O S D O I S
L I V R O S D E T IM Ó TE O
INTRODUÇÃO A 1° E 2º
TIMÓTEO
Cartas para um Jovem Evangelista
Cartas para um Jovem Evangelista
Timóteo,
amado "filho" na fé. O jovem Timóteo morava na cidade asiática
de Listra, e era filho de uma judia crente e um pai grego (veja Atos 16:1). É
provável que Timóteo e sua mãe fossem convertidos pela pregação de Paulo
durante a primeira viagem missionária do apóstolo (veja Atos 14). Ao visitar
Listra novamente durante sua segunda viagem, Paulo ouviu o bom testemunho dos
irmãos sobre Timóteo e decidiu levá-lo consigo para o trabalho da pregação do
evangelho (Atos 16:2-3). Sendo que o pai de Timóteo não era cristão, Paulo logo
se tornou como um "pai" na fé para este discípulo. O apóstolo mostra
grande respeito, confiança, e amor por Timóteo, mencionando o discípulo com
muita afeição em 8 das 13 cartas que escreveu.
O TEMA DAS CARTAS
A tarefa de
Timóteo na cidade de Éfeso não era pequena. Paulo o havia deixado com o cargo
de corrigir "certas pessoas" que estavam promovendo erro doutrinário
(1 Timóteo 1:3). Na primeira carta, para ajudá-lo a combater estes falsos
mestres, Paulo ensina a Timóteo "como se deve proceder na casa de
Deus" (1 Timóteo 3:15). Embora que Timóteo fosse ainda jovem (1 Timóteo
4:12), ele teria que ensinar e ordenar estes mandamentos de Deus aos irmãos de
Éfeso (1 Timóteo 4:6,11,16).
Na segunda
carta, Paulo encoraja Timóteo a continuar pregando a palavra, corrigindo e
repreendendo "com toda a longanimidade e doutrina" (2 Timóteo 4:2),
mesmo no meio de muitas perseguições pelas mãos dos infiéis (2 Timóteo 1:8;
2:3; 3:12-13; 4:5).
A ênfase de
Paulo nestas duas cartas está sempre voltada à palavra de Deus. Tudo o que
Timóteo precisava, tanto para corrigir erros doutrinários como para ficar firme
no meio de tribulação, ele poderia achar na palavra do Senhor. Por este motivo,
Paulo exorta a Timóteo: "aplica-te à leitura, à exortação, ao ensino"
(1 Timóteo 4:13), e "procura apresentar-te a Deus aprovado, como
obreiro...que maneja bem a palavra da verdade" (2 Timóteo 2:15).
Paulo sabia
que Timóteo precisava da palavra de Deus para fazer o trabalho de evangelista.
Ele não ordenava que Timóteo se apoiasse na sua "experiência", e nem
que ele estudasse teologia para aprender pregar. Em vez disso Paulo mandou:
"tem cuidado de ti mesmo e da doutrina...porque, fazendo assim, salvarás
tanto a ti mesmo como aos teus ouvintes" (1 Timóteo 4:16).
O CARÁTER DAS CARTAS
Paulo,
embora tendo grande intimidade como um "pai" para Timóteo, começa as
duas cartas falando da sua autoridade como apóstolo (1 Timóteo 1:1; 2 Timóteo
1:1). Estas não são meramente cartas particulares, mas contêm a revelação
divina de Deus (veja 1 Coríntios 14:37; Efésios 3:3-5; 2 Pedro 3:15-16).
As cartas
foram escritas inicialmente para Timóteo, e assim contêm muitas referências
particulares, que não podemos aplicar como mandamento do Senhor (veja 1 Timóteo
1:3 e 5:23; 2 Timóteo 4:21). Mesmo assim, elas têm um segundo nível de
aplicação universal, revelando a vontade de Deus sobre o papel das mulheres (1
Timóteo 2:11-15), as qualificações dos bispos e diáconos (1 Timóteo 3:1-13), a
inspiração das Escrituras (2 Timóteo 3:14-17), e várias outras coisas.
1 TIMÓTEO 1:1-20
"COMBATE O BOM COMBATE"
"COMBATE O BOM COMBATE"
Contra
doutrinas falsas (1:3-11). Paulo lembra Timóteo do propósito do seu
trabalho como evangelista em Éfeso: a correção do erro. "Certas
pessoas" estavam deixando de ensinar a doutrina de Cristo em favor de
"outra doutrina" e "fábulas e genealogias sem fim". Por
causa destas coisas, alguns não estavam crescendo no "serviço de
Deus", mas estavam se perdendo em discussões inúteis (1:3-4). Timóteo
precisava exortar a igreja acerca de "amor... de coração puro, e de
consciência boa, e de fé sem hipocrisia" (1:5). Onde não há amor pela
verdade de Deus e pelas pessoas que precisam da salvação, a consciência se
engana, e ao seguir e ensinar com fervor as doutrinas de homens, a fé e as
obras se torna vãs e hipócritas (1:6-7; veja 2 Tessalonicenses 2:9-12; 1
Timóteo 4:1-2; 2 Timóteo 4:1-4; Mateus 15:7-20).
O uso
legítimo da lei (doutrina) de Deus é a correção dos que erram, e não a criação de
polêmicas e discussões (1:8-11; veja 2 Timóteo 3:16; Romanos 7:7; Gálatas
3:19). Quem discute a doutrina de Deus sem primeiramente ouvi-la e obedecê-la
comete um grande erro (veja Mateus 22:23-33)! Com muito cuidado devemos
compreender, falar e praticar ousadamente somente a doutrina que o Senhor nos
revelou no seu evangelho.
O poder do evangelho (1:12-17): Ninguém sabia mais sobre engano
do que o próprio apóstolo Paulo. Ele acreditava estar fazendo o que era reto
perante Deus, mas na sua ignorância e incredulidade, ele perseguia com fervor a
igreja do Senhor (1:12-13; veja Atos 8:1-3; 9:1-2). Porém, pela graça de Deus
através do evangelho, até este "principal" dos pecadores recebeu
perdão quando creu "para a vida eterna" (1:14-17). O evangelho que
salvou Paulo não incluiu a doutrina de "certas pessoas" em Éfeso! Era
este o evangelho que Timóteo precisava pregar, confiante no poder dele tanto
para corrigir erro como salvar os que nele creem (veja Romanos 1:16-17).
O bom combate (1:18-20). Timóteo precisava ficar firme na luta
contra falsa doutrina (1:18-19; veja Judas 3-4). Hoje há muitos que têm
"rejeitado a boa consciência" e ensinam como doutrina coisas que não
fazem parte do evangelho do Senhor (1:19; veja 1 Timóteo 4:1-3; 2 João 8-9).
Devemos manter a fé assim como Timóteo, pregando fielmente a palavra do Senhor
para corrigir os que "blasfemam" com doutrinas falsas (1:20).
1 TIMÓTEO 2:1-15
"LEVANTANDO MÃOS SANTAS"
"LEVANTANDO MÃOS SANTAS"
A prática de oração (2:1-8). Visto que Timóteo precisava de
firmeza na luta contra falsa doutrina (1:3-20), Paulo o exortou que começasse
"antes de tudo" orando (2:1). Jesus falou muito da importância de
oração (veja Marcos 9:14-29; Lucas 18:1-8), e oração constante é evidente nas
vidas dos seus discípulos (veja Atos 1:12-14; 4:23-31). Paulo exortou a Timóteo
que praticasse a oração em todas as suas formas:
• súplicas: pedidos específicos, baseados em necessidades. Timóteo precisava de coragem para pregar apenas a verdade.
• orações: palavras direcionadas a Deus. A oração é uma conversa com o Pai celeste, o Criador do universo.
• intercessões: pedidos em favor de outras pessoas. O cristão tem acesso ao Pai através de Jesus (veja Romanos 5:2; Efésios 2:18 e 3:12) e deve ajudar aos outros que estão perdidos.
• ações de graças: agradecimento por tudo que Deus já fez.
A oração certa não pensa em si só, mas é feita em favor de outros. Paulo exortava que as orações fossem feitas em favor de todos, e especificamente em favor das autoridades, a fim de que todos vivessem uma "vida tranquila" (2:1-2). Deus deseja a salvação de todos, e a vida tranquila facilita que as pessoas "cheguem ao pleno conhecimento da verdade" para que sejam salvas (2:3-4).
Orando "antes de tudo" daria a Timóteo a perspectiva certa. Ele não precisava lutar para defender a si mesmo, mas para defender a verdade de Deus, a testemunho do sacrifício de Jesus "por todos" (2:5-7). Falsos mestres lutam contra Deus e não contra evangelistas. Por isso, é necessário que os homens orem em santidade, "sem ira e sem animosidade" (2:8). A oração certa é feita para salvação e não para condenação.
Acerca das mulheres (2:9-15). As mulheres também devem refletir a santidade em suas vidas. A mulher não deve chamar atenção para si com a sua aparência física, mas pelas suas boas obras deve mostrar a sua piedade (2:9-10; veja 1 Pedro 3:1-6).
A mulher piedosa é submissa, e aprende "em silêncio" (2:11). Muitos tropeçam com esta palavra, dizendo que as mulheres têm tanta habilidade quanto os homens para ensinar a palavra de Deus, e por isso seria até errado se elas se mantivessem caladas. Porém, a questão não é de habilidade, e sim de autoridade. Paulo não disse que a mulher não é capaz, mas que ela não é permitida. Sem a permissão de Deus para falar, ela deve manter "silêncio" (2:12; 1 Coríntios 14:34-37). Ainda outros se justificam dizendo que esta palavra reflete as "injustiças" da época contra as mulheres. Porém, Paulo não falava da sua época, mas de uma diferença nos papéis de homens e mulheres desde a criação (2:13-15; veja Gênesis 3:16-17). A mulher piedosa respeitará os limites de Deus.
• súplicas: pedidos específicos, baseados em necessidades. Timóteo precisava de coragem para pregar apenas a verdade.
• orações: palavras direcionadas a Deus. A oração é uma conversa com o Pai celeste, o Criador do universo.
• intercessões: pedidos em favor de outras pessoas. O cristão tem acesso ao Pai através de Jesus (veja Romanos 5:2; Efésios 2:18 e 3:12) e deve ajudar aos outros que estão perdidos.
• ações de graças: agradecimento por tudo que Deus já fez.
A oração certa não pensa em si só, mas é feita em favor de outros. Paulo exortava que as orações fossem feitas em favor de todos, e especificamente em favor das autoridades, a fim de que todos vivessem uma "vida tranquila" (2:1-2). Deus deseja a salvação de todos, e a vida tranquila facilita que as pessoas "cheguem ao pleno conhecimento da verdade" para que sejam salvas (2:3-4).
Orando "antes de tudo" daria a Timóteo a perspectiva certa. Ele não precisava lutar para defender a si mesmo, mas para defender a verdade de Deus, a testemunho do sacrifício de Jesus "por todos" (2:5-7). Falsos mestres lutam contra Deus e não contra evangelistas. Por isso, é necessário que os homens orem em santidade, "sem ira e sem animosidade" (2:8). A oração certa é feita para salvação e não para condenação.
Acerca das mulheres (2:9-15). As mulheres também devem refletir a santidade em suas vidas. A mulher não deve chamar atenção para si com a sua aparência física, mas pelas suas boas obras deve mostrar a sua piedade (2:9-10; veja 1 Pedro 3:1-6).
A mulher piedosa é submissa, e aprende "em silêncio" (2:11). Muitos tropeçam com esta palavra, dizendo que as mulheres têm tanta habilidade quanto os homens para ensinar a palavra de Deus, e por isso seria até errado se elas se mantivessem caladas. Porém, a questão não é de habilidade, e sim de autoridade. Paulo não disse que a mulher não é capaz, mas que ela não é permitida. Sem a permissão de Deus para falar, ela deve manter "silêncio" (2:12; 1 Coríntios 14:34-37). Ainda outros se justificam dizendo que esta palavra reflete as "injustiças" da época contra as mulheres. Porém, Paulo não falava da sua época, mas de uma diferença nos papéis de homens e mulheres desde a criação (2:13-15; veja Gênesis 3:16-17). A mulher piedosa respeitará os limites de Deus.
1 TIMÓTEO 3:1-7
"UMA EXCELENTE OBRA"
"UMA EXCELENTE OBRA"
Na instrução
para combater erro doutrinário em Éfeso, Paulo inclui ensinamento sobre os
presbíteros. É o plano de Deus que cada igreja local eleja presbíteros
qualificados (veja Atos 14:23; Filipenses 1:1; Tito 1:5). Paulo não oferece a
Timóteo sugestões para esta escolha, mas dá qualificações,
dizendo que "é necessário..." (3:2). Portanto, quem não tiver
todas estas qualidades reveladas por Deus não deve ocupar o cargo de presbítero.
Qualificações dos bispos
(3:1-7). As
palavras "episcopado" (3:1) e "bispo" (3:2) traduzem uma só
palavra grega (episkopos) que quer dizer "supervisar" ou
"pastorear". Na Bíblia, bispos também são chamados de
"presbíteros" ("anciãos"), e sua função é a obra de
pastorear o rebanho de Deus (veja Atos 20:17-28). Logo, as palavras "pastor",
"bispo", e "presbítero" descrevem o mesmo cargo, e a
distinção feita entre elas por homens não tem base bíblica. Assim, o que é
necessário para ser bispo é necessário também para ser pastor ou presbítero.
As
qualificações do bispo ressaltam seu caráter provado como servo fiel a Deus, e
nada têm a ver com posição social ou grau de escolaridade. Olhando para todas
as qualificações juntas, tiramos algumas observações gerais sobre bispos:
O cargo de
bispo é uma obra (3:1): "bispo" não é um mero título de honra,
mas é uma obra de muita responsabilidade espiritual (note as fortes
advertências de Paulo em Atos 20:28-32). Esta obra deve ser feita somente por
homens preparados e qualificados pela palavra de Deus!
O bispo deve
ser irrepreensível (3:2): a palavra "irrepreensível" fala da
necessidade do bispo ser reconhecido por seu bom comportamento e domínio
próprio. Veja como as outras qualificações descrevem esta qualidade:
"temperante", "sóbrio", "modesto" (3:2);
"não dado ao vinho", "não violento", "inimigo de
contendas", "não avarento" (3:3); tendo "bom testemunho dos
de fora" (3:7).
O bispo deve ser fiel em casa (3:2,
4-5):
• Como "esposo de uma só mulher" (3:2), o bispo mostra fidelidade e respeito para a aliança feita por Deus (veja Mateus 19:6).
• Como "esposo de uma só mulher" (3:2), o bispo mostra fidelidade e respeito para a aliança feita por Deus (veja Mateus 19:6).
• Como
quem governa "bem a própria casa" (3:4-5), o bispo mostra fidelidade
em cuidar das almas dadas a ele por Deus (veja Salmo 127). Se os filhos o
obedecem com respeito, isto mostra sua capacidade como líder e disciplinador, a
qual será necessária para lidar com "crianças espirituais" na igreja
(veja 1 Pedro 2:1-2).
[Estas
qualificações exigem mais duas observações importantes: 1.O bispo deve ser
casado e ter filhos. Na Bíblia não há bispos solteiros. 2. O bispo tem que
ser homem – "esposo". A Bíblia não menciona "bispas",
"pastoras", ou "presbíteras".
1 TIMÓTEO 3:8-16
"COMO PROCEDER NA CASA DE DEUS"
"COMO PROCEDER NA CASA DE DEUS"
Acerca dos diáconos (3:8-13). Depois de falar das qualidades
necessárias para um homem ser bispo (3:1-7), o apóstolo Paulo também fala das
qualificações para os diáconos. "Diácono" traduz a palavra grega
"diakonos", que descreve um servo em relação a seu trabalho. Embora
todos os cristãos devesse servir a Deus (Romanos 6:22-23) e uns aos outros
(Marcos 10:42-45), o diácono é um servo com um trabalho definido para fazer na
igreja (veja Atos 6:1-5 como exemplo deste tipo de serviço). O diácono, assim
como o bispo, deve ser alguém aprovado por Deus (3:8). Estas qualidades são
necessárias para ser diácono na igreja do Senhor:
"respeitável"
(3:8): o diácono vai servir, e assim deve ser alguém cujo caráter como
servo de Deus é notável pelo seu comportamento sério e pela confiança que os
outros têm nele.
"de uma
só palavra" (3:8): o diácono deve ser convicto e honesto, e não
alguém que muda sua opinião e sua palavra de acordo com a situação no que
trabalha (compare Efésios 4:11-16).
"não
inclinados a muito vinho" (3:8): o diácono precisa tomar decisões no
seu serviço, e quem bebe logo perde a capacidade para reto juízo (veja
Provérbios 31:4-5; Isaías 28:7).
"não
cobiçosos de sórdida ganância" (3:8): o trabalho do diácono talvez o
coloque em contato com o dinheiro da igreja, e ele deve ser alguém que não
cairia na tentação da riqueza.
"conservando
o mistério da fé com a consciência limpa"(3:9): Paulo refere ao
evangelho como "o mistério da fé" (veja Efésios 3:3-5. 1:9-10). O
diácono deve ser alguém que tem a consciência limpa com respeito ao evangelho,
ou seja, um servo fiel de acordo com a palavra de Cristo (veja 1 Coríntios
4:1-2).
"primeiramente
experimentados" (3:10): o diácono deve ser aprovado antes de assumir
a função, não depois.
Provados em casa (3:11-12): quem vai servir na igreja
("a casa de Deus" – veja 3:5, 15) deve ser alguém que já provou seu
serviço na sua própria casa. Um homem ("marido" é só homem) deve ser
escolhido como diácono somente se ele é fiel à esposa e se a esposa e os filhos
são fiéis a ele. Ser marido e pai é um serviço adequado para provar o caráter
do homem de Deus (veja Efésios 5:22-6:4).
O bom
serviço do diácono resulta em ainda mais confiança e respeito dos outros e no
crescimento espiritual do diácono (3:13).
Na casa de Deus (3:14-16). A igreja, sendo a casa de Deus, deve apoiar e promover a verdade do Pai, muito como o caráter do lar manifesta o caráter do diácono. A casa de Deus nunca deve ter o foco em si mesmo, mas no evangelho, o qual ensina a encarnação, justificação, pregação, e glorificação de Cristo (3:16; veja 1 Coríntios 15:1-4).
Na casa de Deus (3:14-16). A igreja, sendo a casa de Deus, deve apoiar e promover a verdade do Pai, muito como o caráter do lar manifesta o caráter do diácono. A casa de Deus nunca deve ter o foco em si mesmo, mas no evangelho, o qual ensina a encarnação, justificação, pregação, e glorificação de Cristo (3:16; veja 1 Coríntios 15:1-4).
1 TIMÓTEO 4:1-16
"TORNA-TE PADRÃO DOS FIÉIS"
"TORNA-TE PADRÃO DOS FIÉIS"
Alguns se
afastarão da fé (4:1-5). Quando o apóstolo Paulo partiu da Ásia pela
última vez, ele severamente avisou os presbíteros de Éfeso sobre "lobos
vorazes" e "homens falando coisas pervertidas" que se
levantariam no meio deles (veja Atos 20:17, 29-30). Na sua carta enviada a
Timóteo em Éfeso (veja 1:3), Paulo novamente avisa pelo Espírito que
"alguns apostatarão da fé" (4:1). Este desvio da fé seria o resultado
de obediência a "espíritos enganadores e a ensinos de demônios"
(4:1). Pessoas encantadas pelas mentiras de falsa doutrina agem contra a sua
própria consciência (4:2; veja Romanos 2:14-16) e fazem coisas que os "que
conhecem plenamente a verdade" jamais devem fazer (4:3-5; veja os avisos
em 2 Tessalonicenses 2:9-12 e 1 João 4:1).
"Ordena e ensina estas
coisas" (4:6-11). Para que as pessoas não caiam no erro, é necessário que homens
fiéis como Timóteo ensinem cada vez mais "as palavras da fé e da boa
doutrina" que eles mesmos praticam (4:6) e que rejeitem as "fábulas
profanas" que são as tradições de homens tolos (4:7; veja 1:4). O
ensinamento da verdade dará aos homens o que é necessário para a prática
espiritual. Assim como é necessário o exercício físico para manter o corpo em
boa forma, também é necessário exercitar a alma "na piedade" (4:7).
Este exercício espiritual é mais proveitoso do que o físico, pois prepara
pessoas para terem a força de lutar e se esforçar na esperança da salvação
(4:9-10). Jesus morreu para salvar a todos, conforme a vontade de Deus (veja
2:3-6). Porém, a esperança desta salvação é somente para os fiéis (4:10).
Muitos se desviam e perdem a salvação porque não se exercitam na prática da
verdade, e assim estão fracos e facilmente enganados quando a falsa doutrina
surge (veja Gálatas 1:6-7; Efésios 4:11-14; Hebreus 5:12-14; etc.).
"Torna-te padrão dos fiéis"
(4:12-16). Paulo
não queria que a juventude de Timóteo impedisse a sua eficácia como pregador da
palavra de Deus. Afinal, o que faz de um servo de Cristo um bom ministro não é
a sua idade ou formação teológica, e sim a sua fidelidade para com a palavra a
ele conferida (4:12-13, 16; veja 1 Coríntios 4:1-4). O servo de Cristo precisa
se dedicar diligentemente para mostrar o "padrão" da vida cristã na
sua própria vida (4:12) e para exortar e ensinar a outros (4:13-15). Sem dar o
esforço necessário para estudar e viver verdadeiramente a palavra do Senhor,
muitos que se chamam "ministros" de Deus levam pessoas à destruição
eterna (veja Mateus 15:12-14; 23:13-28). O resultado, porém, da prática e do
ensino fiel da doutrina de Cristo é a salvação de todos que a obedecem (4:16).
1 TIMÓTEO 5:1-25
COMO LIDAR COM VÁRIOS IRMÃOS
COMO LIDAR COM VÁRIOS IRMÃOS
Com os irmãos em geral (5:1-2). O jovem Timóteo precisava
manter o relacionamento certo com cada membro da igreja. Ele não foi deixado em
Éfeso para dominá-los, mas para exortá-los em amor (veja 1:3-5). Os membros da
“casa de Deus” (veja 3:15) devem ser tratados como “pais”, “mães”, “irmãos” e
“irmãs” no Senhor. Os idosos merecem respeito, e a conduta do evangelista entre
os da mesma idade deve ser temperada com amor e cautela (5:1-2).
Com as viúvas (5:3-16). As viúvas entre os irmãos devem
ser “honradas” (5:3). A palavra traz o duplo sentido de “respeito” e
“recompensa” financeira (veja 5:4; compare Atos 6:1-2). Enquanto todas as
viúvas devem receber “respeito” dos membros como “mães”, nem todas elas se
qualificam para receber sustento financeiro da igreja. As seguintes regras
determinam as “viúvas verdadeiras” que podem receber essa ajuda:
Não há filhos ou netos para cuidar
dela (5:4, 8, 16). É
necessário que os filhos tenham cuidado dos pais idosos porque isto é a vontade
de Deus e evita que a igreja seja “sobrecarregada”.
Mente espiritual (5:5-6). A viúva verdadeira pensa nas
coisas espirituais. O dinheiro da igreja não deve ser usado para sustentar quem
vai se entregar aos prazeres da carne.
Idade suficiente (5:9, 11-15). A verdadeira viúva tem pelo
menos 60 anos de idade. As mais novas devem casar e ter famílias para não cair
nas tentações que vêm com uma vida sem direção.
Caráter provado (5:9-10). O caráter da viúva é provado
pela sua fidelidade ao marido e pelas suas boas obras já reconhecidas entre os
irmãos.
Com os presbíteros (5:17-19). Os presbíteros que “se
afadigam” no seu trabalho com a palavra também merecem “dobrados honorários”
pela igreja. Esta honra inclui ambos a possibilidade de um salário (5:17-18), e
respeito pelo caráter dele. O trabalho do presbítero de atender pelo rebanho de
Deus (veja Atos 20:28-32) o coloca como alvo dos que estão insatisfeitos. Por
isso, a “honra” insiste que uma denúncia contra um presbítero seja aceita
somente com testemunho incontestável (5:19).
Outros conselhos (5:20-25). Ao lidar com irmãos que “vivem
no pecado”, às vezes é necessário repreendê-los publicamente como lição para
todos (5:20). Tal ato é muito sério, e não deve ser feito “com parcialidade” ou
“precipitadamente”, pois é possível pecar ao repreender alguém por motivos
errados ou sem examinar os fatos (5:21-22). É melhor agir com paciência, pois
com tempo os pecados se manifestam assim como boas obras não permanecem
escondidas (5:24-25).
1 TIMÓTEO 6:1-21
A VERDADEIRA RIQUEZA
Ensino para servos (6:1-2). Deus quer que trabalhemos para suprir as necessidades de nossas famílias e as de outras pessoas (veja 1 Timóteo 5:8; Efésios 4:28). Portanto, a maneira que trabalhamos mostra muito sobre a nossa relação com Deus, pois todo trabalho deve ser feito como ao Senhor, e não como aos homens (veja Efésios 6:5-8; Colossenses 3:22-25). Um trabalho mal feito por um trabalhador preguiçoso ou irresponsável que se chama de "cristão" dá oportunidade para outros falarem mal de Deus e da sua doutrina (6:1).
A VERDADEIRA RIQUEZA
Ensino para servos (6:1-2). Deus quer que trabalhemos para suprir as necessidades de nossas famílias e as de outras pessoas (veja 1 Timóteo 5:8; Efésios 4:28). Portanto, a maneira que trabalhamos mostra muito sobre a nossa relação com Deus, pois todo trabalho deve ser feito como ao Senhor, e não como aos homens (veja Efésios 6:5-8; Colossenses 3:22-25). Um trabalho mal feito por um trabalhador preguiçoso ou irresponsável que se chama de "cristão" dá oportunidade para outros falarem mal de Deus e da sua doutrina (6:1).
O bom
trabalho beneficia tanto ao trabalhador quanto ao chefe. Por isso, o cristão
que trabalha para outro cristão não deve trabalhar menos, esperando levar vantagem
ao ser favorecido entre os outros servos. De fato, o amor exige que ele
trabalhe ainda mais para que os dois possam compartilhar dos frutos do trabalho
que Deus lhes concedeu (6:2).
Caráter dos falsos mestres (6:3-5). Os falsos mestres em Éfeso eram
facilmente reconhecidos pela maneira que trabalhavam. Eles não procuravam um
bom fruto do seu trabalho para todos, mas ensinavam o que não era da verdade,
promoviam discussões em vez de entendimento, e visavam seu dinheiro como o
único fim de seu trabalho.
Os perigos da riqueza (6:6-16). Muitos hoje apelam a Deus em busca
de bens materiais. Porém, Paulo exorta que o cristão se contente ao ter as
necessidades básicas supridas (6:8; veja Filipenses 4:10-13). A procura da
riqueza traz somente tristeza e tropeços na vida de quem quer servir a Deus,
pois vem de um coração enraizado no mundo e não no Senhor (6:9-10; veja
Colossenses 3:1-2). De fato, o servo de Deus não deve procurar a riqueza,
porque tal procura é vã e gasta tempo que deve ser usado na busca da piedade e
da vida eterna (6:11-16; veja também Mateus 6:24-34).
A verdadeira riqueza (6:17-19). Mesmo sem buscar a riqueza, alguns
cristãos terão muitos bens materiais. Para estes é necessário lembrar que tudo
é dado por Deus, e que se deve confiar nele e não na própria riqueza, que é
passageira (6:17). De fato, a riqueza verdadeira consiste na prática da vontade
de Deus, usando as dádivas dele para fazer o bem a outros. Tal serviço
preparará o tesouro real para a vida verdadeira após esta (6:18-19).
Exortações finais (6:20-21). Para ajudar os irmãos efésios,
Timóteo precisava "guardar" a verdade do evangelho (6:20; veja
1:18-19; 3:14-15; 4:6, 11, 16). As discussões e contradições na sabedoria da
palavra dos outros somente iriam desviar pessoas da fé, porém a palavra de Deus
que Timóteo falava traria a graça do Senhor para todos (6:21).
2 TIMÓTEO 1:1-18
"REAVIVES O DOM DE DEUS"
Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo falou muito do trabalho que Timóteo teria que fazer entre os efésios (veja 1 Timóteo 1:3,18; 3:14-15; 4:6,11; 5:21; 6:11-16,20). Nesta segunda carta, porém, ele focaliza mais no próprio Timóteo, exortando-o a não desfalecer no serviço do Senhor para o qual ele foi chamado (veja 2 Timóteo 1:6,8; 2:1,8; 3:14; 4:1-2). Para animá-lo, o apóstolo lembra Timóteo das seguintes coisas:
"REAVIVES O DOM DE DEUS"
Na sua primeira carta a Timóteo, Paulo falou muito do trabalho que Timóteo teria que fazer entre os efésios (veja 1 Timóteo 1:3,18; 3:14-15; 4:6,11; 5:21; 6:11-16,20). Nesta segunda carta, porém, ele focaliza mais no próprio Timóteo, exortando-o a não desfalecer no serviço do Senhor para o qual ele foi chamado (veja 2 Timóteo 1:6,8; 2:1,8; 3:14; 4:1-2). Para animá-lo, o apóstolo lembra Timóteo das seguintes coisas:
A fé verdadeira (1:1-5). A fé do apóstolo Paulo se
manifesta em duas maneiras. Primeiro, ele está cumprindo seu
apostolado "de conformidade com a promessa da vida que está em Cristo
Jesus" (1:1). Convencido das promessas de Deus em Cristo, ele mesmo
acreditou no evangelho e agora ensina para convencer outros (veja Atos
26:13-20). Segundo, por causa da sua confiança em Deus e seu amor para seu
"amado filho" (1:2), Paulo ora "noite e dia" a favor de
Timóteo (1:3).
A fé de
Timóteo também se manifesta verdadeira. Mesmo tendo um pai incrédulo (veja Atos
16:1), Timóteo escolheu servir a Deus, convencido pela instrução e exemplos da
sua avó e sua mãe (1:5). Sua fé era tal que os irmãos de Listra e Icônio a
notaram e davam bom testemunho dele (veja Atos 16:2). Até o próprio apóstolo
Paulo disse: "estou ansioso por ver-te, para que eu transborde de
alegria pela recordação que guardo de tua fé sem fingimento" (1:4-5).
Se Paulo não
desfaleceu, mas continuava sua missão confiando em Deus mesmo dentro da prisão
(veja 1:8,16), Timóteo deveria continuar seu trabalho com esta mesma confiança
no seu estado livre.
"Dons" de Deus (1:6-14). Timóteo recebeu um dom
espiritual pela imposição das mãos do apóstolo Paulo (veja Atos 8:18), e
precisa usá-lo sem medo e de acordo com o poder, amor e moderação de Deus
(1:6-7).
Além deste
dom espiritual, Paulo lembra Timóteo de um outro "dom" que recebeu -
o chamado na graça de Deus para sofrer junto com Paulo no ensino das "sãs
palavras" que manifestam a todos a vida e imortalidade (1:8-14; veja Atos
5:40-42). Sofrer por fazer o bem é um dom de Deus que faz o servo fiel crescer
(veja Hebreus 12:4-13; Tiago 1:2-4).
Exemplos dos outros (1:15-18). Mesmo quando muitos deixaram de
atender a Paulo na prisão, Onesíforo se esforçou sozinho, além do que se
esperava (1:15-17). Servindo Paulo, Onesíforo estava servindo Cristo (veja
Mateus 25:37-40). O exemplo de Onesíforo iria encorajar Timóteo a ficar firme
no seu serviço a Cristo, mesmo se estivesse sofrendo sozinho, ciente de que o
galardão virá da parte do Senhor "naquele Dia" (1:18).
2 TIMÓTEO 2:1-26
O OBREIRO APROVADO DE DEUS
O OBREIRO APROVADO DE DEUS
Tendo
encorajado Timóteo a continuar no seu serviço de evangelista (veja 2 Timóteo
1:6-8,13-14), Paulo agora o exorta a encarar os sofrimentos deste trabalho,
desenvolvendo as seguintes características do ministro fiel:
Mestre da palavra (2:1-2). Em sofrimento, o servo de Deus
deve procurar força na graça de Deus, e não em sua própria capacidade ou
sabedoria (2:1; veja Hebreus 12:28; Tito 2:11-14; 2 Coríntios 12:7-10). Assim
fortificado, é necessário que o servo ensine a palavra da graça de Cristo para
outros (2:2; veja Atos 20:32). Nisto notemos duas coisas importantíssimas:
É a vontade
de Deus que a mesma palavra se passe de uma geração para outra. Paulo
disse, "o que da minha parte ouviste...isso mesmo transmite
a homens...para instruir a outros" (2:2). Deus não quer que novas
gerações ensinem coisas novas (veja Gálatas 1:8).
O que é
preciso em quem vai ensinar a palavra é fidelidade, e não eloqüência ou
sabedoria própria (veja 1 Coríntios 4:1-2). Quem se fortifica na graça de Deus
e não no orgulho de homens ensinará apenas a palavra de Deus.
Soldado, atleta, lavrador (2:3-13). O servo do Senhor precisa ser bem
treinado e disciplinado para que possa alcançar os alvos de Deus. Como soldado,
terá que sacrificar certos confortos e seus próprios desejos para conquistar o
objetivo do seu capitão. Como atleta, terá de seguir regras, sacrificando a sua
liberdade para receber o prêmio. Como lavrador, terá que trabalhar duro com
muita paciência, para depois receber o fruto (2:3-7).
Jesus e
Paulo são exemplos perfeitos. Eles sofreram em servir a Deus, confiantes que
ele dê a cada um de acordo com as suas obras (2:8-13; veja 2 Coríntios 5:9-10).
Obreiro diligente (2:14-19). Enquanto muitos no mundo
religioso se enrolam com questões de doutrinas de igrejas e teologia humana, o
servo de Deus precisa se afadigar no estudo da palavra da verdade (2:15). Quem
busca contendas de doutrinas e segue toda ideia nova gasta seu tempo e corrompe
outros com sua falta de confiança na simples palavra de Deus (2:14,16-19; veja
Marcos 12:24,27; Efésios 4:11-14).
Vaso santificado e disciplinado
(2:20-26). O
servo de Deus deve disciplinar a sua própria vida, fugindo das coisas que não
convêm, e seguindo as que o tornam útil para serviço na casa de Deus (2:20-23).
Com a sua própria vida em ordem, o servo então deve exortar a outros, lhes
ensinando a pura palavra de Deus com a esperança de que sejam convencidos a se
arrepender e parar de servir o diabo (2:24-26).
2 TIMÓTEO 3:1-17
SOBREVIRÃO TEMPOS DIFÍCEIS
SOBREVIRÃO TEMPOS DIFÍCEIS
Ao preparar
os apóstolos para pregar o evangelho, Jesus nunca deixou de avisá-los das
dificuldades e perigos que fariam parte deste trabalho (veja Mateus 10:16-23).
Assim, Paulo também advertiu a Timóteo, a fim de prepará-lo para lidar com os tempos
difíceis que certamente chegariam (3:1).
A fonte das dificuldades (3:2-9). O cristão é cidadão do céu
(veja Filipenses 3:20) mas vive no mundo, um território hostil governado pelo
"deus deste século" (veja João 17:14-18; 2 Coríntios 4:3-4). Timóteo
teria que lidar com homens que rejeitaram a verdade de Deus para seguirem os
desejos deste mundo. Paulo faz uma lista de seus atributos, destacando seu
egoísmo e seu "amor" para tudo aquilo que é contra a vontade de Deus
(3:2-4).
Tais homens
complicam a vida do servo fiel, pois não somente fazem o errado como também
encorajam outros a rejeitarem a verdade. Até parecendo ser espirituais, eles
levam sua falsidade às casas dos mais fracos e daqueles que não conseguem
distinguir a verdade da mentira (3:5-7).
As maneiras
e métodos destes homens não são uma novidade: até mesmo Moisés foi desafiado
por homens que agiram assim (3:8-9; veja 2 Pedro 2:5-8; Judas 14-16).
Os piedosos serão perseguidos
(3:10-13). Em
forte contraste com estes homens infiéis, há o exemplo do apóstolo Paulo. Desde
o momento em que Timóteo se converteu, testemunhou a vida do apóstolo, vendo a
maneira dele ensinar e viver em verdadeira piedade. Timóteo viu a firmeza de
Paulo mesmo no meio de muitas tribulações. A vida de Paulo não era fácil, mas
sua plena confiança no Senhor o livrou do desespero (3:10-11; veja Atos
13:14-14:22). Paulo sabia que as aparências deste mundo frequentemente enganam,
pois o servo fiel sofrerá perseguição enquanto os ímpios parecem
"prosperar" (3:12-13; veja Salmos 73; 94). Porém, a confiança do
servo fiel deveria ser no Senhor e não nas aparências deste mundo.
Firmeza pela palavra (3:14-17). Mais importante ainda do que o
bom exemplo de Paulo, Timóteo teve à sua disposição a coisa mais útil na luta
contra a corrupção dos homens. Mesmo antes de conhecer o apóstolo, Timóteo
havia aprendido a confiar nas "sagradas letras" de Deus (3:14-15). A
palavra inspirada do Senhor foi feita justamente para preparar os seus servos.
Instruindo e corrigindo, ela dá ao homem tudo que ele precisa para fazer
"toda boa obra" de Deus (3:16-17). O servo fiel, inteirado e
confiante na palavra do Senhor, terá toda a preparação necessária para lidar
com qualquer dificuldade deste mundo.
Tempos
difíceis certamente sobrevirão. É preciso hoje homens como Paulo e Timóteo, que
confiam plenamente na palavra, e que têm a coragem de ensiná-la em verdade,
temendo mais a Deus do que aos homens (veja Mateus 10:28).
2 TIMÓTEO 4:1-22
PREGA A PALAVRA
PREGA A PALAVRA
Cumpre o ministério (4:1-8). Nestas cartas para Timóteo,
Paulo tem enfatizado a importância da pregação da sã doutrina (veja 1 Timóteo
1:3-7, 18-20; 4:1-3; 6:3-5; 2 Timóteo 1:13; 3:1-9). Este serviço é para Deus e
não para homens, pois Deus é quem julgará a todos (4:1). Portanto, observemos
algumas considerações importantes do trabalho de evangelista:
"Prega a
palavra" (4:2): deve-se pregar a palavra de Deus, e não as ideias dos homens. Somente a
palavra de Deus é suficiente para corrigir, repreender, e exortar pessoas para
salvação (veja 2 Timóteo 3:16-17).
"Quer seja oportuno, quer
não" (4:2):
por causa da certeza do julgamento de Deus, ser pregador do evangelho da
salvação é um trabalho de urgência (veja Atos 17:30-31). Portanto, o
evangelista deve pregar a palavra em todo lugar e sob todas as condições.
"Pois...não suportarão a sã
doutrina" (4:3-5): é necessário sempre pregar a verdade do evangelho justamente
porque muitos não a pregam. Alguns procuram atualizar o evangelho para que este
seja mais agradável aos ouvintes. A Bíblia, porém, ensina que a palavra de
Cristo julgará a todos no último dia (veja João 12:48), e que qualquer mudança
trará somente a condenação (2 João 8-11).
A vida de
Paulo é um exemplo notável deste trabalho. Encarando a certeza de sua morte
(4:6), ele reflete com confiança sobre seu serviço ao Senhor. Combateu o bom
combate, completou a carreira e guardou a fé, exatamente como ensinou Timóteo a
fazer (4:7; veja 1 Timóteo 1:18; 2 Timóteo 2:3-7; 1:13-14). Todos aqueles que
amam a vinda de Cristo estarão se preparando e preparando outros, com a
pregação do evangelho puro, para que possam receber o galardão de Deus (4:8).
Considerações finais (4:9-22). Paulo mostra seu desejo de ver
Timóteo e diz que todos, exceto Lucas, foram embora (4:9-11, 21). Alguns foram
pregar em outros lugares (4:10-12). Outros abandonaram Paulo na sua hora de
aflição (4:10,16). Antes, Paulo chamou Demas de "cooperador" (Filemom
24), mas agora, vê que os interesses deles são do "presente século" e
não das coisas do Senhor (veja 2 Timóteo 2:4). Alexandre resistiu fortemente à
palavra que Paulo pregava (4:14-15). Mesmo assim, Paulo não desfaleceu, porque
o Senhor permaneceu fiel (4:17-18). Se o nosso foco for o Senhor e a sua
palavra, o trabalho do evangelho sempre continuará.
A carta
termina com a tradicional troca de saudações entre irmãos fiéis (4:19-21), e
com os desejos de Paulo pela graça e a presença do Senhor para com Timóteo
(4:22). O amor do Senhor e dos servos fiéis deve motivar o evangelista a pregar
para que outros possam se converter a Deus.
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