L I V R O D E E F É S I O S
Autor:
Efésios 1:1
identifica o apóstolo Paulo como o autor do livro de Efésios.
Quando foi escrito:
Quando foi escrito:
O livro de
Efésios foi muito provavelmente escrito entre 60-63 dC.
Propósito:
Propósito:
Paulo
desejava que todos os que ansiavam pela maturidade semelhante à de Cristo
recebesse esse registro. O livro de Efésios descreve a disciplina necessária
para se transformar em verdadeiros filhos de Deus. Além disso, um estudo de
Efésios vai ajudar a fortalecer e estabelecer o crente para que ele possa
cumprir o propósito e chamado de Deus. O objetivo desta epístola é confirmar e
equipar a igreja a amadurecer. Ele apresenta uma visão equilibrada do corpo de
Cristo e sua importância na economia de Deus.
Versículos-chave:
Versículos-chave:
Efésios 1:3:
"Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos tem abençoado
com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo."
Efésios 2:8-10: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas."
Efésios 4:4-6: "... há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos."
Efésios 5:21: “... sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.”
Efésios 6:10-11: "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo."
Resumo:
Efésios 2:8-10: "Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus; não de obras, para que ninguém se glorie. Pois somos feitura dele, criados em Cristo Jesus para boas obras, as quais Deus de antemão preparou para que andássemos nelas."
Efésios 4:4-6: "... há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos."
Efésios 5:21: “... sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo.”
Efésios 6:10-11: "Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder. Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderdes ficar firmes contra as ciladas do diabo."
Resumo:
Doutrina
ocupa a maior parte do livro de Efésios. Metade do ensino nesta epístola diz
respeito à nossa posição em Cristo e o restante ao que afeta a nossa condição.
Com muita frequência àqueles que ensinam deste livro ignoram toda a instrução
fundamental e vão diretamente ao capítulo final. É este capítulo que destaca a
guerra ou a luta dos santos. No entanto, para beneficiar-se plenamente do
conteúdo desta epístola, é importante começar no início da instrução de Paulo
nesta carta.
Em primeiro lugar, como seguidores de Cristo, devemos compreender quem Deus declara que somos. Devemos também estar fundamentados no conhecimento da realização de Deus para toda a humanidade. Em seguida, nossa existência e caminhada atual devem ser exercitadas e reforçadas. Isso deve continuar até que não mais flutuemos ou nos deixemos ser levados em todas as direções por qualquer vento de doutrina e/ou pela sutileza dos homens.
Paulo divide sua obra em três segmentos principais. (1) Os capítulos um a três introduzem princípios relativos ao que Deus tem feito. (2) Os capítulos quatro e cinco expõem princípios sobre a nossa existência atual. (3) O capítulo seis apresenta princípios a respeito de nossa luta diária.
Conexões:
Em primeiro lugar, como seguidores de Cristo, devemos compreender quem Deus declara que somos. Devemos também estar fundamentados no conhecimento da realização de Deus para toda a humanidade. Em seguida, nossa existência e caminhada atual devem ser exercitadas e reforçadas. Isso deve continuar até que não mais flutuemos ou nos deixemos ser levados em todas as direções por qualquer vento de doutrina e/ou pela sutileza dos homens.
Paulo divide sua obra em três segmentos principais. (1) Os capítulos um a três introduzem princípios relativos ao que Deus tem feito. (2) Os capítulos quatro e cinco expõem princípios sobre a nossa existência atual. (3) O capítulo seis apresenta princípios a respeito de nossa luta diária.
Conexões:
A principal
ligação ao Antigo Testamento em Efésios está no surpreendente (aos judeus)
conceito da igreja como Corpo de Cristo (Efésios 5:32). Este mistério
maravilhoso (uma verdade anteriormente não revelada) da igreja é que "os
gentios são co-herdeiros, membros do mesmo corpo e co-participantes da promessa
em Cristo Jesus" (Efésios 3:6). Este foi um mistério completamente oculto
aos santos do Antigo Testamento (Efésios 3:5, 9). Os israelitas que eram
verdadeiros seguidores de Deus sempre acreditavam que somente eles eram o povo
escolhido de Deus (Deuteronômio 7:6). Aceitar os gentios em uma posição de
igualdade nesse novo paradigma foi extremamente difícil e provocou muitas
disputas entre os crentes judeus e gentios convertidos. Paulo também fala do
mistério da igreja como a "noiva de Cristo", um conceito nunca antes
escutado no Antigo Testamento.
Aplicação Prática:
Aplicação Prática:
Talvez mais
do que qualquer outro livro da Bíblia, o livro de Efésios enfatiza a ligação
entre a sã doutrina e a prática correta na vida cristã. Muitas pessoas ignoram
a "teologia" e ao invés querem discutir apenas coisas que são
"práticas". Em Efésios, Paulo afirma que a teologia é prática. A fim
de viver a vontade de Deus para nós em nossa vida prática, devemos primeiro
entender quem somos em Cristo doutrinariamente.
UM ESTUDO MAIS PROFUNDO DESTE LIVRO
INTRODUÇÃO
Na sua
segunda viagem missionária, Paulo passou por Éfeso (Atos 18:18-21). Ficou pouco
tempo, mas deixou Áqüila e Priscila, seus companheiros desde o tempo que ele
havia ficado em Corinto (Atos 18:1-3). Paulo saiu de Éfeso com a intenção de
voltar. Terminou a segunda viagem em Antioquia, donde partiu na terceira viagem
(Atos 18:22-23).
Antes de
Paulo chegar de volta a Éfeso, outro pregador passou pela cidade. Apolo foi um
pregador capaz e eloquente, mas chegou em Éfeso com entendimento incompleto da
obra do Senhor. Ele entendeu o plano de Deus até o batismo de João, mas
evidentemente não conheceu o comprimento do plano de Deus. João e seu batismo
olhavam para frente, ainda esperando a morte e a ressurreição de Cristo. Áqüila
e Priscila ensinaram este evangelista zeloso e ele continuou pregando
ousadamente em outros lugares, principalmente na Acaia (província que incluía a
cidade de Corinto). O relato desta história se encontra em Atos 18:24-28.
Quando Paulo
chegou a Éfeso, ele encontrou um grupo de discípulos que nada sabiam da vinda
do Espírito Santo (Atos 19:1-2). Pelo contexto, deduzimos que estes discípulos
ouviram e aceitaram a mensagem pregada por Apolo antes de aprender melhor de
Áqüila e Priscila. Paulo esclareceu o assunto, mostrando que Jesus já morreu,
ressuscitou, voltou aos céus e enviou o Espírito Santo. Entendendo melhor,
estes doze homens "foram batizados em o nome do Senhor Jesus" (Atos
19:3-5). Depois do batismo, Paulo impôs as mãos e eles receberam dons de
línguas e profecia do Espírito Santo (Atos 19:6-7).
Paulo
continuou em Éfeso por três anos (Atos 20:31), ensinando na sinagoga e na
escola de Tirano, realizando milagres extraordinários, e conduzindo muitas
pessoas a Cristo. O trabalho de Paulo e outros discípulos em Éfeso provocou um
grande tumulto por parte dos seguidores da "deusa" Diana (Atos 19). Paulo
prosseguiu para a Macedônia e a Grécia. Na volta, passou perto de Éfeso. De
Mileto, ele chamou os presbíteros da igreja de Éfeso e conversou com eles,
avisando sobre o perigo de lobos vorazes entrarem no meio deles (Atos 20).
Paulo
continuou a sua viagem até Jerusalém, onde foi preso (Atos 21-23). Foi
transferido para Cesaréia onde foi detido por dois anos ou mais (Atos 23-26) e,
depois, foi levado a Roma (Atos 27-28). Lucas encerra a história do livro de
Atos com Paulo ainda em Roma dois anos depois da chegada àquela cidade. Durante
estes anos de prisão, ele escreveu o livro de Efésios (veja 3:1; 4:1; 6:20).
O LIVRO DE EFÉSIOS
Há grandes
similaridades entre Efésios e Colossenses. Um estudo paralelo dos dois livros
mostra muitos pontos iguais e estruturas paralelas. Mas, os livros não são
iguais. Colossenses frisa a primazia de Cristo. Efésios, também, fala de sua
primazia, mas destaca mais o papel da igreja no plano eterno de Deus.
Existe um
debate sobre os destinatários da carta. Alguns manuscritos omitem as palavras
"em Éfeso" em 1:1. Nós não entraremos nesta discussão aqui, porque
não muda o sentido do livro para nós. Se Paulo enviou esta carta exclusivamente
aos efésios ou a vários irmãos em diversos lugares, a mensagem para os dias de
hoje é a mesma.
Entre os
assuntos tratados neste livro:
As bênçãos
espirituais em Cristo
A primazia
de Jesus Cristo
A salvação
pela graça mediante a fé
A paz em
Cristo
O plano
eterno de Deus para a igreja
Os dons
concedidos à igreja para promover a edificação dela
A importância
da santificação
A conduta
cristã em várias relações: marido/mulher, pais/filhos, servos/senhores
A armadura
de Deus para enfrentar os inimigos espirituais
CAPÍTULO 1
· 1:1-2 Paulo se descreve como apóstolo (enviado) de
Jesus pela vontade de Deus.
**Obs.:
Nesta carta, Paulo pretende mostrar como Deus preparou a salvação desde a
eternidade. O plano perfeito dele, o mistério revelado, envolve as próprias
pessoas divinas e, também, depende dos homens escolhidos para divulgar a
mensagem (veja 3:1-7).
Ele descreve
os seus destinatários como santos (separados ou santificados) e fiéis (leais ao
Senhor).
**Obs.: A
palavra "santo" é usada na Bíblia para identificar cristãos vivos. A
pessoa se torna "santa" quando é separada do mundo na salvação (1
Coríntios 6:11).
Graça e paz
são as saudações costumarias nas cartas de Paulo.
· 1:3-14 Deus tem nos abençoado em Cristo. Este trecho
apresenta diversos fatos importantes sobre o plano eterno de Deus para nossa
salvação. Entre eles:
(1)
Recebemos bênçãos espirituais.
(2) Entramos
em regiões celestiais. Mesmo enquanto estamos na Terra, Deus habita em nós e
nós nele (João 14:17,23; 1 Coríntios 6:19; Gálatas 3:27).
(3) As
bênçãos estão em Cristo. Não há outro caminho que leve à salvação (Atos 4:12).
(4) O plano
para nossa salvação é eterno. Ele nos escolheu e nos predestinou segundo o bom
propósito de sua vontade (5,11). O texto aqui não sugere nada de predestinação
arbitrária segundo o capricho de Deus. A ideia é que tudo que Deus tem feito
desde a eternidade tinha o propósito de nos salvar.
(5) Ele quer
pessoas santas e irrepreensíveis.
(6)
Recebemos a adoção de filhos. Que privilégio de entrar na família de Deus como
filhos dele! Os cristãos são primogênitos de Deus (Hebreus 12:23) e irmãos de
Jesus (Hebreus 2:11-13).
(7) Deus nos
concedeu sua gloriosa graça no seu amado Filho. A história da salvação é uma
história de graça e amor.
(8) Temos a
redenção/remissão dos pecados pelo sangue de Cristo. "...sem derramamento
de sangue, não há remissão" (Hebreus 9:22).
(9) Deus
derramou sobre nós abundantemente sua rica graça pela revelação de sua vontade.
Pela revelação do mistério eterno, Deus nos oferece a salvação que ele preparou
desde a eternidade.
(10) Todos
os aspectos do plano dele se convergiram em Cristo no tempo determinado por
Deus.
(11) Em
Cristo, fomos feitos herança. Não somente recebemos a herança como
primogênitos, mas também nos tornamos a herança de Deus para a glória dele. Ele
nos recebe!
(12) A mesma
salvação que Deus ofereceu aos judeus foi também concedida aos gentios. Eles
foram selados com o mesmo Espírito da promessa. Judeus e gentios recebem a
salvação da mesma fonte e pertencem ao mesmo Espírito.
(13) O
Espírito é o penhor (garantia, sinal, entrada) da nossa herança. As afirmações
do Espírito sobre a nossa salvação nos consolam enquanto aguardamos a vinda de
Cristo e a glória eterna. (Veja 2 Coríntios 1:22; 5:5; Romanos 8:16-17).
· 1:15-23 Neste parágrafo, Paulo relata o teor
das suas orações em favor dos irmãos.
(1) Ele
sempre agradecia por eles por causa da fé e amor que demonstravam.
(2) Ele
pedia que eles recebessem sabedoria, conhecimento e iluminação para apreciar a
grandeza das bênçãos espirituais concedidas por Deus.
(3) Ele
confiava no poder daquele que ressuscitou e exaltou Jesus Cristo.
**Obs.: O
poder da oração. Muitas pessoas confiam na oração, mas não entendem o poder
dela. O poder não está na oração em si, nem na pessoa que a faz. O poder
permanece naquele que ouve e responde às orações (Efésios 3:20).
Jesus é o
cabeça sobre todas as coisas. A igreja é o corpo dele, e ele o cabeça dela
(veja Colossenses 1:18)
Jesus tem a
primazia sobre todos os poderes de todas as épocas.
Aqui
percebemos a perfeição, a plenitude, do plano de Deus. Cristo é o cabeça e a
igreja é o corpo, mostrando para o mundo a beleza do plano eterno de Deus para
a salvação do homem.
CAPÍTULO 2
· 2:1-3 Vos, vós, vossos. Paulo já começou a falar
sobre os gentios no capítulo 1 ("...em quem também vós..." - 1:13), e
agora fala especificamente do pecado e da salvação deles pela graça de Deus.
**Obs.:
"Ele vos deu vida" estas palavras não se encontram no texto original
do versículo 1. São do versículo 5 e foram colocadas aqui pelos tradutores.
Paulo não começou o seu argumento com a salvação, e sim com o problema do
pecado: "Estando vós mortos...". Precisamos reconhecer o problema do
pecado para apreciar a importância e o valor da salvação.
Estávamos
mortos no pecado. É possível estar fisicamente vivo e espiritualmente morto (o
caso do pecador). Também, é possível estar fisicamente morto e espiritualmente
vivo (veja Mateus 22:32; Apocalipse 6:9-11).
O mundo jaz
no pecado, segundo o espírito da desobediência. Nós cristãos, antes de nos
convertermos ao Senhor, andávamos no pecado.
**Obs.: A
vontade da carne e dos pensamentos mostra que os maus desejos dos homens vêm
tanto da carne (lascívia, etc. - veja Gálatas 5:19-21) como dos pensamentos
(incluindo orgulho, filosofia, etc. - veja 2 Coríntios 10:4-5; Colossenses
2:4,8).
· 2:4-10 "Mas Deus". A resposta ao problema
do pecado é único: Deus! A riqueza da sua misericórdia e do seu amor ultrapassa
a pobreza e a podridão do nosso pecado.
Ele nos deu
vida. A salvação não vem de nós, porque estávamos mortos! Não nos
ressuscitamos; ele nos ressuscitou!
Ele nos fez
assentar nos lugares celestiais em Cristo (veja 1:3).
**Obs.: Note
o paralelo entre Jesus e nós. Jesus morreu, ressuscitou, e subiu aos lugares
celestiais onde permanece com o Pai. Nós morremos, fomos ressuscitados pelo
Senhor, e ele nos transportou aos lugares celestiais onde permanecemos com
Deus.
A intenção
de Deus é mostrar a sua graça às futuras gerações.
A salvação é
pela graça, não por obras de mérito. Estes versículos contêm, na minha opinião,
o mais completo resumo do plano da salvação encontrado na Bíblia. Devemos
entender bem a grande afirmação de Paulo aqui.
(1) A graça
inclui tudo que Deus faz para nossa salvação: a vida e a morte de Cristo, a sua
ressurreição, a revelação do evangelho, o amor de Deus, o sangue de Jesus, a
pregação da palavra, etc. A graça é tudo que Deus tem feito desde a eternidade
para efetuar a nossa salvação. Não temos direito de negar nenhuma parte da obra
de Deus.
(2) A fé
inclui tudo que o homem faz para a salvação: ouvir e aceitar a palavra de
Cristo arrepender-se dos pecados, confessar a fé, ser batizado para remissão
dos pecados, perseverar firme no Senhor. Não temos direito de negar nenhuma coisa
que Deus nos pede, pois mostramos a fé pela obediência a ele.
(3) Não de
obras. Ele exclui aqui qualquer tipo de obra de mérito. Ninguém jamais será
capaz de se salvar. Dependemos da graça de Deus.
(4) Criado
para obras. Embora não nos salvemos por obras de mérito (9), devemos praticar
as boas obras designadas por Deus (10). A fé do discípulo de Cristo é uma fé
operante (Tiago 2:14-26).
**Obs.:
Andar no que? Este trecho apresenta a opção que cada pessoa encara: andar
segundo as inclinações da carne no pecado (1-3) ou andar segundo a vontade de
Deus nas boas obras que ele preparou (10).
· 2:11-22 Este trecho apresenta dois aspectos
importantes do ministério da reconciliação de Jesus:
(1)
Reconciliação entre judeus e gentios.
(2)
Reconciliação entre homens e Deus.
O estado
anterior dos gentios. Os gentios andavam sem Cristo, sem comunhão com o povo de
Israel, sem as alianças da promessa, sem esperança e sem Deus.
O estado dos
gentios em Jesus. Foram aproximados pelo sangue de Cristo.
A
reconciliação em Jesus. Jesus é a nossa paz (o "Príncipe da Paz" -
veja Isaías 9:6). Ele derrubou a parede de separação (inimizade) entre judeus e
gentios, abolindo a lei que separava os povos. Assim, todos têm acesso ao Pai
por meio de Jesus.
**Obs.: A
linguagem de Paulo aqui é forte e inegável. Uma vez que Jesus cumpriu a lei
(Mateus 5:17-18), ele a aboliu e deu uma nova aliança que inclui judeus e
gentios (veja Gálatas 3:14-26; Hebreus 8:7-13; 10:1,9-10; Colossenses 2:13-14;
Romanos 7:6).
**Obs. Paulo
fez distinção para mostrar que não há distinção! O uso de "nós" e
"vós" faz uma distinção entre judeus e gentios. Mas o propósito dele
é de mostrar que não há distinção em Cristo. Tanto judeu como gentio recebem a
salvação pelo sangue de Jesus.
**Obs.: Na
cruz, Jesus destruiu a inimizade. Que ironia que o instrumento de inimizade
empregado pelo inimigo fosse usado por Jesus para trazer paz e reconciliação.
· 2:17-22 A obra de Jesus seria incompleta se a mensagem
não fosse divulgada. A mensagem da paz foi comunicada a outros, dando acesso ao
Pai no Espírito.
Os que eram
estrangeiros e peregrinos (veja o versículo 12) agora são concidadãos e membros
da família de Deus.
A família de
Deus (a igreja) é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas. Jesus
é a pedra angular, veja 1 Pedro 2:4-10).
Cada parte
do edifício precisa crescer para glorificar o Senhor, quem habita em nós.
CAPÍTULO 3
· 3:1-7 Paulo destaca a sua posição como
prisioneiro de Cristo. Note:
Ele se
considerou prisioneiro de Cristo. Ele entendeu muito bem que o sofrimento de
prisão veio por causa do compromisso que ele assumiu com Deus (veja Atos
9:15-16; 21:10-14; 23:11)
Ele se
tornou prisioneiro por amor dos gentios. A prisão literal de Paulo teve como
motivo a acusação falsa de que ele tivesse levado Trófimo, um efésio, ao templo
(Atos 21:28-29). Mas, o maior laço de obrigação na vida de Paulo foi o seu
próprio compromisso com Cristo, que incluía a sua missão de levar a palavra aos
gentios. Nisso, ele se sentiu devedor, por ter recebido gratuitamente a própria
salvação (veja Romanos 1:14-16).
Deus
dispensou a graça, confiando em Paulo para levar a mensagem salvadora aos
gentios.
Paulo
compreendeu o mistério do evangelho porque Deus lhe deu discernimento dos fatos
anteriormente ocultos dos homens.
Esta revelação
não foi dada exclusivamente a Paulo. O Espírito a revelou aos apóstolos e
profetas que, por sua vez, repassaram seu conhecimento aos outros.
**Obs.:
Apóstolos e Profetas. O livro de Efésios esclarece o papel dos apóstolos e
profetas no início da era cristã. Os apóstolos foram escolhidos por Cristo,
receberam a palavra por meio do Espírito Santo e foram encarregados de levar o
evangelho ao mundo. Os profetas foram pessoas que recebiam revelações da
palavra pelo Espírito Santo, muitas vezes servindo para edificar irmãos em
vários lugares. Eram cargos temporários, mas essenciais nos primeiros anos da
igreja quando ainda não tinham a palavra completa em forma escrita. Na carta
aos efésios, Paulo fala dos apóstolos e profetas três vezes (e usa a palavra
apóstolo mais uma vez na saudação - 1:1). Em 2:19-20, ele diz que a família de
Deus é edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo Jesus a
pedra angular. Em 3:5-6, ele diz que o mistério do evangelho foi revelado aos
apóstolos e profetas para que os gentios pudessem participar da promessa em
Jesus. Em 4:11-12, diz que Jesus concedeu apóstolos, profetas, evangelistas e
pastores/mestres à igreja para sua edificação e aperfeiçoamento. Em todos estes
casos, podemos ver os mesmos fatos básicos. Jesus passou a sua palavra aos
apóstolos e profetas para dar a base necessária para a igreja. Sabemos que os
apóstolos (testemunhas oculares de Jesus ressuscitado - Atos 1:22; 1 Coríntios
15:8) morreram há muito tempo e que o dom de profecia ia desaparecer quando a
mensagem completa fosse revelada (1 Coríntios 13:8-13. Mas ainda temos todo o
benefício do trabalho deles, a palavra escrita para estabelecer a fé (João
20:30-31) e nos conduzira "à vida e à piedade" (2 Pedro 1:3). A
revelação de Cristo "uma vez por todas foi entregue aos santos"
(Judas 3). Ninguém hoje tem direito de revelar outra mensagem (Gálatas 1:8-9),
nem de ultrapassar aquela já revelada no primeiro século (1 Coríntios 4:6; 2
João 9).
Paulo foi
feito ministro conforme a graça concedida pelo poder de Deus (7).
**Obs.: Não
há nada aqui de glória para Paulo! Ele se descreve como ministro (grego,
diakonos - servo). Esta não é palavra de exaltação ou de autoridade, mas de
serviço. Ele fala da graça concedida. Já disse que lhe foi dado o privilégio de
servir como prisioneiro. Em outras passagens, Paulo fala de graça concedida em
termos de sacrifício, sofrimento e perseguições (veja 2 Coríntios 8:1-7;
Filipenses 1:29). Ele participou abundantemente de tal graça!
· 3:8-13 Paulo
se sentiu privilegiado por poder pregar o evangelho aos gentios.
**Obs.: As
insondáveis riquezas de Cristo. A palavra grega traduzida
"insondáveis" aqui aparece apenas uma outra vez no Novo Testamento.
Em Romanos 11:33, Paulo fala sobre os "insondáveis" juízos de Deus.
Em Efésios, ele falou sobre "toda sorte de bênção espiritual" em
Cristo (1:3) e a "suprema riqueza da sua graça" (2:7; 1:7). Comentou
sobre "a riqueza da glória da sua herança nos santos" (1:18). Ainda
falará sobre "o amor de Cristo, que excede todo entendimento" (3:19).
As riquezas de Cristo realmente ultrapassam a compreensão do homem. Paulo foi
abençoado em poder falar dessas riquezas.
A sabedoria
de Deus se torna evidente pela igreja. Note:
Quem conhece
a sabedoria de Deus: principados e potestades (seres/autoridades espirituais).
Como é
conhecida esta sabedoria: por meio da igreja. Observando como Deus uniu velhos
inimigos no mesmo corpo demonstra para todos a sua sabedoria (veja João
17:20-23).
O que é
conhecida: a sabedoria de Deus. A igreja do Senhor não mostra a sabedoria
humana, e sim a divina.
De novo,
Paulo afirma que tudo que Deus tem feito segue um plano eterno realizado em
Jesus Cristo.
Em Cristo,
temos ousadia para aproximar do Pai.
**Obs.:
Acesso ao Pai. A palavra "acesso" aparece apenas três vezes no Novo
Testamento, duas delas em Efésios (2:18 e 3:12) e a outra em Romanos 5:2. Em
todos os casos, o acesso é por meio de Jesus Cristo. Ele é o único caminho que
nos leva ao Pai e a sua graça.
Com esta
confiança em Cristo, Paulo incentivou os efésios a não desistir. As tribulações
dele poderiam ser motivo de desânimo e falta de coragem. Poderiam ser
consumidos pela tristeza em ver o amado apóstolo sofrendo (veja Atos 20:36-38).
Poderiam desmaiar com medo de tribulações iguais às dele (Hebreus 10:32-39).
Tribulações, porém, não devem ser motivo para abandonar
a fé. Ao contrário, devem fortalecer a nossa fé (Tiago 1:2-4).
· 3:14-19 "Por
esta causa": Pensando ainda na sua preocupação com o bem-estar dos efésios,
Paulo ora ao Pai.
**Obs.:
Aqui, Paulo diz que orou ajoelhado. Várias vezes no Novo Testamento,
encontramos pessoas orando de joelhos: Jesus (Lucas 22:41); pessoas pedindo
curas (Mateus 17:14-15; Marcos 1:40); Estêvão (Atos 7:60); Pedro (Atos 9:40);
Paulo e outros irmãos (Atos 20:36; 21:5). Pôr-se de joelhos sugere a humildade
que todos nós devemos mostrar diante do Senhor, ou até a humilhação de estar na
presença dele para sermos julgados (Romanos 14:11; Filipenses 2:10). Mas, nem
sempre mostra a atitude certa. Em Mateus 27:29 os escarnecedores se ajoelharam
diante de Jesus. Embora ninguém tenha motivo para criticar a prática de orar
ajoelhados, não devemos fazer regras dizendo que seja a única postura
aceitável. É muito comum achar pessoas na Bíblia prostradas com rosto na terra
adorando o Senhor. O ponto principal é a atitude do coração, e não apenas a
posição do corpo. É interessante observar que, em Lucas 18:9-14, dois homens
oraram. Os dois estavam em pé. Deus aceitou uma oração e rejeitou a outra. A
diferença? Os corações!
Todos que
fazem parte da família espiritual têm o privilégio de tomar o nome do Pai;
somos filhos dele.
A família de
Deus é fortalecida com poder, mediante o Espírito que revelou a palavra que nos
traz conhecimento e entendimento. Note:
O evangelho
é o poder de Deus para nos salvar (Romanos 1:16).
O Espírito
revelou a palavra por meio dos apóstolos e profetas (3:5).
A palavra
precisa ser implantada firmemente no coração (Tiago 1:21).
Quando
recebemos e seguimos a palavra por fé, Jesus habita em nós (João 14:23).
Assim somos
alicerçados em amor (João 14:15,23).
O amor de
Cristo excede todo entendimento (18-19). Normalmente medimos objetos em três
dimensões (altura, largura e comprimento). Tudo que existe no universo físico
pode ser medido assim. Mas o amor de Cristo é descrito aqui em quatro dimensões
(largura, comprimento, altura e profundidade), algo que realmente excede todo
entendimento. A plenitude de Deus é incompreensível para a mente humana!
· 3:20-21 Deus
na plenitude de seu amor, excede o nosso entendimento. Não deve nos surpreender
que ele faça obras muito além da nossa imaginação.
**Obs.: Ele
opera em nós, fazendo infinitamente mais do que pensamos. Quando insistimos em
fazer as coisas do nosso próprio jeito, ao invés de confiar na palavra de Deus,
acabamos até lutando com Deus e resistindo a sua infinita sabedoria. Devemos
cooperar com ele e deixá-lo completar a boa obra que começou em nós (Filipenses
1:5-6).
Deus merece
toda a glória:
Na igreja
(3:10).
Em Cristo
Jesus (João 17:4).
Para sempre!
**Obs.: A
glória pertence a Deus, e não aos homens. Salmo 115:1 diz: "Não a nós,
Senhor, não a nós, mas ao teu nome dá glória, por amor da tua misericórdia e da
tua fidelidade." Existem muitas tendências hoje, até em igrejas, de
exaltar homens. Algumas igrejas fazem homenagens aos homens, destacam os feitos
de determinadas pessoas, usam títulos de honra para exaltar alguns acima de
outros, convidam políticos para receber apoio e honra da igreja, etc. Se toda a
glória pertence a Deus, nenhuma sobra para os homens! Devemos servir, jamais
procurando reconhecimento e glória entre os homens.
CAPÍTULO 4
· 4:1-6 Neste
parágrafo, Paulo chega a um dos temas principais do livro. A igreja é o corpo
de Cristo (1:22-23). Jesus é a paz que venceu a inimizade e a separação (2:14).
A sabedoria de Deus é manifesta na igreja (3:10-11). Participamos do amor de
Deus (3:17-19). Considerando todos esses fatos, devemos estar unidos.
Devemos
andar de modo digno da nossa vocação. Fomos chamados para ser santos. Portanto,
devemos nos manter santificados, separados da imundícia do mundo.
**Obs.:
Unidos e separados. É importantíssimo observar o equilíbrio no Novo Testamento
entre a santidade e a unidade. Grandes textos que falam sobre a unidade dos
servos de Deus também destacam a separação do pecado. Um dos exemplos mais
nítidos é João 17:14-23. Os discípulos não são do mundo e precisam manter a sua
santificação. Mas, por outro lado, Jesus ora ao Pai pela união dos discípulos
com Deus e uns com os outros. Qualquer ensinamento sobre a unidade cristã
precisa começar com a santificação. Sem a santificação, não podemos ter união
com Deus (Hebreus 12:14; 2 Coríntios 6:14 - 7:1), e qualquer comunhão com
outros homens se torna vã.
Atitudes são
essenciais para a unidade entre cristãos). Considere bem as atitudes e os
comportamentos que Paulo pede para ter a unidade:
Toda a
humildade: modéstia em pensamento e comportamento. "Toda" nos lembra
que esta característica deve governar tudo que fazemos e pensamos.
Mansidão:
Bondade e submissão. Esta atitude não disputa com Deus, porque aceita a
autoridade dele. Em relação ao homem, é tolerante e pronto para perdoar.
Longanimidade:
Paciência, tolerância, perseverança, não facilmente provocado.
Suportando
uns aos outros em amor: Amor constante, apesar das falhas dos outros. Procura
ajudar ao invés de destruir.
Esforço
diligente: Trabalho árduo; dedicação. A unidade não vem por acaso, e não é
mantida sem esforço.
A natureza espiritual da unidade:
Jesus é a
paz (2:14), e a paz entre seus discípulos é claramente espiritual. Elementos
que nos unem:
Unidade do
Espírito: O Espírito Santo revelou a mensagem para Paulo e outros, a mesma
palavra que eles repassaram para nós (3:2-9). A unidade que Deus quer não é carnal,
mas espiritual.
Vínculo da
paz: É a paz que liga os seguidores de Jesus.
Um corpo:
Jesus é o cabeça da igreja dele (veja Mateus 16:18). Ele não governa as igrejas
humanas que desrespeitam a palavra dele.
Um Espírito:
O mesmo Espírito é a fonte de tudo que nos une (veja 1 Coríntios 12:13-20).
Uma
esperança: A convicção do galardão que vem por meio do evangelho de Cristo
(veja Colossenses 1:23,27; 1 Tessalonicenses 1:3).
Um Senhor:
Servimos exclusivamente aquele que tem toda autoridade (Mateus 28:18; Atos
2:36). Não podemos servir dois (Mateus 6:24).
Uma fé: Não
é minha fé ou sua fé (subjetiva), mas "a fé" (objetiva). A fé não vem
de mim; ela foi entregue aos santos (Judas 3). O evangelho é a fé que nos une.
Doutrinas, tradições e opiniões de homens são as coisas que nos dividem.
Um batismo:
o batismo nas águas para remissão dos pecados nos dá entrada em Cristo (veja
5:26; Gálatas 3:26-27; Atos 2:38; 22:16).
Um Deus e
Pai de todos: O monoteísmo é a posição apresentada e defendida nas Escrituras
desde a criação. A Bíblia fala sobre Deus usando pronomes plurais (Gênesis
1:26) porque há três pessoas distintas mas perfeitamente unidas (veja Marcos
1:9-11; João 17:21; 2 Coríntios 13:13).
**Obs.:
Unidade artificial ou carnal. Em contraste com a unidade do Espírito citado por
Paulo, existem muitas maneiras de criar e manter unidade artificial ou carnal
entre pessoas. A unidade que Deus quer e exige, em primeiro lugar, a comunhão
com Deus. Se eu estou em comunhão com ele, e você está em comunhão com ele,
nada impede nossa comunhão um com o outro. Esta unidade não é forçada, nem um
mero vínculo externo; é unidade do Espírito, baseada na verdade que Deus
revelou. Na medida que cada pessoa se submete à vontade de Deus, as mesmas
pessoas terão concordância entre si. Infelizmente, muitas pessoas querem
unidade sem o esforço diligente que Deus requer. As maneiras mais comuns de
criar tal unidade são:
Obrigar - conformidade por meio de regras,
doutrinas oficiais, decretos de líderes, concílios, congressos, ou
conferências. Esta abordagem cria unidade superficial dentro de uma seita ou
denominação, e pode ajudar em manter uma aparência de comunhão, mas não é a
unidade do Espírito.
Ignorar - diferenças, diminuindo a importância de
determinadas doutrinas ou convicções que homens julgam ser de pouca
importância. Esta abordagem ecumênica se reflete quando pessoas chamam outros
de irmão sem saber nada sobre a vida da pessoa, nem se ela foi realmente
convertida a Cristo.
Valorizar a
unidade acima de tudo. A unidade é importante, e devemos nos esforçar
diligentemente para preservá-la. Mas, jamais devemos sacrificar a verdade para
manter a unidade. "A sabedoria, porém, lá do alto é, primeiramente, pura;
depois pacífica..." (Tiago 3:17). Não temos direito de colocar a paz acima
da pureza da palavra.
· 4:7-16 Deus
não pede a unidade sem nos oferecer os recursos necessários para tê-la. Este
parágrafo mostra como Deus nos equipou para construir e manter uma igreja
unida.
Jesus subiu aos céus e concedeu a
graça (7-10):
Antes de
subir para assumir a sua posição à destra do Pai, Jesus desceu à terra, até as
regiões inferiores da terra (veja João 3:13; Filipenses 2:5-8).
Depois de
mostrar a sua submissão, cumprindo a missão que o Pai lhe deu, Jesus foi
exaltado.
Ele concedeu
servos para edificar o corpo de Cristo (11-12):
Apóstolos:
enviados ao mundo com o evangelho.
Profetas:
pessoas que recebiam e comunicavam a palavra de Deus.
Evangelistas:
homens que divulgam as boas novas.
Pastores e
mestres: também conhecidos como presbíteros (anciãos) e bispos (veja Atos
20:17,28).
**Obs.: Por
que esta ordem? Algumas pessoas procuram usar o versículo 11 para estabelecer
uma hierarquia de autoridade, dizendo que evangelistas têm autoridade sobre
pastores. Mas, no contexto da mensagem de Efésios podemos perceber outro motivo
na sequência que Paulo usou aqui. Apóstolos começaram a revelação da mensagem e
impuseram as mãos e transmitiram o dom de profecia a alguns que continuaram
revelando as boas novas. Evangelistas acompanharam os apóstolos ou ficaram em
algumas cidades para continuar o trabalho, fortalecendo as igrejas. Algum tempo
depois do estabelecimento de novas igrejas, pastores foram escolhidos nas
congregações locais (Atos 14:23; Tito 1:5) para guiar a igreja.
Estes dons pessoais
concedidos por Jesus têm o propósito de:
Aperfeiçoar
os santos para o serviço deles.
Edificar o
corpo de Cristo.
Contribuir à
unidade de todos.
Conduzir
outros ao conhecimento de Jesus.
Ajudar a
igreja a amadurecer-se. Cristãos fortes não serão levados por falsas doutrinas,
nem pela astúcia dos homens.
**Obs.:
Evitando a destruição de falsas doutrinas. Devemos nos preocupar com a
possibilidade de infiltração de falsas doutrinas na igreja do Senhor. Mas a
defesa contra tal ameaça não deve ser por táticas carnais de imposição de
regras e doutrinas oficializadas. A nossa única defesa é o ensino da palavra
pura (13-14; veja 1 Coríntios 1:10).
**Obs.:
Todos os membros contribuem à edificação do corpo (15-16). Cristo é a cabeça. A
verdade é o alimento. O amor é o motivo. O crescimento é o resultado.
· 4:17-24 A
edificação do corpo de Cristo envolve todos os membros. Para ter o crescimento
desejado, cada pessoa que faz parte do corpo precisa se preocupar com seu
próprio progresso espiritual. Neste parágrafo, Paulo fala sobre este crescimento
pessoal.
O cristão
não deve andar mais na vaidade que domina os pensamentos das pessoas do mundo.
**Obs.:
Vaidade é algo que não tem valor, que é vazio. Os pensamentos que ocupam a
mente carnal não têm valor e não levam para nada.
As pessoas
sem Deus vivem na ignorância, fechando os corações às coisas espirituais que
vêm do Senhor.
Com corações
endurecidos, elas se tornam insensíveis e se entregam ao pecado.
Paulo deixa
bem claro que a vida cristã é outra: "Mas não foi assim que aprendestes a
Cristo".
O
conhecimento da verdade em Jesus exige uma transformação, deixando o velho
homem e se revestindo do novo homem segundo a verdade.
**Obs.: A fé
em Cristo não é mera aceitação intelectual de alguns fatos. Quando
compreendemos a mensagem do evangelho, este conhecimento exige mudanças -
mudanças radicais - em nossas vidas.
· 4:25-32 Baseando-se
nos princípios já apresentados, Paulo sugere aqui diversas aplicações na
prática. O cristão deve:
Deixar a
mentira e falar a verdade. Não há nada aqui de mentirinha. O servo de Deus
segue a verdade e fala a verdade.
**Obs.: A
palavra "mentira" aqui vem de uma palavra (pseudos) que quer dizer
falsidade. O cristão deve rejeitar todas as formas de falsidade - falsas
doutrinas e práticas religiosas, falsidade nos negócios e na vida particular.
Deve falar a verdade e cumprir a sua palavra.
Evitar
pecados de ira. A ira descontrolada leva ao pecado. Devemos procurar soluções
aos problemas e arrancar a ira pelas raízes no mesmo dia, não deixando brecha
para o Diabo.
Ganhar a
vida por meios honestos. A pessoa que se converte a Cristo tem de abandonar
qualquer prática desonesta e trabalhar honestamente. O trabalho não é somente
para o sustento próprio, mas também para poder ajudar outras pessoas.
**Obs.: Você
reconhece que Deus criou o homem para trabalhar? Antes do pecado, Deus já
colocou Adão no jardim "para o cultivar e o guardar" (Gênesis 2:15; 2
Tessalonicenses 3:10-12). Preguiça não faz parte do caráter cristão. Quando
trabalhamos e ganhamos, temos a responsabilidade de administrar os nossos
recursos. No seu orçamento pessoal ou familiar, você tem costume de separar uma
parte para ajudar os necessitados? Deveria!
Controlar a
língua, falando palavras boas que edificam. Uma palavra torpe é comunicação
corrupta, não aquela que vem do autor da Vida para nossa edificação. Não
devemos usar a língua para entristecer o Espírito Santo.
**Obs.: O
Espírito Santo tem sentimentos. Este fato é uma das evidências que ele é uma
pessoa, e não meramente uma força ativa como alguns ensinam.
Tirar da
vida as obras da carne. Paulo encerra este trecho com um resumo negativo e um
positivo. No sentido negativo, devemos tirar as obras da carne (veja Gálatas
5:19-21). Positivamente, precisamos desenvolver as características boas que
aprendemos de Deus (veja Gálatas 5:22-23).
**Obs.: Uns
aos outros. Várias vezes nesta carta Paulo fala sobre responsabilidades mútuas
entre cristãos (32; 5:21; etc.). Tais responsabilidades vêm da relação que os
cristãos têm no corpo de Cristo: "porque somos membros uns dos outros"
.
CAPÍTULO
5
O capítulo 5
continua com o mesmo tema da última parte do capítulo 4. Uma vez que entendemos
nossa relação com Deus como pessoas santificadas, novos homens, filhos de Deus,
faremos tudo para imitar o exemplo do nosso Pai.
· 5:1-2 Como filhos de Deus, devemos imitá-lo.
Que desafio! Imitar o Deus santo que nos criou!
Especificamente,
devemos imitar o amor de Cristo.
**Obs.: O
amor resume os mandamentos de Deus (Mateus 22:37-40), mas não temos direito de
definir o amor ao nosso agrado. Deus nos ensina como amar (1 João 4:7-12). Em
amor, guardamos os mandamentos dele (João 14:15,23). O amor é a mais elevada
das qualidades produzidas pelo Espírito na vida do cristão (veja 1 Coríntios
13:4-7,13; Gálatas 5:22-23; 2 Pedro 1:5-7).
Andar em
amor. Andávamos no pecado, fazendo a vontade da carne (2:2-3). Agora andamos em
boas obras (2:10). O amor se torna o caminho da vida do discípulo.
· 5:3-7 Para
andar em amor, temos de abandonar as obras da carne, que não mostram amor para
com o nosso santo Deus (3-4).
Obs.:
"...nem sequer se nomeiem entre vós, como convém a santos". No
passado, andávamos no pecado praticando coisas inconvenientes que não pertencem
a nova vida. Não devemos sentir orgulho, nem achar engraçadas as coisas do
passado. Rejeitemos o velho homem por completo.
A boca que
usávamos no passado para falar coisas vãs e profanas serve agora para agradecer
ao Senhor.
Pessoas que
continuam praticando as obras da carne não terão herança no reino de Cristo
(5-7). Note o significado das palavras usadas aqui:
(1)
Incontinente: a palavra grega (pornos) traz o sentido de fornicador ou pessoa
imoral.
(2) Impuro:
literalmente, uma coisa não lavada ou não purificada. Precisamos ser lavados em
o nome de Jesus (1 Coríntios 6:11).
(3)
Avarento: aquele que deseja adquirir mais e mais coisas, especialmente
desejando as coisas dos outros. Bens materiais se tornam seu ídolo (veja
Colossenses 3:5).
Podemos ser
lavados de tais pecados (1 Coríntios 6:9-11), mas sem a justificação que vem de
Jesus, não teríamos nenhuma esperança no reino do Senhor.
Alguém pode
tentar nos enganar, minimizando o significado destes pecados (6). O mundo está
cheio de pessoas que sugerem que alguns pecados são comuns, normais, até bons.
Deus não considera tais coisas pecadinhos. Trazem a ira dele sobre as pessoas
que os cometem.
A única
solução ao problema: "Portanto, não sejais participantes com eles"
(7). Não podemos fazer acordos com o pecado ou servir Cristo a meio termo.
Temos de deixar o pecado e nos dedicar a ele.
· 5:8-21 Passamos das trevas para a luz.
Observe os contrastes apresentados aqui:
Éramos
trevas (5:8) X Agora somos luz (5:8)
Andávamos no
pecado (2:1-2) X Andamos como filhos da luz (5:9)
Obras
infrutíferas (5:11) X Fruto da luz (5:9-10)
Obras
ocultas (5:12) X Todas as coisas manifestas (5:13)
Néscios
(5:15) X Sábios (5:15)
Insensatez
(5:17) X Compreensão da vontade do Senhor (5:17)
Embriagados
com vinho (5:19) X Cheios do Espírito (5:17)
**Obs.: Não
sejam cúmplices (11). A postura do cristão em relação ao pecado precisa ser bem
definida. Não podemos ocultar a nossa fé (Marcos 8:38), nem devemos ser
cúmplices nos pecados de outros. Muitas pessoas apoiam os erros de membros da
própria família, ou participam de igrejas que ensinam e praticam coisas
erradas, e procuram lavar as mãos como Pilatos o fez (Mateus 27:24). Paulo
condena a cumplicidade no pecado, dizendo que devemos reprovar as obras das
trevas. Amar a Deus exige odiar o pecado!
**Obs.: Como
se encher do Espírito? A resposta está aqui! Não é algo que esperamos de fora,
mas algo que fazemos, obedecendo a instrução de Paulo (18). Mas como? Ele
continua nos versículos seguintes falando de três maneiras de nos encher do
Espírito:
(1) Falando, entoando, louvando com salmos, hinos
e cânticos espirituais (19).
(2) Dando
graças ao Pai em nome de Jesus (20).
(3)
Sujeitando-nos uns aos outros no temor de Cristo (21).
Resumindo o
ensinamento destes versículos, precisamos ocupar os nossos pensamentos com as
palavras de Deus, desenvolver a nossa comunhão com ele, e demonstrar o espírito
do Senhor em nosso serviço aos outros. Assim, estaremos nos enchendo do
Espírito!
**Obs.:
Cantando do coração (19). O louvor em muitas igrejas hoje é um espetáculo que
agrada aos ouvintes. É um "louvor" que vem de baterias, guitarras e
teclados e que mexe com as emoções das pessoas. É isso que Deus quer? Paulo
falou aqui de adoração que vem do coração na forma de falar, entoar e louvar.
Para isso, usamos a voz que Deus nos deu e o coração que entregamos a ele. Há
uma grande diferença entre o louvor praticado em muitas igrejas modernas e a
adoração simples do Novo Testamento. Nenhuma vez no Novo Testamento encontramos
os cristãos primitivos usando qualquer tipo de instrumento no louvor. A
adoração deles saiu do coração e foi transmitida pela voz, pela qual se instruíram
e se aconselharam mutuamente. Assim, agiram em nome do Senhor Jesus e agradaram
ao Senhor (Colossenses 3:16-17). Hoje, algumas pessoas achariam muito radical
um louvor voltado ao Senhor feito na simplicidade que ele pediu! Tenhamos amor
para ele e coragem para agradar a Deus, e não aos homens.
Obs.:
"Em nome de nosso Senhor Jesus Cristo" (20). Agir em nome do Senhor
não quer dizer meramente falar "em nome de Jesus". Temos de agir pela
autoridade dele em tudo que fazermos (veja Mateus 7:20-23; Colossenses 3:17).
Quem respeita a autoridade de Cristo (Mateus 28:18-20) não ultrapassará a
palavra dele (1 Coríntios 4:6; 2 João 9).
· Para entender bem o trecho incluído
neste estudo, temos de lembrar do finalzinho do último parágrafo. A terceira
coisa que fazemos para nos encher do Espírito é sujeitar-nos "uns aos
outros no temor de Cristo" (21). A submissão mútua é a base do ensinamento
sobre várias relações humanas que estudaremos agora. Mulheres devem se submeter
aos maridos, mas em outro sentido, os maridos devem se submeter às esposas.
Filhos devem ser sujeitos aos pais, mas os pais se submetem aos filhos, também.
Servos devem obedecer aos seus senhores, mas o patrão serve o empregado! Vamos
aprender mais!
· 5:22-33 Marido
e mulher. Antes de considerar este texto, devemos observar que o ponto
principal de Paulo é sobre a submissão da igreja a Cristo, o perfeito marido.
Mas, ele aproveita esta questão para ensinar, também, sobre o casamento.
Também, note que ele não fala aqui de obediência condicionada na atitude do
outro. A mulher deve ser submissa, independente da atitude do marido. Ele deve
amá-la, mesmo se ela não for submissa. Cada um deve cumprir seu papel.
As mulheres
devem ser submissas aos maridos (22-24). "Como ao Senhor" mostra que
há uma lealdade maior atrás deste mandamento. Quando a mulher olha para o seu
marido, deve se imaginar que Jesus esteja atrás dele apoiando as suas palavras.
Mas, se o marido pedir algo que claramente contradiz a palavra de Deus, ela deve
obedecer a Cristo e não o homem (Atos 5:29). Observe bem este ponto. Ela deve
obedecer tudo que ele diz que não conflite com a palavra de Deus. Mesmo se ela
não goste da decisão dele ou não a ache sábia, ela deve cumprir a palavra do
marido. Mas, se ele pedir que ela peque, terá que desobedecê-lo.
Da mesma
forma, a igreja deve fazer tudo que Cristo manda, mesmo quando a palavra dele
for difícil. Ele é o marido perfeito, e nós não temos direito de recusar
nenhuma palavra dele.
Os maridos
devem amar as suas esposas (25-30). Se acharmos difícil a submissão que Paulo
exige das mulheres, devemos pensar mais sobre o amor que ele requer dos
maridos! O homem deve amar a sua esposa como Cristo Amou a igreja! O amor aqui
é a forma mais elevada de amor sacrificial. Ele procura o bem-estar do amado
acima dos seus próprios interesses. Jesus se entregou, sacrificando a própria
vida, para salvar a igreja. O marido deve fazer tudo para salvar a sua esposa,
até dando a própria vida.
**Obs.: Você
daria sua vida por sua mulher? Podemos pensar que mostraríamos grande coragem
para proteger as nossas esposas. Se alguém assaltasse a sua esposa, você
tomaria uma bala para salvar a vida dela? Mas são poucos os casos onde tal
heroísmo seja necessário. O que devemos fazer é reconhecer um compromisso
absoluto de dedicar as nossas vidas todos os dias ao bem-estar das nossas
esposas. Se daria a vida num ato heroico, deve estar disposto a se gastar
servindo a ela no dia-a-dia ao longo dos anos.
Jesus
purificou a igreja (26). Alguns fatos importantes aqui:
(1) Na
aplicação ao casamento, entendemos que o homem deve se dedicar à salvação da
sua mulher. O homem que ama a sua mulher jamais tentaria envolvê-la no erro.
Sempre procurará ser um bom líder espiritual, conduzindo a sua família no
caminho de Cristo.
(2) No "casamento" de Cristo com a
igreja, aprendemos que Jesus santifica e purifica a igreja "por meio da
lavagem de água pela palavra". Para entender esta afirmação, precisamos
lembrar que a igreja não é uma instituição; é pessoas chamadas para fora do
mundo. Então, ele santifica e purifica pessoas. Como? "Por meio da lavagem
de água" claramente se refere ao batismo, pelo qual entramos em Cristo
(Mateus 28:18-20; Marcos 16:16; João 3:5; Atos 2:38; 22:16; Romanos 6:3-4;
Gálatas 3:26-27; Tito 3:5; 1 Pedro 3:20-21). "Pela palavra" deixa bem
claro que aprendemos sobre Cristo e a necessidade do batismo pela pregação do
evangelho dele. O batismo citado aqui é de pessoas capazes de ouvir a palavra e
tomar as suas próprias decisões.
Ele quer uma
igreja pura (27). Da mesma forma que cada pessoa que entra em Cristo é
purificada dos seus pecados, deve se manter pura e sem defeito. Se cada pessoa
se mantiver santa, a igreja toda será pura e gloriosa.
O marido
deve amar a esposa como a si mesmo (28-29). Estes versículos condenam o egoísmo
que alguns homens mostram em relação às esposas. Elas devem ser valorizadas e
bem cuidadas por maridos carinhosos.
Somos
membros do corpo de Cristo (30). Assim, ele cuida de cada um!
Paulo repete
o princípio original do casamento (31); veja Gênesis 2:24; Mateus 19:5. O homem
deixa os seus pais e se une a sua mulher, os dois se tornando uma só carne. No
casamento, a lealdade se transfere dos pais à esposa.
A mensagem
de Paulo neste trecho se refere principalmente a Cristo e à igreja, mas tudo
que falou sobre o casamento é válido (32-33).
· 6:1-4
Filhos
devem:
(1) Obedecer
aos pais (no Senhor, ou seja, enquanto as instruções dos pais não contradizem a
vontade de Deus - veja Atos 5:29).
(2) Honrar
aos pais.
Pais devem:
(1) Não provocar
os filhos à ira.
(2) Criar os
filhos na disciplina e na admoestação do Senhor.
· 6:5-9
Servos
devem:
(1) Obedecer
os seus senhores.
(2) Não
servir para agradar aos homens, e sim ao Senhor.
Senhores
devem:
(1) Tratar
os servos com respeito.
(2) Evitar
ameaças.
(3) Lembrar
que todos - os senhores e os servos - são servos do mesmo Pai, e que ele não
faz acepção de pessoas.
**Obs.:
Embora não estejamos hoje debaixo de um sistema de escravidão, como na época de
Paulo, os princípios aqui podem ser bem aplicados na conduta de empregados e
patrões. O cristão deve ser o empregado modelo ou o melhor chefe em qualquer
ambiente, porque respeitará a vontade de Deus na maneira de tratar outras
pessoas.
· 6:10-18
A exortação
final de Paulo neste livro se refere à preparação do cristão para enfrentar os
desafios no mundo. Devemos ser fortalecidos no Senhor (10).
**Obs.: Mais
uma vez, observamos que o poder não vem de nós, mas de Deus. Muitos cristãos se
sentem derrotados porque olham constantemente para as coisas erradas. Veem as
tentações e as provações e estas parecem enormes. Olham no espelho e enxergam
suas próprias falhas e fraquezas. O problema é o foco. Qualquer homem é pequeno
e frágil, mas Deus é muito maior do que nossos desafios. Foi assim que pensou o
bom rei Ezequias quando o exército da Assíria ameaçou o seu país: "Sede
fortes e corajosos, não temais, nem vos assusteis por causa do rei da Assíria,
nem por causa da multidão que está com ele; porque um há conosco maior do que o
que está com ele. Com ele está o braço de carne, mas conosco, o Senhor, nosso
Deus, para nos ajudar e para guerrear nossas guerras. O povo cobrou ânimo com
as palavras de Ezequias, rei de Judá" (2 Crônicas 32:7-8). Deus é maior do
que nossos problemas!
É com a
armadura de Deus que podemos enfrentar e vencer o diabo e as outras forças do
mal (11-12).
**Obs.: O
diabo é um derrotado, um perdedor. Sinceramente fico triste com as igrejas que
enfatizam demasiadamente os poderes do diabo e seus servos. Parece que algumas
igrejas falam mais sobre as forças do mal do que sobre o Vencedor e Senhor de
todos. Preocupam-se com questões de hierarquias de poder no reino das trevas;
fazem espetáculos dramáticos de expulsão de demônios; falam detalhadamente
sobre características e poderes de Satanás. O Novo Testamento apresenta o diabo
como um derrotado contra quem devemos resistir confiantes na vitória (Hebreus
2:14-15; 1 João 3:8; Apocalipse 12). Ele tem poder (veja 1 Pedro 5:8-9), mas o
poder dele nem se compara com a força superior do nosso Rei!
Para vencer
o Adversário e "permanecer inabaláveis", precisamos vestir a armadura
de Deus (13-17; veja 1 Tessalonicenses 5:8):
(1) O cinto
da verdade (14). O cinto do soldado foi a peça central de sua armadura,
segurando a roupa dele perto do corpo e dando lugar para carregar a sua espada
e outras necessidades da batalha. Na vida do discípulo, esta peça central é a
verdade, que vem de Deus (João 17:17). Para servir de proteção, a verdade
precisa ser conhecida, recebida e aplicada. Isso exige estudo cuidadoso,
aceitação de coração bom e sincero, e a coragem de aplicar a palavra em nossas
vidas e efetuar as mudanças necessárias.
(2) A
couraça da justiça (14). A couraça protege o coração, o peito do soldado. A
proteção do servo de Deus não vem por meios carnais. A injustiça de mentiras,
engano, etc. não protege ninguém do inimigo real. A justiça, a santidade, a
integridade moral são a proteção do servo do Senhor.
(3) Os
calçados (sandálias) de preparação do evangelho (15). As sandálias usadas pelos
soldados romanos, na época de Paulo, tinham cravos para dar aos soldados uma
vantagem contra inimigos despreparados (com sandálias inadequadas ou até
descalços). O servo do Senhor tem de estar preparado, com as sandálias já nos
pés. Se esperar a invasão do inimigo para se vestir, não conseguirá resistir. A
preparação do soldado de Cristo é o evangelho da paz. É interessante que, no
meio a tanta linguagem de guerra, Paulo nos lembra que a nossa missão é de
reconciliação, como servos do Príncipe da Paz (veja 2:14-18).
(4) O escudo
da fé (16). O escudo do soldado romano cobria boa parte do corpo dele, e servia
para repelir dardos, flechas, etc. O diabo lança seus dardos inflamados, mas o
cristão se defende com o escudo da fé. Quando temos convicções fundadas na
palavra de Deus, podemos resistir aos assaltos do Inimigo (Romanos 10:17).
(5) O
capacete da salvação (17). O capacete é de extrema importância. A nossa
proteção contra golpes mortais é a salvação que Cristo nos trouxe (Atos 4:12).
(6) A espada
do Espírito (18). Não devemos entender que a nossa guerra seja apenas
defensiva. Entramos na batalha armados para enfrentar e vencer o Inimigo.
"Porque, embora, andando na carne, não militamos segundo a carne. Porque
as armas da nossa milícia não são carnais, e sim poderosas em Deus, para
destruir fortalezas, anulando nós sofismas, e toda altivez que se levante
contra o conhecimento de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência de
Cristo, e estando prontos para punir toda desobediência, uma vez completa a
vossa submissão" (2 Coríntios 10:3-6). A nossa espada, nossa única arma
ofensiva, é a palavra de Deus.
Assim
armados e confiando no Senhor, devemos desenvolver o hábito de oração constante
(18). Note aqui:
(1) Oração é
a comunicação com Deus.
(2) Súplicas
são apelos ou petições pedindo ajuda.
(3) Orando
"no Espírito" tem duas possíveis interpretações: (a) Orando como
aprendemos do Espírito Santo, de acordo com a vontade do Senhor; (b) Orando no espírito
(a letra maiúscula não está no original; é questão de interpretação) no sentido
de oração sincera do coração.
(4) Vigiando
com perseverança sugere uma atitude de dedicação incansável à oração.
(5) Devemos
orar pelos santos, fazendo súplicas em favor dos irmãos em Cristo.
**Obs.: A
comunicação sempre envolve dois sentidos. Uma pessoa fala e a outra ouve.
Depois esta fala e aquela escuta. A comunicação com Deus funciona da mesma
maneira. Quando oramos, nós falamos e Deus ouve. Quando lemos e estudamos a
palavra, Deus fala e nós escutamos. Este entendimento sugere dois perigos que
devemos evitar: (1) Ouvir sem falar. Não é suficiente meramente estudar a
Bíblia. Precisamos desenvolver a comunhão com Deus em oração. (2) Falar sem
ouvir. Algumas pessoas oram muito, até fazendo súplicas constantemente, mas não
dão importância ao estudo da palavra. É importante falar com Deus, mas jamais
devemos negligenciar o estudo da palavra dele.
· 6:19-20
Paulo
especificamente pediu orações por ele, para que pudesse ter coragem de falar a
palavra de Deus (19).
Embora em
cadeias, ele era embaixador de Cristo (20). A prisão de Paulo apresentou várias
oportunidades para ele pregar a palavra (Atos 23:11; Filipenses 1:12-18).
· 6:21-22
Paulo enviou
Tíquico para consolar os irmãos com notícias a seu respeito. Paulo descreve
Tíquico como o irmão amado (sua relação com Paulo) e fiel ministro do Senhor
(sua relação com Jesus). Para maiores informações sobre o trabalho deste servo,
veja Atos 20:1-6; 2 Timóteo 4:12; Tito 3:12 e Colossenses 4:7-9.
· 6:23-24
Paulo
encerra a carta desejando paz, amor e graça aos fiéis.