O L I V R O
D E E C L E S I A S T E S
O livro
de Eclesiastes faz parte dos livros poéticos e sapienciais do
Antigo Testamento da Bíblia cristã e judaica, vem depois
do Livro dos Provérbios e antes de Cântico dos Cânticos. O Livro
tem seu nome emprestado da Septuaginta, e na Bíblia hebraica é
chamado Kohelet (קהלת). Embora tenha seu significado considerado como incerto, a
palavra tem sido traduzida para o português
como pregador ou preletor. Faz parte dos escritos atribuídos
tradicionalmente ao Rei Salomão, por narrar fatos que coincidiriam com
aqueles de sua vida.
Por outro
lado, Bíblia de Jerusalém sustenta que a atribuição
a Salomão não passa de mera ficção literária do autor, a linguagem do
livro, e sua doutrina, permitem concluir que foi escrito após o Exílio na
Babilônia.
Muitos
questionam a unicidade do autor, e defendido que foi escrito por duas, três,
quatro e até oito mãos distintas.
O principal
tema do livro é a vaidade das coisas humanas, dando a lição de desapego dos
bens terrestres, negando a felicidade dos ricos e preparando o povo para
entender que "bem-aventurados são os pobres" (Lc 6, 20).
Por sua vez, a Edição Pastoral da Bíblia sustenta que se trata de
um livro profundamente crítico, lúcido e realista sobre a condição do povo, por
volta do século III AC, quando a Palestina era então colônia da dinastia Macedônia
dos Ptolomeus, ao qual devia pagar pesados tributos, que eram arrecadados
pela família dos Tobíadas, que controlava o comércio, a economia e a política
interna.
O autor
escreveu durante esse tempo de exploração interna e externa, que não deixava
esperanças de futuro melhor para o povo. Num mundo sem horizontes, ele fez um
balanço sobre a condição humana, buscando apaixonadamente uma perspectiva de
realização.
Para ensinar
os caminhos para realizar a vida e a felicidade, o autor desmonta as ilusões
que um determinado sistema de sociedade apresenta como ideal (riqueza, poder,
ciência, prazeres, status social, trabalho para enriquecer etc.) e coloca uma pergunta
fundamental: «Que proveito tira o homem de todo o trabalho com que se afadiga
debaixo do sol? » (1,3).
Tudo é
Vaidade (Ec 1:2)
Em vez de
cair no desespero, o autor descobre duas grandes perspectivas: Primeiro,
descobre Deus como Senhor absoluto do mundo e da história, devolvendo a Deus a
realidade de ser Deus. Depois, descobre o Deus sempre presente, fazendo o dom
concreto da vida para o homem, a cada instante e continuamente. Isso leva o
homem a descobrir que a própria realização é viver intensamente o
momento presente, percebendo-o como lugar de relação com o Deus que dá a vida.
Intensamente vivido, o momento presente se torna experiência da eternidade,
saciando a sede que o homem tem da vida. Todavia, para que se possa de fato
viver o presente é preciso usufruir o fruto do próprio trabalho (2,10; 2,24; 3 ,13.22;
5,18-20; 9,9).
O
Eclesiastes ou Coélet denuncia, portanto, as consequências de uma estrutura
social injusta. O povo não tem presente, quando é impedido de usufruir do fruto do
próprio trabalho. Consequentemente, fica sem vida, que lhe foi roubada não por
esta ou aquela pessoa, mas por todo um sistema social dependente que, para
privilegiar uma minoria, acaba espoliando a nação inteira. E aqui, o autor
mostra que isso se trata, em primeiro lugar, de um pecado teológico: Deus dá a
vida para todos; se ela é roubada, o roubo é um desvio na própria fonte da vida.
O
Eclesiastes é convite para destruir e construir. Destruir uma falsa concepção a
respeito de Deus e da vida, muitas vezes justificada por concepções teológicas
profundamente arraigadas. Depois, construir uma nova concepção de vida, a vida
que é um dom gratuito de Deus para que todos a partilhem com justiça e
fraternidade. Só então todos poderão ter acesso à felicidade, que consiste em
usufruir a vida presente que, intensamente vivida, é a própria eternidade. Como
conclui o próprio pregador: "De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a
Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem.
Porque Deus há de trazer a juízo toda a obra, e até tudo o que está encoberto,
quer seja bom, quer seja mal". (Ecl 12:13-14).
O
L I V R O D E E C L E S I Á S T E S
Eclesiastes é o Livro do Sábio, um
homem que meditou profundamente sobre a vida humana, com suas injustiças e
decepções, e concluiu que tudo é ilusão. É o livro do homem sem Deus, que
descobre verdades consoladoras, que é “Temer a Deus e Obedecer aos seus
Mandamentos” Ecles.12.13, pois foi para isso que fomos criados, pois a Ele
iremos um dia prestar contas de tudo, seja para o bem ou para o mal.
O Livro de Eclesiastes foi escrito
em 970-700 AC ,
por Salomão, o qual também é chamado de “o Sábio ou o Pregador”. Salomão
escreveu este livro no final de sua vida, no seu espírito em declínio, quando
deixou por fim desiludido com os prazeres desta vida e o materialismo, como
caminho da felicidade.
Eclesiastes reflete a busca
da felicidade nesta vida à parte de Deus e sua Palavra. Salomão no seu vazio
experimentou de tudo: Edificou, Colecionou Obras de Artes, Jogos, Filosofia,
Ritualismo Religioso, mas nada adiantou, até que por fim em sua velhice
reconheceu que o homem sem Deus não é nada, tudo nesta vida sem Deus é ilusão.
Resumindo, o livro de Eclesiastes são reflexões da vida, de nossos
deveres e obrigações perante Deus.
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