OS 400 ANOS DE SILÊNCIO DE DEUS - DE MALAQUIAS À JESUS CRISTO
Antigamente as Bíblias vinham com
quatro páginas em branco, entre os livros do profeta Malaquias (último livro do
Antigo Testamento) e Mateus (primeiro livro do Novo Testamento). Essas páginas
em branco simbolizam os 400 (quatrocentos) anos em que Deus permaneceu em
silêncio. "Os 400 anos de silêncio da parte de Deus pode ser melhor
compreendido se levarmos em consideração a afirmativa de que nenhum profeta
inspirado ergueu-se em Israel, pois o Antigo Testamento já estava completo aos
olhos dos judeus".
Mas o que oconteceu exatamente nesse
período de 400 anos? A Bíblia de Estudo Pentecostal extraiu da Historia
del pueblo judio entre el Antiguo Testamento y el nuevo por Ralph D. Williams,
na Bíblia de Estudo Ampliada, Editora Vida, 1983, as informações que nos tira
essa dúvida, narrando sucintamente os fatos ocorridos nesse intervalo
entre o profeta Malaquias e o Senhor Jesus Cristo.
A SOBERANIA PERSA (450-333
a.C.)
Por volta de
um século depois da época de Neemias, o povo judeu ainda achava-se sob a tutela
da Pérsia. Os monarcas persas tratavam os judeus com especial tolerância,
permitindo-lhes adorar livremente a Deus, e observar a Lei de Moisés. Durante
este período, houve luta constante entre a Pérsia e o Egito. Judá, portanto,
encontrava-se "entre a bigorna e o martelo", e muito sofria com isso.
A SUPREMACIA CRECO-NACEDÔNICA (333-323 a.C.)
Alexandre Magno derrotou o exército medo-persa em 333
a.C., tornando a Macedônia na maior potência de seu tempo. Ele estendeu seus
domínios até o Egito, Ásia Menor, Babilônia e Pérsia, alcançando inclusive
o Norte da Índia. À semelhança dos persas, tratou com tolerância aos judeus.
Promoveu o florescimento do idioma e da cultura gregos, e fundou diversas
cidades, entre as quais Alexandria, no Egito. Alexandre morreu com a idade de
33 anos, em 323 a.C.. Com ele, morreu também o seu império.
A DOMINAÇÃO
EGÍPCIA (323-128 a.C.)
Depois da
morte de Alexandre, seu império ficou sob o governo de quatro de seus generais.
A Síria coube a Seleuco; e, o Egito, a Ptolomeu. Por volta do ano 320 a.C.,
Ptolomeu I passou a dominar a Judéia. Sob essa dinastia, o povo judeu vivia
pacificamente. E, assim, a colonização judaica, no Egito, foi incentivada,
resultando, entre outras coisas, na tradução do Antigo Testamento para o grego
- a Septuaginta.
O JUGO SÍRIO (198-166 a.C.) - Antioco IV Ipítanes
Depois de haver
permanecido como tributário do Egito por cerca de cem anos, a nação judaica
caiu sob o poder dos reis sírios no ano de 198 a.C. Embora estes monarcas hajam
inicialmente favorecido os judeus, Antíoco IV Epífanes (175-164 a.C.), encetou
a helenização de seus domínios, pois odiava a religião judaica. Antíoco
destituiu o sumo sacerdote, proibiu o sacrifício diário no templo, e, sobre o
altar de Jeová, erigiu ele um altar a Zeus. Em 168 a.C., a profanação chegou ao
clímax, quando predispôs-se a sacrificar um porco sobre o altar. Como se não
bastasse, vendeu milhares de famílias judias como escravas.
A GUERRA DE LIBERTAÇÃO DOS MACABEUS (166-63 a.C.)
Em 167 a.C., Deus suscitou um libertador na pessoa de Matatias. Este santo e resoluto sacerdote era pai de três filhos que se destacariam com igual valor na história de Israel: Judas, Simão e Eleazar. Com seu exemplo e enérgicas exortações, logrou despertar nos filhos e no povo o ardor pela defesa da fé. Judas destacou-se pelo gênio militar. Ganhou muitas batalhas contra forças superiores, reconquistou Jerusalém, e promoveu a purificação do templo com a restauração do culto a Jeová. E, assim, foi instituída a festa da dedicação para comemorar a retomada da Cidade Santa e da Casa de Deus. Com a morte dos filhos de Matatias, João Hircano, filho de Simão, 135-106 a.C., começou a sobressair-se na administração da Judéia. E o país passa a desfrutar de sua legendária prosperidade.
A INTERVENÇÃO DO IMPÉRIO ROMANO (De 663 a.C. aos tempos de Cristo)
Exército Romano em Batalha
O general Pompeu tomou Jerusalém, submeteu a nação judaica e instalou a Hircano II Antípater no poder. Este soberano títere foi sucedido por seu filho, Herodes, o Grande. Depois da batalha de Accio, em 31 a.C., Herodes, o Grande, levou César Augusto a confirmá-lo no governo de toda a Palestina. Herodes tinha uma personalidade mui polêmica. Embora fosse idumeu e possuísse uma alma pagã, esforçava-se por ganhar a simpatia dos judeus. Para tanto, fortificou e embelezou Jerusalém, reconstruiu o templo e ajudava regularmente ao povo. Todavia, era consumadamente cruel. Ordenou a morte do pai, Hircano II, e de sua esposa, Mariane. É também apontado como o principal responsável pela morte de três de seus filhos. Era este o Herodes que reinava na Judéia quando do nascimento de Jesus.