). Os cristãos precisam assumir a atitude que Cristo tinha, recusando o pecado (4:1). Os descrentes acharão estranho que os cristãos não estejam continuando nos mesmos pecados que cometiam no passado e podem até mesmo falar mal deles por causa de sua mudança de conduta, mas tanto crentes como descrentes serão julgados pelo Senhor (4:4-5).
O evangelho foi pregado para que, em vista deste julgamento, os homens possam ter vida espiritual (4:6). Pedro afirma que o Senhor também pregou ao povo que vivia no tempo de Noé. Noé foi um pregador da justiça e, através dele, o Espírito de Cristo pregou àqueles que viveram antes do dilúvio, mas eram espíritos na prisão quando Pedro escreveu (2 Pedro 1:21; 2:5; 1 Pedro 3:18-20; Lucas 16:19-31). Tendo mencionado Noé, Pedro observa que Noé e sua família foram salvos por meio da água justo como as pessoas são hoje salvas por meio do batismo, como "a indagação de uma boa consciência para com Deus" (3:20-21).

1 Pedro 4:7-19 - Glorificando a Deus como um Cristão
"O fim de todas as cousas está próximo!" (4:7). Nossos pensamentos imediatamente se voltam para o retorno de Cristo e o fim do mundo. Num sentido, a volta de Cristo está sempre próxima porque não sabemos quando ele voltará. É mais provável, contudo, que Pedro esteja falando da destruição de Jerusalém e do fim da economia judaica. Jesus tinha dado sinais pelos quais os cristãos poderiam saber que a destruição de Jerusalém estava próxima (veja Mateus 24, especialmente o versículo 34). Pedro escreveu sua primeira epístola não muito antes da guerra romano-judaica e a maior importância geral dada à perseguição iminente apoia melhor a ideia de que Pedro tem em mente este acontecimento penoso do primeiro século.
Os destinatários desta epístola não se deveriam surpreender se fossem perseguidos por causa de Cristo. Em vez disso, deveriam regozijar-se por serem capazes de participar de algum modo dos sofrimentos de Cristo, aquele que sofreu por amor à justiça (4:12-13). De fato, os cristãos são abençoados em tal sofrimento (veja Mateus 5:10-12). Enquanto estamos sofrendo pelo nome de Cristo antes que por nossos próprios pecados, podemos glorificar a Deus através do nome de cristão (4:14-16).
No meio desta perseguição, será muito importante que os irmãos tenham intenso amor uns pelos outros, praticando a hospitalidade e usando seus dons, tanto os naturais como os milagrosos, em benefício dos irmãos e da glória de Deus (4:8-11). Contudo, o amor não "ignora" os pecados de nosso irmão; antes protege-os por meio da correção e do perdão (4:8; veja também Tiago 5:19-20).
Em 4:17-18, Pedro usa dois argumentos que avançam de um fato certo para outro ainda mais certo (isto é, do menor para o maior) para apontar a abençoada condição dos cristãos mesmo em vista da perseguição. Ele observa que a casa de Deus, a igreja, seria julgada por meio da perseguição que viria. Pode-se esperar que o povo de Deus seja preservado do sofrimento. Contudo, se o povo de Deus não escapar ao "julgamento" em forma de perseguição, é mais certo ainda o fato que o desobediente será "julgado" por Deus naquele dia final (4:17). Por raciocínio semelhante, se a pessoa justa só é salva com dificuldade, qual será o fim do injusto (4:18)?
Pedro conclui observando que aqueles que sofrem por amor da justiça podem suportar tais dificuldades do mesmo modo que Jesus suportou seu sofrimento. Eles devem confiar suas almas ao seu Criador fiel que fará justiça no julgamento final (4:20; 2:23).

1 Pedro 5:1-14 - Precisamos Estar Alertas e Vigilantes
Nos capítulos três e quatro, Pedro advertiu seus leitores sobre a perseguição que estava chegando e instruiu-os sobre como responder. No texto deste artigo, Pedro volta sua atenção para os presbíteros entre seus leitores. Se a igreja passaria por tempos difíceis, era especialmente importante que seus chefes estivessem conscientes e cumprissem suas responsabilidades.
O próprio Pedro era um presbítero (5:1). Ele encarregou os presbíteros entre seus leitores de pastorear "o rebanho de Deus que há entre vós," usando a figura do pastor para descrever o trabalho de um presbítero do mesmo modo que Paulo fez quando falava com os presbíteros efésios (Atos 20:28). Os pastores precisam alimentar, guiar e proteger o rebanho (veja Salmo 23). Em termos espirituais, eles têm que ensinar os membros da congregação que supervisionam. Os pastores precisam guardar o rebanho contra os falsos mestres, que são frequentemente comparados com lobos que entrarão no rebanho, não poupando as ovelhas (veja também Mateus 7:15; Atos 20:29; Tito 1:5-11).
Pedro observa a razão, o motivo e o modo do serviço deles como pastores numa série de três contrastes. Estes homens têm que desejar o trabalho de um pastor, e não se sentirem constrangidos a fazê-lo. Os presbíteros deveriam cumprir seus deveres pelo bem que podem fazer e não pelo propósito de lucro financeiro pessoal. Além disso, pastores têm que ser bons exemplos e assim conduzirem o rebanho, não sendo "dominadores" sobre ele (5:2-3). Os presbíteros precisam não esquecer que são pastores sob o Pastor Supremo; o rebanho que estão pastoreando não é deles próprios (5:4).
Tendo se dirigido aos presbíteros, que seriam homens mais velhos, Pedro também admoesta os jovens cristãos (5:5-7). Eles deveriam submeter-se aos seus anciãos e humilhar-se diante do Senhor; Ele cuidaria deles e os exaltaria no tempo devido.
Pedro adverte seus leitores sobre o adversário deles, o diabo. Enquanto Deus cuida de seus filhos, eles precisam estar alertas para resistirem ao diabo. Pedro pinta o diabo como um predador voraz que consumirá sem piedade aqueles que não ficarem vigilantes. Contudo, aqueles que estão firmes na fé podem resistir a ele (5:8-9; Tiago 4:7).
Pedro oferece uma oração em favor de seus leitores, pedindo a Deus que os apoie e os fortaleça. Em sua oração, ele relembra aqueles cristãos que enquanto o sofrimento deles é temporário, eles foram chamados para a eterna glória (5:10-11). Pedro conclui sua epístola com várias saudações pessoais (5:12-14).

CONSIDERAÇÕES SOBRE A VIDA DE PEDRO
Autor da primeira epístola de Pedro, foi o apóstolo Pedro, filho de Jonas, irmão de André, natural de Betsaida na Galiléia era pescador. Foi primeiro chamado por Jesus para ser seu discípulo logo após para o ministério apostólico. Pedro um  pescador sem letras e indouto que se tornou apóstolo, este homem fraco, vacilante, e até violento Jo 18:10 é criticado pelos seus erros porém, ele errava porque queria e tentava fazer alguma coisa. Mt. 14:28-29, não se omitia. Muitos não erram porque não tentam fazer nada. Do capítulo 2 ao 12 de Atos dos Apóstolos, Pedro é a figura principal no ministério da igreja, o mesmo que negou Jesus três vezes, cinquenta dias atrás, tornou-se o primeiro pregador pentecostal, Atos 2:21, agora escolhido por Jesus para abrir as portas da salvação para os gentios Atos 10.

RESUMO GERAL DA EPÍSTOLA DE 1º PEDRO
Pedro escreve esta epístola aos estrangeiros dispersos no Ponto, Galácia, Capadócia, Ásia e Bitínia. Ao que tudo indica esta epístola foi escrita entre os anos 62 a 63dC. com propósito de combater os ataques de satanás. Pedro fala das duas táticas que o diabo usa para destruir a igreja, uma  de fora para dentro na primeira epístola, na segunda, no combate de dentro para fora. O tema é submissão e sofrimento 4:13, o Espírito Santo leva o apóstolo a dar ênfase à necessidade de santificação 1:15.  Esta é essencialmente, a epístola da esperança, esperança viva, fundada na ressurreição de Jesus dentre os mortos1:3. Pedro fala de uma nova vida 1:23 a 2:10, esta nova vida precisa se alimentar com os alimentos do espírito, o espírito rejeita os alimentos da carne, por isso advertiu:
2:10 Deixando toda malícia... o espírito precisa ser alimentado com leite racional 2:2.
2:11-25 vivendo honestamente entre os gentios, este viver honesto entre os gentios, deverá fazer com que os homens mudem o pensamento a respeito do cristão e do cristianismo.
Fala de uma mudança de comportamento em relação às autoridades 2:13,14 e 17, biblicamente o crente salvo tem uma dupla cidadania, é cidadão dos céus e cidadão da terra, este tem direitos e deveres com sua pátria celestial e pátria terrestre.
Os deveres do crente no matrimônio 3:1 -7 lembrando às esposas o princípio da sujeição aos maridos, imposto pelo próprio Deus ao instituir o casamento. Em relação ao marido coabitar com entendimento, com entendimento pode significar que o marido crente não pode ser sexo maníaco e só pensar naquilo, escravizando sua esposa, a mulher pela sua natureza, é chamada de vaso mais fraco, assim ela pode não ter a mesma energia e disposição que tem o homem.
...para que não sejam impedidas as vossas orações. As respostas às orações são vinculadas ao tratamento que os homens dão às suas esposas, em relação a oração, o mesmo acontece com a esposa briguenta, ociosa e insubmissa.
I Pedro 3:13 4: 7-11 Fala da maneira de viver dentro da igreja I Pd.3:18 finalmente, sede todos de um mesmo sentimento..., no coração do crente salvo está derramado o amor de Deus, portanto é possível cumprir esta palavra, quem está bem com Deus estará bem com os irmãos. Devemos pautar nossa maneira de viver de acordo com o pensamento da vinda de Jesus. 4:7
"O amor cobrirá multidão de pecados 4:8, certamente se referia à liberação do perdão referente aos pecados cometidos por um irmão contra outro irmão.
I Pd. 4:13 alegria no sofrimento - sofrer por amor da justiça, por ser fiel a Jesus, por causa do evangelho é poder sentir alegria no sofrimento. Rejeitar o sofrimento é uma heresia, seria como rejeitar a cruz. Lc. 9:23.Só é possível sentir alegria no sofrimento para o crente salvo e cheio do Espírito Santo.