segunda-feira, 22 de julho de 2019

A P O C A L I P S E / TERCEIRA PARTE - A FIGURA DO ANTICRISTO - Ap.13:1-10


CAPÍTULO 13 - A FIGURA DO ANTICRISTO E DO FALSO PROFETA
PARTE 1 – APOCALIPSE 13:1-10 – A BESTA QUE EMERGE DO MAR

O DRAGÃO
O estudo deste capítulo do Livro de Apocalipse, deve começar com uma referência a Apocalipse 12. O capítulo 12 fala do dragão. Dragão é o diabo. No último versículo deste capítulo diz que o dragão se põe de pé sobre a areia do mar. A areia do mar, neste caso, a praia, é uma estreita faixa compreendida entre o mar e a terra. E é precisamente do mar e da terra, entre os quais está o dragão, que surgem as duas bestas referidas deste capítulo 13.
Por conseguinte, é preciso termos em mente que, em Apocalipse, o dragão sempre é o diabo, e as bestas são sempre outros poderes dos quais o dragão se serve, ou através de os quais o dragão age.
 A relação entre Apocalipse 13 e Apocalipse 12 é estreita e fica ainda mais clara na palavra “dragão”. Satanás surge como dragão e é figura chave nos dois capítulos. No 12, ele persegue a Igreja, no 13 seus líderes são revelados. O Anticristo é descrito como a besta que surge do mar e revela a força do exército do Diabo, e o falso profeta como a que surge da terra é o poder do mal para influenciar e iludir. Portanto, aqui temos os propósitos de Satanás em sua batalha contra o povo de Deus. Seu desejo é tomar o lugar de Jesus, por isso várias de suas estratégias podem ser vistas como uma usurpação da revelação de Deus.

Apocalipse 13:1-10 A BESTA DO MAR O ANTICRISTO
Esta besta lembra Dn 7. Aí aparecem quatro bestas, das quais a quarta permanecerá até ao fim. Essas quatro bestas de Dn 7, seriam os seguintes poderes: 1 – da Babilônia; 2 – da Pérsia; 3 – da Alexandria, e 4 – de Roma. A besta de Apocalipse reúne as aparências das quatro bestas da profecia de Daniel. Isto quer dizer que ela reúne os poderes das quatro bestas descritas no Livro do profeta Daniel.
Essas características são:
10 chifres – Em Apocalipse, os chifres sempre são símbolos do poder terreno. Significa que esta besta tem poder na terra.
7 cabeças – Isto pode ser uma alusão aos sete montes sobre os quais a cidade de Roma foi construída. Ou, como dizem muitos, é uma alusão à falsidade da besta, pois o Nº 7 é o número simbólico da santidade de Deus. A besta quer fazer-se parecer com Deus.
Diademas – Os diademas indicam que a besta é investida de autoridade pelo dragão (Ap. 13.4).
Blasfêmias – As blasfêmias indicam a oposição a Deus. A besta se coloca em lugar de Deus exigindo ser adorada como se fosse o próprio Deus. Blasfêmia significa falar mal de Deus, e isto é mentir.
Parecida com leopardo – O leopardo é símbolo do império grego. O leopardo é rápido, veloz, conquistador, incansável.
Pés de urso – Os pés de urso representam o império persa, a sua força, a estabilidade e consolidação.
Boca de leão – A boca de leão representa a monarquia babilônica, os rugidos de blasfêmias, ameaças e matança.
Cabeça golpeada de morte, depois curada – Isto mostra que o poder da besta sucumbe, mas retorna novamente sob outra aparência. Os impérios antigos sucumbiram, mas em seu lugar apareceram outros: Babilônico, persa, nazismo, comunismo etc.)
A besta que vem do mar representa os poderes político/econômicos dos quais o diabo, que é o dragão, se serve, e através dos quais ele age, sem que esses poderes se deem conta de que estão servindo ao diabo. Através desses poderes e instituições, o diabo se impõe no mundo, e a maior parte dos homens o serve, enquanto somente os que estão inscritos (os cristãos) no Livro da Vida do Cordeiro, que é Cristo, não são dominados.

Apocalipse 13:1 – Vi emergir do mar uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças e, sobre os chifres, dez diademas e, sobre as cabeças, nomes de blasfêmia.
Vi emergir do mar: O mar, aqui, traz o mesmo significado de várias passagens do Velho Testamento. Ele representa as nações ou a sociedade humana. Em Salmo 65:7, o “rugir dos mares” é igual ao “tumulto das gentes”. Outras passagens usam a mesma linguagem: “Ai do bramido dos grandes povos que bramam como bramam os mares, e do rugido das nações que rugem como rugem as impetuosas águas!” (Isaías 17:12). “Mas os perversos são como o mar agitado, que não se pode aquietar, cujas águas lançam de si lama e lodo” (Isaías 57:20). “...a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações virão a ter contigo” (Isaías 60:5). Jeremias falou do castigo da Babilônia, o poder imperial de sua época que dependia das nações que ela dominava: “Ó tu que habitas sobre muitas águas, rica de tesouros! Chegou o teu fim, a medida da tua avareza” (Jeremias 51:13). Quando povos sujeitos se rebelaram contra o império, a Babilônia foi inundada pelo mar: “Como se tornou Babilônia objeto de espanto entre as nações! O mar é vindo sobre Babilônia, coberta está com o tumulto das suas ondas.... porque o SENHOR destrói Babilônia e faz perecer nela a sua grande voz; bramarão as ondas do inimigo como muitas águas, ouvir-se-á o tumulto da sua voz” (Jeremias 51:41-42,55). Esta besta surge do mar. Ela acha sua base de poder nas nações, na sociedade dos ímpios. Observe o contraste entre este servo do diabo que sobe do mar, e o anjo forte de Deus que desceu do céu e ficou em pé sobre a terra e o mar (10:1-2).
Esse entendimento é apoiado pelo trecho do Antigo Testamento mais importante na interpretação da besta do mar – Daniel 7. A visão de Daniel começa com esta descrição: “Eu estava olhando, durante a minha visão da noite, e eis que os quatro ventos do céu agitavam o mar Grande. Quatro animais, grandes, diferentes uns dos outros, subiam do mar” (Daniel 7:2-3). Precisamos observar que o mar, mais uma vez, representa as nações ou os povos, especialmente o mundo dos ímpios.
A besta que é o dragão (Satanás Ap.12:9) se coloca no meio da multidão (mar), e levanta um homem que será o anticristo (Ez.28:2, II Tess 2:9, Dn. 7:3,7 e Ap. 17:3,7), o qual terá o apoio de dez países, renascendo assim o Império Romano (Dn. 2:39-30, Ap. 17:17:12, Dn. 7:17-27, Ap. 17:15). Uma besta que tinha dez chifres e sete cabeças. Podemos perceber a força ou o poder da besta nos chifres, e a sua inteligência ou astúcia nas cabeças. Nesta descrição, já notamos a semelhança da besta com o dragão (12:3). O poder desta besta depende do diabo, o Adversário do povo de Deus.
Sobre os chifres, dez diademas: O dragão tem diademas sobre as sete cabeças. A besta tem diademas sobre os chifres, que serão identificados como reis que reinariam com a besta por pouco tempo (17:12).
Sobre as cabeças, nomes de blasfêmia: A besta é inimiga de Deus e do povo do Senhor. Exalta-se contra Deus com arrogância, mostrando nomes de blasfêmia e irreverência. Como as cabeças serão identificadas como reis (17:9), entendemos a arrogância de reis que se exaltam contra Deus, até aceitando a adoração como deuses, algumas evidências que estes reis tenham características de imperadores romanos.
O perfil do anticristo será de um ditador tirano que unificará as nações abrangendo várias línguas, tanto politicamente quanto religiosamente. Ele terá em suas mãos o maior império já visto na terra. Será maior que o império babilônio representado pelo “leão”, maior que o império medo-persa representado pelo “urso”, maior que o império grego representado pelo “tigre”, portanto o anticristo será ágil como tigre, em agarrar a sua presa, será forte e poderoso como o urso e do tipo real como o leão, tendo total poder e domínio sobre todas as nações da terra. (Dn. 7:3-7, 11:21-24).

Apocalipse 13:2 – A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão. E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade.
A besta que vi era semelhante a leopardo, com pés como de urso e boca como de leão: Esta descrição da besta do mar tem uma forte ligação, obviamente, com Daniel 7, uma visão que o profeta teve no sexto século a.C., perto do final do império babilônico. Como na profecia anterior relatada em Daniel 2, esta falou de quatro reinos. Três destes reinos são identificados por nome em Daniel (comparando capítulos 2, 7 e 8): 1. Babilônia, 2. Medo-Pérsia, 3. Grécia. O quarto reino não é chamado por seu nome, mas os outros detalhes das profecias e da história nos levam a conclusão de que seja 4.Roma.
Daniel viu quatro animais subirem do mar. Entre outras características, ele descreveu traços de 1. leão, 2. urso, 3. leopardo e 4. um animal diferente, terrível e feroz com 10 chifres. Os quatro animais se levantaram numa sucessão, representando os quatro impérios já citados.
Daniel e João talvez tenham visto os mesmos monstros, mas de pontos de vista bem diferentes. Quando João teve sua visão, a boa parte da mensagem de Daniel já havia sido cumprida. Os primeiros três reinos já haviam caído, e o quarto, Roma, dominava o mundo. Da perspectiva de João, uma única besta tinha características de todos os animais que Daniel viu mais de 600 anos antes. É como se o urso tivesse devorado o leão, assim incorporando alguns traços deste. Quando o leopardo devorou o urso, assumiu algumas características dos dois. Por último, o animal terrível e diferente devorou o leopardo, e passou a refletir algumas qualidades de todos os predecessores. Daniel viu os quatro animais como indivíduos. Ele disse que perderiam o seu domínio, mas que ainda viveriam por algum tempo (Daniel 7:12). João viu uma só besta com algumas características dos impérios anteriores. Continuam vivos porque fazem parte do quarto. Assim, João cita os mesmos animais do mais recente (o reino atual quando ele escreveu) ao mais antigo.
Daniel profetizou sobre os quatro reinos, mas enfatizou o estabelecimento do domínio do Senhor na época do quarto. Disse que o quarto reino, e especificamente o seu décimo rei, seria um reino blasfemador que perseguiria os santos “por um tempo, dois tempos e a metade de um tempo”, antes da vitória total dos “santos do Altíssimo” (Daniel 7:23-27).
A mensagem de João nos próximos capítulos é uma atualização e ampliação da profecia de Daniel. Ele não precisa falar sobre os primeiros três reinos, pois já passaram. Ele escreveu aos santos que viviam na época do quarto animal, a besta do mar, o império romano. Os cristãos que receberam o Apocalipse veriam logo o décimo rei se levantar contra os fiéis. Eles precisavam do consolo de saber que a profecia de Daniel não havia falhado, e que a vitória final viria logo depois da angústia iminente.
E deu-lhe o dragão o seu poder, o seu trono e grande autoridade: Há uma ligação fundamental entre o poder do império romano e o diabo. O poder do grande e irreverente perseguidor na terra vem de Satanás. O governo romano se tornou um instrumento na mão do dragão quando este passa a pelejar com os descendentes da mulher (12:17), o povo de Israel. Nos aspectos espirituais de sua batalha, ele teve o apoio de seus gafanhotos e anjos. Na batalha terrestre, ele conta com o apoio do poder governante, o próprio império romano. Em qualquer situação, ele age na esfera limitada pelo domínio absoluto de Deus.

Apocalipse 13:3 – Então, vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada; e toda a terra se maravilhou, seguindo a besta;
Vi uma de suas cabeças como golpeada de morte, mas essa ferida mortal foi curada: As cabeças são reis (17:9). Um dos reis foi golpeado de morte. Este golpe mortal atinge a besta (13:12) e seu poder de perseguir e destruir os santos. Considerando as cabeças como reis da besta ou império perseguidor, a morte de uma cabeça seria o fim da perseguição daquele rei, talvez pela morte do próprio imperador. Quando surgir um outro rei perseguidor, seria como a cura da ferida da besta, veremos que cinco reis hão caíram, e que João escreveu antes de emergir um oitavo rei “que procede dos sete” (17:11). A força perseguidora diminuiu, temporariamente, mas ainda surgiria com grande intensidade, como se fosse a ressurreição da cabeça opressora.
E toda a terra se maravilhou, seguindo a besta: Demonstrações de poder ganham a admiração do mundo. As pessoas podem ser persuadidas pela autoridade de líderes, governos, etc., ou podem simplesmente seguir por intimidação, por causa do medo do poder dos dominadores. O poder de realmente ressuscitar os mortos pertence a Deus, não ao diabo. Mas, ele pode enganar pessoas “com todo poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2 Tessalonicenses 2:9-10). Neste caso, não precisa ressuscitar uma pessoa; ele apenas dá nova vida à causa do governo maligno na perseguição dos santos. O mundo acha que a besta ganhará, e se maravilha. (11:7-13).
Apesar do anticristo como pessoa comum ser um homem derrotado e desacreditado, através de satanás se levantará e será tão poderoso ao ponto de ser adorado e idolatrado por muitos. (Dn. 11:21, 36-37, II Tess. 2:8-10).

Apocalipse 13:4 – e adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta; também adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem pode pelejar contra ela?
E adoraram o dragão porque deu a sua autoridade à besta: Para o mundo, demonstrações de poder são provas do favor de um deus e, por isso, motivos para louvá-lo (Juízes 16:23-24). Qualquer vitória pode ser interpretada como evidência da impotência do “deus” do inimigo (Isaías 36:18-20). A besta recebeu seu poder do dragão, até dando nova vida ao poder perseguidor. O mundo admira tal poder e adora o dragão. Também adoraram a besta: A própria besta, o governo romano, recebe a adoração do povo. Quem é semelhante à besta?: Que blasfêmia! O salmista disse ao Senhor: “Ora, a tua justiça, ó Deus, se eleva até aos céus. Grandes coisas têm feito, ó Deus; quem é semelhante a ti?” (Salmo 71:19). São palavras de exaltação devidamente oferecidas a Deus. Mas as mesmas palavras, aplicadas à besta, são blasfêmia inegável.
O contraste nos conflitos no Apocalipse é claro. Na batalha no céu, o exército dos fiéis é liderado por Miguel, cujo nome quer dizer “Quem é semelhante a Deus?” (12:7). Mas os povos do mundo, tão impressionados com o poder imperial, negam o poder de Deus e perguntam: “Quem é semelhante à besta?”.

Apocalipse 13:5 – Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir quarenta e dois meses;
Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias: Novamente, o texto mostra a arrogância da besta. Ela tem nomes de blasfêmia nas cabeças (13:1) e recebe a adoração dos povos (13:4). Aqui, ela tem condições de se exaltar e de falar blasfêmias. E autoridade para agir quarenta e dois meses: A imagem da besta é assustadora. O poder dela é tão grande que a terra toda vai atrás, dando-lhe honra. O mundo pode ser enganado, mas os leitores do Apocalipse sabem que o poder dela é limitado pelo mesmo Senhor que já venceu o dragão. Ela terá autoridade para agir por um tempo limitado (42 meses – Ap. 11:2).

Apocalipse 13:6 – e abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para lhe difamar o nome e difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu.
E abriu a boca em blasfêmias contra Deus: A ousadia da besta não tem limites. Ela abre a boca para falar contra o próprio Senhor. Para lhe difamar o nome: O nome representa a pessoa. (Atos 4:12; 13:23). Difamar o nome de Deus é atacar o próprio Senhor. E difamar o tabernáculo, a saber, os que habitam no céu: Difama, também, o povo de Deus. O tabernáculo aqui não é uma estrutura material (nem o tabernáculo, nem o templo). É o povo de Deus, os que habitam no céu.

Apocalipse 13:7 – Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse. Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação;
Foi-lhe dado, também, que pelejasse contra os santos e os vencesse: Já tivemos uma previsão disso no vislumbre do trabalho da besta em 11:7. A besta luta contra os santos e é vitoriosa. Da mesma maneira que o capítulo 11 nos avisou do ataque e até da vitória da besta, o mesmo capítulo nos assegura que a história não termina aqui. A besta vence . . . por enquanto!
Deu-se-lhe ainda autoridade sobre cada tribo, povo, língua e nação: Como sempre, a autoridade do diabo e dos seus servos é limitada pelo poder superior de Deus. A besta recebeu permissão para dominar os povos ímpios. Mas a autoridade da besta, como a do próprio dragão, é definida pelo Soberano Deus (Daniel 4:32).

Apocalipse 13:8 – e adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra, aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
E adorá-la-ão todos os que habitam sobre a terra: Quando a besta matou as duas testemunhas, os povos fizeram sua festa de vitória (11:7-10). Aqui ela se pôs contra Deus e contra o povo do Senhor, e o mundo dá louvor à besta. Aqueles cujos nomes não foram escritos no Livro da Vida: Como observamos acima, os habitantes da terra, aqui, são os ímpios. O contraste entre esta categoria e “os que habitam no céu” é evidente. Do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo: A besta pode exercer autoridade sobre tribos, povos e nações. Ela pode ser adorada pelos ímpios. Pode pelejar contra os santos e os vencer. Mas o Livro da Vida está no poder do Cordeiro. Como foi frisado na visão das duas testemunhas no intervalo no capítulo 11, o poder do diabo e de seus aliados não vai além da morte. Podem pelejar, vencer e matar. Mas o Livro da Vida e o poder para garantir a ressurreição e a vida eterna pertencem exclusivamente ao Senhor. O Cordeiro tira pecados e salva os fiéis das consequências do pecado. Ele foi morto, conforme o plano eterno de Deus (Efésios 1:3-8), para a salvação dos homens. Ele foi morto, mas está vivo (1:18; 5:6). Mostrou seu poder sobre a morte e garante a vida eterna aos santos fiéis.

Apocalipse 13:9 – Se alguém tem ouvidos, ouça.
Se alguém tem ouvidos, ouça: Preste atenção. É importante! Esta frase aparece oito vezes no livro – em cada uma das cartas às sete igrejas e aqui. Sempre tem o propósito de chamar atenção à mensagem do Senhor, e incentivar os ouvintes a tomarem a decisão certa em resposta à palavra. O versículo que segue contém uma mensagem que oferece consolo para os santos, conforme a conduta deles. É importante prestar atenção.

Apocalipse 13:10 – Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada. Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.
Se alguém leva para cativeiro, para cativeiro vai. Se alguém matar à espada, necessário é que seja morto à espada: Há diversas interpretações deste versículo, mas parece mais provável que o Senhor esteja falando aqui sobre os perseguidores – aqueles que prendem ou até matam os santos. Entendido desta maneira, seria uma promessa de vingança contra os opressores. Aqueles que levam os outros ao cativeiro ou que usam a espada para matar, sofrerão os mesmos castigos. Quando a besta se levantou no capítulo 11 para matar as duas testemunhas, a sua vitória durou pouco tempo e a cena se encerra com o sofrimento dos inimigos que se regozijavam com a morte dos servos fiéis. Aqui, também, a besta se levanta para pelejar contra os santos, e conta com a ajuda dos ímpios. Mas quem participar desta perseguição, prendendo e matando os santos, enfrentará a vingança justa.
Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos: A promessa da justiça divina traz conforto aos fiéis. Em termos gerais, os fiéis são perturbados pela injustiça do mundo, e aguardam o dia de acerto quando a justiça de Deus prevalecerá. Assim Ló achou livramento na destruição de Sodoma (2 Pedro 2:7), e as águas do dilúvio serviam de instrumento de salvação para Noé (1 Pedro 3:20). Homens justos, no Velho Testamento, pediam a justiça de Deus sobre os ímpios: “Até quando, SENHOR, ficarás olhando? Livra-me a alma das violências deles...” (Salmo 35:17); “Até quando, ó Deus, o adversário nos afrontará? Acaso, blasfemará o inimigo incessantemente o teu nome?” (Salmo 74:10); “Até quando, SENHOR, os perversos, até quando exultarão os perversos? ... Esmagam o teu povo, SENHOR, e oprimem a tua herança” (Salmo 94:3-5); “Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritar-te-ei: Violência! E não salvarás?” (Habacuque 1:2). Veja outros exemplos em Salmos 6:3-8,10; 13:1-6. Esta mesma preocupação estava nas mentes dos servos de Deus no Apocalipse: “Até quando, ó Soberano Senhor, santo e verdadeiro, não julgas, nem vingas o nosso sangue dos que habitam sobre a terra?” (6:10). As promessas no Apocalipse de sofrimento por tempo limitado seguido por vitória total servem para confortar os santos e ajudá-los a perseverarem. A besta emergirá do mar, mas a vitória é dos servos do Senhor.

Conclusão
O diabo não desiste. Depois da série de derrotas no capítulo 12, ele esperou na praia para a chegada da besta do mar, um dos aliados dele. Quando ouviram a descrição da besta do mar, os conhecedores do Velho Testamento perceberiam a gravidade de sua situação. O dragão conta com o apoio de uma besta que junta toda a maldade e ferocidade dos impérios dos últimos seis séculos! O mundo pode ser enganado, achando a besta invencível e incomparável. Mas os fiéis sabem que ela não se compara a Deus, e acham consolo na confiança da vitória final sobre a besta, sobre o dragão e sobre quaisquer outros aliados deles. “Aqui está a perseverança e a fidelidade dos santos.”
Durante os primeiros 3¹/² (três anos e meio) da tribulação, em sua primeira metade o anticristo consertará o mundo acabando com a fome, com as guerras, e com isto trará a união entre os países, criando um novo sistema onde as pessoas terão tudo em comum “comunismo”. Fará também prodígios e cura que enganará a muitos e até mesmo os escolhidos do Senhor. (Jr.6:14, Dn. 11:22,38; 9:27). Após estes primeiros 42 meses ou seja 3¹/²anos, o anticristo tomará Jerusalém e quebrará seu conserto com o povo judeu, tomará o trono de Israel em Jerusalém e se declarará Deus (Mt.24:15-16, Isaías 28:15-18, Ap.12:6,14; Dn. 7:8,25, Dn.7:21). Ele profanará contra Deus fazendo de Jerusalém a sua sede de governo exercendo seu poder sobre os santos (cristãos da tribulação), perseguindo-os e matando-os (Jr.15:2), e muitos não resistirão a tal perseguição que se entregarão adorando-o e seu fim será de total destruição juntamente com o anticristo (Ap. 19:20-22).