O Cântico
dos Cânticos, também chamado de Cantares, Cântico
Superlativo (em hebraico: שִׁיר הַשִּׁירִים transl. Šîr HaŠîrîm; na Septuaginta
Grega: ᾎσμα ᾎσμάτων, transl. Āisma Āismatōn; na Vulgata Latina: Cantĭcum
Canticōrum) ou Cântico de Salomão é um livro do Antigo
Testamento. No judaísmo, é um dos cinco rolos da última seção
do tanakh, conhecida como Ketuvim ("Escritos").
É um
dos Livros Poéticos do Velho Testamento, posterior ao Eclesiastes e
anterior ao Livro da Sabedoria, na Bíblia católica e, na Bíblia
protestante, antes de Isaias. Representa, em hebraico, uma fórmula de
superlativo; significa o mais belo dos cânticos, Cântico por Excelência ou
o cântico maior.
De acordo
com o título em 1.1, o cântico dos cânticos foi escrito por Salomão, filho
do Rei Davi. Pode-se dizer que é "de Salomão", pois a expressão
hebraica "de Salomão" (1.1) pode ser traduzida "de" Salomão
(como o seu autor) ou "para" Salomão (como a pessoa à qual o livro é
dedicado). A opinião tradicional entre judeus é a de que Salomão foi o seu
autor (Cf. 1Rs.4.32); para os católicos este livro pertence ao agrupamento dos
Sapienciais, que condensam a sabedoria infundida por Deus no povo de Israel.
Como pertence ao grupo dos sapienciais recebe como autor a figura simbólica de
Salomão, o modelo da sabedoria em Israel. Tem sua escrita estimada por volta do
ano 400 a.C, e constitui-se de uma coletânea de hinos núpciais.
Segundo
a Edição Pastoral da Bíblia, o livro é uma coleção de cantos populares de amor,
usados talvez em festas de casamento, em que noivo e noiva eram chamados de rei
e rainha, que foram reunidos, formando uma espécie de drama poético, e
atribuídos ao rei Salomão, reconhecido em Israel como patrono da literatura sapiencial. A forma final do livro,
remonta ao século V ou IV AC.
A Tradução
Ecumênica da Bíblia sustenta que seu autor certamente não é Salomão. Cânticos dos Cânticos é um livro curto, com
apenas oito capítulos. Apesar de sua brevidade, apresenta uma estrutura
complexa que, por vezes, pode confundir o leitor. Diferentes personagens têm
voz, ou falam, nesse poema lírico. Em muitas traduções da Bíblia, esses
emissores alternam sua fala de modo inesperado, sem indicação ao leitor,
dificultando, assim, sua leitura. Algumas versões, como a Almeida Revista
e Atualizada e a Bíblia de Jerusalém, eliminam o problema com a
indicação de quem está falando.
Os três
participantes principais do poema são: O NOIVO, o Rei (1,4.12),(7) Salomão,
isto é, "o Pacífico" (3,7.9); (2); A NOIVA, mulher mencionada como
"Sulamita" (6.13), a Pacificada, aquela que encontrou a paz (8,10); e
as "FILHAS DE JERUSALÉM " (2.7). Tais mulheres devem ter sido
escravas da realeza que serviam como criadas da noiva do rei Salomão. No poema,
servem como coro para ecoar os sentimentos da Sulamita, enfatizando seu
amor e afeição pelo noivo.
Além dos
personagens principais, são mencionados os irmãos da Sulamita (8.8-9), que
devem ter sido seus meio-irmãos. O poema indica que ela trabalhava, por ordem
dos irmãos, como "guarda de vinhas " (1.6).
Essa canção
de amor divide-se praticamente em duas seções principais com mais ou menos o
mesmo tamanho. O início do amor (cap. 1-4) e seu amadurecimento (cap. 5-8).
Por ser um
poema escrito em uma linguagem considerada sensual, sua validade como texto
bíblico já foi questionada ao longo dos tempos. O poema fala do amor entre o
noivo e sua noiva. O nome de Deus só aparece nele de forma abreviada, em 8,6,
"uma chama de Iah(weh)".
A
interpretação alegórica, segundo a qual o amor de Deus por Israel e o do povo
por seu Deus são representados como as relações entre dois esposos, tornou-se
comum entre os judeus a partir do séc. II DC, tal interpretação tem paralelo no
tema da alegria nupcial que os profetas desenvolveram a partir de Oséias.
Orígenes seguia
essa mesma linha, mas via as núpcias de Cristo com a Igreja, ou
a união mística da alma com Deus, São João da Cruz teria
o mesmo entendimento.
O poeta parece retomar a linguagem profética
da aliança, como na expressão "procurar, encontrar" (3:1-2), além
disso, a obra teria contatos com o Salmo 45.
Outros
exegetas entendem que o livro celebra o amor mútuo e fiel, que sela o matrimônio abençoado
por Deus.
Apesar de
mostrar alguns vislumbres da corte de Jerusalém, o cenário campestre dá o tom
do enredo. O autor faz alusões a jardins, árvores, flores, montanhas
arborizadas, animais selvagens, vinhas e fontes. Os locais variam de En-Gedi e
Jerusalém: “Como um cacho de Chipre nas vinhas de En-Gedi, é para mim o meu amado.
” (1:14); “Formosa és, amiga minha, como Tirza, aprazível como Jerusalém,
formidável como um exército com bandeiras. ” (6:4), no Sul, até os montes
Hermom: “Vem comigo do Líbano, minha esposa, vem comigo do Líbano; olha desde o
cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde as moradas dos leões,
desde os montes dos leopardos. ” (4:8) e Líbano: “O rei Salomão fez para si um palanque
de madeira do Líbano. ” (3:9); “Vem comigo do Líbano, minha esposa, vem comigo
do Líbano; olha desde o cume de Amana, desde o cume de Senir e de Hermom, desde
as moradas dos leões, desde os montes dos leopardos. Favos de mel manam dos
teus lábios, minha esposa! Mel e leite estão debaixo da tua língua, e o cheiro
das tuas vestes é como o cheiro do Líbano. És a fonte dos jardins, poço das
águas vivas, que correm do Líbano! ” (4:8,11,15), no Norte.
Cantares é uma Coleção de Poemas
de Amor, em forma de canções para festas de casamentos, Jr.33.11. Em alguns Livros é
chamado de O Cântico dos Cânticos ou Cântico de Salomão. Estas canções de amor
tem sido muitas vezes interpretadas pelos judeus como um retrato de Deus como
esposo do seu Povo, Oseias 2.16-20, e pelos cristãos, o relacionamento de
Cristo com a sua Igreja, Apoc.21.2-9. Este Livro trata da pureza e santidade do
casamento que foi instituído por Deus.
O verdadeiro Amor permanece
fiel, apesar de todas as dificuldades e tentações. Cantares é um poema
religioso que simboliza o amor mútuo de Deus para conosco.
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