A FÚRIA DE DEUS - Apocalipse 14:6-13
O JUÍZO ANUNCIADO
Após a visão
da primeira voz em Ap 14.1-5, que retrata a vitória daqueles que foram fiéis a
Cristo em meio às dificuldades causadas pelos dois primeiros aliados do dragão,
as duas bestas, que representam os governos anticristãos e as falsas religiões
e filosofias ao longo da história da Igreja, João relata a visão de outras
quatro vozes. Estas vozes darão continuidade ao contraste com o capítulo 13,
entre a vida dos que servem ao Senhor e a dos que não servem.
As pessoas
que optaram por uma vida de impiedade desfrutarão de prazeres e aparentes
benefícios momentâneos, porém, estão fadados à perdição eterna. Entretanto,
aqueles que perseverarem em sua fé em Cristo passarão por perseguição e outras
dificuldades, mas têm a vitória garantida quando Cristo voltar trazendo juízo
sobre a humanidade.
É uma
referência àqueles que foram perseguidos e mortos durante a tribulação
(Ap.7:9-17) por não aceitarem a imposição do anticristo, e que foram selados
com o selo de Deus e agora estão diante do Trono em agradecimento a Deus.
(Ez.9:4-6, Sof.3:13).
OS TRÊS
ANJOS E SUAS MENSAGENS
6
Então vi outro anjo
voando muito alto, com uma mensagem eterna do evangelho para anunciar aos povos
da terra, a todas as raças, tribos, línguas e nações. 7
Ele disse com voz forte: - Temam a Deus e louvem a sua glória, pois já
chegou a hora de Deus julgar a humanidade. Adorem aquele que fez o céu, a
terra, o mar e as fontes das águas! 8 Um
segundo anjo seguiu o primeiro, dizendo: - Caiu! Caiu a grande Babilônia! Ela
embriagou todos os povos, dando-lhes o seu vinho, o vinho forte da sua terrível
imoralidade! 9 Um terceiro anjo seguiu o
segundo, dizendo com voz forte: - Aqueles que adorarem o monstro e a sua imagem
e receberem o sinal na testa ou na mão 10
beberão o vinho de Deus, o vinho da sua ira, que ele derramou puro na taça do
seu furor. Eles serão atormentados no fogo e no enxofre diante dos santos anjos
e do Cordeiro. 11 A fumaça do fogo que os
atormenta sobe para todo o sempre. Ali não há alívio, nem de dia nem de noite,
para os que adoram o monstro e a sua imagem, nem para qualquer um que tenha o
sinal do nome dele. 12 Isso exige que o povo
de Deus aguente o sofrimento com paciência. Esse povo é aquele que obedecem aos
mandamentos de Deus e são fiéis a Jesus. 13
Então ouvi uma voz do céu, que disse: - Escreva isto: felizes as pessoas que
desde agora morrem no serviço do Senhor! - Sim, isso é verdade! - responde o
Espírito de Deus. —Elas descansarão do seu duro trabalho porque levarão consigo
o resultado dos seus serviços. (Ap.14:6-13 NTLH)
Apocalipse
14:6-7 - A primeira
voz: João vê um anjo voando pelo meio do céu tendo um evangelho eterno para
pregar aos que estão acomodados neste mundo. O fato do anjo está voando no meio
do céu garante sua visibilidade. Todos podem contemplá-lo e ouvi-lo, pois emite
uma grande voz a cada nação, tribo, língua e povo. Isto demonstra o alcance de
sua mensagem. Este é o Evangelho Eterno, o mesmo em todas as épocas. Os
ouvintes dessa voz estão assentados sobre a terra. São “os que habitam sobre a
terra”. Esta expressão em Apocalipse é utilizada em relação aos ímpios (6.10;
8.13; 11.10; 13.7,14), àqueles que vivem suas vidas alheias a vida de Deus (Ef.
4.17-19; Mt 24.37-39). Finalmente é pregado a todas as nações, povos, raças, línguas
(Mt 24.14).
A mensagem
anunciada é o evangelho de Cristo, entretanto, a ênfase é a ira de Deus.
Observe que em Ap 8.13 a águia que voava pelo meio do céu trazia uma mensagem
de juízo. Aqui, a mensagem diz que é chegada a hora do juízo. Nessa hora, todos
temerão a Deus e lhe darão glória (Ap 11.13). Até a terra e o céu fugirão
da sua presença (Ap 20.11). Todos reverenciarão sua presença e reconhecerão sua
glória, pois Ele é o Senhor e Criador e não a besta que surge do mar (Ap 13.4).
Deus é
misericordioso e como é grande a Sua bondade! Mesmo em meio a tanta rebeldia
sobre a Terra, o Senhor ainda dá a chance para o arrependimento. No entanto, a
graça Divina um dia chegará ao seu fim e aqueles que rejeitam o amor de Deus
serão desprezados por Ele. O Evangelho se baseia numa Pessoa, Jesus Cristo. É
por meio Dele que Deus salva a humanidade de seus pecados e do mundo. No Velho
Testamento, a salvação decorria de os homens olharem para o futuro, para Aquele
que viria e morreria na cruz. Depois da morte e ressurreição de Jesus, nós
olhamos para trás, para o que ocorreu na cruz. Os que estiverem na Grande
Tribulação terão que crer na morte e ressurreição de Jesus como nós cremos,
para serem salvos e conduzidos à eternidade ao lado de Deus. Portanto, a
mensagem do Evangelho não muda e é somente em Cristo que o homem pode se
relacionar com Deus, para obter a Sua salvação.
Apocalipse 14:8 - A segunda voz: O segundo anjo anuncia a queda
da Babilônia. Aqui, o termo Babilônia é utilizado pela primeira vez no livro. A
Babilônia é o terceiro aliado do dragão e representa a sedução mundana. O texto
é baseado em Isaías 21.9 e remete-nos a um sistema iníquo que terá seu fim.
Roma era vista como uma “Babilônia” na época. As nações se entorpecem com o
“vinho” da Babilônia que faz com que não enxerguem a mensagem do evangelho. Os
homens se embriagam com este vinho irado (ardente) que produz paixão pelos
prazeres ilícitos.
Um segundo
anjo é visto voando no meio do céu. O primeiro anjo proclamou o Evangelho e a
necessidade de que todos temessem, louvassem e adorassem o Criador, o Eterno
Deus. Infelizmente, a humanidade tem deixado Deus, para adorar deuses falsos e
praticar a idolatria. Na Grande Tribulação, o mundo adorará o Anticristo,
enquanto Satanás tentará distorcer os propósitos Divinos. O segundo anjo
anuncia a queda da grande Babilônia e descreve a razão da sua queda. Nós
veremos mais detalhes sobre isso nos capítulos 17 e 18. A “Babilônia”
mencionada aqui se refere à falsa religião, a qual estará sob a liderança do
Falso Profeta, o monstro que subiu da terra. O cristianismo idólatra estará à
frente dessas religiões falsas. A razão da destruição dessa Babilônia religiosa
é a sua imoralidade, e o termo exato é “fornicação”. Isso significa que ela
nunca foi unida com Cristo, pois se assim fosse, o termo seria “adúltera”, ao
se prostituir com os ídolos. Ela será justamente julgada por Deus, por
influenciar o mundo a se posicionar contra os Seus propósitos e propriamente
contra Ele. A grande meretriz finalmente cai, e juntamente com ela seus
adoradores. (Isaias 21:9, Ap 18:2, Isaias 51:37, 34:19).
Apocalipse
14:9-11 – A quarta
voz: O terceiro anjo anuncia as consequências para os que ao invés de adorar a
Deus e servi-lo, adoram e servem à besta. Os que têm a marca da besta são
aqueles que servem aos governos anticristãos, às falsas religiões e filosofias
mundanas e, os que são se embriagam com a sedução mundana. Eles não beberão
mais do vinho da Babilônia, mas provarão do cálice da ira de Deus. O cálice da
ira de Deus não tem mistura. O vinho naquela época era diluído em água pelos
gregos. A ira de Deus não será atenuada, mas será pura, completa, sem
misericórdia (Hb 10.31). Cristo bebeu deste cálice em nosso lugar (Mt 26.39).
Aleluia! A ira de Deus é aqui simbolizada por tormento através de fogo e
enxofre (Ap 19.20; 20.10,14 e 15). A referência é a Gn 19.24 que relata a
destruição de Sodoma e Gomorra. Entretanto, não devemos entender que os ímpios
serão aniquilados, pois vemos claramente que serão atormentados eternamente.
A realidade
do Inferno. (vs.9-11) - O terceiro anjo traz uma mensagem de advertência. O
Falso Profeta obterá sucesso ao unir o mundo todo, exceto, os eleitos de Deus,
para adorar o Anticristo. O Falso Profeta influenciará toda a humanidade a
participar da “fornicação espiritual” com o falso cristianismo, para depois,
beber do vinho da ira de Deus. A ira Divina será terrível e será derramada
“pura” ou “sem nenhuma mistura”, e o sentido é que ela será extrema. A razão
dessa expressão provém do costume hebreu de misturar água com vinho, a fim de
enfraquecê-lo.
Aqueles que
pensam que Deus se arrependerá e finalmente desistir porque Ele é o Deus de
amor perceberão que estão extremamente enganados. Nós cremos que Deus é amor,
mas usar essa verdade para pensarmos que Ele desistirá de punir os rebeldes e
incrédulos, esse pensamento é um grande engano! Deus é justo e exercerá a Sua
justiça!
Há muitos em
nosso meio que tentam anular a verdade da existência do Inferno, mas,
infelizmente, viverão a eternidade em pleno sofrimento e desiludidos por não
terem crido nas palavras de Jesus, a respeito dessa dimensão eterna.
Deus não é
mentiroso e quando Ele diz que “eles serão atormentados no fogo e no enxofre”,
ou seja, aqueles que rejeitam o Seu Evangelho e a Jesus, acreditemos Nele!
Jesus estará presente quando os rebeldes forem lançados justamente no Inferno e
não fará nada para amenizar a situação.
O verso 11
fala que o Inferno é eterno. É um tormento e asfixia eterna! É um fogo que
queima sem descanso e, portanto, não vale a pena arriscar!
Apocalipse
14:12 – Os santos
devem guardar e confiar nestas palavras. Devem perseverar em sua fé mesmo
diante destas dificuldades, pois Deus há de julgar e punir aqueles que servem
ao dragão e seus aliados com o propósito de perseguir e fazer mal ao povo de
Deus.
Aguente o
sofrimento com paciência e obediência aos mandamentos de Deus. Andar com Deus
tem se tornado cada vez mais difícil, pois o espírito do engano e do Anticristo
já atua tremendamente em nosso tempo. No entanto, devemos olhar para a glória
dos Céus e para os terrores do Inferno, a fim de agradecermos a Deus por nos
dar a coragem de nos mantermos em Cristo. Que essa visão nos conduza a uma vida
de perseverança na doutrina de Cristo e de Seus apóstolos. Que nós não nos
cansemos de fazer a vontade de Deus neste mundo, em um espírito de fidelidade a
Ele.
Apocalipse
14:13 – A quarta
voz: Uma voz celestial ordena que João escreva a segunda de sete
bem-aventuranças do livro de Apocalipse (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6;
22.7,14). Esta voz é um consolo para aqueles que estavam perdendo suas vidas
por causa da escolha que fizeram de servir ao Senhor: “morrem no Senhor”. Desde
o momento de sua morte eles seriam bem-aventurados, pois estariam na presença
do Senhor (Lc 23.43; Fp 1.23). Lá, suas obras seriam galardoadas, seu
sofrimento e perseverança seriam recompensados (2 Tm 4.8; Ap 22.12).
Felizes ou
abençoados os que morrem no serviço do Senhor! “Então ouvi uma voz do céu, que
disse: - Escreva isto: felizes as pessoas que desde agora morrem no
serviço do Senhor! - Sim, isso é verdade! - responde o Espírito de Deus. - Elas
descansarão do seu duro trabalho porque levarão consigo o resultado dos seus
serviços”
Na Grande
Tribulação, os cristãos sinceros sofrerão terrivelmente, e morrer será uma
benção para eles. Estar com o Senhor na eternidade será muito melhor do que
estar sobre a Terra, especialmente, naqueles dias!
Eles
descansarão do trabalho pelo Evangelho e levarão consigo os seus frutos, o
resultado da boa obra que realizaram e serão galardoados pelo Senhor.