O FIM DE TUDO 3
APOCALIPSE 20
PRISÃO
DE SATANÁS E O MILÊNIO - Apocalipse 20:1-6
Satanás é
amarrado por mil anos. Os fiéis reinam com Cristo
Há basicamente duas interpretações amplas relacionas a este
capítulo principalmente em relação ao “Reino de Mil Anos, ou Milênio”. A visão Premilenista
sustenta que após a vitória do Cap.19, Cristo estabelecerá o Reino precoce e
reinará com os santos ressuscitados com paz e justiça por Mil Anos ao que pode
ser um período literal ou simbólico.
A visão Amilenista também chamada de Milenar Atual sustenta
que os Mil Anos, simbolizam o período dos dois adventos de Cristo sendo
realizado completo ou progressivamente, um Reino “espiritual” na terra ou no
céu.
Qualquer que seja a interpretação sobre o Milênio, a verdade
central da derrota de Satanás em estágios continua a mesma. O objetivo da
“prisão de Satanás” é para que não mais engane as nações.
Outras interpretações sustentam que o escritor do Apocalipse
prediz não apenas o banimento de Satanás, mas a condição de caos e desolação a
que a Terra deve ser reduzida. Tal interpretação declara que esta condição
existirá durante mil anos. Depois de apresentar as cenas da segunda vinda do
Senhor e da destruição dos ímpios. A expressão “abismo” representa a Terra em
estado de confusão e trevas que é evidente em outras passagens. Aqui deverá ser
a morada de Satanás com seus anjos maus durante mil anos. Restrito a Terra, não
terá acesso a outros mundos para tentar e molestar os que jamais caíram. É
nesse sentido que ele está amarrado: não restou ninguém sobre quem ele possa
exercer seu poder. Está inteiramente separado da obra de engano e ruína que,
durante tantos séculos, em que foi seu único prazer.
Durante seis mil anos, a obra de rebelião de Satanás tem
feito “estremecer a Terra” (Is 14:16). Ele tornou “o mundo como um deserto” e
destruiu “suas cidades”. “A seus cativos não deixava ir soltos” (v. 17).
Durante seis mil anos, seu cárcere (o sepulcro) recebeu o povo de Deus, e ele
queria conservá-los cativos para sempre. Entretanto, Cristo quebrou os seus
laços, pondo em liberdade os prisioneiros.
Durante mil anos, Satanás vagueará de um lugar para outro na
Terra desolada, para contemplar os resultados de sua rebelião contra a lei de
Deus. Durante esse tempo, seus sofrimentos serão intensos. Agora, porém, ele
está despojado de seu poder e entregue a si mesmo não apenas para contemplar a
parte que desempenhou desde que se rebelou contra o governo do Céu, mas para
aguardar, com temor e tremor, o futuro terrível... A sua derrota final.
O
REINO MILENAR
O reino milenar de Cristo é literal ou simbólico?
Acontecerá no céu, ou será na terra? Os crentes que julgarão com Cristo são
apenas os mártires ou todos os crentes?
Numa primeira leitura, despreocupada e descompromissada,
aparentemente, o texto descreve um período de tempo em que Cristo exercerá um
governo terreno de Mil Anos. Durante esses mil anos, Satanás será
preso, e alguns crentes – os quais não sabemos quem são – se assentarão em
tronos, tendo autoridade para julgar. Se os crentes decapitados por causa
do testemunho de Cristo não são os mesmo que se assentarão em tronos,
então temos dois grupos que reinarão com Cristo durante o milênio. Além disso,
é dito que, após o milênio será necessário soltar Satanás; felizes e santos são
os que tem parte na primeira ressurreição, além
de que não estarão mais submissos à morte.
Diferentes
posições sobre o milênio
Neste artigo veremos as quatro posições milenistas – a saber,
Premilenismo Histórico, Premilenismo Dispensacionalista, Pós-milenismo e Amilenismo
– e como cada uma delas responde perguntas como as que fizemos.
Premilenismo
Histórico
A primeira posição sobre o milênio que iremos analisar é
o Premilenismo Histórico. Na concepção de Irineu, um dos pais
da igreja, o
mundo atual durará seis mil anos, referentes aos seis primeiros dias da
criação, enquanto que o milênio do governo de Cristo será referente ao dia do
descanso, o sétimo dia. Nesse período (O Milênio), Cristo reinará, Jerusalém
será restaurada, a terra dará seu fruto com rica abundância, seguindo-se então
o juízo final.
O Premilenismo Histórico crê num reino milenar de Cristo e
seus crentes aqui na terra. Isso ocorrerá antes da era vindoura, daí o
nome Premilenismo. Os fiéis que tiverem sido mortos ressuscitarão por
ocasião da volta de Cristo, e os vivos receberão corpo glorificado. Os Premilenistas
Históricos creem que os sinais da volta de Cristo irão precedê-la, e que por
ocasião dessa volta os crentes vivos serão arrebatados para um encontro com
Cristo nos ares. Para eles, durante o reino milenar terreno a morte e o pecado
ainda existirão, mas com seu grau de influência mínimo sobre os homens pois a
vida continuará com seu ritmo normal e as pessoas que nascerem durante o
milênio ainda estarão sujeitas ao pecado e por consequência disso a morte ainda
existirá.
Embora, diferente dos Premilenistas Dispensacionalistas,
os Premilenistas Históricos creem na volta de Cristo como evento único, ainda
assim, creem também em uma dupla ressurreição, onde os salvos ressuscitarão na
vinda de Cristo, para participarem do reino milenar, enquanto que os infiéis
ressuscitarão ao final do milênio, para seguirem ao juízo final. Anthony A.
Hoekema, teólogo reformado, em seu livro “A Bíblia e o futuro”, mostra
como George Eldon Ladd, um dos proponentes do Premilenismo Histórico, defende a
dupla ressurreição com base na 1ª carta de Paulo aos coríntios:
Ladd encontra mais apoio para seu ensino em 1 Coríntios
15.23-26, embora ele admita que esta passagem não fornece prova conclusiva para
um milênio terreno. Ele apela especialmente para os versos 23 e 24: “Cada um,
porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias, depois (epeita) os que são
de Cristo, na sua vinda. E então (eita) virá o fim (telos), quando ele entregar
o Reino ao Deus e Pai…” De acordo com Ladd, Paulo retrata aqui o triunfo do
Reino de Cristo realizado em três etapas. A primeira etapa e a ressurreição de
Cristo. A segunda etapa ocorre na Parousia, quando os crentes são
ressuscitados. Então vem o fim, quando Cristo entrega o Reino a Deus Pai; esta
é a terceira etapa. Uma vez que há um intervalo significativo entre a primeira
e a segunda etapa, não parece improvável que haja também um intervalo
significativo entre a segunda e a terceira etapa.
Assim, algumas das características básicas do Premilenismo é
sua defesa de uma dupla, às vezes até tripla ressurreição, e do Reino Milenar
(literal ou não) sobre a terra. Para seus defensores, Cristo inaugurará um
período de reinado, cujo o tempo será marcado por uma significativa paz e
prosperidade.
Premilenismo
Dispensacionalista
O Premilenismo Dispensacionalista é relativamente uma posição
recente e teve seu início na época de John Nelson Darby (1800-1882).
Basicamente, ambos Premilenismos – Histórico e Dispensacionalista – adotam
linhas semelhantes de interpretação, entretanto, algumas diferenças são
marcantes. Conforme observa George Eldon Ladd, teólogo Premilenista Histórico
conforme vimos, “A primeira condição sine qua non do Dispensacionalismo
é a distinção entre Israel e a Igreja”.
Tal método de interpretação se dá à luz da abordagem bíblica,
uma mistura de alianças e dispensações, conforme observa Louis Berkhof,
teólogo reformado do séc. XX:
Deus trata o mundo da humanidade no transcurso da História
com base em diversas alianças e conforme os princípios de sete dispensações
diferentes. Cada dispensação é distinta, e cada uma delas representa uma
diferente prova para o homem natural; e desde que o homem não consegue vencer
nas sucessivas provas, cada dispensação acaba num juízo. […] (a teocracia em
Israel) se seguisse o caminho da obediência poderia ter crescido em poder e
glória, mas, em resultado da infidelidade do povo, foi finalmente derrotada, e
o povo foi levado para o exílio. Os profetas predisseram essa derrota, mas
também trouxeram mensagens de esperança e inspiraram a expectativa de que nos
dias do Messias Israel tornaria ao Senhor com vero arrependimento, o trono de
Davi seria restabelecido com inexcedível glória, e até os gentios participariam
das bem-aventuranças do reino futuro. Mas quando o Messias veio e se ofereceu
para estabelecer o Reino, os judeus deixaram de mostrar o requerido
arrependimento. O resultado foi que o Rei não estabeleceu o Reino, mas se
retirou de Israel e foi para um país distante, pospondo o estabelecimento do
reino, até o seu regresso (Mt.25). Contudo, antes de deixar a
terra, fundou a igreja, que nada tem em comum com o Reino, e da qual os
profetas nunca falaram… desta igreja, Cristo não é Rei, mas a Cabeça
divina”. – (Grifos meus).
Assim, uma vez que o homem é incapaz de responder
satisfatoriamente a cada aliança que Deus fez com ele, dá-se início a
uma nova aliança, e, portanto, uma nova dispensação começa. É desse ponto de
vista que advém a distinção entre igreja e Israel. De tal distinção, portanto,
que não ocorre no Dispensacionalismo Histórico, surge um método de
interpretação cuja escatologia difere em alguns pontos. Mais uma vez podemos
evocar as palavras de Berkhof:
A volta de Cristo agora é iminente, isto é, ela pode vir a
qualquer momento, pois não há eventos preditos que devam
precedê-la. Contudo, sua vinda consiste de dois eventos distintos,
separados um do outro por um período de sete anos. O primeiro deles será a “parousia”, quando Cristo aparecerá nos
ares para encontrar-se com os santos… No fim do período de sete anos, dar-se-á
a “revelação”, isto é, a vinda do
Senhor, agora não para os seus santos, mas com eles. As nações existentes serão
julgadas (Mt 25.31), e as ovelhas serão apartadas dos cabritos; os ímpios serão
destruídos; e Satanás será preso por mil anos […]. Após o milênio, Satanás será
solto por breve lapso de tempo, e as hordas de Gogue e Magogue juntarão forças
contra a Cidade Santa. Todavia os inimigos serão devorados pelo fogo do céu, e
Satanás será lançado numa cova sem fundo, precedido pelas duas bestas ( o
Anticristo e o Falso Profeta. Depois desse curto período de tempo, os ímpios
ressuscitarão e comparecerão a juízo, perante o grande trono branco, Ap
20.11-15. E então haverá novos céus e nova terra.” – (Grifos meus).
Portanto, a interpretação feita pelos Dispensacionalistas crê
que a “primeira parte” da segunda volta de Cristo não precisará ser antecedida
pelos eventos descritos nas Escrituras como sinais do tempo da sua
vinda (Mt 24.1-55), ela pode acontecer a qualquer momento. Nessa ocasião,
ainda na primeira parte de sua segunda vinda, Cristo arrebatará a igreja, que
não passará pelos sete anos de tribulação. Durante esse tempo de
tribulação e após, durante o milênio, Israel se converterá, e o relacionamento
de Deus com seu povo do Antigo Testamento será restaurado. Cristo regerá as
nações com mãos de ferro a partir do Monte Santo. Ao final do Milênio, quando Satanás,
enfim, for solto, tentará contra Cristo e seu povo, mas será definitivamente
derrotado, dando início assim, a aquilo que chamamos de era vindoura.
Pós-milenismo
Se as duas primeiras posições se assemelham, e ao mesmo tempo
se diferem uma da outra, o mesmo pode ser dito entre as duas próximas. Na
maioria das vezes, os Premilenistas – Históricos e Dispensacionalistas – tendem
a se comunicar melhor entre si, assim como os Pós-milenistas e Amilenistas.
Em geral, o Pós-milenismo afirma que o retorno de Cristo será
depois do Milénio. Geralmente os Pós-milenistas creem que o Reino Milenar
não se trata de um período de tempo literal, mas de um reinado literal
não-terreno, quando, por meio da disseminação do evangelho, adentraremos
uma era dourada, que ocorrerá progressivamente. Também podemos dividir o Pós-milenismo
sob duas perspectivas, uma antiga e outra mais recente. Berkhof observa que, em
relação ao:
Pós-milenismo
Antigo
Embora suas exposições diferissem nalguns pormenores, a ideia
predominante era que o Evangelho, que se propagará gradativamente pelo mundo
todo, no fim se tornará imensuravelmente mais eficiente do que no presente e
introduzirá um período de ricas bênçãos espirituais para a igreja de Jesus
Cristo, uma idade de ouro em que os judeus também compartirão as bênçãos do
Evangelho de maneira sem precedentes […], a idade de ouro da igreja, segundo se
diz, será seguida por um breve período de apostasia, um terrível conflito entre
as forças do bem e do mal, e pela ocorrência simultânea do advento de Cristo,
da ressurreição geral e do juízo final.
O Pós-milenismo
Moderno
O Pós-milenismo chamado Moderno, aparentemente, é mais
audacioso, pois acredita que a era dourada da igreja, também ocorrerá
por meio da propagação do evangelho, entretanto, diante do empenho dos crentes
em proclamá-lo, o que demanda certo esforço (e por que não crédito?) dos homens.
Essa declaração de Shirley Jackson Case nos ajuda a entender como pensa um Pós-milenista
Moderno: Continuaremos buscando a Deus para introduzir uma nova ordem por meios
catastróficos, ou assumiremos a responsabilidade de produzir o nosso
próprio milênio, crendo que Deus está operando em nós e em nosso mundo o querer
e o fazer para o seu beneplácito? – (Grifos meus).
O curso da História exibe um longo processo de luta de
evolução pelo qual a humanidade como um todo eleva-se cada vez mais na escala
da civilização e da consecução, melhorando sua condição de quando em quando
mediante sua maior habilidade e evangelho. Vista segundo a longa
perspectiva das eras, a carreira do homem tem sido de real ascensão. Em vez de
piorar, vê-se que o mundo melhora constantemente. […] desde que a História e a
ciência mostram que o melhoramento é sempre resultado de esforços de
realização, o homem acaba imaginando que os males ainda não vencidos haverão de
ser eliminados por estrênuos esforços e reforma gradual, e não pela intervenção
catastrófica da Divindade. […] as moléstias devem ser curadas ou evitadas pela
habilidade do médico, os males da sociedade devem ser remediados pela educação
e pela legislação, e as desgraças internacionais devem ser impedidas pelo
estabelecimento de novos padrões e novos métodos de tratamento medicinal,
e não por uma aniquilação repentina. – (Grifos meus).
Além disso, também há divergências entre os Pós-milenistas
acerca de como será o reino milenar, e quem serão os que reinarão com Cristo.
Sobre isso, Hoekema diz:
Benjamim B. Warfield, geralmente alistado entre os Pós-milenistas,
afirma que Apocalipse 20.1-6 descreve o aprisionamento de Satanás durante
a era atual da Igreja, e o Reino das almas dos crentes mortos com Cristo nos
céus durante a presente era. Em sua obra mais recente sobre o assunto, Loraine
Boettner concorda com a interpretação de Warfield sobre esta passagem.
Portanto, estes dois Pós-milenistas adotaram a interpretação Amilenista comum
acerca dos seis primeiros versos de Apocalipse 20. J. Marcellus Kik,
entretanto, mesmo concordando que o aprisionamento de Satanás esteja
acontecendo no tempo presente, afirma que a expressão – “e viveram e reinaram
com Cristo durante mil anos” – se refere aos crentes que vivem agora sobre a
terra. De acordo com Kik, a “primeira ressurreição” (v.6) significa a
regeneração destes crentes enquanto eles estão vivendo na terra, e os tronos do
verso 4 são interpretados como um modo figurativo de descrever o reinado do
povo de Cristo com ele agora sobre a terra. Normm Shepherd, também um Pós-milenista,
sustenta, que o aprisionamento de Satanás ainda é futuro. No entanto, ele
concorda com Kik ao interpretar a “primeira ressurreição” como se referindo à
regeneração. Ele também interpreta o “viver e reinar com Cristo” como
descrevendo a vida presente dos crentes sobre a terra” – (Grifos
meus).
Para finalizarmos, podemos perceber também que, para os Pós-milenistas
a prisão de Satanás será simbólica, mas que para alguns ela já aconteceu, e
para outros, essa prisão ainda vai acontecer, gradualmente, à medida que o
evangelho progredir. Assim, a influência de Satanás não será totalmente
anulada, mas diminuirá potencialmente. Muitos Pós-milenistas também creem que,
em relação aos sinais do tempo, pelo menos a tribulação e apostasia já
passaram, e os outros sinais ocorrerão gradativamente. Ao contrário dos Dispensacionalistas,
creem que a volta de Cristo será um evento único, a ressurreição será geral,
seguindo então o Juízo final, e a era vindoura, Céu e Inferno.
Amilenismo
Inicialmente precisamos dar a devida atenção ao termo Amilenismo.
Hoekema observa que o termo pode não ser o ideal:
O termo Amilenismo não é muito feliz. Ele sugere que os Amilenistas
ou os que não creem em nenhum milênio ou, simplesmente, ignoram os primeiros
seis versos de Apocalipse 20, que falam de um reinado milenar. Embora seja
verdadeiro que os Amilenistas não crêem em um reinado terreno literal de Mil Anos,
que se seguiria à volta de Cristo, o termo Amilenismo não é uma descrição
acurada de sua posição. – (Grifos meus).
Hoekema diz isso, pois, na concepção dele, todo Amilenista
crê em um reino milenar de Cristo, entretanto, não literal e não terreno.
Contudo, ao lermos Berkhof, teólogo também Amilenista, em sua Teologia
Sistemática, podemos perceber que este não tem nenhum problema com o uso do
termo, e nem mesmo, pelo que parece, se constrange de ser acusado de não crer
em um milênio:
Alguns que esperam um milênio no futuro afirmam que o Senhor
voltará antes do milênio e, portanto, são chamados de Premilenistas; ao passo
que outros acreditam que a sua segunda vinda ocorrerá após o milênio, e daí,
são conhecidos como Pós-milenista. Numerosos são, porém, os que não creem
que a Bíblia autoriza a expectativa de um milênio, sendo costume falar deles
como Amilenistas.
Como o nome indica, o conceito Amilenista é puramente
negativo, afirma que não há base suficiente para a expectação de um
milênio e está firmemente convencido de que a Bíblia favorece a ideia de que a
presente dispensação do Reino de Deus seguir-se-á imediatamente o Reino de Deus
em sua forma consumada e Eterna. – (Grifos meus).
Isto posto, adotaremos a linha de Amilenismo apresentada por
Hoekema e seus pares, que parece ser a mais comum, crendo sim num reino milenar
não literal nem terreno, não desprezando, todavia, a erudição de Berkhof.
O Amilenismo, assim observado, é a posição teológica que crê
que o milênio de Apocalipse 20, é vivido por todos os crentes desde que Cristo
derrotou Satanás no deserto. Nesse sentido, como já faz quase “dois milênios”
que isso aconteceu, obviamente, os Amilenistas não interpretam tal milênio como
literal, mas simbólico.
Uma vez que o número “dez” significa totalidade, e uma vez
que “mil é dez elevado à terceira potência”, podemos considerar a expressão
“mil anos” como indicando um período completo, um período muito longo de
duração indeterminada.
Interessante observar é que os Amilenistas creem que os
crentes que reinarão com Cristo não são os que estão vivos atualmente, mas os
mártires que deram suas vidas pela fé que tinham em Cristo. O Reino Milenar,
então, não ocorre na terra, como pensam os Pós-milenistas, mas no céu, com os
tronos dos mártires. Isso significa que aqueles que morreram em Cristo já estão
experimentando bênçãos espirituais nas regiões celestiais.
Em relação à prisão de Satanás, os Amilenistas igualmente a
interpretam como simbólica, entre a primeira e a segunda vinda de Cristo, essa
prisão não anula toda a ação de satanás, mas restringe a sua atuação como o
“enganador das nações”.
Para o Amilenismo os sinais da vinda de
Cristo aumentarão à medida que tal vinda se aproxima, e tal vinda se dará
em um evento único, pensamento alinhado ao Premilenismo Histórico e Pós-milenismo.
Entre tais sinais estão a manifestação do iníquo, a perseguição
cada vez maior à igreja, o evangelho aos gentios, além de sinais da natureza.
A ressurreição será geral; o arrebatamento será um
cortejo da igreja com Cristo nos ares, de onde retornarão à terra para darem
início ao juízo final, e assim, à era vindoura, seguindo-se céu para os
salvos e inferno para os não-eleitos.
Por tudo o que sabemos, o apóstolo Paulo foi para a glória
sem saber que o reino eterno do Messias começaria com um período de 1.000 anos
que antecede as eras sem fim que seguirão.
As Escrituras hebraicas são explícitas e inequívocas: o reino
messiânico escatológico é eterno (Dn 2.44; Dn 7.27). Apenas nas páginas finais
do Novo Testamento, dadas ao apóstolo João três décadas depois do martírio de
Paulo, foi que Deus introduziu o conceito de um Reino Milenar, revelando que o
drama do final dos tempos terá início com um período de 1.000 anos.
Esse segmento do Reino do Messias será diferente do segmento
eterno por, pelo menos, dois relatos importantes. Primeiro, seres humanos
mortais entrarão no Reino Milenar e terão filhos que precisarão ser
evangelizados. Segundo, muitos daqueles que nascerem no reino rejeitarão a
Cristo, se ajuntarão em um exército contra Ele, e se rebelarão no final dos
1.000 anos, quando Satanás for solto “por pouco tempo” (Ap 20.3). Claramente, o
reino de 1.000 anos de Apocalipse 20 deve ser entendido como o estágio inicial
do reino eterno a ser governado pelo Messias Jesus.
No estágio milenar do Reino, o Diabo será preso; ele ficará
incapacitado de perturbar os mortais que estarão vivendo na terra. O mundo
estará sob o governo perfeito do Rei Jesus, com paz, igualdade, justiça e
suficiência em todo o globo.
Depois de mil anos Satanás será solto; e, como um raio, o
tentador juntará um vasto exército de entre aqueles que aproveitaram da vida
idílica que o Rei Jesus lhes proporcionou. O exército se levantará em uma
rebelião insana e fútil contra Ele.
O Reino Milenar demonstrará infalivelmente ao universo moral
inteiro que o problema do homem é ele mesmo – sua própria rebelião; seu orgulho
e seu egoísmo sem fim; e, sobretudo, seu ódio pelo Deus que merece sua devoção
e fidelidade.
Na verdade, o Reino Milenar é mais bem concebido como a
conclusão do processo que o Criador move contra uma raça rebelde. Deus moldou e
moldará toda a história humana de maneira que mostre a Sua glória o mais
perfeitamente possível; e é apenas contra a demonstração da total depravação e
rebeldia da humanidade, como está descrito em Apocalipse 20, que podemos
entender as profundidades da misericórdia e da graça de Deus (1Co 1.21).
NA SEQUENCIA DANDO PROSSEGUIMENTO AO ESTUDO VAMOS FALAR SOBRE O MILÊNIO
ResponderExcluirSerá postado no mês de Novembro a "Primeira Parte" com o Título "JULGAMENTO FINAL - Cap. 20:1-6 do Livro de Apocalipse.
Bom estudo e boa leitura a todos!