O segundo
Livro de Samuel, é uma continuação de seu primeiro Livro e neste livro são relatados
a história de Davi que foi o primeiro Rei de Judá (II Sam.1.4), que mais tarde
também se tornou Rei de toda a nação, tanto do Sul (Judá), quanto o Norte
(Israel), conforme (II Sam. 5.24). Este
Livro relata os tempos da monarquia depois da morte de seu primeiro rei, que
foi o Rei Saul, entre 1050 à 1010 A.C. Estes personagens estão também descritos
nos Livros de I Crônicas, Salmos e Provérbios.
O Livro de
1º Samuel registra o fracasso de Saul, o rei pedido pelo povo e em seu segundo
livro, a entronização de Davi, o rei escolhido por Deus. Davi é apresentado
como o rei ideal, que obedece a Deus e serve ao povo. Qualquer autoridade que
não obedece a Deus e não serve ao povo é ilegítima e má, pois acaba ocupando o
lugar de Deus para explorar e oprimir o povo. Com a entronização de Davi Deus
também há a “estabilização da Casa de Davi (Isaías 9.7) através do qual mais tarde o Messias, Jesus
Cristo haveria de vir, e quando Ele voltar , sentar-se-á no Trono de Davi (Lc.
1.32)”. O Livro de 1º Samuel ocupa-se da história como homem e no 2º Livro de Samuel
Davi é narrado como Rei (2º Sam. 5.3). Não somente estes livros narram a
história de Davi, mas encontramos sua história em outros aspectos nos Livros de
Reis, no Livro de 2ª Crônicas, e também nos Salmos.
O Livro de
2º Samuel narra as lutas de Davi contra os inimigos de “dentro e de fora”,
lutas constantes para que se firmasse em seu reino e no poder a estendê-lo as
outras Tribos de Israel. Davi era um
homem de profunda fé e devoção a Deus e como líder foi capaz de conquistar a
lealdade do seu povo, mas também foi um homem que cometeu pecados que
desagradaram a Deus, pecados de crueldade e violência, que a Bíblia não esconde,
mas porém quando Natã, o profeta, apontou a Davi seus pecados, este ao
contrário de Saul, os confessou, se arrependeu e aceitou o castigo de Deus.
A vida e as
realizações de Davi impressionam profundamente o povo de Israel. Tanto assim
que mais tarde, nos tempos de angústia, quando mais velho e necessitando de um
novo rei, o povo pedia “um filho de Davi”. Desejavam um rei descendente de Davi
e que fosse como ele. No início do Livro de 2º Samuel, relata-se os triunfos de
Davi e suas lamentações a respeito de Saul e Jônatas, e depois sua vida como
Rei, primeiramente de Judá e depois constituído Rei de todas as Tribos de
Israel.
Davi
acabando de regressar a Ziclague, depois de uma grande vitória sobre os Amalequitas,
cansado fisicamente e revigorado em seu espírito, por causa de seu grande
êxito. Agora no auge de seus trinta anos consulta a Deus para saber onde
deveria estabelecer o seu trono e Deus lhe indica Hebrom. Acabara de chegar àquela cidade, quando os
homens de Judá vieram ungí-lo rei sobre a causa de judá. O começo de seu reinado foi lento e desanimador,
mas Davi porém tinha fé e estava pronto a esperar que Deus o conduzisse, Davi
era um Rei humilde diante de Deus e diante dos homens. Reinou durante 40 anos,
inclusive os sete anos e meio em Hebrom sobre Judá, e 33 anos em Jerusalém
sobre toda a terra de Israel. A
fortaleza de Jerusalém estava nas mãos
dos Cananeus, mas foi conquistada nos primeiros anos de seu reinado (2º Sam.5.
6-10)
No capítulo
dois até o décimo relata-se a conquista da cidade de Jerusalém e a derrota dos
Filisteus, no governo de Davi sobre Judá (2º Sam.1.4-12, 5 ). A condução da Arca da Aliança para a cidade e
o desejo de Davi em construir um templo,
as vitórias de Davi, o caso Davi e Bate-Seba, quando já era Rei de Israel e
Judá. Um dos grandes resultados de Davi
foi a unidade de toda a nação, unindo num só grupo os vários elementos em
conflito. Davi confiou em Deus de todo
seu coração, e não se apoiou em seus
próprios conhecimentos. Reconheceu a Deus em todo seu caminho e Deus
dirigiu-lhe as veredas (Prov. 3.6). O
que foi mais importante, Davi fez pelo povo, capturou Jerusalém constituindo-a maior e mais poderosa,
conquistou os Filisteus e unificou o Reino. “Ia Davi crescendo em poder cada
vez mais, porque o SENHOR dos exércitos era com ele (2ª Crôn. 11.9)”. Deus mandou informar a Davi através do Profeta
Natã que ao contrario de Saul, seu filho
iria sucedê-lo e que seu reino e seu trono seria estabelecido para sempre e ao
seu filho concederia a honra de construir o templo. (2º Sam.7.12-16)
Nos
capítulos 11, 12 e 25 relatam os problemas e as dificuldades devido sua
conduta pecaminosa, suas perturbações e
as suas causas, o seu arrependimento e outros fatos. Numa dessas descrições são relatados seu pecado a respeito de Urias e a repreensão do profeta Natã a Davi. Em toda a Palavra de Deus não há capítulo mais
trágico, nem mais cheio de advertências diante da queda de Davi. Ele narra
a queda de Davi como a eclipse do sol, o pecado de adultério e virtual
homicídio constitui uma terrível nódoa na sua vida. Tornou-se um homem alquebrado. Deus o perdoou, mas a Palavra diz: “Não
apartará a espada jamais da tua casa”. Colheu o que semeou, achava-se ocioso
(2º Sam. 11.12), era momento de o rei estar na guerra, mas lá não se
encontrava. Permaneceu em Jerusalém no lugar da tentação, num lugar desalento,
passeando pelo terraço onde viu a Bate_Seba e a desejou, e ao invés de expulsa-la,
a colheu e tomou-a e ainda mandou matar a seu marido Urias, que era também seu
soldado. Fato este cometido pelo “cabeça
da nação”, cujo homem destacadamente favorecido por Deus. Um ano depois o Profeta Natã o visitou
acusando-o do pecado e vemos seu arrependimento descrito no Salmo 51. Apesar do arrependimento, Deus o pune com a
morte de seu filho que morreria por causa do seu pecado. (2º Sam.12.13-32). Quando a criança faleceu Davi levantou e
adorou a Deus dizendo: Pior é uma tristeza viva do que morta. Sua morte constitui uma dolorosa tristeza para
Davi, mas a mágoa viva que teve que suportar, foi através do seu amado filho
Absalão, em sua rebelião carregada de tragédia e morte.
No capítulo
13 ao 18 é mencionado o pecado de Amon, sendo este morto por Absalão filho de
Davi, também descreve a rebelião de Absalão com sua derrota e morte. A revolta de Sebá e sua repressão, a vingança
dos Gibionitas, onde os descendentes de Saul são mortos (20-21). Os últimos
dias de Davi, estão nos capítulos 21.1 à 24.25, também a batalha contra os
Filisteus, a matança de seus gigantes, o hino da vitória e os salmos de Davi de
ações e graças. Nos capítulo 24 relatam
as últimas palavras de Davi, seus principais homens de guerra, a numeração do
povo e consequente castigo, sua oração e sacrifício. (2º Sam. 24.11-14, 17).
Os últimos
dias de Davi está descrito em (2° Samuel 20 a 24). Depois que a rebelião foi esmagada, o Rei
Davi voltou para o seu reino. Novos oficiais foram nomeados e a reconstrução do
templo começou em toda parte. Ele
acumulou grandes recursos para a construção do templo e encaminhou o filho
Salomão a edifica-lo. Davi tinha 70 anos
quando faleceu. Foi esse o homem
“segundo coração de Deus”. Temos que
conhecer a vida de Davi para poder compreender seus Salmos. Em (Atos 13.22, 23), Jesus Cristo é chamado
“Filho de Davi”, e sua genealogia está no meio, entre Abraão e Jesus Cristo. Davi cometeu erros, mas impediu que a nação
caísse na idolatria. Não obstante apesar
de seus pecados serem graves, permaneceu fiel a Deus. Foi grande santo, apesar de grande pecador. Pecou mas arrependeu-se. Os últimos versículos de 2º Samuel fala de
Davi comprando a eira de Araúna e ali ele erigiu um altar. Isto tem sentido especial por situar-se onde o
grande templo de Salomão foi mais tarde edificado.
A MONARQUIA
DE ISRAEL
O Reino
Unido – 1050 – 930 A.C
·
Saul
– 1050 A.C (1º Sam. E 1ª Crôn.1.10)
· Davi – 1010 A.C (2º Sam., Salmos, Jó,
1ª Crôn. 11 até final do Livro)
· Salomão 970 A.C (1º Reis 1.10, Provérbios,
Eclesiástes, Cantares, 2ª Crôn. 1.10)
A Monarquia
começa no Reino de Saul, 1050 A.C, descrito no Livro de 1º Samuel e 1ª Crônicas
1-10. A monarquia também é chamada de
Reino Unido e teve sua dinastia de 1050 a 930 A.C. Após a morte de Saul, o Rei
Davi reinou em seu lugar entre 1010 A.C até 970 A.C, cujos relatos estão nos
livros de 2º Samuel e 1ª Crônicas 11 a 29, e em algumas partes nos Livros de
Salmos. Em seu lugar reinou seu filho Salomão de 970 A.C à 930 A.C, relatado no
Livro de 1º Reis, 2ª Crônicas 1 ao 10. O
Rei Salomão também escreveu os Livros de
Provérbios, Eclesiastes e Cantares.
Sob o governo de Davi, Israel atingiu
o seu ponto culminante. Essa época é
chamada “Idade Áurea” de Israel. Nela
não havia bosques, nem culto a ídolos, nem funções mundanas. Suas caravanas
cruzavam os desertos e suas rotas iam do Nilo ao Tigre e Eufrates, e Israel
prosperava naquele tempo. Quando Israel
andou em retidão com Deus, foi invencível contra todas as circunstancias
adversas.
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