sexta-feira, 13 de setembro de 2019

A P O C A L Í P S E / TERCEIRA PARTE - A FÚRIA DE DEUS - Apoc.14:6-13


A FÚRIA DE DEUS - Apocalipse 14:6-13
O JUÍZO ANUNCIADO
Após a visão da primeira voz em Ap 14.1-5, que retrata a vitória daqueles que foram fiéis a Cristo em meio às dificuldades causadas pelos dois primeiros aliados do dragão, as duas bestas, que representam os governos anticristãos e as falsas religiões e filosofias ao longo da história da Igreja, João relata a visão de outras quatro vozes. Estas vozes darão continuidade ao contraste com o capítulo 13, entre a vida dos que servem ao Senhor e a dos que não servem.
As pessoas que optaram por uma vida de impiedade desfrutarão de prazeres e aparentes benefícios momentâneos, porém, estão fadados à perdição eterna. Entretanto, aqueles que perseverarem em sua fé em Cristo passarão por perseguição e outras dificuldades, mas têm a vitória garantida quando Cristo voltar trazendo juízo sobre a humanidade.
É uma referência àqueles que foram perseguidos e mortos durante a tribulação (Ap.7:9-17) por não aceitarem a imposição do anticristo, e que foram selados com o selo de Deus e agora estão diante do Trono em agradecimento a Deus. (Ez.9:4-6, Sof.3:13).

OS TRÊS ANJOS E SUAS MENSAGENS
6 Então vi outro anjo voando muito alto, com uma mensagem eterna do evangelho para anunciar aos povos da terra, a todas as raças, tribos, línguas e nações. 7 Ele disse com voz forte: - Temam a Deus e louvem a sua glória, pois já chegou a hora de Deus julgar a humanidade. Adorem aquele que fez o céu, a terra, o mar e as fontes das águas! 8 Um segundo anjo seguiu o primeiro, dizendo: - Caiu! Caiu a grande Babilônia! Ela embriagou todos os povos, dando-lhes o seu vinho, o vinho forte da sua terrível imoralidade! 9 Um terceiro anjo seguiu o segundo, dizendo com voz forte: - Aqueles que adorarem o monstro e a sua imagem e receberem o sinal na testa ou na mão 10 beberão o vinho de Deus, o vinho da sua ira, que ele derramou puro na taça do seu furor. Eles serão atormentados no fogo e no enxofre diante dos santos anjos e do Cordeiro. 11 A fumaça do fogo que os atormenta sobe para todo o sempre. Ali não há alívio, nem de dia nem de noite, para os que adoram o monstro e a sua imagem, nem para qualquer um que tenha o sinal do nome dele. 12 Isso exige que o povo de Deus aguente o sofrimento com paciência. Esse povo é aquele que obedecem aos mandamentos de Deus e são fiéis a Jesus. 13 Então ouvi uma voz do céu, que disse: - Escreva isto: felizes as pessoas que desde agora morrem no serviço do Senhor! - Sim, isso é verdade! - responde o Espírito de Deus. —Elas descansarão do seu duro trabalho porque levarão consigo o resultado dos seus serviços. (Ap.14:6-13 NTLH)

Apocalipse 14:6-7  -  A primeira voz: João vê um anjo voando pelo meio do céu tendo um evangelho eterno para pregar aos que estão acomodados neste mundo. O fato do anjo está voando no meio do céu garante sua visibilidade. Todos podem contemplá-lo e ouvi-lo, pois emite uma grande voz a cada nação, tribo, língua e povo. Isto demonstra o alcance de sua mensagem. Este é o Evangelho Eterno, o mesmo em todas as épocas. Os ouvintes dessa voz estão assentados sobre a terra. São “os que habitam sobre a terra”. Esta expressão em Apocalipse é utilizada em relação aos ímpios (6.10; 8.13; 11.10; 13.7,14), àqueles que vivem suas vidas alheias a vida de Deus (Ef. 4.17-19; Mt 24.37-39). Finalmente é pregado a todas as nações, povos, raças, línguas (Mt 24.14).
A mensagem anunciada é o evangelho de Cristo, entretanto, a ênfase é a ira de Deus. Observe que em Ap 8.13 a águia que voava pelo meio do céu trazia uma mensagem de juízo. Aqui, a mensagem diz que é chegada a hora do juízo. Nessa hora, todos temerão a Deus e lhe darão glória (Ap 11.13).  Até a terra e o céu fugirão da sua presença (Ap 20.11). Todos reverenciarão sua presença e reconhecerão sua glória, pois Ele é o Senhor e Criador e não a besta que surge do mar (Ap 13.4).
Deus é misericordioso e como é grande a Sua bondade! Mesmo em meio a tanta rebeldia sobre a Terra, o Senhor ainda dá a chance para o arrependimento. No entanto, a graça Divina um dia chegará ao seu fim e aqueles que rejeitam o amor de Deus serão desprezados por Ele. O Evangelho se baseia numa Pessoa, Jesus Cristo. É por meio Dele que Deus salva a humanidade de seus pecados e do mundo. No Velho Testamento, a salvação decorria de os homens olharem para o futuro, para Aquele que viria e morreria na cruz. Depois da morte e ressurreição de Jesus, nós olhamos para trás, para o que ocorreu na cruz. Os que estiverem na Grande Tribulação terão que crer na morte e ressurreição de Jesus como nós cremos, para serem salvos e conduzidos à eternidade ao lado de Deus. Portanto, a mensagem do Evangelho não muda e é somente em Cristo que o homem pode se relacionar com Deus, para obter a Sua salvação.

Apocalipse 14:8 -  A segunda voz: O segundo anjo anuncia a queda da Babilônia. Aqui, o termo Babilônia é utilizado pela primeira vez no livro. A Babilônia é o terceiro aliado do dragão e representa a sedução mundana. O texto é baseado em Isaías 21.9 e remete-nos a um sistema iníquo que terá seu fim. Roma era vista como uma “Babilônia” na época. As nações se entorpecem com o “vinho” da Babilônia que faz com que não enxerguem a mensagem do evangelho. Os homens se embriagam com este vinho irado (ardente) que produz paixão pelos prazeres ilícitos.
Um segundo anjo é visto voando no meio do céu. O primeiro anjo proclamou o Evangelho e a necessidade de que todos temessem, louvassem e adorassem o Criador, o Eterno Deus. Infelizmente, a humanidade tem deixado Deus, para adorar deuses falsos e praticar a idolatria. Na Grande Tribulação, o mundo adorará o Anticristo, enquanto Satanás tentará distorcer os propósitos Divinos. O segundo anjo anuncia a queda da grande Babilônia e descreve a razão da sua queda. Nós veremos mais detalhes sobre isso nos capítulos 17 e 18. A “Babilônia” mencionada aqui se refere à falsa religião, a qual estará sob a liderança do Falso Profeta, o monstro que subiu da terra. O cristianismo idólatra estará à frente dessas religiões falsas. A razão da destruição dessa Babilônia religiosa é a sua imoralidade, e o termo exato é “fornicação”. Isso significa que ela nunca foi unida com Cristo, pois se assim fosse, o termo seria “adúltera”, ao se prostituir com os ídolos. Ela será justamente julgada por Deus, por influenciar o mundo a se posicionar contra os Seus propósitos e propriamente contra Ele. A grande meretriz finalmente cai, e juntamente com ela seus adoradores. (Isaias 21:9, Ap 18:2, Isaias 51:37, 34:19).

Apocalipse 14:9-11 – A quarta voz: O terceiro anjo anuncia as consequências para os que ao invés de adorar a Deus e servi-lo, adoram e servem à besta. Os que têm a marca da besta são aqueles que servem aos governos anticristãos, às falsas religiões e filosofias mundanas e, os que são se embriagam com a sedução mundana. Eles não beberão mais do vinho da Babilônia, mas provarão do cálice da ira de Deus. O cálice da ira de Deus não tem mistura. O vinho naquela época era diluído em água pelos gregos. A ira de Deus não será atenuada, mas será pura, completa, sem misericórdia (Hb 10.31). Cristo bebeu deste cálice em nosso lugar (Mt 26.39). Aleluia! A ira de Deus é aqui simbolizada por tormento através de fogo e enxofre (Ap 19.20; 20.10,14 e 15). A referência é a Gn 19.24 que relata a destruição de Sodoma e Gomorra. Entretanto, não devemos entender que os ímpios serão aniquilados, pois vemos claramente que serão atormentados eternamente.
A realidade do Inferno. (vs.9-11) - O terceiro anjo traz uma mensagem de advertência. O Falso Profeta obterá sucesso ao unir o mundo todo, exceto, os eleitos de Deus, para adorar o Anticristo. O Falso Profeta influenciará toda a humanidade a participar da “fornicação espiritual” com o falso cristianismo, para depois, beber do vinho da ira de Deus. A ira Divina será terrível e será derramada “pura” ou “sem nenhuma mistura”, e o sentido é que ela será extrema. A razão dessa expressão provém do costume hebreu de misturar água com vinho, a fim de enfraquecê-lo.
Aqueles que pensam que Deus se arrependerá e finalmente desistir porque Ele é o Deus de amor perceberão que estão extremamente enganados. Nós cremos que Deus é amor, mas usar essa verdade para pensarmos que Ele desistirá de punir os rebeldes e incrédulos, esse pensamento é um grande engano! Deus é justo e exercerá a Sua justiça!
Há muitos em nosso meio que tentam anular a verdade da existência do Inferno, mas, infelizmente, viverão a eternidade em pleno sofrimento e desiludidos por não terem crido nas palavras de Jesus, a respeito dessa dimensão eterna.
Deus não é mentiroso e quando Ele diz que “eles serão atormentados no fogo e no enxofre”, ou seja, aqueles que rejeitam o Seu Evangelho e a Jesus, acreditemos Nele! Jesus estará presente quando os rebeldes forem lançados justamente no Inferno e não fará nada para amenizar a situação.
O verso 11 fala que o Inferno é eterno. É um tormento e asfixia eterna! É um fogo que queima sem descanso e, portanto, não vale a pena arriscar!

Apocalipse 14:12 – Os santos devem guardar e confiar nestas palavras. Devem perseverar em sua fé mesmo diante destas dificuldades, pois Deus há de julgar e punir aqueles que servem ao dragão e seus aliados com o propósito de perseguir e fazer mal ao povo de Deus.
Aguente o sofrimento com paciência e obediência aos mandamentos de Deus. Andar com Deus tem se tornado cada vez mais difícil, pois o espírito do engano e do Anticristo já atua tremendamente em nosso tempo. No entanto, devemos olhar para a glória dos Céus e para os terrores do Inferno, a fim de agradecermos a Deus por nos dar a coragem de nos mantermos em Cristo. Que essa visão nos conduza a uma vida de perseverança na doutrina de Cristo e de Seus apóstolos. Que nós não nos cansemos de fazer a vontade de Deus neste mundo, em um espírito de fidelidade a Ele.

Apocalipse 14:13 – A quarta voz: Uma voz celestial ordena que João escreva a segunda de sete bem-aventuranças do livro de Apocalipse (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). Esta voz é um consolo para aqueles que estavam perdendo suas vidas por causa da escolha que fizeram de servir ao Senhor: “morrem no Senhor”. Desde o momento de sua morte eles seriam bem-aventurados, pois estariam na presença do Senhor (Lc 23.43; Fp 1.23). Lá, suas obras seriam galardoadas, seu sofrimento e perseverança seriam recompensados (2 Tm 4.8; Ap 22.12).

Felizes ou abençoados os que morrem no serviço do Senhor! “Então ouvi uma voz do céu, que disse: - Escreva isto: felizes as pessoas que desde agora morrem no serviço do Senhor! - Sim, isso é verdade! - responde o Espírito de Deus. - Elas descansarão do seu duro trabalho porque levarão consigo o resultado dos seus serviços”
Na Grande Tribulação, os cristãos sinceros sofrerão terrivelmente, e morrer será uma benção para eles. Estar com o Senhor na eternidade será muito melhor do que estar sobre a Terra, especialmente, naqueles dias!
Eles descansarão do trabalho pelo Evangelho e levarão consigo os seus frutos, o resultado da boa obra que realizaram e serão galardoados pelo Senhor.