E P Í S T O L A À
T I T O
AUTOR:
Tito 1:1
identifica o apóstolo Paulo como o seu autor. Paulo é comumente aceito como
autor dessa epístola, que teria sido escrita por volta dos anos 63 e 65 d.C.. É
provável que nessa época Paulo estivesse na Macedônia.
QUANDO FOI ESCRITO:
Epístola a
Tito foi escrita em aproximadamente 66 dC. As muitas jornadas de Paulo estão
bem documentadas e mostram que ele escreveu a Tito de Nicópolis em Épiro. Em
algumas Bíblias, uma anotação da epístola pode mostrar que Paulo escreveu de
Nicópolis na Macedônia. No entanto, não há conhecimento desse lugar e anotações
não têm nenhuma autoridade por não serem autênticas.
CONTEÚDO:
Tito era um
cristão gentio, grego, que auxiliava no ministério de Paulo. Quando Paulo
partiu de Antioquia da Síria para defender seu evangelho em
Jerusalém, levou Tito com ele (Gl 2.1-3). Supõe-se que Tito
teria trabalhado com Paulo em Éfeso durante sua terceira viagem
missionária. De Éfeso Paulo o enviou para ajudar a igreja de Corinto(2 Co
2.12-13; 7.5-6; 8.6).
Nessa carta
Paulo aconselha o jovem pastor a como proceder na escolha dos presbíteros.
Paulo também enfatiza o modo de se tratar as pessoas de variadas faixas etárias
na igreja. Por fim Paulo incentiva ao evangelista a ajudar as pessoas no
sentido do comportamento cristão exemplar, exortando-o a se tornar um exemplo
para os fiéis.
Essa carta,
e as duas endereçadas a Timóteo, são conhecidas como Epístolas
pastorais. Tomás de Aquino, no ano de 1274, referindo-se a I Timóteo,
escreveu: “Esta carta é, por assim dizer, uma lei pastoral que o apóstolo
enviou a Timóteo”. Nessas cartas a atenção é dirigida ao cuidado do rebanho de
Deus, à administração da igreja e ao comportamento dela. Embora as cartas
tenham sido endereçadas a Timóteo e Tito e contenham orientações pessoais,
elas foram claramente escritas para o benefício das igrejas associadas a eles.
PROPÓSITO:
A Epístola a
Tito é conhecida como uma das Epístolas Pastorais, assim como as duas cartas a
Timóteo. Esta carta foi escrita pelo apóstolo Paulo para incentivar o seu irmão
na fé, Tito, o qual havia sido deixado em Creta para liderar a Igreja que Paulo
havia estabelecido em uma de suas viagens missionárias (Tito 1:5). Esta carta
aconselha Tito a respeito de quais qualificações deve-se buscar nos líderes da
igreja. Ele também alerta Tito acerca da reputação daqueles que viviam na ilha
de Creta (Tito 1:12).
Além de instruir Tito sobre o que procurar em um líder da igreja, Paulo também incentivou-o a voltar a Nicópolis para uma visita. Em outras palavras, Paulo continuou a discipular a Tito e a outros enquanto cresciam na graça do Senhor (Tito 3:13).
VERSÍCULOS CHAVE:
Além de instruir Tito sobre o que procurar em um líder da igreja, Paulo também incentivou-o a voltar a Nicópolis para uma visita. Em outras palavras, Paulo continuou a discipular a Tito e a outros enquanto cresciam na graça do Senhor (Tito 3:13).
VERSÍCULOS CHAVE:
Tito 1:5:
"A razão de tê-lo deixado em Creta foi para que você pusesse em ordem o
que ainda faltava e constituísse presbíteros em cada cidade, como eu o instruí.”
Tito 1:16: "Eles afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra."
Tito 2:15: "É isso que você deve ensinar, exortando-os e repreendendo-os com toda a autoridade. Ninguém o despreze."
Tito 3:3-6: "Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando-nos uns aos outros. Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador."
RESUMO:
Tito 1:16: "Eles afirmam que conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra."
Tito 2:15: "É isso que você deve ensinar, exortando-os e repreendendo-os com toda a autoridade. Ninguém o despreze."
Tito 3:3-6: "Houve tempo em que nós também éramos insensatos e desobedientes, vivíamos enganados e escravizados por toda espécie de paixões e prazeres. Vivíamos na maldade e na inveja, sendo detestáveis e odiando-nos uns aos outros. Mas quando se manifestaram a bondade e o amor pelos homens da parte de Deus, nosso Salvador, não por causa de atos de justiça por nós praticados, mas devido à sua misericórdia, ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador."
RESUMO:
Como
maravilhoso deve ter sido quando Tito recebeu uma carta de seu mentor, o apóstolo
Paulo. Paulo era um homem muito honrado, e com razão, depois de estabelecer
várias igrejas em todo o mundo oriental. Esta famosa introdução do apóstolo
teria sido lida por Tito: "a Tito, meu verdadeiro filho em nossa fé comum:
Graça e paz da parte de Deus Pai e de Cristo Jesus, nosso Salvador" (Tito
1:4).
A ilha de Creta, local onde Paulo deixou Tito encarregado de liderar a igreja, era habitada por nativos da ilha e judeus que não conheciam a verdade de Jesus Cristo (Tito 1:12-14). Paulo sentiu que era de sua responsabilidade continuar discipulando a Tito, assim como instruir e incentivá-lo no desenvolvimento de líderes dentro da igreja em Creta. Assim como o apóstolo Paulo guiou Tito na sua busca de líderes, Paulo também deu sugestões sobre como Tito devia instruir esses líderes para que pudessem crescer na sua fé em Cristo. Suas instruções incluíam direções para homens e mulheres de todas as idades (Tito 2:1-8).
Para ajudar Tito a permanecer na sua fé em Cristo, Paulo sugeriu que Tito viesse a Nicópolis e trouxesse com ele dois outros membros da igreja (Tito 3:12-13).
CONEXÕES:
A ilha de Creta, local onde Paulo deixou Tito encarregado de liderar a igreja, era habitada por nativos da ilha e judeus que não conheciam a verdade de Jesus Cristo (Tito 1:12-14). Paulo sentiu que era de sua responsabilidade continuar discipulando a Tito, assim como instruir e incentivá-lo no desenvolvimento de líderes dentro da igreja em Creta. Assim como o apóstolo Paulo guiou Tito na sua busca de líderes, Paulo também deu sugestões sobre como Tito devia instruir esses líderes para que pudessem crescer na sua fé em Cristo. Suas instruções incluíam direções para homens e mulheres de todas as idades (Tito 2:1-8).
Para ajudar Tito a permanecer na sua fé em Cristo, Paulo sugeriu que Tito viesse a Nicópolis e trouxesse com ele dois outros membros da igreja (Tito 3:12-13).
CONEXÕES:
Mais uma
vez, Paulo acha necessário instruir os líderes da igreja a terem cuidado com os
judaizantes, ou seja, aqueles que tentavam adicionar obras ao dom da graça que
produz a salvação. Ele adverte contra aqueles que são enganadores rebeldes,
especialmente os que continuavam afirmando que a circuncisão e adesão aos
rituais e cerimônias da lei mosaica ainda eram necessárias (Tito 1:10-11). Este
é um tema recorrente por todas as epístolas de Paulo e no livro de Tito, ele
chega até a dizer que suas bocas devem ser caladas.
APLICAÇÃO PRÁTICA:
APLICAÇÃO PRÁTICA:
O apóstolo
Paulo merece a nossa atenção quando buscamos obter na Bíblia instruções sobre
como viver uma vida agradável ao Senhor. Podemos aprender o que devemos evitar,
assim como aquilo que devemos imitar. Paulo sugere que busquemos ser puros ao
evitarmos as coisas que contaminam nossas mentes e consciências. E, em seguida,
Paulo faz uma afirmação que jamais deve ser esquecida: "Eles afirmam que
conhecem a Deus, mas por seus atos o negam; são detestáveis, desobedientes e
desqualificados para qualquer boa obra" (Tito 1:16). Como cristãos,
devemos examinar nossas próprias vidas a fim de garantir que se alinham com a
nossa profissão de fé em Cristo (2 Coríntios 13:5).
Junto com esse aviso, Paulo também nos diz como evitar negar a Deus: "ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador" (Tito 3:5b-6). Ao buscar uma renovação diária de nossa mente pelo Espírito Santo, podemos desenvolver-nos em cristãos que honram a Deus pela maneira como vivemos.
Junto com esse aviso, Paulo também nos diz como evitar negar a Deus: "ele nos salvou pelo lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que ele derramou sobre nós generosamente, por meio de Jesus Cristo, nosso Salvador" (Tito 3:5b-6). Ao buscar uma renovação diária de nossa mente pelo Espírito Santo, podemos desenvolver-nos em cristãos que honram a Deus pela maneira como vivemos.
CONTROVÉRSIAS
ACERCA DA AUTORIA:
Dúvidas
acerca da autoria paulina dessa carta foram expressas pela primeira vez,
provavelmente, durante os primeiros anos do século XIX. Particularmente desde
a publicação da obra de Percy Neale Harrison, intitulada The Problem of
the Pastoral Letters (O problema das Epístolas Pastorais), de 1921, o
debate acerca da autoria tem se intensificado bastante. Em geral, os argumentos
contra a autoria paulina se fundamentam na situação histórica, no tipo de
ensino falso censurado, no estágio de organização eclesiástica que é descrito
e no vocabulário e estilo.
SITUAÇÃO
HISTÓRICA:
Os eventos
históricos citados no livro (Tt 1.5; 3.12) não se harmonizam com a estrutura
geral do livro de Atos. Mesmo aceitando que o autor de Atos, Lucas,
teria feito um registro seletivo das atividades de Paulo, é difícil encontrar
lugar para os tais eventos. Porém a teoria de que Paulo esteve livre por um
tempo após sua prisão citada no fim do livro de Atos ajustaria esses eventos e,
à luz das evidências disponíveis, essa teoria não parece irracional.
Certamente Paulo estava esperando a liberdade (Fp 1.25; 2.23,24; Fm 22), e a atmosfera
do último parágrafo de Atos aponta nessa direção e não para a sua morte. A
tradição sustenta a ideia de um período de liberdade, durante o qual Paulo se
empenhou em mais esforços missionários, e que foi abreviado por seu encarceramento
final em Roma (l Clemente 5.7; Eusébio, História Eclesiástica ii.22.1,2).
Alguns estudiosos modernos também apoiam essa reconstrução dos acontecimentos.
Como teoria, é tão plausível quanto a que afirma que a atividade de Paulo, se
não sua vida, termina com o último capítulo de Atos.
TIPOS
DE ENSINO CENSURADO:
Esforços têm
sido feitos na tentativa de provar que os falsos ensinos refutados nas
Epístolas Pastorais refletem o gnosticismo do século II. Por
outro lado, os que negam isso ressaltam que o gnosticismo pode ter se
originado já no século I, e que o que se condena nessas epístolas está mais
próximo do gnosticismo incipiente do que a forma mais desenvolvida dessa
corrente filosófico-religiosa. Aliás, não é fácil discernir diferenças
essenciais entre as práticas condenadas nessas cartas e uma mistura do
gnosticismo refutado em Colossenses e do judaísmo combatido
em Gálatas. É visível que a forma como o gnosticismo é tratado nesses
livros é diferente e a refutação é substituída pela denúncia, inclusive sendo
acrescentadas orientações acerca do tratamento prático da situação. Porém isso
pode ser explicado pelo fato de que as cartas pastorais não são endereçadas a
igrejas, mas a representantes apostólicos familiarizados com as respostas de
Paulo a essas heresias, embora ainda assim necessitem do conselho dele sobre a
maneira em que devem lidar com elas.
ORGANIZAÇÃO
ECLESIÁSTICA:
Mais
objeções são citadas com base na ideia de que a organização na igreja primitiva
dificilmente poderia ter se desenvolvido ao nível descrito aqui durante a época
apostólica. A posição atribuída a Timóteo e Tito e também o uso que Paulo faz
do termo “bispo” são considerados reflexo do episcopado monárquico,
que sabemos que não surgiu antes do início do século II. E evidente que Timóteo
e Tito exerciam autoridade mais ampla do que a de um ancião comum do Novo Testamento,
mas faziam isso claramente como representantes do apóstolo, e não como bispos
monárquicos. Sempre que ocorre o singular da palavra “bispo”, sem dúvida é
usada no sentido genérico. Longe de sugerir que um bispo deveria ser indicado
em cada igreja, Paulo destaca a pluralidade de presbíteros “em cada cidade”.
O argumento de que o governo da igreja descrito nas Epístolas Pastorais seja
pós-apostólico perde muito do seu peso quando o ensino dessas cartas com relação
a bispos e presbíteros é comparado com passagens como At 14.23; 20.17,28; Fp
1.1; lTs 5.12,13. É particularmente importante a fala de Paulo aos anciãos
(episkopoi) de Éfeso, visto que eles eram ativamente responsáveis naquela
igreja antes do ministério de Timóteo lá. Finalmente, em conexão com a organização
eclesiástica, seria bom comparar o conselho dado em l Tm 5 com relação às viúvas
com At 6.1; 9.39,41.
VOCABULÁRIO
E ESTILO:
É provável
que a objeção mais significativa contra a autoria paulina venha das diferenças
claramente discerníveis entre a linguagem e estilo das Pastorais e das outras
cartas aceitas como paulinas. Esse argumento é desenvolvido de forma bastante
convincente na obra de Harrison. Ele ressalta que um grande número de palavras
que ocorre nesse conjunto de cartas não apareceu anteriormente nos escritos de
Paulo, e que algumas, de fato, não são encontradas em outros livros do NT.
Além disso, algumas palavras que foram usadas anteriormente agora trazem um
sentido diferente. Por exemplo, enquanto a palavra “fé” antes tinha tido o
sentido de “confiança”, aqui é usada para descrever o “corpo de doutrinas”. Mas
o desvio estilístico mais marcante das cartas paulinas anteriores está no uso
dos particípios, essas palavras em que o estilo individual está envolvido em
escala tão grande, e que não parecem sujeitas ao mesmo grau de mudança como o
vocabulário e o estilo geral de um autor. A diferença entre as outras cartas de
Paulo com relação a isso é menor que a diferença entre todas elas e as Pastorais.
Além disso, há uma ausência marcante de certas preposições e pronomes que caracterizam
os escritos reconhecidamente paulinos. A primeira vista, o argumento que surge
da análise estatística das palavras usadas é impressionante, mas sua força é
diminuída quando outros fatores são levados em consideração. Precisamos dar o
devido valor às importantes diferenças de variação de vocabulário e estilo que
ocorrem nas suas outras cartas. Mudanças tanto de vocabulário quanto de estilo
também podem ser atribuídas em alguma medida ao propósito que o autor tem em
mente. Ele está tratando de situações essencialmente diferentes das tratadas
nas cartas anteriores. Tampouco se pode ignorar a idade do autor, ou o fato de
que ele está se dirigindo a indivíduos, e não a igrejas. Precisa-se levar em
consideração também o método de composição que foi usado pelo autor. Parece
provável que o autor empregava os préstimos de um amanuense (copista)
que tinha permissão para uma certa liberdade na real formulação do material que
lhe era ditado, sendo a carta depois escrutinada pelo autor.
O CONTEÚDO BÍBLICO DO LIVRO DE TITO
TIT0 1:1-16
Presbíteros: Protetores da Congregação
A esperança
de vida eterna do cristão é certa! No começo de sua carta ao seu filho
espiritual Tito, Paulo afirmou que ele labutava na esperança de vida eterna
(1:2). Ele estava contando com a promessa de Deus feita antes de o mundo
começar. Essa promessa é certa porque é incompatível com a natureza justa de
Deus mentir.
Paulo
identificou tanto sua posição como seu ministério. Ele era um apóstolo, mas
demonstrou sua humildade, descrevendo-se como um servo (1:1). Estava confiada a
Paulo a pregação da mensagem divina que espalharia a fé e o conhecimento de
Deus (1:1-3).
Paulo tinha
deixado Tito na ilha de Creta com instruções para que pusesse em ordem certas
coisas naquelas igrejas. Explicitamente, Tito tinha que completar a indicação
de presbíteros nessas igrejas (1:5). Paulo relacionou as qualificações de
presbíteros para que Tito pudesse ajudar os cristãos dessas congregações a
escolher homens capazes de fazerem este trabalho. Os presbíteros também eram
chamados “bispos” e lhes era designado o trabalho de pastorear o rebanho de
Deus (compare com 1:5-7 e Atos 20:17,28). Podemos concluir que um presbítero é
um pastor!
As
qualificações relacionadas (1:6-9) indicam claramente que um presbítero precisa
ser homem casado e com filhos cristãos. Precisa ser instruído na palavra de
Deus e maduro espiritualmente, tendo aplicado essa instrução em sua própria
vida. Precisa ser capaz de usar seu entendimento da palavra de Deus tanto para
exortar como para corrigir outros (1:9).
Mestres
competentes tais como presbíteros eram necessários para reprovar muitos falsos
mestres que, em seu desejo de ganho financeiro, estavam desencaminhando
famílias inteiras (1:10-11). Paulo citou um dos escritores cretenses,
observando que sua descrição desprimorosa dos cretenses era perfeita (1:12-13)!
Paulo mandou que Tito reprovasse rispidamente aqueles cretenses que estavam
ensinando fábulas judaicas e mandamentos dos homens (1:13-14). E ainda
descreveu esses homens, observando como que eles achavam o mal em tudo porque
suas mentes e consciências estavam contaminadas (1:15). Ainda que declarassem
estar em comunhão com Deus, eles O negavam pelas suas obras e, como resultado,
eram abomináveis, desobedientes e desqualificados para qualquer boa obra (1:16).
TITO
2:1-15
Vivendo
por Sã Doutrina
Paulo instruiu
Tito, no capítulo um, a auxiliar as igrejas da ilha de Creta a identificar e
escolher presbíteros. Uma das responsabilidades de tais homens seria confrontar
indivíduos que estavam desencaminhando outros pelos seus ensinamentos de
fábulas judaizantes e mandamentos dos homens. Enquanto essas pessoas
professavam que “conheciam” Deus, elas negavam sua própria afirmação por sua
desobediência (1:10-16). Agora, no capítulo 2, Paulo ordena a Tito que ensine,
em contraste, como as pessoas devem comportar-se. Ele se refere a este tipo de
ensinamento como “sã doutrina” porque, se seguida, ela levará os cristãos a
manterem a saúde espiritual.
Paulo aborda
a conduta e as responsabilidades dos cristãos nas bases de idade, sexo e
emprego. Primeiro, ele descreve o papel dos mais velhos, e então das mais
velhas (2:2-3). Ele esmiúça as responsabilidades das mulheres mais jovens
observando que as mulheres mais velhas deveriam ensiná-las (2:4-5). A seguir,
ele passa aos moços em geral no versículo 6 e a Tito especialmente no versículo
7. Finalmente, ele conclui esta parte descrevendo a conduta apropriada dos
servos (2:9-10). Ainda que suas instruções dadas a um grupo obviamente não
sejam totalmente diferentes daquelas dadas a outro grupo, Paulo aborda
necessidades específicas e tentações dos vários grupos (por exemplo, roubo
entre servos, falta de submissão entre viúvas, integridade entre jovens;
2:5,7,10).
Um motivo
forte para se comportarem de acordo com a sã doutrina era evitar qualquer
ocasião para os incrédulos acusarem os discípulos de impiedade (2:5, 8). Em vez
de fazerem com que a palavra de Deus fosse difamada pela conduta pecaminosa, os
cristãos poderiam “adornar” a doutrina de Cristo através de sua obediência
(2:10).
Paulo
continua observando em geral por que os cristãos deveriam viver de acordo com a
sã doutrina (2:11-14). Deus demonstrou sua graça para com a humanidade enviando
seu Filho para morrer na cruz. Jesus morreu para redimir os homens de sua iniquidade,
assim provendo para ele próprio um povo especial purificado e zeloso das boas
obras (veja Efésios 5:25-27). A mensagem do evangelho é que podemos tornar-nos
parte deste povo especial se quisermos deixar a impiedade e as paixões
pecaminosas do mundo e viver de acordo com a sã doutrina.
TITO
3:1-15
Obreiros do Bem, Salvos pela Graça
Obreiros do Bem, Salvos pela Graça
O apóstolo
Paulo nos lembra de nossa conduta passada. “Éramos néscios, desobedientes,
desgarrados, escravos de toda sorte de paixões e prazeres, vivendo em malícia e
inveja, odiosa e odiando-nos uns aos outros” (3:3). A bondade e o amor de
Deus foram manifestados quando salvou os homens pecadores como Paulo e aqueles
com os quais Tito trabalhava. Contudo, esta divina misericórdia tem consequências.
Deus não salvou os homens para que eles continuassem na sua conduta pecaminosa.
Tito é mandado lembrar seus irmãos de que o comportamento deles como cristãos
precisa ser muito diferente do passado (3:1-2). Observe que a conduta ordenada
nestes versículos é diretamente oposta à que é descrita no versículo 3. Ao
invés de odiar aos outros ou agir com maldade, os cristãos têm que ser
pacíficos e gentis com as pessoas, evitando falar mal delas.
Uma das
acusações feitas contra os cristãos nas perseguições romanas do segundo e
terceiro séculos era que eles eram desleais ao governo. Esta acusação era feita
porque os cristãos não queriam adorar o imperador. Contudo, os cristãos
estariam entre os melhores cidadãos em qualquer país, porque se submetiam
voluntariamente ao governo, por causa de Cristo (3:1; veja também Romanos
13:1-7).
Ainda que
Paulo ressalte a necessidade dos cristãos estarem prontos para fazerem boas
obras (veja 1:16; 2:7,14; 3:1,8,14), ele não quer que ninguém pense que sua
salvação resultou de suas obras de justiça (3:5). Somos justificados pela graça
através da lavagem espiritual cumprida no batismo (3:5; 1 Pedro 3:21; Efésios
1:7; Atos 22:16; Apocalipse 1:5; Romanos 6:3-4). Não merecemos a herança que
nos é dada, a vida eterna (3:7).
Enquanto os
cristãos precisam buscar boas obras, precisam evitar discussões tolas e
contendas que não edificam. Precisam também ser cuidadosos com os irmãos
facciosos. Estes indivíduos devem ser admoestados uma e duas vezes e, se não se
arrependerem, os irmãos devem evitá-los (3:9-11).
Paulo
termina sua carta a Tito com alguns pedidos pessoais referentes aos seus companheiros
no trabalho. Ele pede a Tito para ir encontrá-lo em Nicópolis, onde ele
passaria o inverno. Mesmo nestas recomendações finais, ele salienta a
importância das boas obras (3:14).