domingo, 21 de junho de 2015

I SAMUEL

O    L I V R O      I   S A M U E L





A história real começa com o Livro de Samuel, e com Samuel termina o longo período de governo dos Juízes. Quando ele subiu ao poder, o povo encontrava-se em estado lastimável. Haviam praticamente rejeitado a Deus e passaram a clamar por um rei terreno (I Sam. 8.4-7). Este livro começa o período de quinhentos anos de reis em Israel, aproximadamente (1095-586 A.C).   Samuel é o último dos Juízes (I Sam.1.1 – 7.17), e a ele coube o papel de ungir o primeiro Rei de Israel (I Sam.7.15-17, 10.1).  A sua biografia está no chamado 1º Livro de Samuel e há nesse livro, paralelamente a biografia de Saul, e parcialmente, a biografia de Davi, que prossegue no 2º Livro de Samuel.

Distribuição dos Capítulos:
 1-3 – Até o chamado de Saul, 4-8 – Até o pedido de um rei, 9-12 – Até Samuel resignar o cargo, 13-15 – Até a separação entre Samuel e Saul, 16-20 – Da unção de Davi até seu pacto com Jônatas, 21-27 – Peregrinações de Davi, 28-31 – Decadência final de Saul. I Crônicas 1-10 – Genealogia até sua época.
SAMUEL – “pedido a Deus, ou ouvir de Deus! ”, este é o significado do seu nome. Filho de Elcana e de Ana. Antes de seu nascimento foi Samuel consagrado ao Senhor como nazireu, promessa cumprida em (Sam. 1.24 a 28). “O menino serviu ao Senhor perante o sacerdote Eli” (Sam. 2.11-19), usava a estola sacerdotal de linho branco, e todos os anos sua mãe o visitava trazendo-lhe uma pequena túnica.  Finéias e Hofni filhos de Eli se comportavam mal, sendo censurados pelo idoso pai, então veio a Palavra do Senhor a Samuel anunciando que ia ser afligida a casa de Eli (I Sam. 3.11-14).  Passados anos, já encontramos Samuel exercendo o alto cargo  de juiz e Governador. A Arca tinha voltado da terra dos Filisteus, e os Israelitas, exortados por Samuel, puseram fora do seu culto a Balaim e Astarote, servindo somente ao Senhor. E para comemorar essa vitória Samuel levanta um monumento a Ebenézer, que ficava em Ramá, porém na qualidade de Juiz julgava a Israel em “Betel, Gilgal, e Mispa” (I Sam. 7). Depois de um longo intervalo reaparece Samuel já ancião, nomeando os seus dois filhos, Joel e Abias, administradores da justiça em seu lugar, (I Sam. 8.11).  Dirigido por Deus ungiu a Saul Rei de Israel e intimou o povo a comparecer em Mispa para escolher o seu dominador, avisando  os Israelitas a respeito de seus deveres para com o Senhor, e prometeu sua intercessão a favor deles (I Sam.12). Quando Saul pecou foi Samuel quem lhe fez conhecer a censura divina e depois de rejeitado ungiu a Davi seu  sucessor (I Sam.13.11-15, 16.1-13, I Cron. 11.3).  Parece que Samuel ficou sempre em exercício de seu cargo de Juiz, apesar da nomeação de um rei.  Sua posição entre os Israelitas, é manifestada mais tarde nas referencia à sua personalidade e obra. Morreu lamentado por todo Israel, sendo sepultado em Ramá (I Sam.25.1, 28.3). 





O livro começa com a narrativa de Ana, mãe de Samuel, orando para ter um filho a quem Deus usasse. Samuel, o último dos Juízes foi a resposta de Deus à oração de Ana.  Eli, o sacerdote, julgou-a bêbada, e mal sabia que ali estava um coração aflito que mostrou sua alma angustiada a Deus. Ana recebeu a bênção do filho e dedicou-o ao serviço de Deus, pelo qual mais tarde se tornou um grande Juiz, Sacerdote e Profeta de Deus.
Isto foi uma provisão de Deus, pois o povo estava tão perdido, que até mesmo os sacerdotes descuidaram das coisas divinas, deixando o cuidado da família e deixando de ser piedosos para com o povo. Foi nos temerosos e agitados dias de Israel que ouvimos a oração de fé dos lábios de Ana, a mulher simples que tinha confiança em Deus e ao nascer Samuel, o trouxe ao tabernáculo em Silo e ali, Samuel foi protegido e cresceu um menino dedicado e temente a Deus. (I Sam.1.24-28; 2.12-26; 3.1-21).




Nesta ocasião EIí, era Juiz e Sacerdote: governara quarenta anos. Foi, porém, indulgente e como resultado disso, os dois filhos Hofni e Finéias, também sacerdotes, procederam de maneira desonrosa, trazendo com isso a corrupção moral e Deus advertiu a Elí sobre a queda de sua casa e finalmente a catástrofe sobreveio, pelo desastre registrado em (I Sam.4). Os Filisteus haviam enfrentado Israel e tinham levado a Arca, a qual era o símbolo da presença de Deus e mortos foram os filhos de Elí, e este agora ancião aos 98 anos que ao saber da notícia, também morreu.  A tomada da Arca caracterizava o desamparo de Deus e o castigo pela iniquidade. (I Sam. 5.1-2).
A Arca fora levada pelos Filisteus sendo Samuel ainda criança, e desde então a cidade de Silo deixou de ter grande importância. (I Sam. 4.3,11). Sob o domínio dos Filisteus, Israel não tinha mais um lugar definido de adoração. Samuel tornou-se adulto e assumiu a direção daquilo para o que nascera e exorta o povo ao arrependimento, e este lhe pede um rei. As tribos independentes iriam agora constitui-se em uma nação e para poder sobreviver entre outras nações fortes, Israel precisava tornar-se também forte. O próprio Samuel fica decepcionado, pois o povo estava rejeitando que Deus governasse sobre eles. Samuel estava despertando o povo para as grandes realidades espirituais, mas pediram um rei porque os outros povos também o tinham. Israel queria ser como as demais nações, ter um rei e a sua visão era superficial, viam numa monarquia uma estabilidade com direitos hereditários, mas ao pedirem um rei rejeitavam a Deus, e Deus não queria que seu povo ficasse independente Dele. Nunca foi a intenção de Deus que Israel tivesse outro rei, e por causa de sua apostasia Israel tomou este rumo, de ser igual às outras nações.




Inicia-se no Cap. 9 a biografia de Saul, que era alto, cuja cabeça estava acima dos ombros de outras pessoas. Um homem fisicamente notável. Saíra da casa do pai em busca de jumentas perdidas, e depois de ter procurado mais de um dia retorna para casa, pois o pai agora, em vez de estar preocupado com as jumentas, estaria preocupado com o próprio filho. O encontro entre Samuel e Saul assinala a unção deste, e Saul embora ungido, não tinha o reconhecimento do povo, e só passou a ser reconhecido pelo povo depois de defender Israel do ataque dos Amonitas,  e passou a ser aclamado por seu considerável reconhecimento de que era líder militar, realizando uma importante tarefa de libertação (I Sam. 11.15).
Saul, o primeiro rei, foi um fracasso. Era formoso de aspecto, alto e de porte nobre. Começou de maneira esplêndida. Revelou-se hábil chefe militar. Derrotou os inimigos Filisteus, os Amalequitas, os Amonitas.  A princípio mostrou um espírito de humildade, mas vemo-lo depois orgulhoso e desobediente a Deus. Nenhum homem teve maiores oportunidades que ele e nenhum homem se revelou maior fracassado.  Ele teve dons e privilégios admiráveis, mas seu orgulho e desobediência a Deus o levou ao fracasso total.  Enquanto Saul era obediente, Deus estava com ele, mas a partir do Cap. 15,  Saul se mostra um homem arrogante e desobediente, fazendo com que o castigo venha sobre seu trono.

As funções de um Sacerdote, de um Profeta e de um Rei, era capital e de modo que o Rei não podia exercer as funções sacerdotais e nem um sacerdote exercer as funções de um rei, no entanto Saul foi desobediente a tal ponto, violando os princípios divinos, como fazer sacrifícios por conta própria. “Violentei-me e ofereci holocausto”, com as desculpas de que Samuel estava demorando. Foi precipitado, fato este ocorrido durante a guerra contra os amalequitas. Saul se torna desobediente ao ponto de separar-se de Samuel, violando as barreiras, exercendo a função de sacerdote e foi severamente repreendido por este feito.  Saul se revela um homem fútil e ao invés de obedecer a Deus, obedece aos interesses do povo. “Tem porventura o senhor prazer em holocaustos e sacrifícios, ou em que obedeça a Sua Palavra”. Saul tinha realizado sacrifícios que não era de sua competência oferecer. Saul tinha que praticar a obediência real, e isto era importante para Deus, e ele não soube dar importância ao seu reino e isto fez com que sua carreira se tornasse cada vez mais desastrosa, ao ponto de Samuel rasgar suas vestes, profetizando que Deus rasgaria seu reino. (I Sam. 15.27-28).

Nos capítulos 16 aos 30 deste Livro é descritas duas biografias distintas: A de Saul que narra um declínio espiritual e a de Davi que mostra totalmente o contrário.  Com o surgimento de Davi as referências a Saul vão diminuindo, e Deus começa a preparar Davi para assumir o seu lugar no trono.  Davi era filho de Jessé, bisneto de Rute e Boaz, nasceu em Belém.  Era o caçula de oito irmãos e aos dezoito anos Deus mandou Samuel ungi-lo como sucessor de Saul, e quando Samuel vai a casa deste, rejeita a todos os filhos mais velhos pois Davi estava apascentando as ovelhas de seu pai, com seus feitos de bravura e coragem ao defende-las de animais selvagens. Todos os outros seus irmãos eram de bela aparência, mas para Deus o que interessa é o nosso interior, o nosso coração.  É ungido rei o menor, “ruivo e de gentil aspecto”. Davi foi ungido rei ainda menino, ainda não preparado para o trono de Israel. 
Davi, “a menina dos olhos de Deus”, foi um dos maiores vultos de todos os tempos, e sua contribuição foi grande para a história de Israel, tanto espiritual como nacional.




Neste Livro o vemos como pastor, músico, escudeiro, capitão, genro do rei, autor de Salmos e fugitivo.  Por três vezes foi ungido Rei e foi o fundador da linhagem real, da qual surgiria o Rei dos reis. Como harpista, a fama de Davi chegara ao Rei Saul e sua melancolia fez com que o rei o chamasse para tocar no palácio afim de espantar suas tristezas e amarguras.
Segue-se o incidente na luta com Golias, e Davi o enfrenta destemido, empresta a armadura de Saul, mas logo em seguida a tira por causa do seu peso e prefere enfrentar Golias apenas com sua funda, arma que sempre usara nas ocasiões onde pastoreava as ovelhas de seu pai. E através dessa arma obteve uma vitória estrondosa matando o gigante Golias diante de todo Israel causando grande fama em toda a terra. As mulheres começaram a cantar que Saul tinha matado milhares, mas Davi dezena de milhares. E então se desencadeou na alma de Saul tremendo ciúme. Seu coração começou a alimentar inveja de Davi e de seus feitos, o qual se tornou seu grande inimigo desejando sua morte para não perder seu trono.




Uma das mais encantadoras histórias de verdadeira amizade vamos encontrar na que existia entre Davi e Jônatas, o filho do Rei Saul, que mais tarde o ajuda contra as perseguições de seu pai contra Davi. Ao ser promovido a um alto posto no comando do exército, o grande triunfo de Davi despertou ciúme em Saul, que determinou mata-lo e por cinco vezes tentou tirar sua vida, mas Deus, porém o livrou. (I Sam. 19.10, 15,20).
Saul deu sua filha Mical a Davi, em troca de que lutasse por ele. Pensando em talvez morresse pelos inimigos nas guerras. Saul perseguiu a Davi, por causa de sua amizade com Jônatas, e teve que viver como fugitivo para não morrer. (I Sam. 20.1-2). Apesar de várias vezes Davi ter a chance de tirar a vida de Saul, não o fez, pois temia a Deus, pois Saul ainda era o Rei, o protegido de Deus e sabia que a seu tempo herdaria o trono de Israel. (I Sam. 24.4-6).

Após a morte do Profeta Samuel, Saul caiu no abandono, se desespera e sai à procura de uma feiticeira, consultando-a, pois, queria falar com o “espírito” de Samuel, fato este que é castigado por Deus decretando sua morte por sua própria espada. Saul morreu no campo de batalha por suas próprias mãos. As vantagens e oportunidades na mocidade jamais asseguram bom êxito na idade madura. O indivíduo tem que ser fiel a Deus.  A ruína de Saul não foi tanta questão de desobediência (I Sam 15). Caiu vítima do ciúme e do orgulho.




O primeiro Livro de Samuel termina com a morte de Saul e em I Crônicas, capítulos 1 ao 10 temos uma série de genealogias. Genealogia de Adão até Noé, Genealogia de Noé e seus descendentes, genealogia dos descendentes de Davi, genealogia dos descendentes de Judá.... Uma coletânea de genealogias! As genealogias vão exatamente até Saul e o capítulo 10 faz uma referência à morte de Saul.  Daí em diante vai nos trazer também uma biografia de Davi, onde anualizaremos melhor no Livro de 2º Samuel e no 1º Livro de Crônicas onde estão narrados a vida de Davi como o Rei Ungido de Israel, segundo o coração de Deus.

sábado, 6 de junho de 2015

R U T E

O    L I V R O    D E    R U T E



A LUTA DOS POBRES PELOS SEUS DIREITOS – Sob forma de uma história familiar, o Livro de Rute apresenta um roteiro para a luta do povo pobre em busca de seus direitos. Foi escrito em Judá, depois do exílio da Babilônia, pela metade do Sec. V a.C.
O período do exílio foi muito difícil. Era preciso recomeçar tudo. As antigas tradições tinham sido esquecidas, e se tornava necessário fazer sérias reformas, que atingissem os fundamentos econômicos, políticos e sociais, para que um povo de Deus não perdesse sua identidade.
O Livro cita princípios de orientação para reorganizar a comunidade, que sofreu grandes abalos, E isso acontece a partir da situação do povo pobre, apontando-se o caminho para a luta em vista do pão, da terra e da família. Por outro lado, o Livro salienta: Deus não quer leis que, em nome da ordem, acabam obrigando as pessoas a sacrificar seus direitos básicos. É também uma grave advertência para aqueles que fazem as leis e para quem obedeça à letra e não ao espírito das leis. Elas devem, acima de tudo, ser meios eficazes para que os pobres tenham como defender seus direitos. Quando não servem para proteger o povo pobre, devem ser modificadas, atualizadas ou abolidas. A protagonista desse Livro é uma estrangeira, e isso mostra que a salvação não tem fronteiras: o Amor de Deus não é nacionalista, nem exclusivista. Ele quer liberdade e vida para todos.
A história de Rute se passou nos tempos em que os Juízes julgavam a nação de Israel. Rute 1.1, no tempo da decadência, época em que o povo teve que se humilhar, devido a intromissão dos povos estranhos. Época em que Deus castigou Israel com grande fome que se espalhou sobre a terra.
Rute era Moabita que foi casada com Quilom, um dos filhos de Elimeleque, que era natural de Belém da Judéia. Elimeleque era marido de Noemi e esta foi sogra de Rute. Após a morte de Elimeleque e seus filhos durante a invasão dos midianitas contra Israel, Jz.6.1, Rute ficou viúva e por causa da fome em Moabe, partiu de volta para Belém em companhia de sua sogra Noemi. 



Rute foi ao campo respigar e conheceu Boaz, um lavrador natural de Belém e descendente de Jacó, homem abastado, reto, que mais tarde se casou com Rute.
Apesar de Rute ser de origem gentílica, a união com Boaz, um dos antepassados dos reis judaicos, a torna uma das avós de Jesus Cristo, devido a sua linhagem genealógica. Desta união nasce Obede, que foi avô de Davi, o grande Rei de Israel.
A história de Rute é narrada, não tanto pelo romance em si, mas para mostrar como esta mulher passou a fazer parte do Povo de Deus. Sua história é uma conversão, “O teu povo será meu povo, o teu Deus será o meu Deus.” Rt. 1.16.
No auge da desgraça e desilusão da terra para onde se migrou, o povo decide voltar para a terra natal e aí lutar pela sobrevivência. A atitude de Rute é o comportamento de todos aqueles que estão dispostos a deixar suas seguranças para se comprometer com o povo pobre, que nada mais tem, a não ser a esperança que nasce da fé.




Rute enquanto não conhecera a Noemi, não havia ainda conhecida a religião de Israel, e no fim do Livro, verificamos que ao final desse maravilhoso Livro Rute se torna uma ascendente do futuro Messias, e por esta razão Rute entra na própria genealogia de Jesus Cristo. Rute 4.7, Mat. 1.5.
O que de mais significativo no livro é exatamente o fato da sua conversão, e o de participar da linhagem dos ascendentes de Jesus Cristo. Desse modo a história de Rute deixa bem claro que através da solidariedade na resistência e na luta, que os pobres constroem a história e o mundo novo.
Este Livro nos mostra que o Deus do Êxodo se alia aos pobres e oprimidos, para lhes dar LIBERDADE E VIDA.


segunda-feira, 1 de junho de 2015

J U Í Z E S

O    L I V R O    J U Í Z E S



O Livro de Juízes relata fatos situados entre 1200 e 1020 a.C, descrevendo a continuação da conquista da Terra e a vida das Tribos até o início da Monarquia. Trata-se de um tempo de “democracia tribal” (Jz. 17.6, 21, 25) e cheio de dificuldades. As Tribos são governadas por chefes que tem um cargo vitalício (Juízes Menores); nos momentos de dificuldades surgem chefes carismáticos (Juízes Maiores), que unem a lideram as Tribos na luta contra os inimigos.
Infelizmente o Povo de Israel não pisou com a “planta dos seus pés”, em toda porção da Terra Prometida por Deus. De maneira que ficaram ainda por ser dominados por alguns povos que vieram e se constituírem inimigos de Israel.
Deus prometera que o Povo de Israel poderia dominar desde o Egito até o Eufrates, mas isto não aconteceu. Não há notícia de ter Israel dominado do Egito ao Eufrates. Deus fizera a promessa, mas estabelecera a condição, “Todo o lugar que pisar a planta do vosso pé”. A medida que o povo recusou a avançar, então perdeu a chance de conquistar.

Mas ao mesmo tempo que Deus responsabiliza o Povo de Israel por suas deficiências, por outro lado, Ele usa a própria deficiência do povo para um plano Seu, Deus usa a deficiência do povo para provar a Israel. Jz. 3.1-2. Algumas nações ficaram e provaram a Israel por meio das influencias religiosas, nos cultos aos deuses estranhos, na idolatria, na contaminação com o pecado, etc.... Muitas vezes nações inimigas conseguiram dominar Israel, não somente nas tentações religiosas, mas também através dos inimigos políticos, onde levou os israelitas a uma série de escravidão, fomes e desgraças. Neste livro é narrado muitos sofrimentos do Povo de Israel por parte dos povos vizinhos e ao mesmo tempo uma série de reações contra estes inimigos, graças à liderança dos Juízes que foram constituídos.



O Livro de Juízes descreve tal época como contínua opressão e reação, narra uma época em que outros povos dominaram a Israel e com a intervenção dos Juízes a reação se fez. O Povo de Israel clamava a Deus por um Salvador.  O primeiro Juiz de Israel foi Otoniel, um valente irmão caçula de Calebe, Jz. 3.9, que derrotou vários reis e Israel viveu em paz durante 40 anos.
Após este período os israelitas voltaram a fazer o que era mau aos olhos do senhor, e Deus os entregou na mão de Eglon, rei de Moab, o qual se aliou aos Amonitas e Amalequitas que marcharam contra Israel derrotando-os ficando escravos durante 18 anos. Israel voltou a clamar ao senhor e Deus enviou Eude, Benjaminita, homem canhoto que venceu Eglon matando-o a traição.
 Após o período de Eude, a Bíblia relata Debora, uma profetiza que era procurada por suas sábias respostas que continha uma força moral excepcional, e que encantava aos poderosos daquele tempo. Jz. 4.6-9. Israel voltara a fazer o que era mal aos olhos do Senhor e Deus os entregou a Jabin, rei de Canaã
 Depois temos a história de Gideão, que com apenas 300 homens destruiu os Midianitas, depois que os Israelitas estiveram por 7 anos seu domínio, Jz. 7.16.
Depois de um tempo os Amonitas declararam guerra a Israel e o povo pede ajuda a Jefte. Então Jefte pede ao Senhor que o faça vencedor e em troca sacrificaria a Ele a primeira pessoa que encontrasse ao receber na porta de sua casa. Há uma informação de que ele fez um voto precipitado, e depois de ter ganho a batalha sacrificou sua própria filha. Jz. 11.34-35. Trata-se de uma decadência espiritual, época em que o Povo de Israel se deixou influenciar por cultos pagãos. Depois disso outros Juízes surgiram em Israel, mas suas histórias não foram narradas na bíblia. Costuma-se distinguir os juízes entre maiores e menores, de acordo com o tamanho da notícia que se tem deles e seguindo esse critério, os Juízes maiores são: Otoniel, Eude, Débora e Barac, Gideão, Jefté e Sansão. Os menores são: Samgar, Tola, Jair, Abesã, Elon, Abdon. È difícil destinguir a função própria de cada um. Como Juízes a função desses Juízes maiores era defender o sistema tribal em situações de emergência e os Juízes menores , ao que parece, eram chefes regulares de tribos, e sua função era principalmente administrar a justiça.
Já a biografia de Sansão é muito conhecida. Sansão foi traído, foi preso, e feito escravo e no final de seus dias se arrepende de ter usado erradamente o poder de Deus. Sansão se reconcilia com Deus e pede a morte, levando consigo a maioria dos Filisteus a morrerem juntos. Jz.16.28-27.

A parte final do Livro de Juízes é um apêndice sobre a decadência de Israel, onde por não haver um líder, cada qual fazia o que bem aos seus olhos. Jz. 19.1, 20.27, 21.24-25.  O povo estava sem a devida orientação. A Arca do Conserto ficara à margem e os próprios levitas encarregados de cuidarem do templo estavam sendo influenciados por maus costumes.
Foi necessária uma reação, e o grande vulto que vai aparecer é o último dos Juízes, Samuel. E Samuel vem a concorrer, para a libertação de Israel, num sentido mais nobre. A LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL



A chave desse Livro é apresentada em Jz. 2.6, 3.6, e reaparece várias vezes no texto e é preciso levar à frente a memória ativa ou consciência histórica, adquirida através da resistência e da luta. A geração que luta mante viva essa consciência. A nova geração quebra essa memória e ameaça voltar atrás. O resultado é um conflito na história, entre a fidelidade a Deus e seu projeto, e o culto aos ídolos, que corrompe a sociedade.
Jz. 2.11-16 apresenta a dinâmica que marca o destino histórico de um povo:
PECADO – Alienação da consciência histórica: O povo abandona Deus, o Senhor que produz liberdade e vida, para servir aos ídolos que corrompem, produzindo um sistema social injusto.
CASTIGO – Perda da liberdade e da vida: Servindo aos ídolos da escravidão e da morte, o povo alienado perde a liberdade e a vida que tinham sido duramente conquistadas.
CONVERSÃO – Volta à consciência histórica: No extremo limite do sofrimento, o povo volta à consciência histórica e clama a Deus.
GRAÇA – Libertação: Deus responde ao clamor, fazendo surgir lideres (Juizes) que organizam o povo e o ajudam a reconquistar a liberdade e a vida.