domingo, 12 de novembro de 2017

O S D O I S L I V R O S D E T E S S A L O N I C E N S E S


1 TESSALONICENSES 1:1-10CRISTÃOS EXEMPLARES
Quando Paulo chegou em Tessalônica durante sua segunda viagem missionária, alguns foram convertidos pela pregação do evangelho. Outros, principalmente judeus invejosos, rebelaram-se violentamente contra Paulo e os outros pregadores, querendo levá-los à força para o meio do povo para serem julgados como criminosos (veja Atos 17:1-5). Como não podiam achá-los, "arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades", acusando-os de hospedar homens que "procedem contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei" (veja Atos 17:6-7). Mesmo com esta tribulação a igreja floresceu. Alguns meses depois de sua saída de lá, Paulo escreveu para encorajá-los a continuarem firmes no Senhor com a mesma convicção do início.
Ações de graças (1:1-5). Ao lembrar desta igreja, Paulo dava sempre graças a Deus pela fé ativa, amor sacrificial, e esperança firme dela (1:1-3). Paulo e os outros davam graças a Deus porque os que haviam se convertido se tornaram irmãos verdadeiros, na mesma família amada de Deus, e eleitos juntos porquanto obedeceram ao mesmo evangelho (1:4-5).
Modelo para os crentes (1:6-10). Os irmãos tessalonicenses seguiram o exemplo dos evangelistas e do próprio Cristo, obedecendo a palavra e aprendendo o viver do servo de Deus (veja Mateus 28:18-20). Assim, eles mesmos se tornaram exemplos para outros ao redor (1:6-7). Observemos o exemplo perfeito destes irmãos:
"A operosidade da [sua] fé" (1:3, 8): a fé deles era ativa - se dedicavam em divulgar a palavra do Senhor. Fé verdadeira levará o servo de Deus a ensinar o evangelho por palavra e por exemplo (veja Colossenses 3:16-17; Atos 4:12-20; 1 Pedro 4:11).
"A abnegação do [seu] amor" (1:3, 9): o amor deles para com Deus se manifestou visivelmente em suas vidas. Eles deixaram de servir ídolos, se converteram a Deus e serviram a Deus. O amor de Deus exige que deixemos a velha vida e mudemos para servir a ele de acordo com a sua vontade e não a nossa (veja Marcos 8:34).
"A firmeza da [sua] esperança" (1:3, 10): os tessalonicenses ficaram firmes mesmo no meio de tribulações porque sua esperança estava em Cristo, no céu, e não aqui na terra. Muitos perdem a esperança em tribulação porque esperam por dinheiro ou saúde ou coisas desta vida. Mas estes esperavam o galardão verdadeiro do céu - a salvação.

1 TESSALONICENSES 2:1-16 -  EVANGELISTAS EXEMPLARES
A pregação do puro evangelho do Senhor quase sempre encontra resistência, pois homens preferem fazer o que lhes agrada do que mudar e fazer a vontade de Deus (veja João 3:19-20; 2 Timóteo 4:1-4). Quando Paulo e Silas chegaram a Tessalônica, eles carregavam marcas desta resistência em seus próprios corpos, pois ainda estavam se recuperando dos açoites que receberam em Filipos por pregar o evangelho (2:1-2; veja Atos 16:19-23). Mesmo assim, eles e seus companheiros se empenhavam em pregar sem medo toda a verdade de Deus aos tessalonicenses.
Firmes em tribulação (2:1-6). É fácil imaginar que Paulo mudaria sua pregação para não sofrer mais. Porém, confiando no Senhor, Paulo e os outros pregaram firmemente o evangelho na sua integridade, a fim de produzirem fruto para Deus (2:1-2). Eles não estavam preocupados em fazer amigos, ganhar dinheiro, ou ter reconhecimento dos homens. Deus havia confiado a eles a palavra da salvação, e por isso podiam pregar somente aquilo que o agradasse e o glorificasse (2:3-6; veja 1 Pedro 4:11; 2 João 9).
Carinhosos com os irmaõs (2:7-12). Como prova do seu amor e seus motivos puros para com os tessalonicenses, Paulo e os outros deixaram de receber deles qualquer sustento pelo seu trabalho, mesmo que este trabalho era penoso, e mesmo que eram os escolhidos do Senhor (2:7-9). Em vez disso, olharam para os irmãos tessalonicenses como seus próprios filhos, com muito amor e carinho. Qual mãe pede um salário pelo trabalho de cuidar da sua família? O pai trabalha muito mais na disciplina da sua família do que para seu chefe, e nunca pensa em receber sustento por isso (2:10-12; veja Hebreus 12:5-11; 1 Timóteo 4:11-16; 2 Timóteo 4:1-5; Tito 2:15).
O resultado (2:13-16). Vendo que Paulo e os outros não mudaram a pregação para ela ser "conveniente", mesmo quando isto trouxe perseguição, os tessalonicenses entenderam que ela era verdadeiramente a palavra de Deus (2:13). Com a convicção de que estavam servindo a Deus de acordo com a verdade, os tessalonicenses ficaram firmes em tribulação, assim como fizeram as outras igrejas, os apóstolos, e o próprio Senhor Jesus (2:14-16).

1 TESSALONICENSES 2:17 - 3:13 – PREOCUPAÇÃO COM OS IRMÃOS
Saudades deles (2:17-20). Paulo e os que estavam com ele não foram embora de Tessalônica porque queriam. Antes, por causa da tribulação dos judeus invejosos, os irmãos os impeliram a saír de noite às pressas (Atos 17:5-10). Estando longe dos irmãos pelas circunstâncias, com grande amor Paulo e os outros faziam de tudo para poder estar com eles novamente, onde teriam motivo de alegria e glória perante Deus (2:17,19-20). Porém, Satanás os impediu, fazendo com que fosse necessário que pregassem o evangelho também para pessoas perdidas em outros lugares (2:18; veja 2 Timóteo 2:24-26; Atos 17:16; etc.).
Paulo envia Timóteo (3:1-5). Enquanto estavam separados, Paulo ficou preocupado com a saúde espiritual deles, posto que continuavam sendo perseguidos. Por isso, ele mandou Timóteo para servi-los "em benifício da [sua] fé". Como ministro do evangelho, o trabalho dele era de fortalecer os irmãos e encorajá-los a não se deixarem abalar por causa do sofrimento (3:1-3). A tribulação faz parte da vida cristã, e Timóteo precisava lembrá-los disso para que não desistissem na luta contra "o Tentador" (3:3-5; veja Filipenses 1:29-30; 2 Timóteo 3:12). Paulo lhes mandou Timóteo porque sabia que a pregação do evangelho é a única coisa capaz de dar ao homem o que é preciso para resistir a todos os ataques do diabo (veja João 8:31-36; Efésios 6:10-18).
Consolados pelas boas notícias (3:6-13). Quando ele voltou da Tessalônica, Timóteo trouxe melhores notícias do que haviam esperado. Visto que os irmãos continuavam firmes em Cristo, Paulo podia sentir alívio mesmo no meio de sua própria tribulação (3:6-8). Notemos que consolação e paz em Cristo não são o resultado de uma vida sem perseguições, e sim de uma vida cujo foco é o Senhor e o bem-estar dos servos dele (veja Filipenses 4:4-9; 1 Timóteo 2:1-4).
Sobremaneira alegres com estas notícias, Paulo e os outros reagiram com constantes ações de graças a Deus, pedindo ainda mais que Deus lhes concedessem maneira de estarem todos juntos novamente (3:9-11). Além das ações de graças, Paulo pediu que Deus ajudasse os tessalonicenses a continuarem crescendo em amor, a fim de que fossem inteiramente prontos para a vinda de Jesus (3:12-13).

1 TESSALONICENSES 4:1-12 - DEUS NOS CHAMOU PARA SANTIFICAÇÃO
Continuem progredindo (4:1-2). Ao ouvir o evangelho de Cristo e ao recebê-lo como a palavra de Deus e não como a dos homens (veja 1 Tessalonicenses 2:13), os tessalonicenses aprenderam a maneira pela qual deviam viver e agradar a Deus (4:1). O evangelho revela "a justiça de Deus", ou seja, tudo aquilo que Deus julga necessário que saibamos, a fim de vivermos vidas que lhe sejam agradáveis e que levem à vida eterna (veja Romanos 1:16-17; 2 Pedro 1:3-4). Estes irmãos foram "inteirados" nas instruções do Senhor Jesus (4:2; veja Mateus 28:18-20), e precisavam continuar "progredindo cada vez mais" (4:1). A vida cristã não é o resultado do mero conhecimento da vontade de Deus, e sim da prática desta vontade (veja Tiago 1:22-25).
Da santidade (4:3-8). O ensino do evangelho visa a vontade de Deus para nos santificar (4:3; veja 1 Pedro 2:4-5, 9-10). "Santificar" (e assim, "santo," "santidade," etc.) literalmente quer dizer "separar", e significa que Deus, pelo evangelho, separa do mundo para salvação as pessoas que lhe obedecem (veja Hebreus 5:9; 2 Tessalonicenses 2:13-14; 1 Pedro 1:14-16). Quem é santo se disciplinará na vontade de Deus em todos os aspectos da sua vida, mas aqui Paulo fala explicitamente de santidade nas relações sexuais. A ordem de Deus é que o cristão não participe de prostituição, ou seja, relações sexuais antes de casar ou com quem não é seu cônjuge (4:3).
Estas não são meras recomendações de Paulo baseadas na ética ou na moralidade, e sim são mandamentos de Deus, visando a disciplina e a santidade do corpo e da mente, pois até "o desejo de lascívia" não cabe a pessoas que conhecem a Deus (4:4-5). O cristão se afastará da sensualidade do mundo, sabendo que Deus vai julgar toda impureza, quer seja pública, quer seja em particular (4:6-8; veja Hebreus 4:12-13).
Do amor fraternal (4:9-12). Nunca é possível amar demais, e mesmo que os irmãos já fossem instruídos e estivessem fazendo bem na prática do amor fraternal, Paulo achou necessário exortá-los a progredir (4:9-10). Ele lhes deu exemplos de como aplicar o amor em suas vidas: vivendo sua própria vida de maneira que não perturbassem a outros (veja Romanos 12:17-18, 13:13-14), e trabalhando para suprir as suas necessidades e as de outras pessoas (veja Efésios 4:28), para que não viessem a ser um peso a ninguém (4:11-12).

1 TESSALONICENSES 4:13 - 5:11 - CONSOLAI-VOS COM ESTAS PALAVRAS
Acerca dos que "dormem" (4:13-18). A morte é um assunto que assusta quase todos. Mas a Bíblia afirma que Cristo veio para destruir "aquele que tem o poder da morte, a saber, o diabo" e livrar "todos que, pelo pavor da morte, estavam sujeitos à escravidão por toda a vida" (Hebreus 2:14-15). A palavra do Senhor foi revelada para que pessoas não fossem desconhecedoras dos planos de Deus (4:13; veja 1 Coríntios 12:1). Os irmãos tessalonicenses conheceram e aceitaram a palavra, e não faria sentido eles encararem a morte com o desespero daqueles que não conhecem a Deus (veja 4:5). Por isso, Paulo, assim como fazia Jesus, trata os mortos como "os que dormem" (4:13-15; veja Marcos 5:39; João 11:11-14). Essa descrição é bastante consoladora, pois realça que a morte é um estado temporário. Assim como quem dorme acordará, também quem está morto ressuscitará (veja João 5:24-29; 1 Coríntios 15:21-22). A morte e a ressurreição de Jesus são a garantia disso (4:14). Posto que no último dia todos serão ressuscitados, Paulo fala aqui apenas dos "mortos em Cristo", ou seja, daqueles que morrem obedientes a Jesus (4:16). O verdadeiro consolo é que a morte física dos fiéis não tira deles o galardão. De fato, quando Cristo voltar, eles ressuscitarão primeiro e estarão em sua companhia para buscar os fiéis que ainda vivem (4:14-18).
"Vigiemos e sejamos sóbrios" (5:1-11). Muitos perdem seu tempo "estudando" os "sinais dos tempos" para determinar exatamente quando o Senhor voltará. Estes trabalhos são geralmente espetaculares e assustadores para quem não conhece a Bíblia. Porém, a palavra de Deus deixa claro que o Senhor virá "como ladrão de noite", quando as pessoas menos esperam (5:1-3; veja Mateus 24:42-44). Assim como o ladrão não avisa quando vai chegar, é certo que também não haverá avisos sobre quando Cristo voltará.
Portanto, Paulo aconselha os irmãos a viverem sempre preparados como "filhos da luz e filhos do dia" (5:4-7; veja João 12:35-36). Quem obedece a palavra anda na luz, como Cristo andou (veja 1 João 1:5-7), sempre vigilante e sóbrio (5:6-8). A vida do cristão é uma vida de passos deliberados e não apenas uma vida à deriva. O cristão, pelo estudo honesto da palavra de Deus, vai se revestir de fé, amor e esperança, a fim de "alcançar a salvação mediante nosso Senhor Jesus Cristo" (5:8-9). Assim, quem anda na luz terá a esperança de estar com Jesus seja na vida, seja na morte (5:10-11).

1 TESSALONICENSES 5:12-28 - DIVERSAS EXORTAÇÕES FINAIS
Para que os tessalonicenses continuem a crescer, Paulo termina a carta com várias exortações práticas.
Valorizar os líderes (5:12-13). Deus determinou que a fé e o crescimento espiritual viriam pela pregação da palavra (veja Romanos 10:17; 2 Timóteo 2:15). Ele concedeu e capacitou homens para fazerem este trabalho (veja Efésios 4:11-16; 1 Timóteo 3:1-13; Tito 1:5-9). Assim, é uma grande bênção do Senhor quando homens fiéis e maduros nos admoestam e nos corrigem pela palavra da verdade. Em vez de ficar irritado com quem o admoesta, o cristão deve apreciar e amar os que se dedicam neste serviço de cuidado pelas almas de outros.
Ajudar pessoas que têm dificuldades (5:14-15). Nem todos os membros de uma congregação serão espiritualmente maduros, e alguns até precisarão de atenção imediata. Os insubmissos, por exemplo, deixam de andar de acordo com o ensino do evangelho e isto influencia a congregação toda. É necessário admoestá-los para que entendam o perigo do pecado e não contaminem os outros com sua rebeldia (veja 1 Coríntios 5:1-6). A luta contra o pecado é dura, e às vezes haverá quem se desanime. Devemos consolar estes com a lembrança da esperança eterna, para que não desistam de vez (veja 4:13-18; 5:11; Hebreus 12:1-13). E alguns, por serem novos na fé ou por não terem crescido como deviam, serão mais fracos e precisarão de bastante ajuda dos outros membros para que cresçam além das suas fraquezas. Pois, a igreja é um corpo, e não funcionará bem se seus membros não são fortes e saudáveis (veja 1 Coríntios 12:25-26).
Ao lidarmos com essas necessidades especiais, devemos ser pacientes, e nunca devemos "corrigir" alguém por motivo de vingança, mas somente por causa da preocupação com as suas almas (5:14-15; veja Tiago 5:19-20).
A vida constante (5:16-18). Não importa a situação, o cristão terá sempre motivo para regozijo, oração e ações de graças (veja Filipenses 4:4-13). Estas coisas são a reação natural na vida de quem tem a salvação em Cristo Jesus (veja Salmo 51:10-15).
Acerca das profecias (5:19-22). A palavra de Deus foi revelada pelos apóstolos e profetas no Espírito (veja Efésios 3:3-5). É a responsabilidade de cada pessoa aceitar o que vem de Deus e rejeitar o que é do mal. Há necessidade, então, de julgarmos tudo que aprendemos para que possamos fazer a vontade de Deus com discernimento (veja Hebreus 5:13-14). A única maneira que temos para julgar o que pessoas nos ensinam sobre Deus é de compará-lo com a palavra do Espírito que já nos foi confirmada na Bíblia (veja Hebreus 2:1-4; 1 João 4:1; 2 João 9-10).
Desejos finais (5:23-28). Ao terminar a carta, Paulo ressalta a fidelidade de Deus em santificar inteiramente os que lhe obedecem (5:23-24). Então, ele pede a oração dos irmãos (5:25), lhes manda uma saudação de amor santo (5:26), e pede que leiam a carta perante todos (5:27). A carta encerra com a graça de Deus, assim como começou (5:28; veja 1:1).



2 TESSALONICENSES 1:1-12 - CUMPRE-NOS DAR GRAÇAS A DEUS
Provavelmente apenas alguns meses depois de enviar sua primeira carta, Paulo, ainda junto com Silvano e Timóteo, escreve mais uma vez à igreja dos tessalonicenses (1:1-2).
Dando graças pelo crescimento deles (1:3-5). Na primeira carta Paulo e seus companheiros oraram pelo crescimento da fé e do amor dos tessalonicenses (1 Tessalonicenses 3:11-13). Portanto, ao começar a segunda carta, agradecem a Deus pela maneira que ele já estava respondendo a estas orações nas vidas dos irmãos (1:3). Mesmo em meio a muita perseguição e tribulação, a fé e o amor deles continuava crescendo de tal forma que Paulo podia usar estes irmãos como exemplos perante as outras igrejas que ele visitava (1:4; veja 1 Tessalonicenses 1:6-10; 2 Coríntios 8:1-5). Paulo disse que tanto as provações quanto a confiança destes irmãos eram provas de que Deus é justo e que os estava preparando para o seu reino (1:5). De fato, enquanto muitos evitam a todo custo o passar por tribulações, a Bíblia ensina que elas são úteis, e que fazem parte do crescimento espiritual (veja Tiago 1:2-4). Não que o cristão deva procurar ou provocar tribulação na sua vida ou na dos outros (veja Romanos 12:17-18), mas a própria vida de piedade traz perseguição para pessoas convertidas que ainda habitam um mundo dominado pelo mal (veja João 17:15-16; 2 Timóteo 3:10-13; 1 João 3:13).
Dando graças pelo reto juízo de Deus (1:6-10). Muitos se desesperam ao ver pessoas que não buscam a Deus se dando bem nesta vida enquanto as que o buscam em verdade sofrem (veja Salmo 73:2-13). Porém, Deus a tudo vê e a justiça dele é verdadeira (veja Hebreus 4:12-13). Paulo consola os irmãos com a lembrança de que a justiça de Deus trará alívio para eles e tribulações para aqueles que agora os perseguem "quando do céu se manifestar o Senhor Jesus com os anjos do seu poder", ou seja, no dia de julgamento (1:6-7). Neste dia Deus há de tomar "vingança contra os que não conhecem a Deus e contra os que não obedecem ao evangelho do nosso Senhor Jesus" (1:8). Ele é justo em assim fazer, porque todos foram criados para buscá-lo, e porque ele enviou seu Filho para os chamar por meio do evangelho (veja Atos 17:24-31; 2 Tessalonicenses 2:13-14). No julgamento Deus fará clara distinção entre os justos e os injustos, expulsando os rebeldes da sua presença eternamente e sendo glorificado na obediência e na fé dos santos (1:9-10).
Oração que glorifiquem e que sejam glorificados (1:11-12). Em vista da justiça eminente de Deus, Paulo e os outros continuam orando fervorosamente a favor dos irmãos, para que, ao passar por tudo, sejam cada vez mais preparados (1:11). Assim, quando Cristo vier para julgar, ele será mostrado justo - glorificado pela obediência destes irmãos que se mantiveram fiéis apesar das tribulações, e glorificando-os com o alívio eterno da graça da sua presença (1:12; veja 1:6,9).

2 TESSALONICENSES 2:1-12 - NÃO SEJAM FACILMENTE MOVIDOS
Depois de orar pela glorificação futura destes irmãos junto com Cristo (veja 1:11-12), Paulo corrige uns erros acerca da vinda de Jesus que estavam perturbando os irmãos.
Primeiras coisas primeiro (2:1-6). Alguns dos tessalonicenses ouviram um ensinamento errado de que talvez o Senhor já tivesse voltado (2:2; veja também 2 Timóteo 2:16-19). É claro que isto perturbaria estas pessoas esforçadas em fazer a vontade de Cristo. Poderiam imaginar que haviam sido esquecidas no julgamento, já que não estavam com Jesus conforme a promessa. Paulo os consola, lembrando-os que, de fato, haverá uma "reunião" dos irmãos com o Senhor. Explicou que os ensinamentos errados que ouviram não vieram por meio dos profetas e dos apóstolos de Jesus (2:1-2; veja Efésios 3:3-5).
Portanto, os irmãos não deveriam se abalar ou se deixar enganar. Em vez disso, deveriam lembrar-se de tudo que Paulo já havia lhes ensinado (2:3-4). Muitos continuam até hoje perturbados desnecessariamente acerca da volta do Senhor porque dão ouvidos a fábulas e histórias fantásticas quando deveriam estudar e praticar o que foi revelado pelos apóstolos. Paulo estava confiante que tudo que os irmãos precisavam saber ele já havia revelado (2:5-6).
A operação do erro (2:7-12). Paulo os lembra de que as forças do mal continuarão operando ocultamente no mundo ("o mistério da iniqüidade") até mesmo a volta do Senhor. Então tudo será exposto ("revelado") e o Senhor destruirá com facilidade os que praticam o erro (2:7-8; veja 1:6-10; Mateus 7:21-23).
Mesmo que o Senhor seja capaz de destruir com seu sopro as forças de Satanás, não devemos imaginar que sejam fracas e facilmente vencidas por nós. Paulo disse que o erro que opera no mundo é "segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais, e prodígios da mentira, e com todo engano de injustiça..." (2:9-10). A Bíblia ensina que Satanás é um mentiroso que se aproveita de qualquer astúcia para enganar os fiéis. Cientes disso, cristãos precisam de muito cuidado para não caírem no engano. De fato, Deus sempre deu ao seu povo avisos sobre falsos sinais e profecias (veja Deuteronômio 13:1-5; 2 Pedro 2:1; 1 João 4:1). Paulo mostra claramente que os que se perdem são aqueles que "não acolheram o amor da verdade para serem salvos" (2:10). Portanto, para não cair no engano do poder de Satanás é preciso muito mais de que apenas conhecer a verdade na palavra de Deus - é necessário amar a verdade, praticando-a completamente!

2 TESSALONICENSES 2:13-17 – DEUS VOS ESCOLHEU
Enquanto o mundo jaz na operação do erro por haver desprezado a palavra da verdade (veja 2:9-12), Paulo dá graças a Deus pelo que o Senhor fez com os tessalonicenses desde que estes aceitaram e obedeceram a palavra (veja 1 Tessalonicenses 1:8-10; 2:13).
Deus os escolheu (2:13-14). Paulo chama os irmãos de "amados pelo Senhor" (2:13). De fato, Deus ama a todos e deseja a salvação de cada um (veja João 3:16 e 1 Timóteo 2:3-4), mas Paulo se refere aqui ao amor especial que Deus tem pelos que se tornam verdadeiramente seus filhos pela obediência ao evangelho (veja João 1:12; 1 João 3:1). Estes amados foram escolhidos por Deus "desde o princípio para a salvação". O Senhor fez o plano para salvar os homens obedientes, como estes, mesmo antes de ele formar o mundo (veja Efésios 1:3-5).
A salvação que Deus planejou vem "pela santificação do Espírito e fé na verdade" (2:13). Deus é santo e exige que os que se aproximam dele também sejam santos (a palavra santo quer dizer "separado"; veja 1 Pedro 1:14-16). Quem ama a verdade não anda como o mundo, pois o mundo age pelo erro e pela mentira. Assim, Deus santifica quem pratica a verdade (veja João 17:17).
Portanto, é necessário conhecer a verdade para poder praticá-la. O Senhor revelou toda a verdade por meio do evangelho, e por ele chama todos à obediência (2:14; veja Romanos 1:16-17; 1 Pedro 1:22-25; etc.). Quem obedece ao evangelho será ressuscitado e glorificado com Jesus, para estar eternamente na presença de Deus (veja Romanos 6:3-9, 8:18-23; 2 Coríntios 4:16-18; etc.).
O dever dos escolhidos (2:15). Como temos visto, o mero conhecimento da verdade não é o suficiente para a salvação, pois Deus santifica quem pratica a verdade. Assim, Paulo enfatiza para os irmãos tessalonicenses a necessidade de continuar com toda firmeza nas "tradições que vos foram ensinadas" (2:15). Devemos entender que as tradições religiosas dos homens são fortemente condenadas por Jesus (veja Mateus 15:1-20). Aqui, porém, Paulo usa a palavra para descrever tudo que ele pessoalmente ensinava. Quando Paulo ensinava em cada lugar, e escrevia as cartas mais tarde, ele falava a verdade de Deus em Cristo Jesus (veja 1 Coríntios 2:1-2 e 12-13, 14:37). Como ele ensinava a mesma coisa em todas as igrejas (veja 1 Coríntios 7:17, 16:1; Gálatas 1:1-2; Colossenses 4:16; etc.) e os irmãos praticavam o que Paulo os ensinava, a verdade de Cristo se tornou a "tradição" na prática dos santos.
A oração pela firmeza dos escolhidos (2:16-17). Deus provou seu amor pelos santos lhes entregando, pela sua graça, a palavra que dá "eterna consolação e boa esperança" (2:16). Sendo que os irmãos têm se mostrado fiéis à palavra, Paulo ora para que Deus possa consolar os seus corações, mesmo em meio as tribulações, e os manter firmes na verdade em tudo o que fizerem e disserem (2:17; veja Colossenses 3:16-17).

2 TESSALONICENSES 3:1-18 - EXORTAÇÕES FINAIS
Havendo falado muito sobre o reto juízo de Deus contra os rebeldes (veja 1:6-10; 2:7-12), Paulo agora mostra como os irmãos podem ajudá-los antes que seja tarde demais.
Ajuda pela oração (3:1-5). Para escapar do juízo, é necessário conhecer a Deus e obedecer ao evangelho (veja 1:8). Consciente disso, Paulo pede que os tessalonicenses orem a favor de seu trabalho. Antes ele elogiou o exemplo deles em propagar a palavra (veja 1 Tessalonicenses 1:6-10). Agora pede as suas orações para que possa pregar com a mesma coragem e fé (3:1). Antes ele ensinou que Deus julgará os que perturbam os servos fiéis (veja 1:6). Agora pede orações para que os "homens perversos e maus", e que rejeitam a fé não impeçam que ele pregue livremente (3:2; veja Atos 17:1-5, 10-13).
Mesmo que alguns desprezem o evangelho, o Senhor se mantém fiel. Assim, os que aceitam e continuam na palavra serão espiritualmente confirmados e protegidos contra o diabo, a fim de conseguirem maior amor e firmeza no Senhor (3:3-5; veja Filipenses 4:4-9).
Ajuda pela correção (3:6-18). Enquanto alguns são rebeldes contra Deus por ainda não haverem ouvido e reconhecido a palavra da verdade, há outros que se rebelam mesmo depois de se converter ao Senhor. No caso destes, é preciso mais do que apenas oração. Paulo ensina que é necessário se separar de "todo irmão que ande desordenadamente" (3:6). A palavra "desordenadamente" é uma palavra militar que descreve um soldado que não segue as instruções do seu comandante, ou que marcha fora da ordem dos outros da sua companhia. As instruções que dão ordem são "a tradição que de nós recebestes", ou seja, a palavra do evangelho que Paulo pregou, junto com o próprio exemplo dele (3:6-9; veja 2:15).
Na sua primeira carta, Paulo falou da necessidade de "admoestar os insubmissos" (veja 1 Tessalonicenses 5:14), algo que ele mesmo fez enquanto estava junto deles (3:10). Na segunda carta o assunto em questão é de irmãos que, em vez de trabalhar para o seu sustento e para ajudar outros, "andam desordenadamente" e "se intrometem na vida alheia" (3:10-13; veja Efésios 4:28). Paulo diz que qualquer irmão que "não preste obediência à nossa palavra" deve ser "notado", que a associação com o grupo deve ser cortada, e que os irmãos devem adverti-lo (3:14-15). O ensino de Paulo de se apartar destes insubmissos talvez pareça radical, mas visa a correção e a salvação deles. Notando-os publicamente e afastando-os do grupo fará com que sintam vergonha dos seus pecados. Assim, com as advertências contínuas dos irmãos em amor, a esperança é que eles se arrependam e voltem a servir a Cristo (veja 1 Coríntios 5:1-5,9-11; 2 Coríntios 2:5-7).

Confiante que os tessalonicenses continuarão servindo a Deus de acordo com a palavra, Paulo deseja paz e a presença do Senhor com eles (3:16-18). Se nós desejarmos estas coisas, temos que aplicar plenamente o ensino do evangelho em nossas vidas.

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